31.3.07

Este sábado no Nova Frente

O mau estado estado da nação, uma síntese perfeita sobre o regime abrileiro.
Também lá estão
as calinadas do Madaíl, a Câncio; não uma mas duas vezes e tudo sobre idiotas!
Há que não esquecer os eufemismos sobre o mito da Catarina do Baleizão!

30.3.07

Rabinanços

O rabino da comunidade judaica de S. Paulo, no Brasil, Henry Sobel foi preso em Palm Beach, no estado da Flórida, na terra do Uncle Sam(uel) - pelo rapinanço de gravatas das marcas Louis Vuitton, Giorgio´s, Gucci e Giorgio Armani.
Os interessados sobre este caso policial, tipicamente anti-racista, anti-semita e nazi, podem consultar este tópico.
Se Hollywood fIzer um filme baseado neste caso, sugiro o título de Palm(ada) Beach ou O Esgravatar do Rabino
.

Vai um bilhetinho de volta?

27.3.07

Já fumega...

O Dragão promete lançar trezentas e dezasseis labaredas.
Passem pelo
Dragoscópio e verão que vamos ter uma Páscoa/Pesah... quentinha.
Não se excitem! Não tem nada a ver com fornos pois o Dragão não usa gás!

No Nova Frente

O BOS no seu melhor:A crise dos 41;Misericórdia;Abc do jornalismo à Pravda;Vencidos & vesgos.

No Manlius: a nossa desgraça (se ganhar...)

É um lugar comum dizer que uma imagem vale mais que mil palavras.
Pois o Manlius prefere não uma mas
quatro imagens. Palavras para quê?
Sarkozy será o próximo presidente da França e as fotos são a prova disso mesmo. Voilà!

N`A Voz Portalegrense: A força de um lóbi.

A força de um lóbi.
Para ler, pensar e meditar.

No Combustões

Leitura obrigatória:
a ressaca eleitoral
barriga de queijo da Serra tipo-amanteigado falante

N`O Diabo: Que “ganda” injustiça! por Walter Ventura

Que “ganda” injustiça!

Estava eu muito quentinho aqui sentado ao computador quando voz amiga me diz, via telefónica, que Salazar acabara de sair vencedor nesse concurso pacóvio e retorcido que se metera a averiguar qual o maior de todos os portugueses.
Eu cá, já aqui o disse, não votara no concursinho de D. Maria Elisa que, apesar de ter Contente no apelido, deve estar tristíssima – e se calhar, a braços com um sarilho nutrido por se ter metido em cavalarias que não conseguiu controlar a contento, passe o pleonasmo. Bem. Não votei mas foi como se votasse. Fiz batota. Ciente da aleivosia que a nossa TV andava a congeminar, deixei que outrém utilizasse o meu telefone para dar mais um votozinho a Oliveira Salazar. Acho que não foi lá muito decente mas, que querem? A corrupção chama mais corrupção e eu também tenho os meus podres.
De qualquer das formas, o resultado do concurso, apesar da forma como foi manipulado, não me tirou o sono. Qualquer que fosse o resultado, a insónia não me bateria à porta e, quando estou com pouca vontade de dormir, tenho até receita infalível: sento-me frente à televisão, de preferência ante um desses canais por cabo que passam pepineiras em sessão contínua como os “piolhos” de outrora e é trigo limpo – ao fim de cinco minutos ferro a galhada com galhardia. Bem sei que acordo todo torcido e com o espinhaço feito num oito mas a verdade é que durmo como um justo. E o espinhaço torcido, como vocências bem sabem, é coisa a que estes alegres trinta últimos anos já nos habituaram – a isso e aos sapos que devem engolir-se inteiros.
Na verdade, o que este resultado conseguiu foi espantar-me. Por um lado, contava com a mobilização maciça das gentes dessa admirável e elegantérrima senhora que dá pelo nome de D. Odete Santos. Malta que eu acreditava tanto mais mobilizável quanto maior o perigo de vencer esse tenebroso homem de Santa Comba que, como se sabe, cometeu todos os pecados mortais de que há memória. Depois, pensei cá com os meus botões, a maralha catita que votara nos noventa excluídos, na “final”, tratariam de votar útil para impedir o desastre. Dos que haviam votado Salazar na “primeira volta”, acreditei haver alguns arrependidos e outros já cansados com o esforço medonho. Depois, a retirada da possibilidade de votar via internet – não vislumbro outra razão para terem acabado com ela – afastaria um lote nada despiciendo de emigrantes para os quais a votação telefónica ficaria demasiado cara. Finalmente, como se sabe, a “defesa” coubera a um cidadão que, como teve o cuidado de lembrar, nunca foi salazarista. Pior ainda, apesar de não ter cometido erros de maior, o homem é um tanto monocórdico e a atirar para o chato e o povo, embora sereno, gosta de folclore.
A somar a tudo isto, é sabido, salvo em cabecinhas como a de D. Odete Santos e quiçá a do afamado historiador Rosas e apaniguados, não há por aí nenhum movimento de “estrema direita” – excepção feita (segundo leio na “press” local), a esse grupo em vias de desagregação que dá (ainda), pelo nome de CDS, PP ou lá o que é e aqueloutro, que quase nem chega a ser grupo, encabeçado pelo admirável senhor Manuel Monteiro. Ora, um e outro poderão ter muitos defeitos mas culpados de salazarismo, mesmo que moderado, é que eles não são. Assim, como o nosso primeiro poderá testemunhar – se é que já tem na algibeira todas as polícias e demais serviços de informação, de espiões e de bufos sortidos – não há em Portugal nenhum movimento que se aproxime das doutrinas salazaristas que os derrotados desta noite desconhecem (as doutrinas, claro), e que a maioria dos votantes também. Votos, portanto, só de gente anónima e desgarrada.
Como se chegou, então, a tão incomensurável desastre?
Pois não sei.
Mas, conforme tenho lido em jornais “de referência”, em doutos estudos assinados por cabeças do melhor que por aí há, a coisa explica-se por o bom povo andar ressabiado com a pouca vergonha que já vai muito além do adro, porque não acredita nestes políticos e porque, se não tem ainda fome, já lhe começa a faltar o pouco de manteiga que lhe lubrifique a côdea amarga.
Verdade, verdadinha, que se olharmos à volta, a tese tem pernas para andar. Isso e a certeza da probidade do velho estadista que nunca se deixou tentar, como agora tanto se vê a cada virar de esquina.

«Devo à Providência a graça de ser pobre: sem bens que valham, por muito pouco estou preso à roda da fortuna, nem falta me fizeram nunca lugares rendosos, riquezas, ostentações. E para ganhar, na modéstia a que me habituei e em que posso viver, o pão de cada dia não tenho de enredar-me na trama dos negócios ou em comprometedoras solidariedades. Sou um homem independente. Nunca tive os olhos postos em clientelas políticas nem procurei formar partido que me apoiasse mas em paga do seu apoio me definisse a orientação e os limites da acção governativa. Nunca lisonjeei os homens ou as massas, diante de quem tantos se curvam no Mundo de hoje, em subserviências que são uma hipocrisia ou uma abjecção. Se lhes defendo tenazmente os interesses, se me ocupo das reivindicações dos humildes, é pelo mérito próprio e imposição da minha consciência de governante, não por ligações partidárias ou compromissos eleitorais que me estorvem. Sou, tanto quanto se pode ser, um homem livre. Jamais empreguei o insulto ou a agressão de modo que homens dignos se considerassem impossibilitados de colaborar. No exame dos tristes períodos que nos antecederam esforcei-me sempre por demonstrar como de pouco valiam as qualidades dos homens contra a força implacável dos erros que se viam obrigados a servir. E não é minha culpa se, passados vinte anos de uma experiência luminosa, eles próprios continuam a apresentar-se como inteiramente responsáveis do anterior descalabro, visto teimarem em proclamar a bondade dos princípios e a sua correcta aplicação à Nação Portuguesa. Fui humano».
Assim disse António de Oliveira Salazar, num discurso proferido no Porto, em 1949.
E toda a gente, por mais que as televisões tentem retorcer os factos (e como, à margem do concurso, a televisão andou, durante as últimas semanas, cheia de Salazar e de Estado Novo, visto segundo a cartilha oficial do momento, na tentativa soez de conseguir resultado mais jeitoso), sabem que esta é a verdade.
Triste – e essa uma das razões por que me recusei entrar neste carnaval – é ver Salazar quase ao lado de Cunhal. O Homem que defendeu Portugal no seu todo, na continuidade da sua História, a dividir votos com essa figura patética que queria não só retalhá-lo como entregar, aos seus senhores cada parcela sagrada da Pátria. E imagino o que se terá dito sem corar, nesta noite tão aziaga, por parte daqueles que saudando a História, a Epopeia e sei lá mais o quê, achavam que Salazar deveria perder para os tartufos que sempre se bateram contra a Nação e a sua História mas que, da boca para fora, consideram coisa muitíssimo importante.
Walter Ventura
In O Diabo, n.º 1577, pág. 18, 27.03.2007

GP 41%: relação dos artigos na imprensa

Eis a relação dos artigos publicados na imprensa. É só rir!!!
Correio da Manhã:
65.290 votam em Salazar
Salazar é o Grande Português
Diário Digital:
Salazar vence «Grandes Portugueses» na RTP1
BE exige explicações à RTP por «farsa» que «entronizou» Salazar
Diário de Notícias:
Comunistas e bloquistas revoltados com a RTP
O ano zero do neo-salazarismo
Salazar e a Eur Ota
Salazar, mito e saudade
António Barreto e António Salazar
Salazar e Lúcia reunidos na RTP
O passado revisitado
Cortem-lhe a cabeça
Jornal de Notícias:
Espectadores da RTP elegem ditador Salazar o maior português de sempre
Um pequeno sinal de protesto político
Portugal Diário:
Salazar, o bom ou o mau?
«É assim que as ditaduras surgem»
«Há indícios de que alguma coisa está para mudar»
Salazar é mesmo o melhor?
Salazar é o «Grande Português»

26.3.07

GP 41%


Eis a relação dos comentários - dos nazis/fascistas/salazaristas/xenófobos/racistas que votaram em Salazar - a respeito da vitória estrondosa de Salazar e do espectáculo hilariante que foi o último Grandes Portugueses.
Uma noite em que já não me ria tanto à custa desta gentinha ridícula. Obrigado, malta.
Alma Pátria

Post-Scriptum: Tudo somado, dá o resultado de 41%! São 65 290 votos do total de menos de 160 mil votantes.

Grandes Portugueses: dúvidas

Será que a D. Odete vai apresentar um requerimento no Tribunal Constitucional e pedir que o concurso seja declarado nulo porque "a apologia do fascismo é proibida pela Constituição"?
Querem ver que a D. Elisa vai parar a tribunal acusada de defender e propagandear o fascismo e nós seremos arrolados como testemunhas de defesa?
Aguardam-se os próximos desenvolvimentos... democráticos.

Toma lá que é democrático: 41%

Contra todas as tentativas de manipulação, contra as sondagens de última hora e contra o seu próprio "defensor", Jaime Nogueira Pinto, o resultado foi de 41%!

Salazar visto por Jaime Nogueira Pinto

QUE NUNCA TENHAMOS DE O CHORAR

Nunca fui um salazarista, pelo menos na acepção corrente do termo. Cumpre explicar porquê, pois adivinho laivos de escândalo nalguns, e acrescentar, que talvez venha um dia a sê-lo. Não posso dizer que fui salazarista na medida em que não fui, nem sou incondicional de ninguém. Só da minha Fé e das minhas Ideias. De Deus e dos Valores. E se é bom guardar a lucidez e o espírito crítico perante os grandes deste mundo, tenho uma certa pena por não ter sentido aquela devoção cega a um Chefe, a dádiva sem limites, a gloriosa loucura da abdicação de nós, que faz as grandes fidelidades, os grandes e silenciosos sacrifícios.
Posto isto, traçadas que são as fronteiras e situações, não tenho dúvidas em falar dum Homem que vi pela primeira vez no dia da sua morte e a quem então beijei as mãos; e falar, dizendo um pouco do muito de que deveria ser dito, sem pretender fazer análises, mas apenas, com humildade e respeito, dar testemunho.
Salazar é para mim e para os da minha geração (os que pensamos, cremos e queremos por igual medida) nascidos depois da Segunda Guerra, formados nos anos sessenta quando a Europa e o Ocidente, se arrependeram e culparam do melhor que foram, o Homem das apostas contra a Decadência, da Vontade inflexível perante os factos, ao serviço constante da Verdade. É Vida. Exemplo. Raiz. Deus, as Pátrias, os outros homens assim: que vivam para os seu ministério, a privarem-se das coisas que para o comum (e não só) importam: um Lar, uma Família, Filhos, bens palpáveis, pequenas ou grandes não interessa, mas de sua pertença exclusiva, afectos certos, que são nossos, se fazem e se perpetuam, que são esperança, e depois razão, e depois vínculo, e continuidade, só nossos, por um certo tempo e num certo espaço. Ele a tudo isto renunciou. Confundindo-se num dado instante com sua Missão e Serviço, com o Poder e o Estado, renunciou a tudo, ganhando tudo. Escolheu, como grande que era, senhor de sua vida e de seu Futuro. E as opções são difíceis, não pelo que se segue, mas pelo que se deixa para trás...
Há tanto de singular neste Homem: a coerência, a fidelidade, a si e suas ideias, o sentido da hierarquia e da permanência, o modo sóbrio, o querer inquebrantável. Na Grécia seria talvez um Sábio, em Roma um cidadão dos que geriam a República até ao fim dos dias, se abriam as veias perante a iniquidade do Príncipe; na Idade Média a meditar sobre a História de Deus ou, chanceler zeloso do Bem Comum, a exorcizar maus sacerdotes. Um grande na Renascença, obscuro em Setecentos; e não o vejo senão no seu Vale de Lobos no «estúpido século XIX».
Mas a Providência deu-o a nós, em nosso Tempo. Penso, com Huxley, que as coisas mais importantes são a Graça e a Predestinação. E aí conta para mim (e hoje para quase todos...) o Salazar de Abril de 61, o Salazar da Resistência, o Salazar imperturbável perante a imensidade dos obstáculos e dos trabalhos. Lembro-me, da noite em que em breves palavras nos explicou porque íamos fazer a guerra, porque íamos para um tempo de sangue e lágrimas: Angola.
E Angola para além da tragédia concreta era um símbolo do que de maior tem o País e a gente. Era o Bojador, as Tormentas, a Índia, a História, o Sangue, o Império, o Futuro. Angola era um desafio, uma encruzilhada. Chegava o nosso tempo. Éramos postos à prova. Éramos livres de partir ou ficar. De perder ou sair vitoriosos. Ele não hesitava. Era um Homem de Deus que pode significar ser um Homem de Estado, na mais nobre e grande acepção. Falou o que era preciso e como era preciso. Sem dramatizar nem minimizar. Foi, como diria o Pessoa, o Homem-Média, a soma de nós todos e dos melhores. Alma da Raça. Intérprete e íamos ficar criados.
A grandeza daquele velho, que sabia pôr em pé um Povo, que sabia tocar clarim, que sabia traduzir as Razões por que os outros podem e devem morrer. E eu, que tinha quinze anos e admirava os condottieris que arriscavam fisicamente a pele, os grandes chefes de guerra e aventura que morrem jovens e em combate e são enterrados à luz de archotes, compreendi que se pode ser Herói aos setenta anos, num gabinete de trabalho, em silêncio, entre papéis e livros, ensinando a boa administração, a viver habitualmente.
E talvez devo-o a Salazar. Como lhe devo o reforço da convicção que sempre tive de ser a Verdade uma categoria independente do tempo, do lugar, dos números, dos votos, das opiniões, das penas, dos riscos, da morte! E ter preservado esta terra, mantendo-a grande e partida pelo mundo.
E este orgulho em ser Português, em pertencer aos únicos que desafiaram e venceram a ofensiva dos ventos da História, e uma herança que temos oportunidade de conservar e dar aos nossos filhos, uma Nação plena de espaços e aventura, onde a vida ainda não é contabilizada e planificada à maneira dum corpo sem vontade ou alma.
Era um grande senhor, duma estirpe que vai sendo rara. Tinha a consciência da Razão de Estado, do Poder como coisa rara, que vem de Deus e só a Ele, a cada instante, e na hora última se deve dar contas. Que não pode ser profanado, nem malbaratado, nem estar à mercê da rua, dos grupos de interesses, dos fluxos da opinião. Sabia que governar não era agradar mas servir. Não descia ao povo, não o adulava (nem aos poderosos, aliás...) não o cultivava. Mas o Povo compreendia-o, guardava-lhe respeito e amor, e, mais, para o fim, uma grande ternura; não o culpava dos males e erros que em seu tempo, como em todos houve, e que foram graves. Porque todo o humano tem limites, até o génio.
Salazar morreu numa manhã de Verão, dum dia de sol que foi belo e ele já quase não viu. A essa hora em Angola, em Moçambique, na Guiné, os Portugueses batiam-se pelo que ele se bateu e mostrou ser mais importante que a vida de cada um. No décimo ano da Defesa, tínhamos vencido, graças à sua Acção, o pior inimigo: a Dúvida.
Creio que, como nos ensinou tão bem, não devemos chorá-lo. Eu sou contra os elogios fúnebres e tal, por paradoxo que pareça, é uma das razões porque escrevo sobre Salazar.
Ele vive agora entre nós, em sua Obra. Ele vive em suas Palavras e seus Actos, que aqui estão e hão-de ficar, se formos dignos deles e os soubermos preservar.
Só devemos chorar os mortos se os não merecermos. Só devemos chorar Salazar, se por nosso desânimo, medo, fraqueza, inércia, por nossa culpa, Portugal for mais pequeno que o que nos legou; se o erro, a mentira, o oportunismo, a decadência, a abdicação triunfarem; se a integridade da soberania for atingida e, se a Nação perecer, então sim, devemos chorar o Homem, porque lhe desbaratámos a Obra, e viveu e morreu em vão.
Mas tal não há-de suceder. Agora que ele se foi definitivamente, o Futuro de todos pertence mais a cada um. Tomemos pois em nossas mãos o que ficou, o que é bom e merece amor. E vamos amar mais e querer com mais força o que está por fazer. E vamos continuá-lo. E merecê-lo. Para que nunca tenhamos de o chorar.

Jaime Nogueira Pinto
In Política, n.º 14/15, 15/30.07.1971, pág. 3.
In "Para um retrato de Salazar – Breve In Memoriam", Lisboa, Festa do Natal de Cristo, 1971, págs., 59 a 64.

24.3.07

Florentine Rost Van Tonningen: Presente!


A única referência numa publicação portuguesa deve-se à revista Justiça & Liberdade, n.º 4, 1998, onde foi publicada uma entrevista a esta extraordinária Senhora nacional-socialista e holandesa, falecida hoje.
Vêmo-la junto da campa de seu irmão - num cemitério alemão de guerra, situado em Ysselsteyn, no sudoeste da Holanda -, o primeiro holandês a oferecer-se como voluntário para as SS.

23.3.07

No Horizonte: o diário secreto do Eng.º

O Horizonte revela em primeira mão - uma grande surpresa - o diário secreto do Engenheiro, onde este põe a nu os seus mais secretos, íntimos e fundos pensamentos e reflexões bem como a influência de Salazar no seu pensamento e na acção.
Uma peça notável!

No Nova Frente: Maria Elisa anti-fascista

O BOS dá azo ao seu último grande trabalho de investigação jornalística e histórica.
Maria Elisa na Costa da Caparica assume a posição (de)missionária anti-colonialista.
Vale(u) bem a pena. Oh, se vale(u)!
Elisa-ué, Elisa-uá!

Reis Torgal contra a vitória de Salazar no Grandes Portugueses

O Público, na sua edição online de hoje, faz referência a um artigo do historiador Reis Torgal, o mesmo que anda a tentar convencer a Câmara Municipal de Santa Comba Dão de desistir rapidamente e em força do Museu Salazar.
Nesse artigo publicado no Diário de Coimbra, Reis Torgal faz uma profissão de fé anti-salazarista e democrática, coisas de um investigador do calibre do dr. Torgal.
Leiam porque é de rir.

21.3.07

A/C: todos os antifascistas


O Diário de Notícias publica hoje um texto intitulado "Salazar foi um bom homem que olhou por nós".
Alerto todos os antifascistas que é imperioso evitar a vitória de Salazar no concurso "Os grandes portugueses", o tal que era para ser de mero entretimento e que provocou muita insónia, dores de cabeça, mal-estar, desespero, ataques de democratite e demais efeitos secundários, todos de cariz nervoso.
Entretanto, sugiro que o jornal, o editor e o autor do artigo sejam condenados ao abrigo da lei-antifascista.

No Nova Frente: Óbidos de mercador

Como não podia deixar de ser o BOS não fez óbidos de mercador e ouviu o pedido do Pedro Guedes.
Como bónus, temos uma balada.

Manlius: recordando François Duprat

No Manlius: recordando François Duprat.

O Triunfo da Vontade visto por Bénard da Costa

Der Triumph Des Willens / 1935
O Triunfo da Vontade

O Triunfo da Vontade
Um filme de Leni Riefensthal

Der Triumph Des Willens só uma vez passou em Portugal, no Outono passado na Cinemateca. Antes de 1945, não foi exibido por desinteresse dos exibidores e distribuidores e por relutância da censura que tinha instruções para proibir filmes que puxassem demais para Deus ou para o Diabo, fosse qual fosse a identificação deles com os blocos em guerra latente ou guerra declarada. Depois de 1945, ninguém se atreveu (se se atrevesse, a censura também não deixava). A partir dos anos 60, quando os ânimos estavam mais serenados, não houve ânimo para mandar vir uma cópia. Depois de 1980, a Cinemateca tentou e tentou muitas vezes. Mas ainda existe na Alemanha, uma lei que proíbe aos Arquivos a cedência do filme para o estrangeiro, a não ser devidamente acompanhado e com garantias de que a sessão se destina exclusivamente a historiadores. Como sempre me repugnou exibir filmes com portas fechadas, nunca aceitei a limitação. Limitação que também vem de Leni Riefensthal, que conserva todos os direitos sobre o filme e, apesar dos seus 91 anos, zela vigilantemente sobre o uso da cópias. Sempre que lhe cheira a política recusa. Mas, pela segunda vez no espaço de um ano, a Cinemateca de Viena emprestou a magnífica cópia que vamos ver. Não é a versão integral com 2 horas e 20 que se estreou em 1935 (faltam-lhe 35 minutos). Mas também não é a versão de 40 minutos que é normalmente a mais exibida e a cópia é em 35mm e não em 16mm como a maioria das que circulam. Passo, agora à história do filme, antes de ir ao filme na história.
Leni Riefensthal nasceu a 22 de Agosto de 1902, em Berlim. Estudou pintura e depois dança e como bailarina obteve os primeiros sucessos e a primeira fama em 1924. em 1926, Arnold Fanck – realizador dos chamados “filmes de montanha”, antes de ser um nome proeminente entre os nazis – convidou-a para protagonista do seu Der Heilige Berg onde ele dançava uma expressionista “Dança do Mar”. De 1927 a 1931, apareceu em mais seis filmes, desde uma versão da história de Mayerling (Vertsera, 1928) a muitos mais filmes de montanha. Um acidente cortou-lhe a carreira de bailarina e levou-a para a de realizador. Em 1931, fundou uma companhia de produção própria e com Arnold Fanck co-dirigiu o belíssimo Der Blaue Licht (A Luz Azul) que a Cinemateca deu a ver no grande Ciclo de Cinema Alemão organizado em 1981. O filme foi, à época, um enorme sucesso e ninguém notou, no ano da sua estreia (1932) qualquer parentesco com a ideologia nazi. E Leni Riefensthal acusou muito menos a influência de Fanck do que a do seu co-argumentista: o famoso teórico húngaro Bela Balasz, um dos críticos mais influentes no anos 30 e 40. A Balasz deveu ela a descoberta de Potemkine e do cinema russo e o fascínio pelas teorias de Eisenstein, e sobretudo pelas suas célebres teses sobre a montagem (a montagem dialéctica).
Por mais estranho que possa parecer (mas hoje e com a dupla exibição de ambos os filmes até se percebe melhor) foi em conversas sobre Eisenstein e Potemkine que chamou a atenção de Goebbels, para quem o filme do couraçado era o exemplo cimeiro dos filmes de propaganda com que sonhava. Goebbels apresentou-a a Hitler e, em 1933, pouco depois da chegada dos nazis ao poder, Hitler nomeou-a “Expertfilm” no Partido Nazi. Em 1933 Leni Riefensthal dirigiu a curta-metragem Sieg Das Glaubens (Vitória da Fé). A 3 de Dezembro desse ano, o correspondente do Observer em Berlim, escreveu: “O Chanceler Hitler e todo o governo alemão, incluindo o General Goering, assistiram, ontem à noite, à estreia mundial do filme A Vitória da Fé sobre o Congresso Nazi de Setembro passado em Nuremberg. O filme é uma longa apoteose do espírito de César, com o Senhor Hitler a representar o papel de César, e as tropas o papel dos escravos romanos. É de esperar que este filme venha a ser exibido em todos os cinemas fora da Alemanha, se se quiser perceber o inebriante estado de espírito (“the intoxicating spirit”) que presentemente se vive na Alemanha. No fim da sessão, o Senhor Hitler deu a Leni Riefensthal um ramo de flores”.
Em 1934, Leni Riefensthal fez novo filme de propaganda Tag Der Freiheit (Dia da Liberdade) à glória da Wehrmacht. Hitler voltou a gostar muito e nesse mesmo ano encomendou-lhe uma longa-metragem sobre o Congresso marcado para os primeiros dias de Setembro em Nuremberg. O velho Marechal Hindenburg que, como Presidente da República, convidara Hitler a formar governo em Janeiro de 33, tinha morrido poucos meses antes deixando vago para Hitler o topo do estado (no filme, vê-se e ouve-se Hess a homenageá-lo e a homenagear nele, em sábia apropriação, “todos os nossos camaradas mortos”). A 30 de Junho tinha ocorrido a célebre “noite das facas longas” em que a facção nazi do Capitão Roehm fora dizimada. Desaparecidos “os inimigos internos” (de “direita” ou de “esquerda”) era a hora de mostrar a total unidade do Partido e a sua total obediência ao Führer. Era a hora de dar a ver os impressionantes números da eleição de Agosto de 1934: 95% de eleitores inscritos, ou seja 42 milhões de alemães, foram às urnas. 38 milhões (90 por cento) deram todo o poder a Hitler. Só 5% (cerca de 4 milhões) votou contra.
Nuremberg tinha que ser a apoteose. E essa apoteose tinha de ser encenada (filmada) por forma a esmagar quem quer fosse que duvidasse do “triunfo da vontade”. Da concepção cénica se encarregou Albert Speer, o célebre arquitecto de Hitler. Da concepção fílmica, Leni Riefensthal. A um e a outro foram dados todos os meios e todo o dinheiro.
Leni Riefensthal teve sob as suas ordens 120 técnicos e 30 câmaras de cinema e diz-se que o material impressionado correspondia a 36 horas de filme, (600.000 metros). Montar e organizar esse material foi para ela, como sempre disse, trabalho muito mais ciclópico do que o das imagens. Porque neste filme, aparentemente documental (ou, melhor dizendo, que devia ter a aparência de um documentário), tudo é rigorosamente construído. O programa deste filme (apetecia dizer o seu guião) está contido em dois discursos. Um é a passagem retida do discurso de Goebbels. Que diz ele? Isto: “Que nunca se extinga a chama ardente do nosso entusiasmo. Só essa chama pode iluminar e aquecer a criativa arte da moderna propaganda política. Vinda da profundidade da alma do povo, essa arte deve sempre voltar a ela e retirar dela o seu poder. O poder que se funda nas armas pode ser bom. Mas é sempre melhor e mais gratificante o poder que se ganha conquistando a alma do povo e convertendo-a”. A outra passagem é a da proclamação de Hitler lida, pouco antes, pelo gauleiter da Baviera, Adolf Wagner: «Não há revolução permanente que não conduza à anarquia. Tal como o mundo não pode viver sempre em guerra, as nações não podem viver sempre em revolução. Nada de grande nesta terra, nada que tenha durado e dominado durante milénios, foi construído em poucas décadas. Quanto mais alta é uma árvore, maior foi o tempo que demorou a crescer. Tudo o que precisa de séculos para se impor, precisará de séculos para se fortalecer. Agora começa a forma de vida que moldará a Alemanha nos próximos mil anos. Não haverá outra revolução na Alemanha nos próximos mil anos”.
É sobre gente que acreditava tais coisas e para gente que devia acreditar em tais coisas que Leni Riefensthal construiu o seu filme. Ele devia ser, acima de tudo, uma peça da nova arte de que fala Goebbels, essa que devia conquistar, para sempre, o coração do povo.
Por isso, tudo, em Der Triumph Des Willens (incluindo o próprio Hitler) está subordinado à encenação. Não foi para decisões políticas, nem mesmo por razões políticas, que uma tal multidão se reuniu em Nuremberg. Se aquelas centenas de milhares de pessoas estão ali, é porque ali se ia fazer um filme. Como escreveu Marshal Lewis “parece até que o grande estádio de Nuremberg e que os enormes auditórios só foram construídos para que as câmaras se pudessem mover neles.”
Na aparência, Der Triumph Des Willens é o registo dos seis dias do 6.º Congresso do Partido Nazi. Na realidade, é a ficção de um gigantesco estúdio de cinema, onde se reconstruiu uma cidade (Nuremberg) onde se agrupam centenas de milhares de figurantes, onde se reuniu um cast de vinte ou trinta “intérpretes de luxo” e onde se ilumina “the biggest star”: Adolf Hitler.
O portento deste filme – e de outros de Leni Riefensthal – é que estas duas ordens de imaginário se fundem em completa harmonia, por forma a que o espectador nunca se interrogue onde começa uma e onde acaba outra.
Nos filmes “clássicos”, quando um espectador demasiado se identificava, era costume haver outro – mais distante – que lhe recordava que o que ele estava a ver era só um filme. Em Der Triumph Des Willens (e daí todas as reacções que suscitou e suscita) ninguém se deixa convencer que seja só isso. E, no entanto, mais do que em todos os outros, ele é exactamente isso. O maior paradoxo de Der Triumph Des Willens é o de, sendo o filme mais filme, ser também o que mais suscita todas as instâncias do real. O maior paradoxo e a maior grandeza.

João Bénard da Costa

Realização: Leni Riefensthal / Fotografia: Sepp Allgeier, Karl Attenberger e Werner Bohne / Direcção Técnica: Walter Traut / Supervisão Arquitectónica: Albert Speer / Direcção Musical: Herbert Windt / Música: Herbert Windt e excertos de Wagner (Prelúdio da ópera “Os Mestres Cantores de Nuremberga», “Idílio de Siegfried” da obra “Siegfried”) e de canções e hinos nazis (“Horst Wessel”, Ich hatte ein Kamerad”) / Montagem: Leni Riefensthal / Discursos ou intervenções (por ordem de aparição): Rudolf Hess, Wagner, Rosenberg, Dietrich, Todt, Reinhardt, Darré, Streicher, Ley, Frank, Goebbels, Hierl, von Schirach e Adolf Hitler.

Produção: NSDAP (Partido NacionalSocialista dos Trabalhadores Alemães) / Cópia: do Ostereichs FilmMuseum (Viena), 35mm, preto e branco, sem legendas (legendagem electrónica em português) / Duração: 105 minutos / Duração da versão original: 140 minutos / Estreia mundial: Berlim, 7 de Março de 1935 / Inédito comercialmente em Portugal / Apresentado pela primeira vez em Portugal, pela Cinemateca Portuguesa a 28 de Setembro de 1993.


***

Texto de apresentação feito para o ciclo “100 filmes + 78”, organizado pela Cinemateca Portuguesa.
O filme foi apresentado pela segunda vez a 26 de Abril de 1994.



13.3.07

Mircea Eliade na imprensa portuguesa


Referências ao centenário do nascimento de Mircea Eliade na imprensa portuguesa:
RTP - Escritor romeno Mircea Eliade nasceu há 100 anos

Correio da Manhã - Mircea Eliade faria amanhã cem anos
Jornal de Notícias - Mircea Eliade centenário

Centenário do nascimento de Mircea Eliade

Mircea Eliade (1907-1986)

Um grande escritor e filósofo, ensaísta e historiador, de nacionalidade romena, faria hoje cem anos, aquele que foi o Adido cultural da Roménia em Lisboa, entre 1941 e 1944.
Profundo conhecedor da Cultura portuguesa e de clássicos portugueses como Sá de Miranda, Eça de Queiroz e Camões - sobre quem queria escrever um livro -. Durante a sua permanência em Portugal escreve dois livros: "Os Romenos, Latinos do Oriente" e "Salazar e a Revolução Portuguesa" onde, no último, defendia que o general Antonescu se devia inspirar no exemplo de Salazar.

Escreve o "Diário Português", sobre a sua estadia em Portugal.
Foi simpatizante do movimento fascista romeno, Guarda de Ferro, chefiado por Corneliu Zelea Codreanu.
Foi pioneiro no estudo sistemático da história das religiões do mundo.
Depois de receber a licenciatura em Filosofia na Universidade de Bucareste, em 1928, viajou para a Índia, onde viverá até 1931.
Regressou à Roménia e completou o seu doutoramento, em 1933, com a dissertação Yoga: Essai sur les origines de la mystique indienne. Nomeado professor assistente em Bucareste, entre 1933 e 1939. No início da Segunda Guerra Mundial, foi enviado como adido cultural para Londres e depois para Lisboa. Em 1945, exilou-se em Paris e deu aulas na Universidade da Sorbonne.
Morreu, aos 79 anos, em Chicago, nos Estados Unidos, onde se fixou em 1958 e se naturalizou.
Para um melhor conhecimento da sua vida e obras, recomendo a leitura de "A Provação do Labirinto".

Bibliografia de Mircea Eliade em português