O crítico literário, de esquerda, Francisco José Viegas publicou esta nota muito verdadeira no Correio da Manhã sobre Couto Viana e a sua poesia na ocasião da morte deste grande poeta.
"Nem António Manuel Couto Viana nem a sua poesia tiveram os favores do tempo. Motivos políticos contaram muito.
Couto Viana estava do lado dos vencidos, o que - num país que vive a História da Literatura e dos criadores marcado pelo ‘complexo de esquerda’ - não ajudou. A sua morte despertou uma nostalgia brava e magoada em redor deste homem melancólico que deu uma parte da vida pelos leitores que manteve e que lhe sobrevivem. Tão poucos. Muitos não sabem que o são, porque Couto Viana escreveu fados. Mas não era um letrista. Era um poeta que conhecia o seu lugar num mundo que o ignorou deliberadamente, como uma presença incómoda. Cai sobre a sua morte um silêncio discreto, como ele quereria ou foi levado a querer. Um dia será redescoberto."
Couto Viana estava do lado dos vencidos, o que - num país que vive a História da Literatura e dos criadores marcado pelo ‘complexo de esquerda’ - não ajudou. A sua morte despertou uma nostalgia brava e magoada em redor deste homem melancólico que deu uma parte da vida pelos leitores que manteve e que lhe sobrevivem. Tão poucos. Muitos não sabem que o são, porque Couto Viana escreveu fados. Mas não era um letrista. Era um poeta que conhecia o seu lugar num mundo que o ignorou deliberadamente, como uma presença incómoda. Cai sobre a sua morte um silêncio discreto, como ele quereria ou foi levado a querer. Um dia será redescoberto."
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