31.7.09

Crítica de Urbano Tavares Rodrigues ao livro: Que é que eu tenho, Maria Arnalda? de Couto Viana

O talento narrativo de António Manuel Couto Viana, a beleza e o rigor da sua escrita, a sua vastíssima cultura, o esplendor da sua ironia estão sempre presentes neste saborosíssimo livro de contos, que ele próprio, no título, define como pícaros. E são-no, de facto não tanto pela sujeição às regras da picaresca espanhola – a itinerança, a condição servil do narrador e o seu despojo vocabular, na esteira do Lazarillo ou do Gusmán de Alfarache, mas essencialmente no burlesco, no grotesco, na soltura verbal em que prima.
Fabulosos contos que nos põem a rir às escâncaras e em que admiramos mais uma vez o profundo conhecimento que o autor tem da sua «cidadezinha» (Viana do Castelo) e dos costumes, pechas, fraquezas das suas gentes.
A maioria dos contos situa-se ou na transição da monarquia para a república ou na primeira metade do séc. XX e mostra-nos as manias e as «partidas» de senhoras da decorosa burguesia e as figuras dos tolos, maníacos, doidos da aldeia, vítimas da sua ingenuidade em cenas por vezes delirantes de comicidade como a dos cornos do pretendente a maçon ou a do maluquinho dos comboios. Não se esquece mais a caganeira do chefe de Estado e sua digníssima esposa depois de ingerirem no banquete oficial que a cidadezinha lhes oferece os gostosos «badamecos» cujo segredo é uma substância cuja receita as suas criadoras não divulgam e que, desde que se carregue a dose, pode ter efeito laxante.
O all right de satisfação erótica de Hermengarda de Fermentelos e do Nuninho das bonecas, as andanças dos velhos Ford Anglia, trocados, esquecidos, roubados, pelas ruas de Lisboa e pelas esquadras de polícia, as peripécias do enterro do «Côdeas» e as manigâncias do Toninho, tudo neste livro ressume graça e poder inventivo, mas a mais assombrosa história que atinge o auge do inesperado burlesco, é de facto essa obra-prima do conto inimaginável
Que é que eu tenho, Maria Arnalda?
A coroa de glória do António Manuel Couto Viana contista. Um texto de antologia, que fica na literatura portuguesa.
O poeta, o ensaísta, o dramaturgo, o encenador de múltiplos talentos, é um ficcionista de primeira linha.

Urbano Tavares Rodrigues
2009

30.7.09

Livro: O Santo Condestável D. Nuno Álvares Pereira de José Carvalho

A Via Occidentalis editou O Santo Condestável D. Nuno Álvares Pereira da autoria de José Carvalho, com o prefácio do Bispo do Porto, D. Manuel Clemente, bem como a Nota Pastoral do Episcopado Português sobre a Canonização. Ao longo das 114 páginas encontram-se variadíssimas ilustrações a cores e a preto e branco. PVP - 18,90€

24.7.09

Livro: São Nuno de Portugal do Padre Januário dos Santos


Dado à estampa pela Editorial Missões, de Cucujães, da autoria do Padre Januário dos Santos, profusamente ilustrado por Agonia Sampaio e com várias fotografias ao longo das 192 páginas publicadas em Novembro de 2008.
O pedido deve ser feito para:

Editorial Missões
Apartado 40
3721-908 Cucujães

Telefone - 256 899 170

23.7.09

Livro: Lugares Mágicos de Portugal de Paulo Pereira



Livro interessante dado à estampa pela Temas e Debates/Círculo de Leitores que, ao longo das 246 páginas, nos dá informações e análises curiosas sobre diversos monumentos como o Mosteiro da Batalha, o Convento do Carmo ou o Mosteiro de Alcobaça não esquecendo a tumulária de D. Pedro e Inês de Castro. PVP: 25€.

22.7.09

O que é a democracia

"Segundo Aristóteles: o regime em que a multidão erguida em tirano se deixa dominar por alguns declamadores. A definição é eternamente verdadeira, mas talvez mais frisante e sem dúvida mais pitoresca, é a daquele ironista estudante de Coimbra, num acto de direito político: - é a forma de governo implantada pelos revolucionários civis, entendendo-se por revolucionário civil todo o patife e todo o malandro que arrisca a pele das costas para alargar a pele da barriga."
In Ordem Nova, n.º 2, Abril de 1926, pág. 58.

21.7.09

Livro: Novos Cátaros para Montségur de Saint-Loup



Em Novembro de 2003, a Hugin Editores publicou uma das grandes obras de Saint-Loup. São 304 páginas de uma intensa, apaixonante e dramática leitura.

Magnífica apresentação de Pierre Vial sobre Saint-Loup, as suas obras, em particular, Novos Cátaros para Montségur.






20.7.09

Revista: Tierra y Pueblo n.º 20/21

Já está à venda o número duplo (20-21) da magnífica revista espanhola Tierra y Pueblo.
Conta com as colaborações - entre outras - de Enrique Ravello, Juan Gilabert, Gabriele Adinolfi, Pierre Vial, Pierre Krebs, Jean Haudry e de Miguel Ângelo Jardim ("O nacionalismo português no século XXI") e ainda uma crónica sobre a Universidade de Verão, em Lisboa, da Terra e Povo - Portugal.

15.7.09

Livro: Almada Dixit de João Furtado Coelho



Editado pela Livros Horizonte, Almada Dixit, é um verdadeiro diccionário sobre vários temas e pensamentos recorrentes da obra de José Alma Negreiros. Começa na letra A com Acção e finaliza com a letra Z de Zeus.
Esta excelente obra tem um prefácio de José Augusto França, uma apresentação e quatro interessantes apostilhas do organizador do volume de 302 páginas pelo preço de 23,10€: Agostinho de Campos e Almada; Antonin Artaud, Almada, Carl Sagan - Suástica, Savástica, etc., e tal; A Bandeira de Lisboa e as demais Cidades Portuguesas; Aquela República.

14.7.09

Apagar a memória histórica


Ao abrigo da (fora-de) lei de Memória Histórica, o Ayuntamiento (correspondente à nossa Câmara Municipal) de Pollensa, na ilha de Palma de Mallorca, prepara-se para retirar a pedra monumental que se encontra no aérodromo de Port de Pollensa por ter gravada em alemão a frase: "Caídos pela liberdade da Espanha lutando contra o bolchevismo. Os pilotos navais..." seguindo-se a lista dos treze aviadores e combatentes da Legião Condor.
Em nome da Memória Histórica apagam-se... os vestígios históricos e a História!

13.7.09

Revista Serga: Voluntarios portugueses en la División Azul de Francisco Gragera e Daniel Infantes

A revista espanhola Serga, publicação da Libreria Almena, editou no seu n.º 57 este interessante artigo sobre a quase desconhecida legião de voluntários portugueses que combateu na guerra civil espanhola e que mais tarde se alistou na Divisão Azul espanhola para combater na segunda guerra mundial contra o comunismo.

7.7.09

Livro: Nuno Álvares Pereira de Jaime Nogueira Pinto

Está à venda (23€) o último livro assinado por Jaime Nogueira Pinto, Nuno Álvares Pereira, editado pela Esfera dos Livros.
São 304 páginas das quais destaco as últimas sete referentes à bibliografia do livro da qual o autor, conhecido professor universitário e investigador, abdicou de citar as fontes em rodapé ou no final da obra.
Tem dois cadernos de oito páginas com interessantes e conhecidas fotografias.

6.7.09

A I Universidade de Verão da Terra e Povo

Jornada magnífica na qual tive o prazer de estar presente. Primorosa e cuidadamente organizada foi merecedora das palavras de Pierre Vial ao afirmar que Portugal faz parte do roteiro obrigatório do movimento identitário europeu.
Todas as palestras tiveram interesse e debate reflectindo assim a dinâmica colocada neste encontro internacional provando que o projecto europeu da Terra e Povo é serio e dinâmico na sua vertente de combate cultural em que todos os interessados deverão participar.

Livro: Que é que eu tenho, Maria Arnalda? por Couto Viana

Pela mão da editora Opera Omnia, Couto Viana editou, no mês passado, este volumeto de dez contos em 142 páginas.