28.3.12

Rodrigo Emílio: Presente! por Rui Teodósio

«Há muitas coisas do Rodrigo que nunca mais me vou esquecer, tive a honra de o conhecer durante a minha juventude e numa altura de intenso combate político, num tempo em que foi preciso abrir espaço para a direita revolucionária, e tive a honra de o acompanhar como arguido num processo político no mínimo polémico, o julgamento do M.A.N. pelo Tribunal Constitucional por crimes contra a constituição da República .
Nunca mais me irei esquecer de muitas das suas palavras perante os juízes, mas há uma frase que de tempos a tempos me assalta o pensamento; foi a sua resposta à pergunta dos juízes:
- "Sr. Rodrigo Emílio, como caracteriza a Democracia?"
- " Sr. Dr. juiz, para mim, a Democracia é uma linha recta."
O Juiz intrigado pela sua resposta perguntou:
- "Uma linha recta, Sr. Rodrigo?"
A sua resposta foi pronta incisiva e cheia de vigor:
"Sim, Sr Dr. Juiz, uma linha recta, não tem principio, não tem fim e não tem ponta por onde se lhe pegue"
Foi até hoje a melhor definição de Democracia que já ouvi e resta contar-lhes que após esta resposta a gargalhada foi generalizada, jornalistas, assistência, tudo ficou a rir desalmadamente e até deu para reparar que um Juiz ou outro sorriam discretamente o que quase fez interromper a sessão.
É esta a imagem que me ficou do Rodrigo, um homem sem medos, sem papas na língua que sabia muito bem de onde vinha e para onde queria ir, um autêntico soldado/poeta Nacionalista, este homem é alguém, sem dúvida, a recordar e a dar a conhecer às gerações mais novas de Nacionalistas revolucionários, quer pelo seu trabalho quer pela sua atitude digna e tenaz perante uma classe politica que nos encaminha a passos largos para destruição da Nação.
Hoje acordei a pensar nele, daí a razão destas linhas (uma vez que é o aniversário da sua morte e ontem antes de me deitar estive a reler alguns dos seus versos) e pensei para comigo... afinal o Rodrigo não está morto... ele ainda marcha ao nosso lado, as suas palavras irão provavelmente para sempre me apoiar e dar alento para o dia de amanhã, para mim quando se grita o nome de Rodrigo Emílio ainda consigo ouvir ao longe uma voz que responde:
- PRESENTE!!!»


Rui Teodósio

Rodrigo Emílio, Presente! por Humberto Nuno Oliveira

Quis o meu amigo e camarada Humberto Nuno Oliveira não esquecer a data da morte física do nosso Rodrigo Emílio e presenteia todos: o Rodrigo, os amigos e camaradas com este belo testemunho.
Digo belo porque falar de um dos grandes vultos da Cultura Portuguesa, de um dos seus poetas maiores, de um mestre da Portugalidade, é falar do Belo!
Obrigado, Humberto!
Obrigado, Rodrigo!



Jornal O Diabo

Edição n.º 1839

27.03.2012

12.3.12

Marcelo Caetano e Mário Soares

«Passaram os meses. O ano de 1968 foi desfilando, até que em Setembro aconteceram grandes novidades. Enormes novidades. O Dr. Salazar teve um grave acidente vascular e, só veio a saber-se mais tarde, ficou inutilizado, a notícia correu célere, embora os dignatários do regime tenham inicialmente procurado fazer supor que era um acidente menor a que se seguiria a recuperação. Eram os seus desejos que não encontraram eco na realidade. Em breve começaram a correr os boatos de que o Professor Marcelo Caetano iria assumir as funções de presidente do Conselho de Ministros. Daí que o Dr. Mário Soares tenha ficado bastante agitado, na expectativa do se seguiria. E tinha muito boas e bem fundadas razões para essa agitação.
Tinha na sua posse uma carta recente de Marcelo Caetano, em que este lhe conferiu que não concordava com o exílio a que o tinham forçado e que, se estivesse na sua mão, o faria regressar com a possível brevidade. Estava lá escrito, preto no branco.
(…) Marcelo Caetano assumiu a presidência do Conselho de Ministros e em curto prazo cumpriu o prometido. Prontamente decidiu o fim do exílio de Mário Soares, o qual regressou pouco depois a Portugal. Foi um gesto grande e generoso, para além de ter certamente outras finalidades politicamente interesseiras, para ajudar a construir um ambiente de boas expectativas em relação à nova situação política. Mas nessa altura, Marcelo Caetano não podia nem sequer imaginar que passados alguns anos, em 1974, chegaria a sua vez de ir para o exílio. Só que a revolução não foi tão prontamente generosa com o Professor Marcelo Caetano, quanto ele havia sido com Mário Soares uns anos atrás.» (Pp. 136/137)

10.3.12

Cortejo Histórico de Lisboa

Magnífico filme a cores do Cortejo Histórico de Lisboa, com a direcção artística de Leitão de Barros, realizado por António Lopes Ribeiro e produzido pela Câmara Municipal de Lisboa com 12 mins. de duração.
Para que a memória histórica não se perca!


8.3.12

Irra...

Irra, hoje levei com o relambório na rádio e na tv do dia internacional das gajas.
Este sistema, este mundo "moderno" insulta todos os dias a Mulher e "presenteia" venenosamente a Mulher com a lembrança do feminismo.
Sim, este dia foi criado politicamente por causa do feminismo, que é uma coisa que a Mulher despreza. Por outro lado, a negociata do comércio e da indústria a funcionar com a santa ignorância de todos e de todas.
A Mulher é um ser extraordinário que merece respeito e isso é coisa que as gajas não sabem o que é, nem muito menos ser mulher.
É a trave-mestra de toda a sociedade e, na realidade, quem manda. Escusam de lhe acenar com a lenga-lenga da igualdade e da paridade.
É a complementariedade do homem e não se deixa enganar por quem mal pariu ideias que são contrárias à essência de Mulher.

7.3.12

Traição na Índia Portuguesa

«Havia um núcleo de oficiais de Pangim, que se estava a alargar rapidamente (estaria?), que se propunha pura e simplesmente destituir o Governador, tomar conta da situação e entrar pelos meios mais directos em contacto com o comando indiano, para negociar desde já uma rendição. Mas precisavam do apoio das tropas e em especial dos esquadrões de cavalaria, porque eram as unidades mais fortes e melhor disciplinadas.
Boa parte do que ele nos vinha dizer era verdade, calava fundo e tinha um certo fundamento. Mas, o que nos vinha dizer propor era traição pura e simples. Além de que os oficiais que dizia representar não tinham qualquer prestígio.» (Pp. 57/58)

5.3.12

Sobre a censura no Estado Novo

«A censura no antigo regime não era apesar de tudo rigorosa como gostaria de ser e como mais tarde tendenciosamente se pretendeu fazer crer, por razões de propaganda política. Quem quisesse podia ter, e tinha de facto, acesso a muitas leituras interessantes, compradas aqui e ali nas livrarias. Mas isso devia-se talvez mais à incompetência e inépcia dos censores do regime do que à sua generosidade ou largueza de vistas.» (P. 35)