27.8.10

Couto Viana homenageado pela Biblioteca Nacional

Está a decorrer, entre 11 e 31 de Agosto, na Biblioteca Nacional, uma Mostra homenageando a Obra cultural de um dos Mestres da Cultura Portuguesa, António Manuel Couto Viana.
A entrada é livre.

25.8.10

Mais uma "descoberta" sobre Hitler

Testes realizados com amostras de saliva retiradas de 39 familiares do ditador nazi relacionam Hitler com as raças que tentou exterminar durante o Holocausto. Não é a primeira vez que surgem ligações entre Adolf Hitler e uma possível ancestralidade judaica, mas se antes as alegações eram históricas (o pai de Hitler terá sido fruto de uma relação ilegítima da sua avó com um homem judeu) passaram agora para o plano científico.
O cromossoma identificado no estudo impulsionado por um jornalista e um historiador belgas, o Haplogroup E1b1b1, é raro na Europa, sendo mais facilmente identificado em povos como os Berberes de Marrocos, Algeria e Tunisia bem como em algumas comunidades judias como os Ashkenazi e os Sefarditas.
A notícia, avançada pela revista belga Knack, é “surpreendente” segundo Ronny Decorte, especialista em genética da Universidade de Leuven. “O assunto torna-se especialmente interessante se o compararmos com a concepção do mundo para os Nazis, na qual as noções de raça e sangue eram cruciais”, diz o investigador.»

Afinal, Hitler era um morcão

Eis a prova que faltava. Thomas Weber, sabido investigador achou que era altura de ganhar uma massaroca e publicou um livro sobre Hitler na I Guerra Mundial.
Thomas Weber mostra-se um autor nada morcão com esta falsificação!



Friedrich Nietzsche (15.10.1844 — 25.08.1900)

23.8.10

Livro: Banged Up. David Irving

O meu amigo e camarada Duarte Branquinho no seu último texto publicado no jornal "O Diabo" intitulado "História e Revisionismo" fala-nos no livro de David Irving, "Banged Up", editado pela Focal Point.
Número de páginas - 146
PVP - $34.90

História e revisionismo por Duarte Branquinho

«Quando em tempos escrevi sobre esta questão na ‘internet’, fui automaticamente recordado do actual “peso” do tema e aconselhado a desistir dos tais considerações. Assim, antes de passar ao que interessa, começo com um esclarecimento necessário. Não é uma desculpa, é mais um aviso ao leitor e uma salvaguarda – hoje em dia cada vez mais necessária – em relação a posteriores interpretações livres ou extensivas das minhas considerações.
O tema, como já devem ter adivinhado, é a polémica relativa ao chamado “revisionismo do Holocausto”. Daí a necessidade de afirmar, pelas razões supracitadas, que este texto não pretende “rever” ou “negar” qualquer holocausto, independentemente de quem tenham sido as vítimas ou os culpados, ou da altura em que tenha sido cometido.

O Caso Irving

O historiador que mais depressa associamos ao revisionismo é o britânico David Irving. Lembro-me que, em 2005, ao fazer um ‘zapping’ televisivo, dei de caras com ele. Não teria sido nada de mais, porque o programa onde o revi a fazer comentários sobre Adolf Hitler e a Segunda Guerra Mundial era de 1989, se não estivesse nesse exacto momento preso na Áustria por “negar o Holocausto”, o que constitui crime nesse país, à semelhança da vizinha Alemanha.
Antes dele, havíamos tido notícia de outras prisões, por igual delito, como a de Ernst Zündel e a de Germar Rudolf. Ambos conseguiram chegar às páginas dos jornais, em especial Zündel, porém com pouco destaque, após as suas detenções. O caso de Irving levantou mais poeira, talvez por ser cidadão britânico, talvez por ser um historiador razoavelmente conhecido e com bastantes obras de valor reconhecido. Lembro-me, por exemplo, do excelente “The War between the Generals”, publicado pela Penguin Books em 1981, que recebeu o aplauso da crítica. O jornal “The Times”, na altura, considerou o autor “one of Britain’s foremost historians”.
Não deixa de ser irónico vê-lo na televisão, ver as suas obras nas prateleiras e saber que, para além de ter sido preso, ser tratado como um reles mentiroso, ou pior, classificado como um “nazi”. Todas as histórias, por mais trágicas, têm sempre um lado cómico. Neste episódio Irving, houve uma que merece ser referida e que foi noticiada pelo “Telegraph”. Durante uma visita à biblioteca da prisão onde se encontrava, o historiador britânico descobriu algumas obras suas e assinou-as. Isto causou um certo mal-estar ao director da prisão que garantiu prontamente que iria desfazer-se dos ditos livros.
Irving só sairia do seu cárcere austríaco em Dezembro de 2006, sendo expulso daquele país. O relato desses quatrocentos dias de prisão e as suas considerações sobre o sistema judicial da Áustria deram origem ao livro “Banged-up”, disponível na ‘internet’.

Fruto proibido
Depois deste surto de detenções, assistimos às declarações de Mahmud Ahmadinejad, actual presidente do Irão, e às reacções igualmente inflamadas dos governantes de Israel. Este assunto continua a ser levantado sempre que há qualquer questão entre os dois países. Com ou sem revisionismo, Irão e Israel permaneceriam inimigos mortais ‘ad aeternum’, mas este tema é particularmente sensível aos judeus, como é compreensível. Aliás, é perfeitamente natural o repúdio da grande maioria dos judeus pelos chamados “revisionistas do Holocausto”. Simplesmente, penso que os primeiros escolheram a solução errada. Passo a explicar.
A minha formação em História diz-me que proibir a investigação, por mais loucas ou disparatadas que sejam as suas conclusões, é errado. Por muito que incomode os italianos um estudo que chegue à conclusão que Colombo era português, por muito que choque a Igreja Católica uma investigação que diga que Jesus foi casado e teve filhos, ou por muito que ofenda os judeus uma teoria que defenda que o Holocausto provocou cinco milhões de mortos, não devem ser proibidas. Devem, isso sim, ser debatidas e, se necessário for, contrariadas com argumentos e provas, em resumo, com outras investigações, nunca com leis.
Em geral, a defesa da liberdade de expressão é consensual, mas neste assunto tem-se vindo a adoptar, cada vez mais, uma atitude censória. Aqui é que a porca torce o rabo, como reza a expressão popular. Começo por um exemplo puramente académico. Imaginemos que amanhã, um dito “revisionista do Holocausto” chegava à conclusão de que este tinha vitimado sete — e não seis — milhões de pessoas. Seria considerado crime? Seria julgado por isso?
De qualquer maneira, quando se opta pela censura e se utilizam sanções legais como a prisão, dá-se uma importância elevada ao assunto. Quero dizer que, com tudo o que tem acontecido, o chamado “revisionismo do Holocausto” teve talvez a maior propaganda de sempre. Dir-me-ão que a importância é dada ao Holocausto e não aos seus revisores ou negadores, mas o que acontece é que eles é que sobem ao palco dos ‘media’. A publicidade é tal, que o tema tem corrido os jornais e televisões de todo o mundo, dando a conhecer a existência de uma “versão proibida” dos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial a milhares de pessoas que nunca dela haviam ouvido falar. Mais: se é proibido, gera automaticamente maior curiosidade. Todo este processo lembra-me o que me dizia um familiar meu sobre os livros censurados durante o Estado Novo: “A quantidade de merda que eu li, apenas por saber que tinha sido censurado!”

Revisionismo revisto
A História é uma arma política poderosa e, como tal, tem sido utilizada amiúde ao longo dos tempos. O “revisionismo do Holocausto” tem sido aproveitado politicamente por muitos sectores. Do lado considerado “negacionista” pelos seus detractores, foi guiado por agendas políticas de extrema-esquerda, extrema-direita e fundamentalista islâmica. Do lado considerado “exterminacionista” foi aproveitado por grupos sionistas e outros grupos judaicos, grupos “anti-nazis”, entre outros. Neste último, interessa referir que a pressão destes grupos levou a que em vários países surgissem leis que condenam o “revisionismo ou negação do Holocausto”.
Este processo levou a que, rapidamente, se equivalesse revisionismo a negação do Holocausto e que, como a negação do Holocausto foi considerada crime, o revisionismo também o fosse automaticamente. Não apenas o revisionismo do Holocausto, mas o revisionismo em geral; este, aliás, começou a ser algo muito mal visto em favor de versões “oficiais” da História.
O revisionismo precisa, assim, de ser revisto. É essencial à investigação histórica que o espírito crítico e a vontade de verdade e exactidão não sejam toldados por discussões encerradas. O problema do revisionismo tem sido a falta de seriedade de vários “investigadores”. No caso do revisionismo do Holocausto, tal tem sido notório — de um lado e do outro, sublinhe-se.
Nesta revisão do revisionismo, o primeiro passo é recusar os dogmas — de um lado e do outro, sublinho mais uma vez. Como escrevi em tempos, os “santificadores da Shoah” e os “reverendos do revisionismo” estão no mesmo plano. A História é uma disciplina fascinante e o trabalho do historiador nunca está terminado.»
Jornal O Diabo,
p.14, 17.08.2010

20.8.10

Doce años junto a Hitler. Mais uma falsificação histórica!




O “libertador” capitão Alfred Zoeller, francês de origem alsaciana que serviu no 7.º exército americano, aproveitando-se da prisão de Christa Schroeder, no campo de concentração de Ausgburg, em 1947, achou que era chegada a altura de ganhar uns dólares de bónus e aproveitando-se de livro de memórias de uma das secretárias de Hitler, “Es war mein Chef”, decidiu dar-lhe uma versão revista, aumentada com numerosos dados falsificados. Tantos que Christa Schroeder alertou para essa falsificação.
Assim se falsifica a História e se ganha dinheiro com o roubo de propriedade intelectual!

19.8.10

18.8.10

Diário de Notícias: PNR presta homenagem a japoneses do 'Eixo'

O dirigente do PNR, Pedro Frade, visita santuário que homenageia soldados do Japão caídos na 2.ª Guerra Mundial.
O vice-presidente do Partido Nacional Renovador (PNR) e responsável das Relações Externas, Pedro Frade, assistiu a semana passada a um congresso em Tóquio, no Japão, com outros representantes de partidos nacionalistas nipónicos e da Europa, incluindo o presidente da Frente Nacional francesa, Jean-Marie Le Pen.
Ao DN, o líder dos nacionalistas portugueses, José Pinto-Coelho diz que foi um encontro para tratar da "posição contra o multiculturalismo e o desenvolvimento dos diferentes partidos nacionalistas nos seus países, assim como estreitar laços para o futuro".
Mas a parte mais polémica aconteceu no passado sábado, durante a visita ao santuário de Yasukuni, onde se honra a memória dos soldados japoneses caídos na Segunda Guerra Mundial. O facto não deixa de ser controverso, pois o Japão invadiu Timor em 1942, durante a Segunda Grande Guerra. Pinto-Coelho reage dizendo que "sempre honraremos os combatentes que caem pela sua nação, isto é posto acima de eventualidades históricas", em referência a Timor-Leste, onde apesar de nunca se estabelecer formalmente o estado de guerra entre Portugal e o Japão, militares e voluntários civis portugueses combateram ao lado das tropas australianas e holandesas contra os invasores japoneses. "Foi uma questão estratégica do Japão, uma circunstância que nos foi alheia" acrescenta o líder do PNR.
O encontro, sob o título "O futuro dos movimentos nacionalistas", foi organizado pela associação nacionalista japonesa Issuikai, que convidou partidos políticos pertencentes à Aliança Europeia de Movimentos Nacionais(AEMN), embora estivessem também presentes outras formações nacionalistas com assento no Parlamento Europeu, mas que por enquanto ainda não são membros efectivos da AEMN.»

15.8.10

A «liberdade» contra a liberdade de expressão

A «LIBERDADE» CONTRA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO
Suprimidos vários perfis do Facebook em Portugal


Existe uma campanha permanente do aparelho de vigilância e repressão deste «Estado de Regabofe» contra todas as actividades - que, de uma forma ou de outra, visem denunciar a natureza e os factos gravosos da actual situação política – e nem precisam de ser «extremistas». Naturalmente, essa acção de vigilância e, até, de supressão arbitrária, incide sobre toda as formas de expressão livre, designadamente a das organizações e grupos nacionalistas, os dissidentes radicais da visão «ideológica» do sistema e, enfim, todas as tentativas de intervenção política contra os «partidos dourados» que monopolizam o Poder, incluindo obviamente a oposição frontal ao (des)governo do PS e ao seu chefe.
Temos inimigos em toda a parte mas também temos amigos como deve ser. Neste «trabalho sujo» de discreta supressão temos fortes indícios de que estão envolvidos os «serviços de informações» que estão a actuar também como «polícia» neste domínio - isto é, não só controlam e elaboram relatórios como intervêm com pressões discretas mas fortes sobre as Administrações dos prestadores dos serviços de Internet e das redes sociais como o Facebook - o último nicho da liberdade de expressão efectiva em Portugal. As redes estão a tornar-se um caso sério: neste momento mais de 2 milhões de Portugueses estão no Facebook. Daí a «atenção» de que fomos alvo…
Assim, eventualmente como resultado de «denúncias» e pressões constantes, provavelmente oficiosas, foram desactivados recentemente algumas páginas (Perfis) no Facebook em Portugal, como o da Oposição Nacional e outras de contestação política conhecidas
No nosso caso foram-nos dadas as absurdas justificações «standard», abaixo referidas. Entretanto, diversos perfis individuais tem sido também desactivados. Trata-se de uma violação das funções legais dos serviços, puramente informativas, e, a ser provada a ingerência, seria apenas mais um escândalo, entre tantos...
É evidente, principalmente para quem acompanhou a nossa página, que as alegações da Administração do Facebook, abaixo transcritas, são absolutamente deslocadas e não têm qualquer relação com a realidade. Suspeitamos de que só pressões incontornáveis podem ter causado este problema. Nós, sim, podemos dizer que fomos vítimas da discriminação arbitrária e de uma intolerância odiosa.

A Comissão Instaladora do Movimento de Oposição Nacional
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Cópia da justificação da supressão do Página-Perfil de Oposição Nacional:

«Hi Oposição,After reviewing your situation, we have determined that you violated our Statement of Rights and Responsibilities. One of Facebook's main priorities is the comfort and safety of our users. We do not tolerate hate speech. Targeting people based on their race, ethnicity, national origin, religion, sex, gender identity, sexual orientation, disability, or disease is a serious violation of our standards and has resulted in the permanent loss of your account. We will not be able to reactivate your account for any reason. This decision is final.
Thanks, / Beatriz / User Operations / Facebook
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Tradução:
«Olá Oposição. Após termos revisto a vossa situação, apurámos que violaram a nossa Declaração de Direitos e Deveres. Uma das principais procupações do Facebook é a segurança e o bem-estar dos nossos utilizadores. Não toleramos o discurso do ódio. Discriminar pessoas com base na sua raça, etnicidade, origem nacional, religião, sexo, género, orientação sexual, doença ou deficiência é uma violação grave e resultou na perda permanente da vossa Conta. Em qualquer caso não poderemos reactivara vossa conta. Obrigado. Beatriz/ Operações dos utilizadores / Facebook.»

11.8.10

A Pátria chama por Nós - É a Hora!

A Pátria chama por Nós - É a Hora!

Tal como em 1385 desafios de hoje são claros a ameaça é real e a resposta tem que ser firme, inequívoca. Esta é, verdadeiramente, a hora!
No próximo dia 14 de Agosto convocamos-vos para uma reunião no terreiro de Aljubarrota.
É o local único e histórico onde os nossos antepassados venceram a decisiva batalha pela Pátria Livre e Independente. Hoje, cativo de tantos males, sentimos que Portugal chama de novo pelos Portugueses. E nós vamos responder, porque é a ele e só por ele, que empenharemos a nossa lealdade.
É esta atitude essencial, é esta entrega total que permitiu sempre superar os temores que sobre nós se abatiam, conquistar a Confiança e a Vitória em todas as crises, e vencer. O materialismo e a degradação do nosso tempo ensombram a Esperança mas, não só não nos impedem como tornam imperiosa, uma resposta clara, firme e realista, como então.
É no Campo Sagrado de S. Jorge que faz todo o sentido um voto para lutar por Portugal, pela nossa gente, pelo futuro. Nessa Fé e Devoção a Portugal, o Movimento de Oposição Nacional - Uma Plataforma Para o Ressurgimento Nacional, convoca-te para esse voto, para manter viva a chama sagrada da Pátria e tomares uma Decisão que te pode mobilizar para um combate político decisivo.
O tempo é de combate. Vivemos uma situação grave. Porque está tudo em risco, e dizer Portugal é dizer tudo o que de material e espiritual a Nação inclui, do Trabalho nas Fábricas à Criação Cultural. Sentimos Portugal como razão de Vida e Morte e legado a transmitir. Por isso, vamos lutar! Com Conhecimento, Inteligência e Vontade a dirigirem a Acção. Os combatentes revelam-se nos tempos difíceis e não nos anos de temperança. Privamo-nos do que for preciso - não negaremos à Pátria nada do que e ela de nós exigir: Sacrifício, Fidelidade, Entrega.
Estamos a tempo de resgatar a Nação. Tal como no passado, há muitos Portugueses dispostos a travar, uma vez mais, o combate decisivo.
Contamos convosco. Portugal pode contar connosco!
Chegou a hora!



A Comissão Política do
Movimento de Oposição Nacional
Uma Plataforma Para o ressurgimento Nacional
Contactos: oposicaonacional@gmail.com ou 96 730 00 76.

6.8.10

Itália: Futebolista inquirido por fazer saudação fascista

"O futebolista argentino Mauro Zárate, da Lazio, vai ser inquirido pela Comissão Disciplinar da Federação Italiana de Futebol por ter feito a saudação fascista nas bancadas do Estádio Olímpico de Roma, enquanto assistia nas bancadas a um jogo contra o Bari.
O organismo da federação alega que o acto de Zárate transgridiu “os princípios de lealdade, correcção e honradez” e atribui “responsabilidade objectiva” à própria Lazio, cuja claque tem ligações à extrema-direita italiana.
Foi a 14 de Março, durante o Lazio-Bari, que Zárate levantou o braço direito, fazendo a saudação romana, também conhecida por fascista, quando estava nas bancadas rodeado de adeptos ‘laziale’.
Um irmão do futebolista argentino já veio dizer que Zárate nem sabe quem foi Mussolini, ao contrário de um dos grandes ídolos da claque do clube de Roma, Paolo Di Canio, que sempre assumiu ser fascista e tinha o hábito de fazer a saudação nos relvados com o braço direito bem levantado para os adeptos.
As suas convicções valeram-lhe sucessivas multas no valor de dezenas de milhar de euros a Paolo Di Canio."

Filhos com nomes nazis longe dos pais

"Um tribunal de recurso do estado norte-americano de Nova Jersey recusou o pedido de um casal para recuperar a custódia dos três filhos, depois de lhe terem sido retirados devidos aos seus nomes nazis.

Em Janeiro, Heath e Deborah Campbell perderam a custódia dos três filhos: Adolf Hitler Campbell, de três anos, Joycelynn Aryan Nation Campbell, de um, e Honszlynn Hinler Jeannie Campbell, de nove meses.
O caso despontou para a comunicação social e para os tribunais, quando uma pastelaria se recusou a colocar o nome do filho mais velho – Adolf Hitler Campbell - num bolo de aniversário.
A partir daí, as autoridades norte-americanas entraram em acção e encontraram provas suficientes para acusar os Campbell de abusos e negligência, resultados de violência doméstica, para retirar a custódia das três crianças.
No processo, não constam menções ao facto das crianças terem nomes alusivos ao regime nazi, nem à recusa de colocar o nome de Adolf Hitler num bolo de aniversário.
O caso vai agora ser acompanhado pelos tribunais de família, que seguem a evolução das crianças. Os meninos encontram-se numa casa de acolhimento, à guarda do Estado, desde Janeiro."

In Correio da Manhã

1.8.10

A saúde mental dos portugueses de Dr. Pedro Afonso

Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas.
Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população. No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três anos.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.
Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando já há muito foram dizimados pela praga da miséria.
Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.
E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.
Pedro Afonso
Médico psiquiatra
Público, 21.06.2010