30.6.11

Sobre um livro esquecido durante quarenta anos, a propósito de um livro recém-publicado. Jorge Morais

Sobre um livro esquecido durante quarenta anos,


a propósito de um livro recém-publicado





Foi recentemente publicado, pela editora Prefácio, mais um livro do Embaixador Fernando de Castro Brandão. Intitula-se António de Oliveira Salazar/Uma Cronologia. Historiógrafo, cronologista e bibliógrafo, este escritor já nos havia dado obras de grande utilidade e rigor, como História da Expansão Portuguesa (1367-1580), O Liberalismo e a Reacção (1820-1834), Camilo Castelo Branco, Eça de Queiroz ou Salazar/Uma Bibliografia Passiva, para além de inúmeros títulos no âmbito da História Diplomática. Atrevo-me, ainda assim, a sugerir que nenhuma delas ultrapassa, em interesse público, este seu Salazar, livro que resulta de 35 anos de trabalho paciente e de uma rara paixão pelo pormenor.
Uma cronologia pode ser apenas uma sequência de datas e factos, de que o historiador e o estudioso se servem como de um dicionário prático que, uma vez consultado para confirmar uma grafia, logo voltam a arrumar na estante. Ora, a obra a que me refiro, sendo também uma cronologia, ultrapassa em muito esses limites funcionais para constituir, em si mesma, uma proposta de leitura – neste caso, uma leitura política e cultural – ao mesmo tempo que ensaia o posicionamento do objecto do seu estudo no espaço e no tempo que lhe são próprios. Em muitos aspectos, esta Cronologia é uma modalidade de biografia.
Seriam necessárias muitas páginas para compor uma recensão cabal desta obra – e tudo o que se pudesse dizer seria pleonástico em relação a um trabalho ciclópico que, percorrendo com a minúcia do dia e da hora a vida de Salazar, permite reconstituir com maior exactidão algumas facetas da sua biografia até agora insuficientemente esclarecidas ou escassamente enquadradas.
Limito-me, pois, ao comentário de uma pequena entrada da Cronologia, desenvolvendo-a com vista ao esclarecimento das suas sequelas. Refiro-me à publicação, em França, em 1937, de um livro assinado pelo então Presidente do Conselho sob o título Comment on relève un État – obra que só muitos anos depois, já no regime democrático, viria a ser vertida para português, em quatro diferentes edições. Fui responsável pela primeira, fui consultado para a terceira e acompanhei à distância a quarta. Talvez estas modestas “credenciais” me permitam algumas palavras sobre o assunto.
Como quadro de referência, proporcionado pelo exaustivo levantamento feito em António de Oliveira Salazar/Uma Cronologia, esboce-se uma aproximação à política de comunicação do Presidente do Conselho e à estratégia de comunicação gizada entre ele e o seu principal génio de propaganda, António Ferro. Tomemos como exemplo a orientação seguida no caso dos jornais e jornalistas que na Europa se ocuparam do Estado Novo na primeira metade de Trinta.
Ao longo dos seus primeiros anos no Governo, Salazar prestou grande atenção às relações com a Imprensa e os intelectuais europeus. Com frequência concedeu entrevistas e inspirou artigos de opinião, como se pode comprovar na Cronologia de Castro Brandão. A lista é longa, mas aqui ficam alguns exemplos: entrevista ao Financial Times em Fevereiro de 1930; artigos elogiosos no jornal holandês Algemeen Handelsblad em Março de 1930 e no Financial Times em Agosto do mesmo ano; referências laudatórias no The Times em Agosto 1931; análise do êxito financeiro no The Daily Telegraph em Setembro de 1931; entrevista ao Hoy em Setembro 1933; artigos sobre a obra financeira no Corriere Diplomatico e Consolare em Dezembro de 1933 e no Giornale di Genova em Dezembro de 1934; artigo no L’Osservatore Romano em Setembro 1934; elogio no The Times em Março de 1935; artigo de Paul Crokaert no Le Soir, de Bruxelas, em Junho de 1935; e entrevista ao The Daily Telegraph em Agosto 1936.
No mesmo período, por iniciativa do Secretariado da Propaganda Nacional (SPN), deu-se início à publicação na Europa de livros sobre Salazar e o Estado Novo. Os primeiros foram Il Portogallo i su Capo (Roma, 1934) e El Portugal y su Jefe (Madrid, 1935), traduções autorizadas de Salazar, o Homem e a sua Obra, de António Ferro, a que se seguiu Portugalia lui Salazar, de Mihail Manoilescu (Bucareste, 1936).
Foi, contudo, em França que Salazar concentrou mais esforços no sentido de dar a conhecer o novo regime. No período a que me refiro (1931-1937), com frequência se deslocaram a Lisboa jornalistas e escritores franceses, que ele recebia com vagares e atenções, convidando-os por vezes a acompanhá-lo em visitas a lugares da História Portuguesa ou em passeios pitorescos por aldeias, portos de pesca e cenários de beleza tradicional. Inevitavelmente, a propaganda do regime tinha por mote a divulgação da obra financeira do Estado Novo e, as mais das vezes, o panegírico do seu obreiro.
Quando chegou ao poder, Salazar não era propriamente desconhecido nos meios católicos franceses. A sua fama chegara ali nos tempos de combate em Coimbra, a partir de 1916, nos anos em que o jovem professor escreveu n’ O Imparcial, foi dirigente do Centro Académico da Democracia Cristã e se iniciou na política nacional, primeiro como efémero deputado por Guimarães e depois numa reticente experiência à frente da pasta das Finanças, em 1926. Em 1927 manteve contactos directos com o movimento católico francófono durante a viagem que empreendeu, por França e Bélgica, com o padre Manuel Gonçalves Cerejeira e o Prof. Beleza dos Santos, tendo participado em Liège no Congresso da Juventude Católica.
Por fim, em 1928, ao assumir as Finanças de forma duradoura, o seu nome galgou as fronteiras do País e da militância católica para se tornar uma referência da Direita europeia. A França, em cuja cultura literária se filiava a vida intelectual portuguesa, imediatamente se interessou pela Ditadura, e esse interesse foi crescendo à medida que Salazar se ia afirmando como chefe do regime. A assiduidade dos temas portugueses na Imprensa gaulesa reflecte a curiosidade natural por um regime que, tendo adoptado com sucesso algumas das alíneas comuns ao programa maurrasiano, vivia um renascimento nacionalista sem se tornar refém da doutrina fascista florescente em Itália ou do nacional-socialismo acabado de chegar ao poder na Alemanha.
A cadência de publicações sobre Salazar na grande Imprensa francesa torna-se intensa. Rol sumário dos principais textos: artigo elogioso no Le Journal du Commerce em Agosto de 1931; entrevista a Paul Bartel no Excelsior em Novembro de 1931; artigo de Paul Bartel na Revue de Paris em Maio de 1932; artigo na revista Correspondance Universelle em Maio de 1932; artigo no Journal de Rouen em Setembro de 1932; em 1933, perfis laudatórios no Petit Parisien (por Raymond Denys), no L’Intransigeant (Marcel Sauvage) e no Le Figaro (Paul Bartel); homenagem no jornal de esquerda La République em Abril de 1934; artigo elogioso nos Echos de Paris em Junho de 1934; artigo de Henriette Celarié no Le Temps em Setembro de 1934; entrevista a Maurice Bourdet no Le Petit Parisien em Janeiro de 1935; texto de Gabriel Boissy no Comoedias em Março de 1935; artigo de Charles Oulmont na Revue Hebdomadaire em Abril de 1935; entrevista a Blanche Vogt no L’Intransigeant em Maio de 1935; artigo de Léon de Poncins no Le Jour em Junho de 1935; entrevista a Fréderic Lefévre na revista Les Nouvelles Littéraires em Setembro de 1935; artigo de Charles Maurras no L'Action Française em Setembro de 1935; entrevista a Gabriel Boissy na Tribune des Nations em Maio de 1936; entrevista a Raymond Recouly no Gringoire em Fevereiro de 1937; e novo artigo de Charles Maurras no L'Action Française em Abril de 1937.
Vários escritores de língua francesa foram recebidos neste período por Salazar, no seu gabinete de trabalho ou em sua casa (como Jules Romains, Maeterlinck e François Mauriac, em Junho de 1935, no âmbito da visita de estudo de um grupo de intelectuais de que também fazia parte o espanhol Miguel de Unamuno). Publicam-se então em Paris os livros Le Dictateur ou l’Homme de la République (de Alphonse Séché, 1933), Salazar, le Portugal et son Chef (de António Ferro, com prefácio de Paul Valery, 1934) e Portugal (de Gonzague de Reynold, 1936).
Em meados dos anos Trinta, a intelectualidade francesa vivia um doce noivado com o novo regime político português.
Em 27 de Fevereiro de 1935, Max Fischer, director literário da casa Flammarion, deslocou-se a Lisboa e acordou com Salazar a publicação de uma versão francesa do primeiro volume dos Discursos (compreendendo as principais intervenções públicas entre 1928 e 1934), cuja edição portuguesa se encontrava igualmente em preparação. Salazar anuiu. Presume-se, de resto, que o encontro com Fischer pressupunha já tal anuência. E o texto francês, depois de muito trabalhado no Secretariado da Propaganda Nacional por António Ferro e Fernanda de Castro, acabaria por sair em Paris, em 1937, com chancela da Flammarion, sob o título Une Révolution dans la Paix.
Foi, provavelmente, nesse encontro de Fevereiro de 1935, e em subsequentes contactos feitos através de António Ferro ao longo da primeira metade de 1936, que Salazar terá sido convencido da necessidade de publicar em França um pequeno “breviário” do Estado Novo, escrito numa linguagem acessível ao grande público, característica que faltava aos Discursos – um “roteiro” que, em poucas páginas e a baixo custo, explicasse a origem da Ditadura, enunciasse a política salazarista de saneamento financeiro e definisse as bases ideológicas do Estado Novo. A ocasião mais propícia para a publicação de uma tal obra de divulgação seria a Exposição Universal de Paris (mais propriamente, a Exposição Internacional das Artes e Técnicas de Paris), a realizar entre Maio e Novembro de 1937, na qual o regime português ia apresentar-se com um pavilhão em que participariam alguns dos mais brilhantes artistas portugueses da época: Francisco Keil do Amaral, Carlos Botelho, Maria Keil, Bernardo Marques, Dórdio Gomes, António Soares, Guilherme Camarinha, Eduardo Malta, Abel Manta, Francisco Franco, Canto da Maya, Paulo Ferreira e António Lopes Ribeiro, entre outros.
Ao longo de meses, entre o Verão de 1936 e Fevereiro de 1937, uma equipa de redactores (hoje diríamos “editores de texto”) do SPN trabalhou, sob a direcção de António Ferro, na composição desse “breviário”, que haveria de sintetizar os Discursos e constituir a sua versão popular em francês. Várias passagens decalcam, mesmo, a obra-mãe, embora abreviando e simplificando. Não se encontrou, até hoje, documentação sobre o papel de Salazar na redacção final do texto, mas o que se conhece da sua personalidade permite deduzir que a acompanhou minuciosamente. O seu ágil manuseio da língua francesa, a sua anterior experiência na escrita jornalística e o seu hábito de tornar meticulosos, até à exasperação, os textos que assinava – fazem supor que nem uma só vírgula do livro escapou ao seu escrutínio. À obra foi, por fim, dado o título Comment on relève un État.
Em 25 de Maio de 1937 (dia da inauguração da Exposição Universal), o pequeno livro de 48 páginas era posto à venda no pavilhão de Portugal e, logo depois, no mercado livreiro francês. Integrado na colecção “Directives”, tinha chancela da casa Flammarion e o preço de capa de 2,25 francos. A Imprensa parisiense dedicou-lhe referências elogiosas e Max Fischer, interlocutor de Salazar na Flammarion, concedeu várias entrevistas. Contudo, a Imprensa portuguesa ignorou o livro e Salazar nunca se empenhou na sua publicação no nosso País. Ao longo de quarenta anos, a bibliografia salazarista omitiu sistematicamente o título, que acabou por cair no esquecimento.
No Inverno de 1976, encontrei um exemplar desta edição francesa na biblioteca de um amigo possuidor de uma considerável salazariana, em parte herdada de família. Em muito bom estado, o exemplar não acusava os efeitos dos 39 anos decorridos. Era um opúsculo bem acabado, maneirinho e atraente. Para poder manuseá-lo à vontade, obtive licença para o fotocopiar – e com essa fotocópia na mão corri meia Lisboa. Que eu não o conhecesse, nem nunca dele tivesse ouvido falar, não seria extraordinário para os meus 21 anos de idade. Mais extraordinário era que nem um só dos historiadores, escritores, bibliógrafos e bibliófilos que consultei (alguns, salazaristas dos quatro costados) fizesse a menor ideia de que, em 1937, tal livro fora publicado em Paris. Só depois de ter saído a edição portuguesa conheci Eduardo Freitas da Costa (1915-1980), que me contou ter memória da preparação do livro nos gabinetes da SPN.
Decidi publicá-lo em português, sob a chancela de uma editora artesanal, vagamente subversiva, que entretanto constituíra: a Golden Books, que por junto publicou quatro títulos entre 1977 e 1978, fenecendo depois. Ao texto de Salazar, com tradução de Margarida Perestrelo, juntei um longo prefácio de minha autoria, que então me pareceu esclarecedor mas cuja puerilidade me faz hoje corar ligeiramente. Atrevimentos de rapaz. Reproduzia-se na capa a mesma foto de Salazar, em pose de perfil, que figurava na edição francesa. Para que ganhasse a patine própria dos 40 anos decorridos, usou-se uma velatura final em sépia.
Quando publiquei Como se levanta um Estado, no Verão de 1977, o nome de Salazar ocupava ainda o primeiro lugar no index librorum prohibitorum do regime democrático. Publicá-lo em livro era, simplesmente, um risco que poucos autores e quase nenhum editor estavam preparados para correr. Houve honrosas excepções: Freitas da Costa dera a lume, em pleno PREC, a sua defesa de Salazar (Acuso Marcelo Caetano, Liber); Marcello Caetano, exilado no Brasil, fizera sair Minhas Memórias de Salazar (Verbo); e Franco Nogueira, obrigado pela revolução a radicar-se em Londres, iniciava em 1977 a publicação da sua magistral biografia de Salazar (Atlântida). Livros sobre Salazar e o Estado Novo saíam todos os meses, mas invariavelmente para denegrir o homem e a obra. Os Discursos tinham praticamente desaparecido das livrarias, e nas raras onde sobreviviam tinham sido relegados para prateleiras escondidas nos fundos de loja. Lembro-me de um bibliófilo de Vila Verde de Ficalho me ter oferecido uma primeira edição do primeiro volume, em grande segredo, antevendo que as hordas “justiceiras” do Baixo Alentejo lhe assaltariam a biblioteca e queimariam em auto de fé tudo o que cheirasse a Salazar.
Este ambiente opressivo recomendava, pois, algumas cautelas. Evitei, desde logo, as casas de obras de Lisboa, de onde depressa transpiraria que um “livro fascista” estava no prelo. O trabalho tipográfico foi combinado em voz baixa, no Porto, e executado pela Tipave, em Esgueira (Aveiro). Ao longo dos trabalhos de paginação, que orientei pessoalmente, pernoitei num hotel da região – e não poucas vezes o proprietário da tipografia me telefonou, noite dentro, em sobressalto, dando-me conta de “estranhas movimentações” na zona, que ele atribuía a brigadas comunistas e interpretava como manobras de intimidação. Mas, entre sustos e suspeitas, a obra foi concluída e empacotada para distribuição sem que se registasse o menor incidente. Se entre os tipógrafos da casa havia algum anti-salazarista, não se acusou.
A edição foi posta à venda por distribuição directa junto dos livreiros, sem recurso a qualquer das empresas distribuidoras nacionais, nessa época dominadas por “comissões de trabalhadores” e “piquetes de vigilância” que teriam, sem dúvida, boicotado a sua difusão. O livro esgotou em pouco tempo, em resultado de mera divulgação de boca a orelha. Contam-se pelos dedos das duas mãos os livreiros que ousaram expô-lo na montra. A generalidade da Imprensa dedicou-lhe um silêncio sepulcral. Salvo uma ou outra menção de duas linhas, em tom de escândalo, só o jornalista Fernando Dacosta, então meu camarada nas bancas dos jornais, se lhe referiu com extensão, num artigo (publicado no vespertino A Luta) que sublinhava a sua coragem cívica e denotava já o seu interesse por Salazar, que mais tarde haveria de desenvolver em Máscaras de Salazar.
Como se levanta um Estado saiu, esgotou e voltou a cair no esquecimento. Eu próprio, absorvido por outros trabalhos e depois radicado em Londres entre 1980 e 1984, considerei o caso encerrado. Com o tempo, o nome de Salazar viera descendo na escala do index até ser tolerado, depois banalizado, por fim explorado como “artigo que vende”. Fui várias vezes desafiado a reeditar o livrinho. Mas essa sugestão, que aborrecia a minha aversão natural às “modas”, acabou por nunca ser seguida.
Só catorze anos depois, em 1991, uma outra edição portuguesa viu a luz do dia, sob a chancela da editora Mobilis in Mobile. Não tive qualquer participação nesta edição, que só conheci quando surgiu à venda nas bancas. Sobre esta editora escasseiam referências. Que eu saiba, para além desta obra de Salazar, a Mobilis in Mobile apenas publicou duas obras de Guy Debord, autor oriundo da escola marxista e um dos grandes inspiradores do Maio de 68, o que não deixa de ser um pouco desconcertante.
Em 2007 (setenta anos depois da edição original), a Atomic Books, uma das chancelas da editora Via Occidentalis, entretanto extinta, voltou a publicar Como se levanta um Estado, retomando com minha autorização a primeira versão portuguesa, que a Atomic fez rever e actualizar. Ao editor, Júlio Prata Sequeira, e ao organizador desta nova edição, Paulo Resende de Vasconcelos, contei o que sabia sobre as circunstâncias em que o livro fora publicado em 1937, e uma boa parte desses esclarecimentos foi incluída numa nota introdutória sob o título “A história de um livro”.
No mesmo ano, a editora Esfera do Caos publicou uma outra tradução da mesma obra (da responsabilidade de João C. S. Duarte), agora sob o título Como se reergue um Estado, prefaciada por António José Ferreira, professor de Filosofia e meu amigo pessoal, que por amabilidade me consultou sobre a edição original. Também a este prefaciador dei conta do que apurara sobre a publicação da Flammarion – e muito mais poderia ter acrescentado se soubesse o que, depois de ter lido a obra do Embaixador Castro Brandão, hoje sei.
O percurso singular deste livro, que de outra forma permaneceria enterrado no baú das minhas memórias pessoais, foi-me reavivado pela leitura do exaustivo trabalho de levantamento cronológico de Fernando de Castro Brandão. Graças a ele, pude não só reconstituir o processo da edição francesa original mas também compreender melhor as circunstâncias políticas e ideológicas, nacionais e internacionais, que rodearam a sua publicação em 1937. Salazar/Uma Cronologia permitiu-me ainda avançar na percepção das razões que teriam levado o Presidente do Conselho a desinteressar-se da publicação de Comment on relève un État em Portugal. Mas isso deixo à indagação dos leitores do Embaixador Castro Brandão, que por certo encontrarão na sua obra “um Salazar” mais focado e mais exacto do que o ícone que nos vem sendo servido na literatura de cordel e nos modismos televisivos.
Este exemplo mostra bem a importância da disciplina cronológica no trabalho historiográfico. Aquilo que por vezes não se vislumbra nos discursos oficiais e nos actos formais está frequentemente aninhado nas horas e minutos de uma agenda particular, de uma carta doméstica, de uma sequência que, uma vez articulada, nos revela um padrão ou nos desvenda o porquê de um porquê. Este é um dos grandes méritos do livro do Embaixador Fernando de Castro Brandão.

António de Oliveira Salazar/Uma Cronologia, ed. Prefácio, capa mole, 700 páginas + 28 páginas de ilustrações, 35 euros.




In revista Finis Mundi, nº 2, Abril/Junho de 2001.

28.6.11

Pensamentos de Alexis Carrel

“A criação dum escol é de capital importância. Nenhum dos homens modernos possui bastante inteligência e coragem para enfrentar os grandes problemas da civilização. (…) A sociedade precisa de super-homens, uma vez que não é capaz de se dirigir, e uma vez que a civilização do Ocidente foi abalada até aos seus alicerces.”


In Alexis Carrel, O Homem perante a Vida, págs. 18/19,
Editora Educação Nacional, 1959.



“Em vez de animarmos a sobrevivência dos fracos e dos deficientes, devemos ajudar os fortes, porquanto só o escol é capaz de fazer progredir a massa. Até ao momento presente, nenhum instinto científico se consagrou à formação duma qualidade superior. Ora é por isso mesmo que importa fundar, com urgência, um organismo capaz de empreender esse trabalho.
Tal organismo dedicar-se-á ao serviço dos indivíduos pertencentes às raças que geraram a civilização do Ocidente, da qual fazem parte. O seu centro será na Europa.”


Idem, idem, págs. 20/21.



“As nações democráticas desconhecem o valor dos conceitos científicos na organização da existência colectiva. Confiam nas ideologias, sobretudo na ideologia liberal e na ideologia marxista, filhas gémeas do racionalismo do século das luzes.”

Idem, ibidem, págs. 33/34.


“De facto, os princípios do manifesto comunista, assim como os da Revolução Francesa são perspectivas filosóficas e não conceitos científicos. Burgueses liberais e operários comunistas partilham a mesma crença no primado do económico.”

Id., ib., pág. 34.


“O Homo economicus é uma criação do liberalismo e do marxismo, mas não da Natureza. (…) Tanto o liberalismo como o marxismo violam as tendências fundamentais da natureza.”

Id., ib., pág. 72.


“A sabedoria era justamente considerada por Platão como princípio de todas as outras virtudes. A sua função é harmonizar as actividades do espírito e do corpo, combater o desenvolvimento fisiológico, e, principalmente, do económico à custa do ser humano. Só a prática dessa virtude pode sustar a ruína da civilização ocidental. O eugenismo era praticado pelos gregos, na época de Péricles, de modo natural e inconsciente; hoje, deve ocupar um lugar elevado nas preocupações dos povos civilizados. À higiene e à medicina tem faltado sageza; têm permitido e animado a reprodução dos fracos, dos doentes, e dos degenerados. E daí a razão por que os degenerados têm aumentado constantemente. O eugenismo tornou-se, pois, indispensável à salvação da raça branca.”

Id., ib., pág. 139.


“A desnatalidade é uma doença de degenerescência, que tem afectado todas as civilizações. Causou a decadência da Grécia Antiga e do Império Romano, e devasta presentemente, as nações modernas.”

Id., ib., pág. 158.


“ O eugenismo é virtude indispensável à salvação à salvação da civilização ocidental."


Id., ib., pág. 180.
“O papel do Estado é ajudar, da maneira mais generosa, os indivíduos e os grupos sociais que adoptam o eugenismo como regra de conduta, porque não há melhor maneira de promover a grandeza duma nação do que aumentar o número dos cidadãos superiormente dotados.”


Id., ib., págs. 180.

22.6.11

Ajudar D. Sebastião. Rainer Daehnhardt

O ano de 2010 terminou com algo inesperado, mas intimamente desejado: A REDESCOBERTA E AQUISIÇÃO DO ELMO DE BATALHA DE D. SEBASTIÃO! O ano de 2011 vai começar com O REGRESSO DO ELMO, motivo de alegria e reflexão.
Não há outro monarca luso que tão vasto leque de opiniões suscite. Para uns é mental ou fisicamente defeituoso, a ponto de acharem preferível que tivesse morrido à nascença. Para outros, é um Anjo Salvador, que regressará algum dia.
Penso ter chegado a altura do povo separar o trigo do joio e colocar os pontos nos “is”, para se saber, com maior grau de certeza, quem foi D. Sebastião e por que razão fez o que fez.
Os últimos tempos ofereceram diversos sinais que, de certa forma, nos chamam a rever tudo o que se disse, escreveu ou alegou, acerca desta figura mítica e lendária, atacada e amada, que tão profundamente se encontra ancorada na alma do Mundo Português.
Tudo começou quando, contra a vontade de muitos, um Papa Alemão canonizou um Marechal General, herói nacional, que não morreu de martírio. Trata-se do NOSSO CONDESTÁVEL, D. Nuno Álvares Pereira (1360-1431). Em Portugal, desde o século XV que é tratado como nosso SANTO CONDESTÁVEL. Sob o ponto de vista da Igreja, nem monge foi. A sua recente canonização foi de tal modo contestada a nível internacional, que chegou a ser negado mesmo o mais humilde reconhecimento pelo órgão do estado a quem isso competia. Quem sistematicamente procura denegrir os Chefes da Igreja Católica, reencontrou logo no passado da juventude do Papa (o cumprimento do serviço militar e a ascendência de D. Nuno Álvares Pereira, pelo lado materno, ligado à Casa Real Germânica, na Lombardia), razão “obscura” desta canonização. O Papa, porém, não deixou nada obscuro. Não apenas canonizou o Herói Nacional Luso, como até deu, por pergaminho, a BENÇÃO PAPAL A TODOS OS INFANTES DE PORTUGAL, algo que desde que D. Afonso V assumiu a cruzada contra o Islão não acontecera.
Esta bênção papal esteve exposta na sala elíptica (a sala de honra), na Escola Prática de Infantaria, no Palácio de Mafra. Foi belo verificar que, na homenagem que a EPI prestou ao Santo Condestável (seu patrono), tanto as entidades museológicas como as eclesiásticas trabalharam em conjunto com as militares, para prestar a homenagem devida. Na sala de honra estavam em grande destaque, não apenas as relíquias do Santo, manuscritos por ele assinados, que a Torre do Tombo tinha cedido, belos quadros de D. Nuno do Museu Nacional de Arte Antiga, como a grande estátua do Condestável a pé, segurando o seu famoso martelo de armas (chamado “Bico de Corvo”). Estátua idêntica encontra-se na Sala de Aljubarrota do Museu Militar de Lisboa e as suas representações repetem-se em grande parte da iconografia que existe do Santo Condestável, desde o século XVI.
Pode e deve-se perguntar: o que isso tem a ver com D. Sebastião? Inaugurou-se recentemente, num Museu de Zurique, uma exposição sobre marfins do Ceilão, onde figura um quadro representando D. Sebastião aos oito anos de idade. Este esteve erradamente classificado, num palácio austríaco, sendo por isso desconhecido, desde o século XVI. Ao fim e ao cabo trata-se de um Neto Rei do Imperador Carlos V, do Sacro Império Romano de Nação Germânica.
Os Soberanos costumam ser representados com os seus atributos régios, isto é, a coroa, o ceptro e a espada da justiça. Por vezes, apenas são representados com um simples bastão de comando.
O nosso monarca deixou-se representar em armadura (uma de Augsburgo, entretanto desaparecida), segurando na mão o MARTELO “BICO DE CORVO” de D. Nuno Álvares Pereira. Como é possível que um monarca se deixe representar com uma arma de comando de infantaria, quando a arma nobre da altura era a da cavalaria? Como é que o nosso monarca escolheu o símbolo de um Herói Nacional falecido há muito, que liderou o povo, o peão, no combate contra a cavalaria castelhana e francesa, tornando-se Herói e Santo Salvador da Pátria ? Terá sido por influência patriótica do seu professor, Damião de Góis?
Como se pode permitir que se represente um jovem Rei, em 1562, com uma arma de 1385? Isto seria o equivalente a colocar uma arma das invasões napoleónicas nas mãos de um comandante supremo actual! Algo descabido, que dá que pensar!
Sabemos que D. Sebastião mandou abrir os túmulos dos seus antepassados e daí retirou as suas espadas para estas lhe servirem de talismã na sua campanha africana. Até levou o elmo de Carlos V com que tomou Tunes.
Será que D. Sebastião também mandou abrir o túmulo do Santo Condestável, no Convento do Carmo, em Lisboa e lhe tenha pedido de empréstimo o seu Martelo de Armas?
Imenso do que diz respeito a D. Sebastião ainda hoje se encontra envolvido em secretismos.
O aparecimento do quadro de D. Sebastião com o Martelo de Armas do Santo Condestável e do Elmo de Batalha, são como badaladas de um sino da História, que nos acordam para o cumprimento de um dever: DESCOBRIR AS VERDADES ACERCA D. SEBASTIÃO!
Para isso, devemos reunir tudo, mas mesmo tudo, que nos possa oferecer luz.
A grande maioria das obras dos nossos cronistas e historiadores peca por terem tido “donos”. Estes não se preocupavam com a verdade, mas apenas com a apresentação da vertente mais conveniente para os seus interesses. Isto anula parte da fidelidade dos seus relatos. Devemos estudar documentos originais, nunca estudados ou interpretados. Existem, precisam é de ser encontrados.
No século XVI enforcaram-se os padres franciscanos que ousavam levantar dúvidas acerca da morte de D. Sebastião em Alcácer-Quibir. Os dominicanos trabalharam com o Santo Ofício e este com o poder entronado. Não havia vontade de se saber algo mais concreto acerca de D. Sebastião. As diferentes obras publicadas acerca de relatos da batalha carecem sempre da concordância do Santo Ofício, o que anulava qualquer divulgação de conhecimentos não condizentes com a versão oficial.
Os primeiros a lançar pesquisa sistemática acerca do que acontecera foram os alemães. Era do neto do seu Imperador que se tratava. Até enviaram pesquisadores a Veneza, porque existia grande convicção de que o chamado “3º Falso Sebastião”, o que apareceu em Veneza logo após a morte de Filipe II de Espanha, tenha sido o verdadeiro.
Aos Filipes não convinha que D. Sebastião voltasse!
Aos fanáticos dentro da Igreja também não!
Aos proponentes da Casa Ducal de Bragança como nova Dinastia Lusa também não!
Então quem é que queria saber a verdade? Apenas alguns estudiosos estrangeiros?
NÃO! O povo sempre quis saber a verdade e duvidou das explicações oficiais.
O POVO SEMPRE SENTIU ESTAR MAIS PERTO DA VERDADE, EMBORA NÃO O SOUBESSE EXPLICAR OU EXPRIMIR!
Apenas em Portugal existe um majestoso mosteiro (o dos Jerónimos, em Lisboa, à antiga beira do Tejo), onde se apregoa algo incompreensível aos cérebros lógicos e racionais. Mostram-se três sarcófagos imponentes mas “enganosos”. Um é o de D. Sebastião, com a inscrição (traduzida do latim): “SE É VERA A FAMA, AQUI JAZ SEBASTIÃO, VIDA NAS PLAGAS DE ÁFRICA CEIFADA. NÃO DUVIDEIS QUE ELE É VIVO, NÃO! A MORTE LHE DEU VIDA ILIMITADA”. Outro é o de Vasco da Gama, que nunca nele entrou e o terceiro é o de Luís de Camões, que, na realidade, acabou por ser enterrado em vala comum! Os três túmulos albergam dos mais significativos capítulos escritos pela alma lusa, algo que apenas quem ama Portugal compreende.
Tudo o que temos acerca de D. Sebastião é uma longa lista de perguntas por responder:
Terá de facto trocado de cavalo e armadura com o seu escudeiro em plena batalha?
Foi o seu escudeiro que morreu em vez dele?
Os nobres lusos, prisioneiros dos marroquinos, que foram reconhecer o seu corpo fizeram-no devido ao elmo, pois tinha a cara desfeita. Quando o incluíram na negociação do seu resgate e trouxeram de volta a Portugal, saberiam que era a personagem errada, afim de evitar o levantamento de dúvidas, para que se deixasse de procurar o Rei?
Terá D. Sebastião de facto regressado ao Algarve e, caído em si de vergonha, pela desgraça causada à nação, se tenha escondido numa cabana de um pescador?
Terá D. Sebastião tido o tal encontro na fronteira de Espanha com o seu tio, Filipe II, combinando os dois o regresso de D. Sebastião, quando as “coisas do Estado” estivessem restabelecidas e a ocasião fosse propícia? O que é um facto é que o comportamento de Filipe I de Portugal, para com o Mundo Português e a lusa gente, foi significativamente diferente do depois aplicado pelos seus sucessores, que consideravam Portugal um feudo ou colónia.
O facto do “3º Falso D. Sebastião” se ter pronunciado como verdadeiro, precisamente após a morte de Filipe I, dá que pensar.
E as tenças pagas pela Casa de Bragança aos herdeiros de D. António Prior do Crato, nomeando-os embaixadores de Portugal (intervieram no Tratado de Utrecht), sem autorização para pisarem terras lusas? O mesmo aconteceu a uma família do norte de África, supostamente descendente de D. Sebastião.
O próprio filho de D. António Prior do Crato foi a Veneza e reconheceu D. Sebastião como seu Rei!
Qual a razão do forte desentendimento entre D. Sebastião e seu tio, o Cardeal D. Henrique (Inquisidor Mor), ao ponto do Rei lhe proibir entrar no Palácio e de impedir que funcionários seus aceitassem cartas do Cardeal a si dirigidas?
Como se entende a alegria manifestada todos os anos na data da batalha de Alcácer-Quibir pelos sefarditas de Tanger, que festejam a morte do nosso Rei, quando foram os Cristãos-Novos de Lisboa que pagaram metade dos custos da campanha?
Como se explicam as “estranhas” mortes dos 9 filhos de D. João III, incluindo a do Infante D. João, pai de D. Sebastião, que faleceu poucos dias antes do nascimento do filho?
Como se explica a estranha libertação de Damião de Góis dos calabouços do Santo Ofício e o seu assassinato numa albergaria quando ia a caminho para falar com D. Sebastião?
Como se explica uma partida para Marrocos, em pleno Verão, fortemente desaconselhada ao jovem monarca por todos os conselheiros militares?
Porque razão quase nunca se menciona que D. Sebastião já se ter tinha deslocado ao norte de África anteriormente e aí entrado em combate?
Porque não se menciona quem ordenou a aniquilação da Ordem de Cristo como ordem religiosa militar, transformando-a em mera ordem monástica?
Porque não se menciona que D. Sebastião pediu ao Papa a restauração da Ordem de Cristo como ordem religiosa militar, o que foi por este negado?
Tudo isto e muito mais merece ser estudado.
O aparecimento do ELMO DE BATALHA DE D. SEBASTIÃO teve uma consequência inesperada: o aparecimento espontâneo de um “NÚCLEO DOS AMIGOS DO ELMO”. Os seus membros declararam por escrito que “AMAM PORTUGAL” e colocam este seu sentimento acima dos seus interesses pessoais.
Com isto, ultrapassam grande parte dos historiadores “encartados” e bem merecem todas as ajudas possíveis. Nenhuma delas será financeira. Não haverá movimentação de capitais nem atribuições de títulos. Todos trabalharão como voluntários e iguais entre iguais, dentro do que lhes for possível e a favor do bem comum. Este é o restabelecimento da verdade histórica acerca de D. Sebastião e de tudo o que à retoma da sua defesa da Pátria estiver ligado.
Assim, pede-se a quem souber de qualquer documento ou objecto, que possa oferecer alguma luz acerca D. Sebastião, que informe do mesmo os membros do núcleo, por correio electrónico que se encontra na página do facebook em
http://www.facebook.com/home.php?sk=group_166483290056611 ou pelo blog Projecto Apeiron ou que se informe através do Google em “núcleo dos amigos do elmo”.
Pode também fazê-lo por carta dirigida ao Museu-Luso-Alemão, sito na Quinta Wimmer, 2605-213 BELAS, (Fax: 21 431 31 35), onde já se reuniram muitas dezenas de documentos e objectos ligados a D. Sebastião, juntos por gerações, que souberam manter o seu respeito e carinho por esta personagem ímpar e tão incompreendida da nossa História.
Aqui vai a imagem do ELMO de BATALHA de D. SEBASTIÃO, que outrora fez parte do conjunto usado pelo DESEJADO, representado no quadro atribuído a Cristóvão de Morais, no Museu Nacional de Arte Antiga.
Se o elmo pudesse falar, o Portugal dos nossos netos não sucumbiria a estatísticas incolores, mas mostraria a sua presença de velas enfunadas, bem-vindas por todo globo!

Rainer Daehnhardt
In revista "Finis Mundi", nº 2, Abril/Junho de 2001, págs. 64 a 69.

21.6.11

A Maçonaria envolvida na tentativa de eleição do "irmão" Nobre

Jornal de Notícias, 21.06.2011, página 5.

Comentário esclarecido e esclarecedor

O que pensa o meu amigo e camarada Bruno Oliveira Santos sobre o novo (des)governo.

M.O.N. n` O Diabo



Jornal O Diabo, 21.06.2011, pág. 10

Rodrigo Afreixo Ferreira. Presente!

Soube da notícia da morte do meu camarada e amigo, Rodrigo Afreixo Ferreira, através de um amigo e camarada comum que como eu andava intrigado de nada saber do "Afreixo", mas a verdade é que viemos a saber que o silêncio estava relacionado com a sua morte a 24 de Janeiro deste ano.
Rodrigo Afreixo era um Camarada e um Amigo exemplar, sempre disponível para ajudar, pessoa de elevada cultura, bom trato com quem dava prazer estar e conversar.
Graças a ele, ao longo de anos, consegui arranjar centenas de livros para a minha biblioteca porque ele andava em pesquisa nas livrarias e alfarrabistas de Lisboa, do Porto e no estrangeiro.
A foto tirada em Parada de Gonta, na Casa de São José, casa do Rodrigo Emílio, testemunha a amizade e camaradagem que ambos nutriam um pelo outro.
De braço ao alto, te saúdo.
Até sempre, Rodrigo Afreixo!

20.6.11

Pedro Guedes da Silva no Expresso do Ocidente

Mais uma viagem no Expresso do Ocidente.

M.O.N. - Declaração Política

Hoje, em Portugal, o Estado está contra a Nação, dirigido por interesses contrários à nossa Soberania e desenvolvimento. É contra eles e os seus agentes que a Nação se deve levantar, como uma autêntica Oposição Nacional à actual situação, de forma sustentada e organizada por todos os meios legais possíveis. Há que avançar com ideias, objectivos e homens novos para vencer. Há que realizar a conquista e libertação progressiva dos centros de decisão, para poder reorganizar o Estado, a Justiça e a política nacional segundo um novo Regime e uma nova Constituição.
O Movimento de Oposição Nacional, é uma Associação Política e Cultural de portugueses livres, determinados à acção politica Patriótica e Nacionalista. Queremos lançar iniciativas de formação, informação e dinamização social necessárias à transformação do actual sistema político. Pela substituição da actual «classe política», pela sobrevivência e desenvolvimento da Comunidade Nacional de uma forma legítima e justa.
O M.O.N. não concorre com a actividade político‐eleitoral dos Partidos, nem se confunde com um Partido – queremos ir além dessa visão restrita. Uma associação política e Cultural reune e congrega, forma e informa, estabelece o plano da acção política acima das opções individuais, organiza a convergência, porque, acima da acção, a justificação dos objectivos tem de ser assumida de forma clara e consistente, segundo uma estratégia nacional que não esteja à mercê de «protagonismos pessoais» e «eleitoralismos oportunistas». Formamos Grupos de Estudo e Grupos de acção, organizamos, apoiamos ou intervimos. É uma organização livre e diversa para intervir no Combate Nacional, durante os quatro anos entre eleições, mas poderá apoiar candidatos que se mostrarem dignos e defensores de soluções justas e nacionais, e combater impiedosamente aqueles que servirem o Inimigo. Não é uma frente transitória’nem um «negócio eleitoral». É um Movimento permanente, para mobilizar e agir em toda a parte, de forma persistente e organizada, criando ou apoiando as causas concretas que a Oposição Nacional pressuponha ou suscite.
Queremos articular uma rede de grupos diversos que, convirjam na mesma direcção, ao lado de todas as organizações nacionalistas e patrióticas. Será uma luta diversificada e abrangente por uma Nova Política, com responsáveis novos e uma nova organização, que vença o monopólio dos partidos, em todos os domínios possíveis.
Acreditamos que a mobilização da Oposição Nacional só pode ser realizada por um Movimento Social, Político e Cultural independente dos partidos políticos dominantes, que organize e envolva numa participação activa os portugueses e das suas comunidades de vida. A Oposição Nacional é algo que já existe, ainda que difusa, presente em muitas atitudes individuais e em muitos grupos independentes espalhados por todo o país, não cabe num partido e não se sujeita ao sectarismo. A «Oposição Nacional» não é o M.O.N., é o grande objectivo do M.O.N. Em nome desse objectivo o M.O.N. inclui, não exclui, respeita e associa.
Os nacionalistas e os patriotas livres mais activos devem ultrapassar divergências secundárias e ir ao encontro dos portugueses já despertos, para dar um sentido mais combativo e positivo à sua revolta, torná-la mais forte e convergente com outros, de modo a ser maior a força que, em última análise, pode decidir o futuro de Portugal. Esta é a grande linha de orientação do M.O.N.
TUDO PELA PÁTRIA!
POR PORTUGAL – E MAIS NADA!

12.6.11

Finis Mundi nº 2

Acabei de ler o segundo número da revista Finis Mundi de que há a destacar os seguintes textos:

- "Ajudar D. Sebastião" - Rainer Daehndardt sobre a história do resgate do Elmo do Desejado;
- "Salazar, sobre um livro esquecido durante quarenta anos, a propósito de um livro recém-publicado" - Jorge Morais. Trata da história do livro "Como se levanta um Estado".
- "A Nato e a guerra pelo ópio no Afeganistão" - Basílio Martins;
- "Mario Saa revisitado" - Mário Casanova Martins;
- "À Espera do Fim do Mundo, René Guénon e o Kali Yuga" - Richard Smoley.

Em nome da liberdade, da justiça e da democracia

10.6.11

Homenagem a Couto Viana na Ponta de Barca

No próximo sábado, dia 11, o Clube dos Poetas Vivos homenageia Couto Viana no 1.º aniversário do seu falecimento com uma palestra do Dr. Artur Anselmo e interpretação musical do Dr. Manuel Sobral Torres a partir das 14 horas a que se seguirá um lanche minhoto ajantarado com concertinas. Às 19 horas será celebrada uma missa de sufrágio.

10 de Junho no Largo Camões


9.6.11

10 de Junho em Belém




Sexta-Feira, 10 de Junho, em Belém, no Monumento aos Combatentes junto à Torre de Belém, pelas 12 h. Como sempre, para o Minuto de Silêncio em honra daqueles que deram Tudo Pela Pátria!
Nasce um lema para os próximos anos, que vão ser de combate determinado.
Depois, pelas 13.30 h, um grande almoço de confraternização Patriótica e Nacionalista.

8.6.11

A minha terceira grande guerra. Poema de António Manuel Couto Viana

Celebra-se hoje o 1.º aniversário da morte física de um grande Senhor da Cultura Portuguesa. Aqui fica um testemunho da sua belíssima poesia.


A minha terceira grande guerra



Menino, ouvi que a pátria da minha Mãe, a Espanha,
Fuzilava, vermelha, na fronteira
Que o rio Minho banha,
O fidalgo, o burguês, o padre, a freira.

Logo a minha cidade
Se encheu de fugas precipitadas,
E havia mais convívio e liberdade
No cinema, nos jardins, nas esplanadas.

Falava-se galego em toda a parte,
E eu via, com alegre sobressalto,
Um comboio de víveres que parte;
Um jovem que se alista, braço ao alto.

Morrera minha Avó ao cercarem Oviedo.
González Peña, seu sobrinho,
Combatia em Madrid. Mas isto era um segredo
Que feria a família como a espada do espinho.

O hino Cara al Sol, com a letra tão bela,
Cantava-o minha Mãe. Clarim nos meus ouvidos!
E, enquanto eu me sonhava de guarda a cada estrela,
Sem distinção de credos, era Ela
Que me punha a rezar por todos os
caídos!
In O Senhor de Si, pág. 18, 1991.
In António Manuel Couto Viana - 60 anos de Poesia, vol. II, INCM, págs. 143/144, 2004.

Couto Viana lembrado por Lacerda e Megre no As Artes entre as Letras

(Clicar na imagem para aumentar)

2.6.11

Hoje, Couto Viana no "Serões da Bonjóia", às 21h15m


A não perder!
Couto Viana na voz amiga de Manuel Sobral Torres através dos poemas "Rimance da Rosa", "Comício", "Trova Dor" e "Cabo da Boa Esperança" além das palestras de Drª Isabel Ponce Leão, Dr. José Valle e Figueiredo e Dr. António Leite da Costa.
Uma excelente iniciativa de homenagem a António Manuel Couto Viana.