30.6.10

Couto Viana analisado por Nassalete Miranda

Revista As Artes entre as Letras,
n.º 29, 30.06.2010, p. 22.

Afinal, a história é outra...


"As autópsias aos activistas turcos mortos durante o raide israelita contra a frota humanitária destinada a Gaza, em Maio, mostram que pelo menos cinco das nove vítimas foram atingidas na cabeça a partir de cima, o que indica que foram alvejadas por 'snipers' a bordo dos helicópteros israelitas e não pelos soldados no convés do navio, como alega o governo de Telavive."

Apresentação do livro: Em nome da Pátria de Brandão Ferreira

30 de Junho, em Braga
1 de Julho, em Guimarães.

Pintura de Konstantyn Vassilyev - XXVIII


29.6.10

Eng. Francisco Ferro - Presente!

Francisco Ferro – Presente!
02.12.1924 – 25.06.2010

Voz amiga e comovida comunica-me que o meu amigo Eng. Francisco Jesuíno da Silva Ferro morreu hoje à tarde.
Conheci-o no 50.º aniversário da morte de Alfredo Pimenta, na Sociedade Histórica da Independência de Portugal, levada a cabo a 29 de Novembro de 2000, em Lisboa, onde marcou presença dado ser um pimentiano. Foi-me rapidamente apresentado por Rodrigo Emílio, na sala, pois Rodrigo iria palestrar com António José de Brito, António Manuel Couto Viana, Carlos Eduardo Soveral, Ruy Alvim e Pinharanda Gomes.
Finda homenagem, organizada pelo Prof. António José de Brito, Rodrigo Emílio e eu entabulámos uma interessante conversa à porta do Palácio da Independência interrompida pela necessidade de Francisco Ferro ir para casa. Rodrigo Emílio, apresentou-me ali mesmo e a nossa primeira conversa remeteu-o para a sua juventude alentejana em Cuba e a sua chegada a Lisboa para a vida universitária.
Voltei a revê-lo no I Congresso Nacionalista, em 2001, no qual o Eng. Francisco Ferro tomou a palavra e teve a gentileza e nobreza de gesto e de atitude a determinado trecho do texto que havia preparado para o Congresso, e ao abordar a influência do Mestre Alfredo Pimenta no pensamento nacionalista português, fez uma surpreendente menção honrosa e exagerada ao meu trabalho sobre este Mestre da Portugalidade como que avalizando-me como pessoa credível, no auditório do congresso.
A partir desse momento, uma amizade de dez anos ficou selada e recordo-me grato das suas palavras de apoio.
Não esqueço as suas palavras sobre o texto da minha autoria a respeito de Carlos Eduardo de Soveral n`O Diabo, as homenagens ao Rodrigo Emílio, onde sempre esteve e palestrou com “Rodrigo Emílio – Testemunho sem pretensões” na segunda homenagem levada a cabo no Salão Nobre da Sociedade Histórica da Independência de Portugal bem como não faltou aos lançamentos dos livros póstumos de Rodrigo Emílio, “Pequeno Presépio de Poemas de Natal” (2005) e “Matando a sede nas fontes de Fátima” (2006). Além disso, a morte de Rodrigo Emílio provocou-lhe um grande pesar que são testemunhados com o poema e a evocação dedicados ao grande poeta falecido.
Ainda na passada quarta-feira, telefonou-me a dar os parabéns pel`”As minhas memórias de Couto Viana” bem como me pediu para enviar abraço ao Prof. António José de Brito pela sua evocação a Couto Viana e pela coragem do texto, aproveitando eu para lhe dar as últimas novidades sobre Couto Viana, os textos editados e o comunicado do Movimento de Oposição Nacional, “A hipocrisia abjecta da esquerda burguesa e os seus comissários político-culturais” que muito satisfeito o deixou pelo seu teor.
Vezes sem conta nos telefonávamos onde riamos a bandeiras despregadas sobre o caos que nos cerca e irónicamente, preparava-me hoje para o convidar a ir no Domingo, ao Museu Nacional de Arte Antiga, ver as Tapeçarias de Pastrana e ouvir a douta opinião do meu amigo e camarada Humberto Nuno de Oliveira sobre as mesmas quando recebi a brutal notícia.
25.06.2010
Postais do Eng. Ferro:
Homenagem a Rodrigo Emílio
Na verdade, não sei onde estás.
Talvez no céu, desejo que no céu,
Longe deste País sem lei e sem paz
Onde tudo é escuro, escuro como breu.

A Pátria onde nasceste só te deu
O pão amargo da ofensa e dor.
Mas aqui ninguém nunca te esqueceu
E muitos sabemos teus versos de cor.

Quem sabe se Deus, quando te levou,
Quisesse livrar-te do que se passou
Depois da noite infeliz da abrilada;

E eu sinto que aí, nessas alturas
Nas quais só há pureza e não loucuras
Tu podes adivinhar a madrugada.
Francisco Ferro
(Nas vésperas do 10 de Junho de 2004)

Os dois Rushdie, por Carlos Eduardo de Soveral

OS DOIS RUSHDIE


«...un uomo conosciuto per quel mal bigatto ch`egli è da chiunche lo connosce.»
G. Baretti, La Frusta Letteraria.

«...vano seria il disputare con un balordo, a cui né la natura né il libri diedero tanta capacità da distinguire tra il bene e il male.»
Id., ibid.

«Plumas traidoras, que por precio matan y después piden premios peregrinos.»
Juan Pablo Forner,
Exequias de la lengua castellana.


Na esteira de S Rushdie (death`s herb - erva letal,
tradução que não está mal),
o sujo, feio, albiónico judeu
- um`alma abjecta -
que com as gentes e família do Profeta,
seus Credo e Lei,
pelo que sei,
procazmente se meteu
(e, se na esteira
- forma arteira,
mercantil -,
de jeito vil
e nada original),
erva rasteira
(assim se chama
- que o mesmo é que Saramago,
nome aziago),
para seu e nosso mal,
a Cristo Deus Senhor, Seus pais terrenos,
santíssimos, serenos,
e à mesma Madalena
- a quem,
como a ninguém,
malquer, desama -
erva rasteira
(nightshade) injuriou.
Coisa que ousou,
sem mágoa ou pena,
gélida a face, imundas as entranhas,
de quem possesso está de Belial
e suas manhas,
e por completo mortas tem
a Fé, a Esperança, a Caridade,
isto é, toda a Verdade
(que nos outros quer fazer
desaparecer),
e dessa guisa a sanidade
mais fundamental(1).

Em quem
Satã acaba e começou por ser
a só, atra presença
que a ambos Rushdie, seus sequazes,
blasfemos e vorazes,
garante impunidade imensa,
somada a pingue paga material.
E isso sobre
a mais geral
indiferença
e a perfídia da presente
inteligentzia
ocidental
(tudo está podre),
que à Justiça, de feito,
e ao Respeito
e à Decência
vesgamente ignora,
e só do crime, e quanto mais nefando,
ou máximo desmando,
de si sempre contente
- pobre gente! -,
se enamora.
(«La prostitution, l`adultère, l`inceste,
le vol, l`assassinat et tout ce qu`on déteste,
c`est l`exemple qu`à suivre offrent nos immortels»
- já o tinha para si,
indómito e fiel,
Charles Péguy.)

Rushdie segundo, erva rasteira, (nightshade), e bem daninha,
a quem, desde a sintaxe, tudo falta
(o que lhe esmalta
cada lauda e cada linha):
fantasia,
inteligência, letras belas,
poesia,
e, mais que elas,
Rectidão, Pudor e Dignidade.
Ou inimigo radical não fosse da Verdade,
só ao negócio atento,
no ódio mais nojento.
Por tudo pretendendo que um país
que atraiçoa e não é seu
(foi o que quis)
o indicasse para um prémio europeu.
Sobre velhaco, cúpido e voraz
(como sói ser).
Que é o que faz
que a tudo e todos - Deus mesmo - seu espírito (?) espezinhe
e co`o que quer
de recto e limpo, santo e são, jamais alinhe.

Alto da Castelhana, 92-05-20, 92-06-17.


Cloaca maxima
- o que Haecker, Teodoro, lhe chamou -
é, então, por esta altura,
quase inteira a literatura:
olhando a todo o redondo,
um soez, procaz desnudo,
no romance, sobretudo,
do mais torpe e hediondo.
(Do convívio e o fruto seu
a Justiça essência é:
assaz o diz a Escritura,
Teodoro o assegura,
S. Tomás assim o leu:
mas de tal se não dá fé.)

Alto da Castelhana, Setembro de 96.


Ao que se poderia somar este objectivíssimo passo de Paul Claudel em Du Sens Figuré de l`Écriture na Introduction au “Livre de Ruth”, do Abade Tardif de Moidrey: «Insensibilité, tuméfaction, contraction, pourriture, mutilation, ce sont les caractères de la lèpre des corps auxquels la lecture de nos charmants romans contemporains nous permettra facilement de trouver des équivalents moraux.» (Pág. 80 da edição do texto integral da obra pela Desclée de Brouwer, Paris, 1938.)


Alto da Castelhana, Janeiro de 99.

(1) - Nota:
Do negro Cântico de Régio
poderia, se coerente,
Saramago respigar:
«A minha glória é esta:
criar desumanidade,
não acompanhar ninguém.»
Ou de Régio ou doutro alguém
que, qual Torga ou Aquilino,
por seu génio e probo tino,
prima essência
e sagrada independência,
o prémio falso, falso, não ganhou,
? deles ser não só pupilo
mas também repetidor?
Só por plágio e desamor
que não por afinidade,
uma assaz alta equidade,
um veraz, igual, valor.

A. C., 98-12-21.
Post-Scriptum: poema do livro inédito de poesia "Da Solidão e do Silêncio " de Carlos Eduardo de Soveral.
Mais postais:

Couto Viana n`O Diabo


28.6.10

Pintura de Konstantyn Vassilyev - XXVII


António Manuel Couto Viana – Breve evocação de António José de Brito

António Manuel Couto Viana – Breve evocação


A 8 de Junho do presente mês, a nossa socrática e admirável televisão noticiou secamente “faleceu o poeta António Manuel Couto Viana”. Há mais de dez dias que não conseguia comunicar com ele, sabendo-o internado no eficiente (em especial, em oftalmologia) Hospital de Santa Maria. Claro que a esperança é sempre a última coisa a desaparecer, mas temia imenso um desenlace fatal. Que infelizmente se verificou. O meu coração e a minha mente tombaram numa imensa tristeza. A memória recuou dezenas de anos, recordando os tempos alegres em que o conheci. Chamado a prestar serviço militar em Mafra, no começo de Agosto, todos os fins de semana corria até Lisboa, que ia aprendendo a conhecer e a amar.
Lisboa, ao contrário do que dizem agora alguns imbecis, não era, nessa altura, uma cidade sombria, cinzenta, cujas mulheres trajavam de negro ou escuro, vivendo toda a gente num pesado ambiente de terror sob a facinorosa opressão da PIDE. Ao invés, ressumava despreocupação e alegria, com uma luminosidade belíssima, raparigas encantadoras de vestidos claros (principalmente de Verão), em que toda a gente circulava ligeira e desembaraçada. Os turistas maravilhavam-se com as nossas deambulações por Alfama, por exemplo, a altas horas da noite, e confidenciavam-nos como era bom verem-se livres das greves e das desordens.
Em vários cafés reuniam-se grupos dos chamados intelectuais. Os comunistas com Ferreira de Castro, Leão Penedos e outros, entre os quais Franco Nogueira, frequentavam o Avenida; na Brasileira do Chiado, via-se de uma maneira geral, a oposição clássica; no Gelo, estavam os surrealistas; e no Martinho, frente à estação do Rossio (não confundir com o Martinho da Arcada) apareciam Couto Viana, David Mourão-Ferreira e mais uns tantos, predominantemente do grupo da
Távola Redonda.
O poeta Júlio Evangelista, nesses tempos meu bom amigo – distanciamo-nos, depois, devido aos seus entusiasmos marcelistas – que também cumpria o seu serviço militar em Mafra, uma tarde levou-me ao Martinho e apresentou-me a António Manuel Couto Viana. Este acolheu com a sua habitual gentileza o modesto escrevinhador na “folhas ultras” que era eu – veja-se sobre o assunto o excelente livro de Riccardo Marchi com esse título –. Surgiu, então, uma amizade que se prolongou até aos dias de hoje. Couto Viana, destacando-se sempre como altíssimo vulto da nossa literatura com uma personalidade múltipla, para além de grande poeta, era crítico literário, contista, actor, declamador, desenhista e, até especialista em gastronomia.
Pelo meu lado, lenta e penosamente, cheguei a obscuro catedrático de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, continuando sempre o ultra que fora na minha juventude e hei-de continuar a ser até à morte.
Regressado a Coimbra, concluído o curso e o chamado Sexto Ano (hoje Mestrado), embarcamos ambos, capitaneados por Fernando Guedes, ao lado de Goulart Nogueira e de Caetano de Mello Beirão, na aventura da revista “Tempo Presente”, claramente fascistizante, escandalizando os conservadores e a esquerda que se proclamava progressista e repetia, incriticamente, os velhíssimos lugares comuns de 1789 e do marxismo. Sem ressentimentos nem invejas, juntaram-se a nós, firmemente, o Amândio César e o Carlos Eduardo de Soveral.
“Tempo Presente” conseguiu influenciar alguns elementos da juventude académica lisboeta e coimbrã. Por triste coincidência veio a desaparecer na altura da vergonha de Goa, em que o exército português mostrou, claramente, não querer sacrificar-se por honra da bandeira, - atitude aplaudidíssima mais tarde pelos abrilinos.
Nos tempos marcello-caetanistas, Couto Viana seguia com preocupação os acontecimentos.
E, finalmente, a grande catástrofe sobreveio. A ignomínia tornou-se regra, a traição era aclamada por princípio. Foi o “fim histórico de Portugal” na expressão de Amorim de Carvalho, a sua substituição por um rectângulo anárquico em que multidões alucinadas só pensavam em proveitos e conveniências. Nessa altura trágica, uma mutação se verifica em Couto Viana. Perante a espécie de exaltado suicídio colectivo uma transformação na sua obra poética se deu. Todo o seu ser se revoltou, desde a mais íntima raiz, e a sua poesia passou a ser de protesto militante unindo, à sua perene perfeição formal, um cunho veemente de indignação e fervor sem limites. Ele, até aí, alinhava obviamente no sector nacionalista, mas era predominante lírico-intimista. Depois, perante uma abjecção generalizada que se arvorava em salvação genial não pôde conter a sua repulsa e condenação.
Mal Manuel Maria Múrias saiu das “prisões da liberdade” e, indomável como sempre, lançou a público um semanário contra o statu quo. Couto Viana logo o acompanhou calorosamente acompanhado por Goulart Nogueira e por mim - últimos vestígios de “Tempo Presente” -.
As pequenas reacções contra o triunfo da Anti-Nação pouco a pouco foram desaparecendo. Couto Viana que nunca falhava ao jantar comemorativo do 28 de Maio, em Lavadores, no restaurante Casa Branca, partiu para uma longa estadia em Macau que acabou, com as desonras da praxe, por ser entregue à China comunista.
No cinquentenário da morte do inesquecível Mestre Alfredo Pimenta, Couto Viana foi um dos conferencistas. Os restantes, se a memória me não falha, além de mim próprio, eram Goulart Nogueira, Ruy Alvim, Rodrigo Emílio, Carlos Eduardo de Soveral e Pinharanda Gomes. A sessão teve lugar na Sociedade Histórica da Independência de Portugal.
Eu ia mantendo com mais ou menos frequência os meus contactos com Couto Viana, sempre activo em inesgotáveis trabalhos.
Veio o momento em que por desgraça teve de ser amputado. As nossas relações estreitaram-se. Passamos momentos divertidos, rindo para não termos de chorar com o estado do rectângulo que fora Portugal chegara. Lembrávamos os personagens do Eça de Queiroz – o solene Acácio, o Pacheco imortal, o conselheiro Gama Torres (ele há muitas questões, questões terríveis), o Conde de Gouvarinho e concluíamos que afinal a realidade excedia a ficção. Eça não foi capaz de inventar o Sr. Sócrates de Sousa a falar um castelhano, a fazer exames ao Domingo (há alguma lei que o proíba?), o Durão Barroso – o Cherne – a achar que o PEC estava perfeito e depois a exigir-lhe mudanças, com o Sr. Sampaio em êxtase saloio o Palácio do Oriente, o Sr. Mário Lino a proclamar o Alentejo um deserto e outros geniais vultos. Nem Eça, nem Dickens, nem os grandes humoristas europeus. Só Abril era capaz de gerar tão geniais figuras que ofuscavam as do Grão Ducado de Gerolstein de Offenbach.
Com grande força de ânimo, Couto Viana, bradava que tinha ainda muito que fazer, que o esperavam novas criações. Eu só fazia votos para que tivesse razão. Ai de mim, enganei-me.
Velho amigo, deixaste este mundo repelente e ascendeste ao Panteão dos Poetas Imortais e das mais ricas naturezas artísticas nascidas no Portugal que foi.
Eu continuo por cá, não sei por quanto tempo – espero que pouco – contemplando com serenidade – já nada me espanta – a imensa Legião dos Vira Casacas, dos ignorantes que se proclamam e são proclamados sábios, dos agentes da CIA que se arvoram em mestres do nacionalismo, dos vigaristas transformados em grandes jornalistas, dos chicos-espertos que garantem salvar a pátria em dois tempos e três movimentos.
Mas tu que és poeta, e dos autênticos e grande poetas, sabes que a serenidade rima com fidelidade. Por isso, entre os turbilhões dos erros e disparates continuo fiel à Verdade.
Fascista me mantenho porque fascista e porque fascista monárquico a sério, desdenhando as pseudo-realezas à sueca, à espanhola, ou à U.K.
Persisto em venerar a memória dos chefes que aqueles que os exalçavam ontem, hoje cobrem de insultos e ignomínias – Mussolini, o Führer, Franco e porque não Salazar, que não era a perfeição das perfeições mas tinha o sentido da Honra e da Grandeza.
Evidentemente, me mantenho anti-democrático, anti-liberal, anti-marxista, rindo-me com gosto dos esforços de “pensadores” da moda contorcendo-se para encobrirem as imensas contradições dessas velhas doutrinas.
E, claro, não acredito nem um bocadinho no dogma do holocausto com os seus “milhões” de vítimas a subirem e a baixarem à vontade do freguês. Dogma, sim, porque imposto com penalidades a quem o discutir. A Incarnação, a Trindade, a existência de Deus podem toda a gente as contestar sem perigo. Ai de quem se atreve a pôr em causa o holocausto. Repete-se que em História há permanentes revisões, que não há nada de definitivo, de absoluto. Mas quando se chega ao holocausto repentinamente não se pode dizer uma palavra de dúvida. Estamos perante algo de sobrenatural? Quanto mais querem que o aceite de olhos fechados menos inclinado me sinto a considerá-lo uma certeza.
Sou um permanente descrente, meu velho amigo Couto Viana, dessa religião que nos impõem.
É a altura de acabar.
Adeus Couto Viana. Ou, com mais exactidão, até breve.

António José de Brito
In O Diabo, págs.10/11, 22.06.2010
Postais de António José de Brito:

23.6.10

Aquela morte naquele dia, poema de António Manuel Couto Viana

Aquela morte naquele dia

Os castelos e as quinas começam a sangrar.
Macau, em lágrimas, comove.
Vai engoli-la o céu? Vai naufragá-la o mar?
A névoa esconde a cor das bandeiras no ar.
Chove.

Paira o fantasma de uma igreja. Um sino
Põe-se, lento, a dobrar, moribundo e pesado.
Nenhum Natal acode. A estrela do destino
Não anuncia o Nascimento do Menino,
Mas o Nome de Deus crucificado.

Só os cemitérios, cinzas, sombras vagas…
«Não suspireis. Não respireis.» (Alguém murmura?)
Escorrem solidão as faces e as chagas.
A nau-espectro afunda-se nas vagas.
Apagou-se o farol. É noite escura.

O poeta rasgou o alvor da epopeia.
Dela, aqui, não restará lembrança…
O heróico ritmar de uma túmida veia
Extinguiu-se na vaza da pátria agora alheia:
Já não pode rimar futuro com esperança.

Cinco séculos quase a existir Portugal,
Macau, em sangue e lágrimas, desfalece e comove.
Mão assassina assina, na pedra sepulcral,
Um nome ateu, traidor, sobre a data final:
Aos 20 de Dezembro. Ano 99!


António Manuel Couto Viana
19.04.1987
In “Sou quem fui – Antologia Poética”, p. 139.

22.6.10

As minhas memórias de Couto Viana por Alberto de Araújo Lima

As minhas memórias de Couto Viana

António Manuel Couto Viana chegou ao meu conhecimento pela leitura do jornal A Rua, que o meu pai comprava todas as quintas-feiras.
Conheci-o pessoalmente num dos jantares anuais comemorativos do 28 de Maio e mais tarde, revi-o no centenário de Salazar (1989), no Porto. Onze anos depois revia-o novamente por ocasião do 50.º aniversário da morte de Alfredo Pimenta, onde palestrou, na Sociedade Histórica da Independência de Portugal, levada a cabo a 29 de Novembro de 2000, em Lisboa.
A minha aproximação a Couto Viana dá-se pela boa mão de Rodrigo Emílio, a quem Couto Viana perguntou se sabia de alguém que o pudesse ajudar na recolha dos poemas publicados n`A Rua sobre o Ano Internacional da Criança e Rodrigo disse-lhe que sim, falando no meu nome como detentor da colecção quase completa desse magnífico semanário.
Concluída, então, a pesquisa e recolha dos poemas bem como das imagens que os ilustravam, fiz chegar ao António Manuel com impressões a laser. Couto Viana ficou radiante ao conseguir reconstituir essa selecta de poemas e ver assim dar à luz mais um livro da poesia “Criança é Rima de Esperança” (2001), com o que me brindou numa exagerada e “extraordinária gentileza” dedicatória.
A partir dessa altura, a nossa amizade estreitou-se e fiz-lhe vários desafios por ele aceites, desde logo e sem demora, como as homenagens ao Rodrigo Emílio nas quais marcou sempre presença de forma brilhante ou a reunião anual dos seus poemas com que me obsequiava para que não se perdessem. De uma delas, saiu outro livro de poesia, em 2007, editado pelo Averno sob o título de “Disse e Repito”.
Como “padrinho editorial” da Antília Editora, deu-me o prazer da sua presença no lançamento da mesma para a apresentação do livro de Rodrigo Emílio, “Pequeno Presépio de Poemas de Natal” (2005) abrilhantado com o seu “Elóquio” no Círculo Eça de Queiroz.
No ano seguinte, em Abril de 2006, a sua prodigiosa caneta, lavra um novo “Elóquio” para o livro de Rodrigo Emílio, “Matando a sede nas fontes de Fátima”.
Foi em Outubro de 2007 que tive as gratas Honra e Prazer, na minha qualidade de sócio da Antília Editora, de dar à estampa “Ao Gosto de Gosto”, livro sobre Gastronomia, com o magnífico trabalho de design gráfico do meu amigo e sócio António Alvim e as ilustrações de Carlos Barradas.
A pedido do meu amigo e camarada Humberto Nuno de Oliveira solicitei-lhe um poema inédito sobre o Condestável, dado ter já poetado por duas vezes; uma com “Ao Condestável, jubilosamente” (1979) e outra com “Exortação frente à estátua do Condestável" (1983), para além da peça teatro “A lição de Aljubarrota” (1948). “Prece ao Condestabre” (2009) para o livro “Nuno Álvares Pereira – Homem, Herói e Santo”, editado conjuntamente pela Ordem do Carmo e pela Universidade Lusíada de Lisboa.
O meu último pedido foi a sua colaboração para a “Antologia Poética de Rodrigo Emílio” (2009), com a brilhante “Carta-Prefácio”.
Senhor de cariz e porte aristocráticos, foi um grand-seigneur, de uma sensibilidade ímpar. Lembro aqui um episódio. Estávamos em 2001, no I Congresso Nacionalista, levado a cabo no Hotel Marryot, em Lisboa, no qual António Manuel Couto Viana marcou presença e pedi-lhe uma dedicatória para uma Senhora Amiga num exemplar “Sou quem fui – Antologia Poética” (2000). Couto Viana perguntou-me o nome da Senhora e, ali mesmo e na hora, fez uma dedicatória de uma singeleza extraordinária para no final da mesma, desenhar uma mão a oferecer uma rosa.
É mais uma voz de um Mestre que deixei de ouvir mas nunca de escutar.
António Manuel Couto Viana – Presente!

Alberto de Araújo Lima
In jornal O Diabo, págs. 10/11, 22.06.2010

Pintura de Konstantyn Vassilyev - XXIV

Freya

21.6.10

Couto Viana censurado na Assembleia da República!


“Coincidência é no mesmo dia em que José Saramago fechava definitivamente os olhos em Lanzarote – em grande parte porque magoado com a imbecilidade de um subsecretário de Estado da Cultura, cujo nome só ficará ocasionalmente na História por tristes razões como as de Torquemada ou de Béria - no nosso parlamento (por mais diferentes que sejam as estaturas artísticas, mas que a maioria dos em causa menos sabe do que eu), o BE e o PCP recusavam o sim a um voto de pesar pela morte do poeta e escritor Couto Viana em nome de ele ter combatido ao lado dos falangistas (certamente esquecidos do enquadramento histórico em que do lado das brigadas internacionais não se disparou só sobre os fascistas espanhóis, mas também sobre os trokskistas da República, fazendo com o PS também recuasse e a proposta nem fosse apresentada!”
Castro Guedes
Público, pág. 39. 21.06.2010

Folhetim de cinzas por Vasco Centeno Barata

Recebi esta peça assinada pelo meu amigo e camarada Vasco Centeno Barata que passo a reproduzir.

Creio que é tácito entre nós não dizer uma palavra sobre a morte do Saramago; deve ser tão ignorado como o foi Couto Viana pelos mesmos que agoram louvaminham o homem da Azinhaga. No entanto, em mensagem pessoal e não pública, não resisto a enviar este folhetim noticioso, segundo a qual a vontade expressa de um vivo muda depois de morto... Possivelmente também de ateu se tornou crente, e de iberista passou a patriota...
1º EPISÓDIO
Em entrevista de 2008, Saramago expressava a vontade de que “as suas cinzas ficassem debaixo de uma pedra do jardim em Lanzarote”
2º EPISÓDIO
Tias (Lanzarote), 18 jun (EFE).- Os restos mortais de José Saramago serão incinerados em Portugal e uma parte de suas cinzas será depositada em seu povoado natal, Azinhaga, e outra parte será enterrada junto a uma oliveira em sua casa em Lanzarote, informou a família à Agência Efe.
3º EPISÓDIO
18.06.2010 (Lusa) - Mário Soares defende que Saramago deveria ficar sepultado no Panteão Nacional .
4º EPISÓDIO
19.06.2010 (Lusa) -- As cinzas de José Saramago "vão ficar em Portugal", disse hoje à Lusa Pilar del Rio.
5º EPISÓDIO
19.06.2010 - (Público) "A Fundação José Saramago confirma que as cinzas de José Saramago ficarão em Portugal por vontade expressa do escritor ".
6º EPISÓDIO
20.06.2010 (Correio da Manhã) "O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, anunciou este domingo que as cinzas de José Saramago “ficam em Lisboa”, numa clara alusão à escolha do Panteão Nacional".
Nota:
Sublinha-se que a chamada "vontade expressa" do Saramago só foi descoberta depois do episódio nº 3.

De Profundis, poema de António Manuel Couto Viana

De Profundis

Agora, o meu país são dois palmos de chão
Para uma cova estreita e resignada.
Tem o formato exacto de um caixão.
Agora, o meu país é pó, é cinza, é nada.
Reduziram-no assim para caber na mão
Fechada.


António Manuel Couto Viana
29.07.1976
In “Sou quem fui – Antologia Poética”, p. 130.

19.6.10

Portugal, poema de António Manuel Couto Viana

Portugal

Este mendigo, outrora, era um menino d`oiro,
Teve um Império seu, mas deixou-se roubar.
Hoje, não sabe já se é castelhano ou moiro
E vai às praias ver se ainda lhe resta o mar!


António Manuel Couto Viana
13.03.1976
In “Sou quem fui – Antologia Poética”, p. 129.

17.6.10

Exposição: "Nun’Álvares Pereira – Imagens de uma Vida"

Escrito no Sangue, poema de António Manuel Couto Viana

ESCRITO NO SANGUE

Para os meus sobrinhos Mió e Eugénio


Foste, às praias d`outrora, ver partir uma nave?
Vai vê-la regressar, fremente, aos aeroportos.
Tem, agora, o perfil triunfal de uma ave,
Mas nas entranhas traz cinco séculos mortos!

Deixou, no além-mar, um farrapo de pragas,
A memória do ódio, o turbilhão das fugas.
Traz, oculto, a sangrar por vinte e cinco chagas,
Um pavilhão de medo e envergonhadas rugas.

Esperava-a o pó, os fétidos detritos,
O crime da indiferença e a fome das crianças.
Antes tudo acabar numa explosão de gritos
Do que este tropeçar no gume das vinganças!

Foste, às praias d`outrora, ver partir um navio?
Vai vê-lo regressar, sem glória, aos aeroportos.
Antes fosse vazio e viesse vazio.
Mas nas entranhas traz cinco séculos mortos!

António Manuel Couto Viana
(21.11.1976)
In “Sou quem fui – Antologia Poética”, p. 127. Edições Ática,2000.

16.6.10

Soneto agonizante de despedida, poema de Bruno Oliveira Santos

Soneto agudizante de despedida

Morreu por não saber vestir a pele
De português perdido à beira-mar
Morreu! E até parece que com ele
Vai toda a poesia a enterrar

Morreu por não haver já quem anele
Os gestos de uma gesta secular
Morreu! Para que a Pátria Exausta o vele
Mais do que as rosas velhas a murchar

Assim o centenário sem proveito
Da funda e falsa fé republicana
Não lhe irá macerar o nobre peito

O seu legado é obra sobre-humana
E o nome um decassílabo perfeito:
António Manuel Couto Viana.

Bruno Oliveira Santos
(10.06.2010)
In jornal O Diabo, p. 8, 15.06.2010

15.6.10

Estertor, poema inédito de António Manuel Couto Viana

ESTERTOR

Amei o meu Portugal
Dei-lhe a minha poesia
E assisto ao seu final
Dia após dia.

Não há ninguém que lhe acuda
Com verdade combatente.
Só avisto quem o iluda
Só avisto quem lhe mente.

Pobre povo, onde, a raiz
Do que foi o “nobre povo”?
Não escutes quem te diz
Que está a erguer-te de novo.

Portugal, perdeste a estrada
Do império e do brasão.
Hoje não és nada, nada…
Nem pra quem estenda a mão.

Morreu em Évora-Monte,
E a coroa ao abandono
Serviu pra cingir a fronte
Da república no trono.

Já ninguém sabe de nós
Nem nos conforta a saudade,
Calou-se a voz dos avós:
A que me foi mocidade.

António Manuel Couto Viana
(30.04.2010)
Notas:
Poema declamado pelo actor Vítor de Sousa, após a missa de corpo presente, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em 10 de Junho de 2010.
A fotografia é de Couto Viana com José Mendo em Tetuão, a 8 de Setembro de 1950.
Este perfeito e brilhante poema é o seu testamento poético, espiritual e político.

Aniversário de León Degrelle em 1998

Jantar do 82.º aniversário de Degrelle no Restaurante Botín

Rodrigo Emílio no escritório da casa de León Degrelle em Madrid.
A badana azul é do livro "Poemas de Braço ao Alto" oferecido e dedicado por Rodrigo Emílio a Degrelle.
Vale a pena ler a crónica deste dia bem como a saudação de Rodrigo Emílio a Degrelle.
Sobre Degrelle:

13.6.10

Memória de António Manuel Couto Viana por Manuel Poppe


"Memória de António Manuel Couto Viana

A morte de um poeta admirável passou quase despercebida. Certo que algumas vozes a assinalaram, discretamente. A verdade é não andar ele nas bocas do mundo – no palratório da feira das vaidades: há muito o tinham arquivado. O canibalismo, em versão silêncio, afastara-o da ribalta. Essa prática cuja justificação é a ânsia de monopolizar as atenções vinha reforçada por um argumento mesquinho: a ideologia de Couto Viana ligava-o ao antigo regime. Mas qual “ideologia”? Qual é a ideologia de um poeta? Em Veneza, Aldo Zari mostrou-me a casa onde, homiziado, habitou e morreu Ezra Pound, mudo voluntário, em carne viva. Conhecendo os motivos do isolamento - aproximação à Itália fascista - e conhecendo a grandeza da sua obra, indignei-me. A ideologia dos poetas está na poesia. É ela, são os versos, os escritos, que no-la dão. Sei lá eu das escolhas políticas de Homero, de Ésquilo! Melhor, sei – li-lhes as obras. Tal qual sei do “conservadorismo” de Dostoievski, do “miguelismo” de Tomaz de Figueiredo e tal qual sei da força revolucionária -da força que nos revolveu dentro - de ambos. O homizio e dor de Pound escandalizaram-me – e a verdade é que me aproximaram dele: fui lê-lo e relê-lo, entusiasmado. E o mesmo acontece agora: reabro e aprecio os livros de Couto Viana – um grande poeta, talvez o maior da sua geração, como sublinhava David Mourão-Ferreira, outro esquecido. Consciência dos ossos do ofício de viver, domínio da forma, até ela se apagar, coincidente com o fundo. “Vai buscar a pátria/ onde ela estiver”, escreveu Couto Viana. Não o esqueceu a pátria – esqueceram-no os ignorantes voluntários e involuntários."

Manuel Poppe
In Jornal de Notícias, p. 51. 13.06.2010

Bravo, Francisco José Viegas!

O crítico literário, de esquerda, Francisco José Viegas publicou esta nota muito verdadeira no Correio da Manhã sobre Couto Viana e a sua poesia na ocasião da morte deste grande poeta.
"Nem António Manuel Couto Viana nem a sua poesia tiveram os favores do tempo. Motivos políticos contaram muito.
Couto Viana estava do lado dos vencidos, o que - num país que vive a História da Literatura e dos criadores marcado pelo ‘complexo de esquerda’ - não ajudou. A sua morte despertou uma nostalgia brava e magoada em redor deste homem melancólico que deu uma parte da vida pelos leitores que manteve e que lhe sobrevivem. Tão poucos. Muitos não sabem que o são, porque Couto Viana escreveu fados. Mas não era um letrista. Era um poeta que conhecia o seu lugar num mundo que o ignorou deliberadamente, como uma presença incómoda. Cai sobre a sua morte um silêncio discreto, como ele quereria ou foi levado a querer. Um dia será redescoberto."

11.6.10

Candidatura de José Pinto Coelho

A surpresa do dia inesquecível de ontem, foi o anúncio da candidatura de José Pinto-Coelho a Belém.
José Pinto Coelho elencou as suas razões, o seu compromisso e os seus pontos cardiais.
Agora, todos os esforços, contribuições e apoios nesta candidatura nacionalista, começando rapidamente com a sua divulgação e a recolha das assinaturas.
Vamos a isso!

Julius Evola de Borislav Prangov

Retrato de Julius Evola da autoria de Borislav Prangov

8.6.10

10 de Junho: Oposição Nacional


10 de Junho: Convocatória

«OS MORTOS NÃO SE DISCUTEM!»
Este ano foi constituída uma Comissão Nacionalista de Homenagem aos Mortos de Portugal, para participar na pequena cerimónia organizada por ex-combatentes da Guerra do Ultramar em Belém, com início às 12 horas. Conforme nos informaram são considerados na homenagem «todos os Mortos em Serviço, em todas as situações ao longo da nossa já grande História». «Vamos deixar um ramo de flores dedicado a todos eles junto ao Monumento e será oferecido um ramo de flores à viúva do Comandante Jorge Manuel Oliveira e Carmo que, em 18 de Dezembro de 1961 morreu em combate, ao enfrentar os invasores, no comando da lancha de patrulha 'Vega'. Nessa atitude heróica tornou-se o símbolo da Vontade Irredutível de que Portugal deu sempre provas nos momentos críticos e voltará ser, de novo e em última análise, a garantia da nossa existência livre e independente tanto quanto possível».
Nós concordamos - estamos num mundo em que apenas os imbecis supõem «não haver inimigos» - só porque não têm a capacidade e a consciência de os identificar... A Comissão é apartidária, embora inclua 11 elementos do Conselho Nacional do PNR e 2 outros militantes, para além de um conjunto diverso de Nacionalistas e patriotas independentes e alguns ex-combatentes, a ela ligados na mesma intenção: criar uma onda de consciência e solidariedade em torno do Exemplo que nos deram em tempos difíceis aqueles que tombaram para que Portugal continuasse e fizesse valer o seu Interesse Nacional - que é algo que, só de ser ouvido, faz "doer a cabeça" ao Poder instalado.
Para a Comissão Nacionalista não está em causa discutir se os combates em que caíram foram «justos» ou «injustos» - o que é irrelevante, num Mundo em que “o teu Império é Mau; o meu que é bom!”. «Podemos discutir quase tudo - devemos esclarecer e fundar no Conhecimento efectivo todas as nossas opções - mas os Mortos, esses não se discutem, honram-se!».
E nós ainda podemos acrescentar: como Nacionalistas, como patriotas consequentes nunca poderíamos dizer e fazer outra coisa - nós temos uma responsabilidade especial e uma só cara. Não somos iguais aos outros. Tudo o mais é superficial, pura ignorância ou confusão mental. Esta é uma atitude essencial e com ela em absoluto nos identificamos. Preparemo-nos - nunca houve «barricadas com três lados»!

10 de Junho: Programa do Encontro Nacional de Combatentes

A Comissão Executiva do Encontro Nacional de Combatentes 2010 promove no próximo dia 10 de Junho, junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar, em Belém, Lisboa, o seu XVII Encontro Nacional.
As cerimónias que ali terão lugar têm por objectivos comemorar o Dia de Portugal e prestar homenagem, não deixando esquecer, todos aqueles que tombaram em defesa dos valores e da perenidade da Nação Portuguesa. Por esta razão, ali se reúnem sempre um tão grande número de Portugueses, não só os que foram combatentes no ex-Ultramar e os que mais recentemente serviram em missões de paz no estrangeiro, mas também todos aqueles que, amantes da nossa História e envolvidos na construção de um futuro mais próspero para a sociedade portuguesa, querem ser participantes activos nesta homenagem.
Merece especial realce este ano a exaltação da figura do Comandante Jorge Manuel Catalão de Oliveira e Carmo que, em 18 de Dezembro de 1961, “nas águas do Estado da Índia Portuguesa, revelando acrisolado amor pátrio, alta consciência do dever e elevadas virtudes militares, sacrificou gloriosa e heroicamente a sua vida em defesa da pátria”.
Também este ano será feita homenagem à figura das mães e das mulheres que, na retaguarda, são o suporte dos combatentes e se sacrificam e sofrem tanto como eles. Esta a razão para que seja a sua viúva, Senhora D. Maria do Carmo Oliveira e Carmo, a principal oradora da cerimónia, a qual estará acompanhada pela família que sempre honrou a memória deste herói.
Estarão representados entre os convidados de honra a Câmara Municipal de Lisboa, todas as Chefias Militares, o Secretário Executivo da CPLP, os militares agraciados com a Torre e Espada, os Presidentes das Associações de Combatentes e os Adidos Militares ou Culturais junto das embaixadas da CPLP. Estarão também presentes os militares que sobreviveram ao combate da lancha Vega.

O programa geral é o seguinte:
10H15 - Missa no Mosteiro dos Jerónimos (grupo coral e terno de clarins);
11H30 - Concentração junto ao Monumento;
12H00 - Abertura pelo Presidente da Comissão Executiva, Almirante Francisco Vidal Abreu;
12H04 - Evocação histórica do combate da Lancha Vega, em Diu, e da morte do seu Comandante, 2º Tenente Jorge Oliveira e Carmo, pelo VAlm. Pires Neves;
12H08 - Palavras de exaltação ao herói Cte. Oliveira e Carmo pela sua viúva, Sra. D. Maria do Carmo Oliveira e Carmo;
12H12 - Cerimónia inter-religiosa (católica e muçulmana);
12H20 - Homenagem aos mortos e deposição de coroas de flores;
12H40 - Hino Nacional (salvas por navio da Marinha Portuguesa);
12H45 - Sobrevoo de aeronaves da Força Aérea Portuguesa;
12H50 - Passagem final pelas lápides;
13H10 - Salto de Pára-quedistas;
13H25 - Almoço-convívio.

5.6.10

Crimes judaicos

"Israel: activistas foram mortos com tiros à queima-roupa

Os nove activistas turcos que morreram no assalto israelita à «Frota da Liberdade» na segunda feira foram atingidos com 30 tiros, revela o diário britânico The Guardian na edição online.
Cinco dos activistas que perderam a vida foram atingidos na cabeça a uma distância muito curta, segundo os resultados das autópsias realizadas por médicos forenses turcos e aos quais o jornal teve acesso.
O The Guardian assegura que um jovem de 19 anos, Fulkan Dogan, que tinha também nacionalidade americana, morreu depois de ser atingido por cinco tiros a menos de 45 centímetros de distância, na cara, e na parte posterior da cabeça, dois nas pernas e um nas costas."

Reichsparteitag 1938 (filme amador)

1.6.10

Israel, mais um crime eleito

Israel, estado criminoso, efectuou pela calada da noite mais um crime de guerra e um crime contra a humanidade ao assassinar vários activistas civis pró-palestinianos que defendiam o fim do bloqueio à Faixa de Gaza, num comboio de seis barcos que que compunham a “Frota da Liberdade” que transportava carga de ajuda humanitária e que foram atacados por autênticos piratas que raptaram em águas internacionais 686 passageiros de várias nacionalidades.
Vergonhosa é a atitude hipócrita de estados que apoiaram e defenderam o bloqueio a Gaza, praticado por um estado criminoso, pelo estado que mais desrespeita o Direito Internacional e as resoluções da ONU – ainda agora se recusou subscrever o Tratado de Proliferação de Armas Nucleares – que agora pedem “inquérito rápido, imparcial, credível e transparente sobre o incidente”.