27.1.11

Livro: Estória do Condestável de Germão Galharde



"Um Condestável, enquanto cavaleiro, ao serviço da milícia cristã. Para um estudo sistemático da edição princeps da Estória de D. Nuno Álvares Pereira (Lisboa, 1526) - estudo introdutório por Manuel Cadafaz de Matos."
"Uma parte substantiva do presente trabalho foi redigida durante o ano de 1987 quando preparámos (e teve edição pela Universidade de Coimbra, na Revista de História das Ideias, vol. 9, T. III, em homenagem ao Prof. J. S. da Silva Dias) o nosso estudo "Mircea Eliade entre o complexo de Inês de Castro e Maria Teles."
N.º de páginas - 250.
P.V.P. - 23,32€.

24.1.11

Hoje: Conviver com António Manuel Couto Viana - Homenagem com Saudade


A Sociedade Histórica da Independência de Portugal vai realizar na próxima segunda-feira, dia 24 de Janeiro de 2011, às 17h30, no Palácio da Independência (Largo de S. Domingo, em Lisboa) uma Sessão de Poesia com vários amigos/poetas de António Manuel Couto Viana, recentemente desaparecido.


PROGRAMA

Nota biográfica, por Orlando Fernandes

A morte é a curva da estrada - Dedicatória/mensagem -
Com os meus botões - O Pai do meu Natal
por Roberto Ferreira Durão

Alguns excertos da obra
Os despautérios do Padre Libório
por Ana Briz

Intróito - Ainda não - Um Cântico de Dor e Exaltação - Ser Poeta
por Joaquim Evónio

Comício - Para Hoje
por João Abel da Fonseca

Contarelo – Exortação - Mocidade Portuguesa - Couto Viana
por Eugénio Ribeiro Rosa

88.º aniversário natalício de António Manuel Couto Viana

De e sobre António Manuel Couto Viana

Couto Viana homenageado pela Biblioteca Nacional
Homenagem a António Manuel Couto Viana
Visão: António Manuel Couto Viana
Couto Viana, o voto de pesar e a troca de correspondência entre José Campos e Sousa e Pedro Mexia
Couto Viana analisado por Nassalete Miranda
Couto Viana n`O Diabo
António Manuel Couto Viana – Breve evocação de António José de Brito
No adeus a Couto Viana de Cláudio Lima
28 de Maio, poema inédito de António Manuel Couto Viana
António M. Couto Viana (1923-2010) (E)vocação literária, de António Carlos Cortez
Aquela morte naquele dia, poema de António Manuel Couto Viana
As minhas memórias de Couto Viana por Alberto de Araújo Lima Couto Viana censurado na Assembleia da República!
De Profundis, poema de António Manuel Couto Viana
Portugal, poema de António Manuel Couto Viana

21.1.11

88.º aniversário natalício de António Manuel Couto Viana



A Câmara Municipal de Viana do Castelo vai prestar homenagem a António Manuel Couto Viana, na comemoração do 88.º aniversário do seu nascimento. O ensaísta, encenador, tradutor, poeta e dramaturgo, que nasceu em Viana do Castelo em Janeiro de 1923 e faleceu no passado mês de Junho de 2010, vai ser homenageado com a sessão de lançamento do livro “Tens visto Antão? Contos pícaros e outros não” e com a estreia da peça “Era uma Vez um Dragão”, a centésima produção do Centro Dramático de Viana.
A homenagem tem início pelas 18h00 do dia 24 de Janeiro com o lançamento do livro “Tens visto Antão? Contos pícaros e outros não”, com apresentação de Ricardo Saavedra e Francisco José Viegas, na sala com o nome do escritor da Biblioteca Municipal de Viana do Castelo, num evento onde marcarão presença familiares, amigos e os amantes da escrita de António Manuel Couto Viana.
No Teatro Municipal Sá de Miranda, pelas 21h00, o Centro Dramático de Viana estreia “Era uma vez um dragão”, da autoria de Couto Viana. A peça de teatro é a centésima produção do CDV, que quis homenagear o autor e, ao mesmo tempo, dar um claro sinal de que o teatro para a Paralelamente, decorre uma sessão de homenagem com a presença de Juan Soutullo, Rui Mendes e Fernando Guimarães e um pequeno espectáculo de fados com temas inéditos cantados por Maria José Cunha.

19.1.11

Atila Mendly Vetyemy - III


Alegre e alegrices


Cinco dias depois de se ter refugiado em Paris, em Julho de 1964, Manuel Alegre escreveu ao cunhado, António Portugal, marido da irmã, e fez-lhe um pedido: “Preciso urgentemente dos meus documentos universitários, inclusive as cadeiras feitas e respectivas classificações. Junto do meu padrinho tenho possibilidades de completar o meu curso. Seria óptimo se ‘arranjassem’ as coisas de modo a que o certificado dissesse ter eu o 3.º ano completo.”
A seguir , juntou um alerta contra a PIDE: “Será conveniente que esses documentos venham por mão própria, para esses filhos da puta não os roubarem no correio.”
Manuel Alegre não concluiu o 3.º ano de Direito, daí o uso de aspas no verbo “arranjassem”. A carta, manuscrita, foi interceptada pela PIDE e está arquivada na Torre do Tombo, tal como uma transcrição dactilografada pela polícia política.
A ficha curricular de Manuel Alegre, guardada no Arquivo do Departamento Académico da Universidade de Coimbra, indica que o poeta concluiu o 1.º e o 2.º ano de Direito, mas quanto ao 3.º ano apenas regista aproveitamento na disciplina semestral de Direito Fiscal.
Esteve inscrito também em Economia Política, a cujo exame faltou, e nas cadeiras anuais de Administração e Direito Colonial, Finanças e Direito Civil – mas não as concluiu.
Confrontado com esta questão, há um mês, numa entrevista dada à SÁBADO sobre outros aspectos da sua resistência ao salazarismo, Manuel Alegre respondeu que não se lembrava de ter feito um pedido ao cunhado sobre este assunto. Questionado sobre se, tendo em conta que não continuou o curso por ter resistido à ditadura, acharia natural pedir para lhe passarem o diploma como se tivesse o 3.º ano completo, Manuel Alegre respondeu: “Não, de maneira nenhuma. Nem tinha sentido, nem eles passavam. Então passavam a uma pessoa que é exilada? Não tem sentido nenhum. Não me lembro nada disso. Nem tem sentido.”
Nessa entrevista, o candidato mostrou-se ainda convencido de que tinha concluído o 3.º ano do curso: “A memória que eu tenho é que tenho o 3.º ano de Direito e que estava a fazer cadeiras do 4.º ano.”
Esta semana, confrontado com a informação oficial da Universidade de Coimbra (segundo a qual apenas completou uma cadeira do 3.º ano), Duarte Cordeiro, director de campanha do candidato apoiado pelo PS e pelo Bloco de Esquerda, disse que Manuel Alegre mantinha a resposta dada há um mês.
O candidato às presidenciais de Janeiro entrou na Faculdade de Direito em 6 de Novembro de 1956, e a sua última avaliação tem data de 19 de Março de 1964. Estes sete anos e meio foram marcados por uma intensa actividade contra a ditadura, nas lutas estudantis, durante o serviço militar em Mafra e nos Açores, e na guerra colonial em Angola, onde esteve preso cinco meses. Quando voltou a Coimbra sentiu-se vigiado em permanência: “Os gajos da PIDE não me largavam. (...) Percebi que estava arrumado e que, mais dia menos dia, ou ia para a cadeia ou teria de ir embora do país”, conta no livro Uma Longa Viagem com Manuel Alegre, escrito por João Céu e Silva. Na mesma página, diz que não completou o curso e sublinha: “Nem o quis fazer por via administrativa.”

Pedro Jorge Castro
In revista Sábado.

18.1.11

Sobre o desertor Manuel Alegre

Aqui fica um contributo do chefe Abílio Augusto Pires, escrito já há uns anos, para a biografia do conhecido desertor.

Natural de Águeda ou arredores, Manuel Alegre fez a sua vida académica em Coimbra. Descendente de uma classe “média-alta” fez a vida normal de estudante de Coimbra, um tanto boémia e, nesse sentido, um tanto tradicionalista. Cedo se virou para a política o que, no ambiente de Coimbra, também era tradicional. Militou na “organização local” do p.c.p. e estou à vontade para afirmá-lo porque fui eu próprio quem desmantelou essa organização. Dos seus elementos com alguma responsabilidade ficaram dois: Silva Marques, hoje deputado do P.S.D. que, embora fosse estagiário de advocacia em Aveiro, vivia já numa situação de semi-clandestinidade, e o Manuel Alegre. Mas ficaram por razões diferentes. O primeiro, Silva Marques, porque mergulhou na clandestinidade e viria depois a fixar-se na Itália, onde entrou em litígio com o “partido” do qual veio a ser expulso, após ter feito várias autocríticas que, de resto, conheci. Manuel Alegre também escapou mas porque estava a prestar serviço militar no R.I. 12 (Regimento de Infantaria nº12) situado precisamente em Coimbra e já mobilizado para Angola, como alferes miliciano. A PIDE foi sempre um pouco avessa à detenção de militares mas, neste caso, pesou mais o facto de estar mobilizado. É, pois, totalmente falsa a ideia de que desertou por ser perseguido pela PIDE que não o prendeu porque não quis fazê-lo. As razões íntimas que o levaram à deserção só ele poderia explicá-las se bem que se tornou evidente para quem alguma vez ouviu a “voz da liberdade” ao longo dos seus 12 anos de funcionamento.
E não venha dizer que não traiu. Fê-lo ao longo de 12 anos, não só pelas declarações que prestou como também pelas que obrigou a prestar. Trata-se de matéria conhecida mas que abordarei um pouco à frente.
Desertou e foi para Paris em 1962, estava a ser criada a FPLN (Frente patriótica de libertação nacional) que já se decidira iria funcionar em Argel, com o beneplácito do governo argelino e toda a sua protecção. Seria dirigida por Fernando Piteira Santos que fora funcionário do partido comunista português e expulso da organização uns dez (10) anos antes. Aliás, o governo argelino já autorizara também a instalação e funcionamento da rádio “voz da liberdade” da qual Manuel Alegre viria a ser o locutor até 25 de Abril de 1974. Assim, em meados de 1962, partiriam de Paris rumo a Argel Fernando Piteira Santos, sua companheira, Maria Stella Bicker Correia Ribeiro e Manuel Alegre. A FPLN cresceu rapidamente e tem que dizer-se que o seu principal indutor foi a rádio “voz da liberdade”. Tornou-se, assim, a breve trecho, num autêntico coio de traidores, grande parte deles desertores do Exército Português e também, ex-prisioneiros que, libertados pelo inimigo, eram para ali encaminhados e lá permaneciam em cativeiro pelo menos até se disporem a revelar perante os microfones tudo o que sabiam e não só: tinham igualmente que recitar “ipsis verbis” o discurso que lhes punham à frente. Só depois disso é que teriam hipótese de sair da Argélia. Esta atitude, que em qualquer país civilizado consubstanciaria a figura jurídica de “cárcere privado” era praticada pela FPLN com a cumplicidade do senhor Manuel Alegre: só que no Portugal democrático ninguém fala disso. Não seria trair?
E receber os chefes dos movimentos africanos que nos combatiam, ouvir e transmitir aí os seus dislates não seria trair?
E fornecer-lhes as informações que desertores e ex-prisioneiros de guerra eram forçados a prestar não seria trair?
Bom, se isto não era trair vamos a outro aspecto: - Enviar homens – elementos da FPLN – para Cuba a fim de serem instruídos na guerrilha urbana, também não era trair? E a FPLN (não só mas também) enviou para lá alguns que foram treinados numa base cujo nome não me recordo de momento mas sei que dista 17 quilómetros de Havana e foram treinados entre outros por Alvarez del Bayo, antigo coronel do Exército espanhol que se bateu contra Franco e foi um dos homens do DRIL ( Directório Revolucionário Ibérico de Libertação) que organizou o assalto ao Santa Maria. E também me lembro que esses homens (da FPLN) foram treinados no fabrico e uso de explosivos e, ainda, a fazer guerrilha urbana com armas que eles próprios tinham que fabricar. E que aprenderam, por exemplo, a fabricar morteiros partindo de um simples cano retirado de um algeroz. Isto era bem mais do que trair. E para que dúvidas não restem, cito dois nomes: Eduardo Cruzeiro que foi jornalista do “República”, está vivo e tem um “bom tacho” na RTP, e Rui Cabeçadas que é ou foi advogado. E digo “é ou foi “ porque calculo que teria a minha idade, talvez um pouco mais, e não sei se é vivo ou já morreu. Chega? Não, não chega que eu tenho mais.
Sei que a vida na FPLN não era um “mar de rosas” para todos. Bem pelo contrário: as guerras entre essa organização e o p.c.p. era violentíssima. Chegou-se ao ponto de o p.c.p. ocupar a rádio pela força e a FPLN responder com um contra-golpe que consistiu em levantar os depósitos bancários do p.c.p., factos que obrigaram o governo argelino a intervir para pôr as coisas no lugar. E como nem o Dr. Pedro dos santos Soares, membro da cúpula do p.c.p. e adrede enviado para Argel conseguiu pacificar as hostes, este partido decidiu jogar a última cartada: nem mais nem menos do que Humberto Delgado. Estava no Brasil, sofria de doença grave e foi a Praga para se tratar. Foi aí que o p.c.p. o abordou e convenceu a ir para Argel. Foi-lhe dito que tudo o que se pretendia era unir a oposição e derrubar o “regime fascista” português. Ninguém se não ele poderia liderar essa união, preparar e comandar o golpe. Convencido do seu prestígio, acreditou e foi para a Argélia. Enganou-se, até porque nunca lhe passara pela cabeça que encontraria o que na realidade encontrou. Desconhecia que o p.c.p. jamais perdoaria a “traição” de Piteira Santos, que, embora marxista e reconhecido como tal, havia falado na PIDE. Mas havia outros problemas não menos graves: Humberto Delgado era um impulsivo e queria uma revolução imediata. O p.c.p., mais preparado politicamente, respondia que aprendera as lições da guerra civil de Espanha e da própria Guatemala. Era para eles evidente que “nenhuma revolução poderia triunfar sem que antes conseguisse o apoio das Forças Armadas”. Não embarcava em aventureirismos. Virou-se para a FPLN e a ela aderiu. Só que, logo que pôs o problema da revolução imediata, foi-lhe respondido que Lenine ensinava que “nenhuma revolução de massas poderia ser ganha sem que tivesse o apoio de uma parte do exército que houvesse servido o regime anterior”. Não percebera que uns e outros eram marxistas e sabiam que o comunismo não tinha a mínima hipótese de governar Portugal. O que interessava a todos era entregar a África Portuguesa à União Soviética. E isto significava para Delgado que “entre dois mundos ficara sem mundo”. Tentou, por sua vez, a última cartada: era amigo e um grande admirador de Che Guevara que se transformara em mito de todos os revolucionários de todo o mundo. Pediu a sua ajuda eGuevara aceitou. Foi para Argel e por lá ficou uns tempos mas nada fez. Nem podia fazer: Guevara era agente do KGB soviético. E os interesses de Moscovo estavam muitíssimo à frente de Humberto Delgado, que ficou só. Sem dinheiro, sem saúde e sem apoios ameaçou entregar-se às Autoridades Portuguesas. Foi o seu fim. Não sei como nem em que circunstâncias. Tudo o que sei – e já o disse várias vezes – é que essa história continua mal contada. Quem sabe se o senhor Manuel Alegre não poderia levantar uma pontinha do véu?..."

14.1.11

No Nova Frente: O bando de Argel


Em passeio pela blogosfera, dei de caras com o blogue de Patrícia McGowan Pinheiro, que também assina Patrícia Lança. Filha de pai português e mãe de origem irlandesa, estreia-se na blogosfera aos 82 anos. Dissidente do Partido Comunista Britânico, viveu de 1962 a 1966 na Argélia, onde foi redactora do "Révolution Africaine". Foi por lá que conheceu o bando de Argel. Ficou a saber a vidinha custosa e as boas acções de Manuel Alegre, Piteira Santos e Tito de Morais, entre outros figurões de estalo. O assunto inspirou-lhe um livro, justamente intitulado «O Bando de Argel», que a autora reeditou em 1998 pela Contra-Regra, sob o título de «Misérias do Exílio — Os últimos meses de Humberto Delgado». (Foi uma das obras que consultei para um volume publicado há alguns anos sobre a PIDE/DGS.) Em 260 páginas, a autora demonstra — com cópia de pormenores e apêndices documentais — que o general foi despachado pelos interesses coligados do Partido Comunista e do bando de Argel.
Oito citações:

"A Frente Patriótica de Libertação Nacional foi o título pomposo de um pequeno grupo de pessoas cujo fim era o aproveitamento de acções e sacrifícios feitos por outros." (pág. 27)

"Assim, a direcção da FPLN passou a ter uma valiosa arma contra a dissidência. Foram ao ponto de exigir que, à chegada, os portugueses lhes entregassem os passaportes". (pág. 46)

"Contudo, o problema do general [Humberto Delgado] subsistia. Tornara-se definitivamente anti-comunista. Seria ainda mais perigoso para o partido fora da Argélia — em contacto com os núcleos de exilados em várias capitais. E terrivelmente mais perigoso se, porventura, entrasse clandestinamente em Portugal. Era uma testemunha viva da incompetência e corrupção moral de certos prestigiados «anti-fascistas». Preso em Portugal ou livre na clandestinidade constituiria uma ameaça terrível para os projectos do Partido Comunista". (pág. 82)

"Na rádio Voz da Liberdade, o major Ervedosa e Manuel Alegre insultavam Delgado." (pág. 89)

"Durante esses dois meses de angústia [desaparecimento de Delgado], foram os dirigentes da Frente Patriótica — Fernando Piteira Santos, Manuel Tito de Morais, Pedro Ramos de Almeida e Manuel Alegre — que envidaram todos os esforços para bloquear a realização de um inquérito e, caso o general estivesse preso ou com vida, quaisquer tentativas para o salvar". (págs. 89-90)

"Quando eu e os meus amigos soubemos, no dia seguinte, que os dirigentes da Frente Patriótica tentaram apoderar-se do arquivo do general, a conclusão foi unânime: só teriam essa desfaçatez se tivessem a certeza absoluta que Delgado já não voltaria mais". (pág. 90)

"Só depois da descoberta dos cadáveres, anunciada no dia 27 de Abril, é que a Frente Patriótica abandonou a tese de uma «operação publicitária» por parte do general; só então, quando o mundo inteiro já sabia da morte do general, é que eles começaram a emitir protestos e apelos (...)" (pág. 91)

"(...) a sua actividade [de Humberto Delgado] é prejudicial à unidade anti-fascista e a sua pessoa não interessa ao futuro democrático do país." (p. 226, excerto de um comunicado da FPLN, de 23 de Março de 1965)

Mas não é por nada disto que o blogue de Patrícia tem dado brado. Há muito que a «intelligentzia» arquivou o caso Delgado: foi assassinado pela PIDE. Ponto final. Ninguém curou de investigar se Casimiro Monteiro era um agente duplo, o modo como Pereira de Carvalho organizou a operação, etc. Um longo etc. Nada disto importa, tanto que se corre o risco de descobrir alguma verdade "inconveniente". O blogue de Patrícia foi esmiuçado pelo jornalismo de costumes por causa de uns postais de sexo oral e anal. Parece que a opinião da bloguista contraria a ditadura do sexualmente correcto. A «controleira» do DN deitou-lhe as unhas este fim-de-semana. Em Portugal é mesmo assim. Fala-se de sexo, assomam logo as putas à janela do pasquim.»

11.1.11

Humberto Nuno Oliveira e o "caso Pedro Varela"


Humberto Nuno Oliveira fez editar hoje no jornal O Diabo (p. 17, 11.01.2011) a sua douta opinião sobre o "caso Pedro Varela", nosso comum amigo e camarada.

7.1.11

Voltou!

Desta vez não foram precisos vinte anos para o regresso de Ulisses.
A Odisseia continua!

1.000.000 De Firmas Por La Libertad De Expresión. Libertad Para Pedro Varela

Caros amigos,
Ao longo da História muitas pessoas foram julgadas e condenadas pelo simples facto de dizerem a sua opinião, dizer algo importante ou pôr em dúvida algum dogma oficial do sistema, desde Galileo Galilei, Yockey, etc, etc.
O caso de Pedro Varela é distinto dos outros casos e faz-nos retroceder até 1483, ano em que a Rainha Isabel criou o Conselho da Suprema e Geral Inquisição, durante muitos séculos houve perseguições, queima de Bruxas, de Hereges, de Livros... até que finalmente foi abolida no século XIX. Recordemos todos aquela famosa frase que dizia: "Torquemada começou por queimar e acabou a queimar Livros".
Torquemada organizou uma queima de livros no seu mosteiro de San Esteban de Salamanca, incineração que levaba a cabo com tanta frequência como a queima de hereges.
Todo o século XVI continuaram a levar a cabo estas "cerimónias", sem pausa e aplicadamente.
A censura em Espanha prolongou-se por mais de 30 anos e sempre perfeitamente organizada que isolou a Espanha das ideias e influências estrangeiras. Condenou-se a "Destruição de todos los Livros", alguns surpreendentemente de leitura obrigatória em algumas universidades dos Estados Unidos.
Mas não só esta condenação aparte de um retrocesso histórico foi uma supressão de todos os nossos direitos, um precedente na nossa História, se você está de acordo não assine mas se para você um livro significa algo e um livro tem algo mais e o respeito assine agora, pois necessitamos da sua ajuda, não podemos permitir que estas coisas sucedam em Espanha nem em nenhum país parecido sem direitos como a China.

O estoiro económico-financeiro bem perto

Os Estados Unidos correm o risco de incumprimento da sua dívida se o Congresso não aumentar o limite de endividamento até final de março, avisou hoje o secretário do Tesouro, Timothy Geithner.
"A incapacidade para aumentar o limite iria precipitar um incumprimento pelos Estados Unidos. O incumprimento iria efetivamente impor um significativo e duradouro imposto sobre todos os norte-americanos e empresas e poderia levar à perda de milhões de empregos", sublinha o secretário do Tesouro.»

Armas de guerra de baixa intensidade?

Passa pouco das 23h30 no Arkansas (EUA), noite de passagem de ano. Mais de metade do mundo já está em 2011 e a polícia da cidade de Beebe começa a receber várias chamadas a denunciar "chuvas de pássaros". Caem que nem tordos dos céus, mortos, e o fenómeno volta a repetir-se dias depois nos estados do Kentucky e Louisiana. Só uma espécie é atingida: os Tordo-Sargento. E a 100 milhas de Beebe, o rio do Arkansas vê morrer de súbito 100 mil peixes da mesma espécie (corvinas).O fenómeno já tinha sido previsto no Antigo Testamento há mais de dois mil anos: "Hei-de consumir por completo tudo sobre a face da terra. Arrebatarei os homens e os animais, arrebatarei as aves do céu e os peixes do mar e os escândalos com os ímpios e desarreigarei os homens desta terra, fala o Senhor." (Sofonias 1:3). E, desde o início de 2011, está a multiplicar-se em várias zonas do planeta.
Ligações de terceiro grau
Ontem, depois dos estados americanos referidos, do Japão, Brasil e outros países, a cidade sueca de Falköping viu cerca de 100 tordos da mesma espécie cair do céu. As análises às aves mostram o mesmo em todas as cidades: os animais pareciam saudáveis, os órgãos apresentavam-se normais e não foram detectados sinais de doenças infecciosas ou crónicas. O relatório preliminar dos cientistas do Arkansas, publicado ontem, aponta para morte por pânico devido aos fogos-de-artifício da passagem de ano. Mas isso não explica nem o facto de o fenómeno continuar a acontecer cinco dias depois, nem porque é que apenas uma espécie de aves está a ser afectada. "Parece-me demasiado alarmista para já estar a relacionar os casos e a criar teorias da conspiração", diz o oceanógrafo José Lino Costa. A análise do investigador do Centro de Oceanografia da Faculdade de Ciências ao i centra-se nas mortes das corvinas: "Este é um tipo de fenómeno que costuma acontecer depois de grandes tempestades, mas não me parece que tenha sido o caso, porque não afectaria só uma espécie", explica. "Pelo que leio, fico com a ideia de que estamos a falar de fenómenos diferenciados, quer entre os tordos e os peixes, quer mesmo entre os peixes nos vários locais. Em Cheesapeake Bay e no Brasil, as mortes parecem ser multiespecíficas, no primeiro caso claramente provocadas por um abaixamento súbito da temperatura, no outro devido à poluição".
O fim do mundo?
Como qualquer cientista, José Lino Costa é prudente na análise. A serem excluídas as hipóteses de alterações climáticas, de poluição e de pânico (e até mesmo a de exaustão, avançada por alguns especialistas em aves migratórias antes dos primeiros exames aos pássaros mortos), o investigador admite outros cenários, que se aproximam mais das teorias da conspiração que têm surgido. "Claro que se pode vir a provar que os fenómenos estão interligados, embora com os dados existentes ache isso pouco provável. Aí poderemos procurar causas mais gerais, como fenómenos climáticos de índole geral ou alterações do campo magnético."
Esta última hipótese dá o mote ao enredo de "Detonação", um filme apocalíptico que começa com a queda de aves quando o centro da Terra pára de girar. O filme, com a ajuda da Bíblia, está a inspirar os cidadãos mais atentos (e alarmistas) a falar no início do fim do mundo - ontem já apoiados por alguma imprensa chinesa. No Facebook nasceu entretanto um grupo de pessoas que vê na queda dos pássaros e na morte dos peixes sinais apocalípticos. E apesar de o "Dead Birds Falling from the Sky, Dead Fish, Doomsday" contar com menos de 80 membros até agora, as mesmas teorias já correm a blogosfera internacional.
Enquanto o mundo não acaba, outras conspirações surgem; a de maior destaque culpa o exército pela morte em massa das espécies. Segundo uma teoria ontem divulgada no website GodDiscussion, o homicídio de John P. Weeler III, assistente especial da Força Aérea na administração Bush, pode estar relacionado com a morte dos peixes e aves no Arkansas. Antes de aparecer morto, a 31 de Dezembro, Weeler estava alegadamente a preparar-se para denunciar testes militares com aviões de pulverização que estarão a ser levados a cabo na base militar da Força Aérea de Little Rock, nesse mesmo estado. Os gases venenosos testados teriam como propósito serem usados em teatro de guerra no Afeganistão e estavam armazenados na agência de materiais químicos Pine Bluff Arsenal, também baseada no Arkansas.»
Por mim, isto é tiro e queda. Gases venenosos!
E depois vêm com esta lenga-lenga a pensar que somos todos parvos!: "O relatório preliminar dos cientistas do Arkansas, publicado ontem, aponta para morte por pânico devido aos fogos-de-artifício da passagem de ano."

René Guénon (15.09.1886 — 07.01.1951)


6.1.11

Mais uma judiaria

Multinacionais americanas acusaram Israel em 2006 de cobrar taxas exorbitantes para fazer entrar os produtos em Gaza. Segundo os documentos obtidos pela Wikileaks, revelados esta quinta-feira pelo jornal norueguês ‘Aftenposten’, estariam envolvidos altos dirigentes israelitas no esquema.
O correio diplomático norte-americano revela que as multinacional denunciaram as "taxas exorbitantes" aos diplomatas norte-americanos. "A corrupção estende-se pela administração de Karni e envolve empresas de logística que trabalham para autoridades civis e militares no terminal", revelam os documentos.
São referidos os nomes das empresas americanas Coca Cola, Proctor & Gamble, Caterpillar, Phillip Morris, Westinghouse, Hewlett-Packard, Motorola, Aramex e Dell, como as multinacionais lesadas, que se queixaram aos diplomatas de lhes serem cobradas "taxas especiais" com um montante 75 vezes superior ao normal.
"Nos finais de Maio 34 navios cargueiros de bens americanos, contendo cerca de 1,5 milhões de euros, estiveram à espera três a quatro meses para entrar em Gaza", é observado pelo embaixador americano de Israel da altura, Richad Jones, na sua correspondência.
O suposto esquema de corrupção era liderado por um "alto funcionário israelita" não identificado, refere uma fonte citada nos telegramas em Tel-Aviv e o consulado-geral norte-americano em Jerusalém, de Junho de 2006.
Os subornos terão ocorrido ainda antes de o movimento islamita palestiniano Hamas ter assumido o poder na Faixa de Gaza, em 2007 e do Estado de Israel ter imposto um bloqueio económico àquele território.»

Atila Mendly Vetyemy - I

Desenho de Atila Mendly Vetyemy
(1911-1964)

Tanto controlo porquê e para quê?


A Casa Branca está a preparar uma lei para filtrar a comunicação online como o Facebook e o Skype, como já sucede na comunicação telefónica ou por fax para combater o terrorismo. O projecto de lei terá de ser aprovado pelo Congresso, que esta quarta-feira ficou com maioria republicana.
O governo americano pretende regular os serviços de comunicação electrónica. A proposta prevê que as redes sejam obrigadas a disponibilizar qualquer mensagem que passe pelas suas plataformas.
"Estamos a falar de interceptações autorizadas por lei. Não queremos expandir a autoridade, mas preservar a nossa capacitar de executar a autoridade já existente para proteger o público e a segurança nacional", afirmou Valerie Caproni, conselheira-geral do FBI (Federal Bureau of Investigation), um dos organismos de segurança que está a preparar a lei para a Administração de Barack Obama, avança a ‘Folha de São Paulo'.
A legislação deverá ser, em breve, apresentada em Congresso. Os activistas das liberdades civis estão preocupados que a tecnologia seja “uma porta das traseiras para a espionagem”. Mostraram-se igualmente preocupados com as alterações dos programas de comunicação na Internet a que a lei pode obrigar, temendo que estas alterações aumentem a vulnerabilidade da segurança e privacidade destes.
Desde 1994, uma norma determina nos Estados Unidos da América que redes telefónicas e banda larga tenham capacidade de intercepção de mensagens. A questão sobre os limites de um governo sobre a transmissão de mensagens ganhou maior ênfase após o 11 de Setembro.»

5.1.11

Tão humanitários que "eles" são


Israel informou Washington em 2008 que manteria deliberadamente a economia da Faixa de Gaza "à beira do colapso", mas que tentaria evitar uma crise humanitária no território, indicam telegramas diplomáticos publicados hoje pelo jornal norueguês Aftenposten.
Num telegrama diplomático datado de 03 de novembro de 2008 e atribuído à embaixada dos Estados Unidos em Telavive, diplomatas norte-americanos referem a vontade do Estado israelita em "asfixiar" o território palestiniano, sem o estrangular por completo.
O correio diplomático divulgado pelo Wikileaks mostra que Israel manteve Wasghinton informada sobre o bloqueio à Faixa de Gaza, muito criticado a nível internacional pelas graves repercussões que tem na economia local, que apresenta uma das taxas de desemprego mais elevadas do mundo.
"Como parte de seu plano abrangente de embargo contra Gaza, as autoridades israelitas confirmaram em várias ocasiões a intenção de manterem a economia da Faixa à beira do colapso sem, no entanto, chegar ao extremo", referem diplomatas norte-americanos num telegrama confidencial.
Israel queria ver a já enfraquecida economia do território palestiniano (onde mais da metade dos habitantes vive abaixo da linha da pobreza) a "funcionar ao nível mais baixo possível, mas evitando uma crise humanitária", acrescenta-se no mesmo despacho diplomático norte-americano.
Israel mantêm um forte bloqueio à Faixa de Gaza desde que o movimento palestiniano Hamas, que não reconhece o Estado hebraico, assumiu o poder em junho de 2007.
As regras do bloqueio têm sido revistas por Jerusalém após o ataque de Israel contra um barco turco que transportava ajuda humanitária para a região, em maio de 2010, mas ativistas internacionais pediram a suspensão total.»

Snoopy e o IRS


3.1.11

Outra judiaria...

Cerca de 5,5 mil judeus receberam de forma fraudulenta US$ 42 milhões nos Estados Unidos pagos pela Alemanha, fazendo-se passar por vítimas do Holocausto, informou nesta terça-feira a promotoria de Nova York. Dezessete pessoas, responsáveis pela armação do golpe, foram acusadas de usar um fundo destinado a ajudar vítimas da perseguição nazista na Segunda Guerra Mundial, informou em um comunicado a promotoria.
Os supostos golpistas, em maioria de origem russa, aprovaram "mais de 5,5 mil candidaturas fraudulentas, que resultaram no pagamento a candidatos que não se qualificavam para os programas", acrescentou. "Se há uma instituição que se poderia supor imune à ganância e à fraude criminal é a Claims Conference, que ajuda diariamente milhares de pobres e idosos vítimas da perseguição nazista", disse o promotor do distrito sul de Nova York, Preet Bharara.
Um dos fundos fraudados entregava em um pagamento único US$ 3,6 mil a judeus que supostamente haviam sido evacuados de suas cidades de origem por causa da perseguição nazista. "Muitos dos que receberam os fundos fraudulentos haviam nascido depois da Segunda Guerra Mundial e pelo menos um deles sequer era judeu", indica a nota.
Após receber os cheques, os beneficiários pagavam uma comissão aos que organizavam a fraude. Um total de 4.957 pessoas receberam indenizações fraudulentas entre 2000 e 2009 de US$ 18 milhões. Em outro golpe, eram entregues mensalmente US$ 411 "aos que viveram em guetos durante 18 meses ou mais ou durante seis meses em campos de concentração ou de trabalho".
Mediante documentos e testemunhos falsos, 658 pessoas que fingiam ter sido vítimas da perseguição reivindicaram assim um total de US$ 24,5 milhões pagos pelos contribuintes da Alemanha. Onze dos suspeitos foram detidos nesta terça-feira e contra todos os eles pesam acusações por fraude passíveis de até 20 anos de prisão e uma multa de US$ 250 mil, informou a promotoria.»

James Joyce (24.04.1906 – 03.01.1946)


Cenário muito provável