25.5.09

Exposição D. Afonso Henriques e a sua época - de 1109 a 1185 da autoria de Manuel Ribeiro Rodrigues

É inaugurada hoje na Sociedade Histórica da Independência de Portugal a exposição "D. Afonso Henriques e a sua época - de 1109 a 1185" da autoria de Manuel Ribeiro Rodrigues a decorrer até ao dia 15 de Junho.
A não perder!

22.5.09

Livro: Correspondência de António Sardinha



A Universidade Católica Editora deu à estampa, em Novembro de 2008, este volume epistolográfico do grande Mestre do Integralismo Lusitano, com 520 páginas e inclui um prefácio do Dr. Rui Ramos e uma introdução da Drª Ana Isabel Sardinha Desvignes, autora da interessante e séria tese de doutoramento "António Sardinha (1887-1925). Um Intelectual no século" editada, em Dezembro de 2006, pelo Instituto de Ciências Sociais da da Universidade de Lisboa.

21.5.09

Ruy Alvim por Prof. Dr. António José de Brito

RUY ALVIM

A notícia do falecimento do meu amigo, de há dezenas de anos, Ruy Alvim, não me colheu de surpresa. Já desde bastantes dias esperava um desenlace fatal, embora no meu espírito houvesse sempre uma réstea de esperança.
Em Coimbra, para onde fui em 1945, laços de estima me ligaram a Ruy Alvim, laços que não se quebraram através das mais diversas vicissitudes.
Na altura em que me matriculei na velha Universidade, uma parte dos seus alunos aguardava, com fervor, o retorno – fruto do abominável dia V – do caos democrático. Uma outra desejava ardentemente, a consolidação das constituições vigentes, de modo a que não fossemos contagiados pelos males que dominavam, avassaladoramente, além fronteiras – e por isso ansiava pela restauração da Realeza. Mas entre os que, então, se diziam monárquicos existia uma fracção que, seguindo, aliás, as posições de bom número de fundadores do Integralismo Lusitano, se deixava contagiar pela ressurreição das velhas ideologias que a força das armas, macissamente, impusera ao nosso pobre mundo. Ambas as orientações alinhavam em torno de um quinzenário denominado “Mensagem”, entre ambas subsistindo a um equívoco fundamental, mais ou menos disfarçado pelo emprego de um vocabulário formalmente idêntico, conquanto as mesmas palavras fossem usadas para designar realidades, substancialmente, divergentes.
O equívoco desfez-se quando, com o patrocínio de autores como Almeida Braga, Alberto Monsaraz, Hipólito Raposo, apareceu um jornal – “Diário Nacional” – que defendia, estrenuamente, a compatibilidade da monarquia com a democracia (ou seja, achava possibilíssimo o círculo quadrado). Alfredo Pimenta refutava, intransigentemente, nas colunas do semanário “A Nação”, tão absurda doutrina. O director da “Mensagem” – Caetano de Melo Beirão – convidou-o a estender a sua salutar campanha a esse órgão de imprensa. Alfredo Pimenta aceitou com júbilo.
E a cisão latente passou da potência ao acto. Uns tantos colaboradores do quinzenário abandonaram-no, iniciando uma evolução, ou melhor, involução, que terminou com o aplauso à traição abrilina e com a sua inserção no sistema dos partidos, constituindo o inenarrável P. P. M.
Ruy Alvim – é quase inútil dizê-lo – ficou do lado dos monárquicos autênticos, e dessa opção fundamental derivaram bastantes eventos da sua vida sacrificada e agitada.
Perto do fim do curso, fomos os dois chamados a prestar o serviço militar. Na Escola Prática de Infantaria, em Mafra, Alvim tornou-se conhecido pelo seu bom humor e irreverência, qualidades que, mais tarde, o fizeram ser eleito Presidente da Direcção da Associação Académica e Director da “Via Latina”.
Regressou às fileiras como oficial miliciano, prestando relevantes serviços contra alguns desvios subversivos que começam a despontar nas Forças Armadas. No derradeiro número da revista “Tempo Presente” dirigiu um apelo à juventude no sentido que se erguesse em defesa da integridade do território pátrio, alvo de agressão terrorista.
Após tal revista desaparecer, vítima do seu desassombro e do seu falar claro, que escandalizava os conformistas do sistema, Ruy Alvim não deixou de ocupar lugar desta que, nos corpos dirigentes do Círculo de Estudos Alfredo Pimenta, com menos ressonância infelizmente e mais dificuldades seguia o rumo do “Tempo Presente”.
A seguir… A seguir foi o abandonismo progredindo, travado pela presença de Salazar, até que chegou a hora daquilo que os inconscientes chamaram a primavera política, ou seja, o fim do Estado Novo.
No período de decadência a que aludimos, Ruy Alvim ocupou o lugar de Chefe dos Serviços da Censura. Se nos tivesse legado as suas memórias, o servilismo de certos defensores entusiastas da liberdade de expressão seria, saborosamente, desmascarado. Mas, adiante…
Com a primavera política, ou seja o marcelismo, tudo começou a esbororar-se. O professor Alves das Neves Caetano em textos escritos no Brasil, confessou que expunha os seus projectos de destruição da Pátria portuguesa, a políticos estrangeiros deles recebendo aplauso e incitamento. Internamente não desvendava os intuitos tão claramente, com medos dos chamados ultras. Tal medo levou-o a tortuosas manobras e mentiras, sendo evidentemente ultrapassado por Spínola (criado dos interesses americano) e pelos MFA (criados dos interesses soviéticos) que proclamavam, sem equívocos, querer voltar ao remanso dos quartéis do rectângulo.
Assim sucedeu no 25A, que representou, conforme disse Amorim de Carvalho, n`“O fim histórico de Portugal”, em breve inserido numa federação, com nome de “União Europeia”, sob o pavilhão da democracia obrigatória e do capitalismo desenfreado. Para deixar testemunho do nosso protesto, sem termos grandes esperanças de êxito, mas para obedecermos ao lema “tout est perdu fors l`honneur”, constituímos um pequeno agrupamento – o M. A. P. (Movimento de Acção Portuguesa) em recordação da saudosa Action Française) – a que Ruy Alvim não deixou de dar a sua adesão. O monocular traidor traído, como bom súbdito dos U.S.A., procurou travar a maré comunista, promovendo uma manifestação monstra de apoio, que lhe permitiria defenestrar o triste louco Vasco Gonçalves. Com a falta de habilidade e senso habituais, falhou nos seus propósitos. O MAP que nada tinha a ver com as torpes dissenções inter-abrilinas tornou-se alvo de assalto das forças ditas militares. Alvim e Amândio César, que seguiam tranquilamente para Lisboa, de todo alheios à tontice de Spínola foram detidos e agredidos em Coimbra, conseguindo por sorte escapar para o Porto, onde se acolheram em minha casa.
No mesmo dia transpuseram a fronteira e após breve estadia em Espanha, embarcaram para o Brasil. Vários camaradas passaram também para o país vizinho ou, em nome da liberdade, foram presos arbitrariamente. Eu fiquei, na chamada capital do Norte, aguardando o cárcere que, milagrosamente consegui evitar (sem nada fazer de especial para isso). O Caetano de Melo Beirão ocultava-se no Alentejo.
Alvim permaneceu no Brasil, ao passo que Amândio César regressou ao rectângulo, mal este deixou de ser um manicómio em auto-gestão para se transformar no purulento e nauseabundo pântano actual.
Contra o mesmo passaram a insurgir-se quer o recém-saídos dos calabouços democráticos quer alguns que não experimentaram tão gentil hospitalidade. Agruparam-se em volta de Manuel Maria Múrias, corajoso director do semanário “A Rua” (a propósito, que é feito do livro consagrado à sua memória e que misteriosamente nunca veio à luz?)
Alvim, do outro lado oposto do Atlãntico, comendo por vezes o pão que o diabo amassou, acompanhava com simpatia o nosso esforço, que os mais lúcidos sabiam votado ao insucesso mas que era um imperativo de consciência. Escreveu amargurados poemas, em boa parte, reunidos no volume “Diário Interrompido”, que a crítica bem pensante, prosternada perante os Saramagos e outros magos da ordinarice, desconheceu com olímpico desdém.
Elaborou, também, um estudo sobre “Plínio Salgado e a revolução do Espírito”, destinado a servir de prefácio à edição das obras deste grande escritor, de que saiu uma separata.
Em Novembro de 2000, com o inevitável atraso, teve lugar uma modesta sessão de homenagem à memória de Alfredo Pimenta no quinquagésimo aniversário da sua morte. Ruy Alvim, ainda que residindo já no rectângulo, não podendo estar fisicamente presente, teve, por isso, a gentileza de me pedir que lesse a sua comunicação sobre “Alfredo Pimenta e o Minho”. Os restantes participantes nessa homenagem foram António Manuel Couto Viana, Goulart Nogueira, Carlos Eduardo de Soveral, Rodrigo Emílio, Pinharanda Gomes e eu próprio. Nenhum editor quis dar a público os textos apresentados.
Alvim já contemplava, com nojo, com pasmo e às vezes, com irreprimíveis gargalhadas – os donos deste anárquico canto da Península abusavam, frequentemente do gosto de serem idiotas, - o que se passava no pântano à beira-mar plantado.
Se lhe era possível, comparecia aos jantares que uns poucos nostálgicos irredutíveis – com muito orgulho o afirmámos – recordavam o 28 de Maio e Salazar.
Não o veremos mais, no próximo mês. Ai de nós, a morte chamou-o a si.
Adeus, velho amigo e companheiro, sempre firme e vertical.
Adeus, não. Até breve.
António José de Brito

19.5.09

SLB: plano de actividades de treino



Como Humberto tornou público o meu dia de aniversário, aqui e agora, deixo-lhe esta prenda que é extensiva ao Bruno, Duarte, João Marchante, Mário, Vítor Luís, e outras papoilas saltitantes!

Livro: António Sardinha (1887-1925): um intelectual no século de Ana Isabel Sardinha Desvgines



Editado pelo ICS da Universidade de Lisboa em Dezembro de 2006 este volume, de 292 páginas, que é a base da tese de doutoramento da Dr.ª Ana Isabel Sardinha Desvignes sobre António Sardinha. Trabalho sério e aprofundado sobre o grande Mestre do Integralismo Lusitano.
P.V.P. - 18,90€.

Céline: Un siècle d'écrivains


L.F. Celine _Un siecle d'ecrivains
Enviado por XLanig. -

Programa - "Un siècle d'écrivains"
Louis-Ferdinand Celine - "Un diamant noir comme l'enfer". 1998.
Realização - Emmanuel Descombes Alain Moreau.
Texto - Alain Moreau.
Voz - Valentin Traversi.

17.5.09

Leitura semanal

A Cidade do Sossego
A Turquia é importante para a Europa?
Osvaldo Spengler e a democracia
Mitologia (II)

Gladius
Fundação Continente Europa estabelece-se na Alemanha e atemoriza o sistema
Sobre a religião nacional da Ucrânia

Legião Vertical
Ser de Direita

Manlius
O sangue dos vencidos
Revisionismo em linha - Ou a supremacia moral "deles"
O Coronel Roque tinha razão…
Eu não sei bordar...
Para compreender algumas coisas
Se Portugal fosse um país a sério
Afinal a Censura não é só coisa dos "fascistas"

O Reaccionário
Carta ao Papa
Bilderberg 2009

O Sexo dos Anjos
A cultura e o poder
Desertai do sono que vos prende

Reverentia
O debate na RTP

Um Homem das Cidades
Mário Soares no prós e contras. Toda a concentração da comunicação social foi feita e está na mão de meia dúzia de grupos económicos

Condestável
Inconformista
Pt No Media
Pt NovoPress
Revisionismo em Linha

Inauguração do monumento do Cristo-Rei

A propósito da inauguração do monumento do Cristo-Rei deixo-vos estes filmes documentais da época recolhidos do Site Oficial do Santuário Cristo-Rei e que - cuidadosamente esquecidos! - não foram transmitidos nos festejos do 50.º aniversário do monumento:

Trailer do filme Il sangue dei vinti de Michele Soavi



J’ai fait l’con com Dieudonné e Robert Faurisson


Glissage de quenelle
by labanlieuesex

Sexta-Feira, 26 de Dezembro de 2008, no Zénith, perante 5.000 pessoas, Dieudonné recebe o historiador Robert Faurisson, no seu último espectáculo J’ai fait l’con.

Leia Comediante premeia negacionista do Holocausto

O humorista Dieudonné M'Bala M'Bala e A lista anti-semita do cómico francês


Ou a França perdeu o sentido de humor ou o humorista Dieudonné M'Bala M'Bala descobriu os limites do sarcasmo como arma contra o politicamente correcto. Há vários anos que as piadas cáusticas do comediante sobre negros, muçulmanos e judeus deixaram de provocar gargalhadas. Nas salas de teatro, as denúncias do cómico contra o lóbi judaico em França suscitam agora sorrisos amarelos, anulações de espectáculos, manifestações violentas, processos e con- denações em tribunal por incitação ao ódio racial.
A sua última aposta política são as europeias de 7 de Junho, mas a sua lista "anticomunitária" e "anti-sionista" já esteve para ser interdita pelo Governo francês.
O humorista franco-camaronês de 43 anos, que no início dos anos 90 divertia o país com uma dupla insólita, ao lado de um comediante judeu, tornou-se hoje no protagonista das tensões comunitárias e do racismo que se habitou a caricaturar sobre o palco. No popular duo Élie & Dieudonné, o actor encarnava o personagem Bokassa, um negro, lado a lado com Cohen, um judeu, numa paródia aos preconceitos sobre as duas comunidades e ao discurso xenófobo da Frente Nacional de Jean Marie Le Pen. Uma provocação num país atormentado pela memória da deportação de judeus para campos de concentração nazis, pelo passado colonialista em África e pela tensão entre muçulmanos e judeus inflamada pelo conflito israelo-palestiniano. Mas a ousadia de tentar reconciliar duas comunidades através do humor acabaria por levar à ruptura do duo, em 1997, oficialmente por razões "mais pessoais que profissionais". Desde então, os sketches contra o racismo e a discriminação alimentam o discurso de um Dieudonné convertido em "resistente" e político militante.
Nas regionais de 1998, o comediante lidera a campanha de uma lista baptizada "utópicos", contra a Frente Nacional, de extrema-direita, em 2004 cria a lista "Europalestina", para defender a causa palestiniana, em Março deste ano e em resposta à polémica em torno das suas declarações "anti-semitas", decide reunir as figuras "pouco recomendáveis" do país numa lista "anticomunitarista e anti-sionista" às eleições europeias.
Ao contrário de Coluche, que nos anos 80 se candidatara às presidenciais francesas para parodiar a política, Dieudonné vai perder o sorriso ao transformar o palco em tribuna. Em 2003, um sketch à TV pública vai causar a ira da comunidade judaica. Disfarçado de judeu ultra-ortodoxo e entoando Heil Israel, Dieudonné afirma: "Incito os jovens nos subúrbios a converterem-se como eu (...) juntem-se ao eixo do bem, o eixo americano-sionista". Desde então, as aparições em palco do actor rivalizam com as convocações em tribunal. As diversas condenações levaram salas de espectáculos como o Olympia a cancelarem os espectáculos do humorista e o presidente da Câmara de Paris, Bertrand Delanoë, a defender a proibição dos seus espectáculos na capital.
Uma polémica que vai marcar o novo repertório do artista que num espectáculo na Argélia classifica o Holocausto como "pornografia memorial", citando uma historiadora israelita para se interrogar sobre as razões pelas quais "não se assinalam também os 400 anos de escravatura?" Apresentando-se como politicamente "anti-sionista" para denunciar o apoio francês a Israel ou para defender em público movimentos islamitas como o Hamas palestiniano ou o Hezbollah libanês, o comediante rejeita as acusações de anti-semitismo.
Banido da televisão, criticado pelas associações de luta contra o racismo e anti-semitismo, refugiado no Teatro de la Main d'Or, que adquiriu em Paris, só as declarações polémicas de Dieudonné vão continuar a ser notícia nos media, quando critica a "submissão dos dirigentes franceses ao conselho dos judeus de França", ou afirma "preferir o carisma de Ussama Ben Laden ao de George W. Bush". No final de 2008, em pleno espectáculo, atribuiu ao filósofo Robert Faurisson o prémio "da insolência" pelas teses negacionistas do Holocausto.
Um humor negro que cativa um novo público entre os jovens dos subúrbios pobres do país. Entre provocação e insolência, a apresentação da sua lista "anti-sionista" levou o chefe de gabinete do Presidente Sarkozy a exigir há dias a interdição da candidatura. No elenco de personalidades "pouco frequentáveis encontram-se dissidentes da extrema-direita, o fundador de um partido anti-sionista e até um escritor que põe em causa a tese dos atentados do 11 de Setembro.
Vinte e nove anos antes da polémica criada por Dieudonné, o humorista Coluche já afirmava que "os homens políticos são artistas de espectáculo, por isso qualquer artista pode ser político".»

José Miguel Sardo
In Diário de Notícias, 17.05.2009

16.5.09

A criminalização da crítica a Israel por Paul Craig Roberts


No dia 16 de Outubro, de 2004, o presidente George W. Bush assinou uma lei criada pelo lobby israelita, a Lei de Monitorização Global do Anti-semitismo. Esta legislação requer que o Departamento de Estado dos EUA monitore o anti-semitismo em todo o mundo.
Para monitorizar o anti-semitismo, este tem de ser definido. E qual é a definição deste? Basicamente, como definido pelo lobby israelita e por Abe Foxman, resume-se a todo e qualquer criticismo de Israel ou dos judeus.
Rahm Israel Emanuel não está na Casa Branca para lavar o chão. Mal consiga fazer aprovar a Lei Preventiva de Crimes de Ódio de 2009, passará a ser considerado um crime quando qualquer americano disser a verdade acerca do tratamento e do roubo das terras dos palestinianos por parte de Israel.
Será um crime para os cristãos reconhecer a afirmação constante no Novo Testamento referente à exigência por parte dos judeus para a crucifixação de Jesus.
Passará a ser crime relatar a extraordinária influência do lobby israelita na Casa Branca e no Congresso, tais como as resoluções redigidas pelo AIPAC a apoiar os crimes de guerra israelitas contra os palestinianos em Gaza que foram endorsadas a 100 porcento pelo Senado dos EUA e a 99 porcento pela Câmara dos Deputados, enquanto o resto do mundo condenava Israel pelo seu barbarismo.
Passará a ser crime duvidar do Holocausto.
Passará a ser crime notar a representação desproporcional dos judeus na comunicação social, nas finanças e na política externa.
Por outras palavras, significará o fim da liberdade de expressão, do livre inquérito e da Primeira Emenda da Constituição. Quaisquer factos ou verdades que causem celeuma sobre Israel serão pura e simplesmente proibidos.
Dado o pundonor do governo dos EUA, este levará Washington a aplicar a lei dos EUA a toda e qualquer nação e organização, o que acontecerá à Cruz Vermelha Internacional, à Comissão para os Direitos Humanos das Nações Unidas e às várias organizações de defesa dos direitos humanos que têm exigido investigações referentes ao assalto militar israelita à população civil de Gaza? Serão presos pelo crime de ódio de crítica “excessiva” de Israel?
Trata-se de um problema sério.
Um relatório recente da ONU, que ainda não foi divulgado na sua totalidade, culpa Israel pelas mortes e pelos feridos que resultaram nas suas instalações em Gaza. O governo israelita reagiu acusando o relatório da ONU de ser “tendencioso, claramente parcial”, o que coloca o relatório da ONU na categoria de crítica excessiva e forte sentimento anti-Israel criada pelo Departamento de Estado.
Israel está a safar-se com a utilização flagrante do governo estadunidense como ferramenta para silenciar os seus críticos apesar do facto da imprensa israelita e os soldados israelitas terem exposto as atrocidades israelitas em Gaza e o assassínio premeditado de mulheres e crianças urgido aos invasores por parte de rabinos israelitas. Estes actos constituem claramente crimes de guerra.
Foi a imprensa israelita que publicou as fotografias das t-shirts dos soldados israelitas que indicam que o assassínio voluntário de mulheres e crianças faz agora parte da cultura do exército israelita. Estas t-shirts são uma expressão horrenda de barbárie. Por exemplo, uma retrata uma mulher palestiniana grávida com uma mira sobra o seu estômago e a frase, “Um tido, duas baixas”. Estas t-shirts são uma indicação de que a política de Israel para com os palestinianos é uma política de exterminação.
É verdade que durante anos o mais vigoroso criticismo do tratamento dos palestinianos por parte de Israel tem vindo da imprensa israelita e dos grupos pacifistas israelitas. Por exemplo, o jornal israelita Haaretz e Jeff Halper do ICAHD têm manifestado uma consciência moral que aparentemente não existe nas democracias ocidentais nas quais os crimes israelitas são encobertos e até louvados.
Será a lei de crime de ódio estadunidense aplicada ao Haaretz e a Jeff Halper? Serão os comentadores estadunidenses que apesar de eles mesmos não o afirmarem mas meramente noticiarem que o Haaretz e Halper afirmaram algo serão detidos por “disseminarem o ódio a Israel, um acto anti-semita”?
Muitos estadunidenses foram submetidos a lavagem cerebral pela propaganda de que os palestinianos são terroristas que ameaçam a inocente Israel. Estes estadunidenses verão a censura meramente como parte da necessária guerra ao terror. Irão aceitar a demonização dos seus compatriotas que relatam factos desagradáveis sobre Israel e concordarão que essas pessoas sejam punidas por auxiliarem e defenderem terroristas.
Está em marcha uma grande jogada para criminalizar a crítica a Israel. Os professores universitários estadunidenses caíram vítimas da tentativa bem organizada para a eliminação de todo o criticismo de Israel. Norman Finkelstein viu negada a sua posse como professor numa universidade católica graças ao poder de pressão do lobby israelita. Agora o lobby israelita está atrás do professor da Universidade da Califórnia (de Santa Bárbara), William Robinson. O crime de Robinson: a sua cadeira de relações internacionais incluía a leitura de alguns ensaios críticos da invasão de Gaza por Israel.
O lobby israelita aparentemente teve sucesso em convencer o Departamento da Justiça (sic) de Obama de que é anti-semitismo acusar dois funcionários judeus do AIPAC, Steven Rosen e Keith Weissman, de espionagem. O lobby israelita obteve sucesso no adiamento do seu julgamento por quatro anos, e agora o Procurador Geral Eric Holder retirou as queixas. Contudo, Larry Franklin, o funcionário do Departamento de Defesa acusado de fornecer ficheiros secretos a Rosen e a Weissman, encontra-se a cumprir 12 anos e 7 meses de cadeia.
O absurdo é extraordinário. Os dois agentes israelitas não são culpados de receber ficheiros secretos, mas o funcionário americano que lhes entregou esses documentos é culpado de os ter entregue! Se não existem espiões nesta história, porque é que Franklin foi condenado por entregar documentos a espiões?
Criminalizar a crítica de Israel destrói qualquer esperança da América possuir uma política externa independente no Médio Oriente que sirva os interesses estadunidenses em vez dos interesses israelitas. Elimina qualquer perspectiva dos estadunidenses escaparem à sua enculturação com propaganda israelita.
Para manter as mentes estadunidenses cativas, o lobby está a trabalhar para proibir como anti-semitismo qualquer verdade ou facto desagradável que seja pertinente a Israel. É permissível criticar todos os outros países do mundo, mas é anti-semitismo criticar Israel, e o anti-semitismo será em breve considerado um crime de ódio universalmente no mundo ocidental.
A maior parte da Europa já criminalizou a dúvida sobre o Holocausto. É até considerado crime confirmar que este aconteceu mas concluir que foram assassinados menos de 6 milhões de judeus.
Porque é o Holocausto um tema ao qual não se permite o escrutínio? Como pode ser que um caso apoiado em factos irrefutáveis possa ser colocado em causa por malucos e anti-semitas? Certamente que este caso não precisa de ser salvaguardado pelo policiamento intelectual.
Prender pessoas por terem dúvidas é uma antítese da modernidade.
Paul Craig Roberts
08 de Maio de 2009

15.5.09

Livro: A Lamparina de Prata - O romance do Santo Condestável de Reinhold Schneider


A Evoramons Editores deu à estampa - para celebrar a canonização do Santo Condestável - este romance histórico da autoria de Reinhold Schneider, cuja publicação alemã data de 1956. N.º de Páginas - 236.
PVP - 11,60€


14.5.09

Um dia de festa? por Vasco Pulido Valente

«Para mim, o "25 de Abril" não é um dia de festa. Foi um dia de festa em 1974, mas muito pouco tempo. Porquê? Porque percebi que a gente à minha volta, na sua espessa estupidez, queria mesmo fazer uma revolução "proletária" e "socialista", que seria inevitavelmente dominada pelo PC e provocaria, tarde ou cedo, se não uma guerra civil em forma (não havia dinheiro, nem armas para isso), uma geral matança. Não havia maneira de discutir nada com um mínimo de lógica e bom senso. A retórica de esquerda, a pior e mais reles retórica de esquerda, tinha substituído qualquer forma de pensamento. As pessoas falavam em "língua de pau" e trocavam fórmulas sem sentido. Pior ainda, por baixo disso, havia uma ferocidade que só esperava o seu momento. E esse momento acabou por vir em 1975: "Uma só solução, fuzilar a reacção."
Hoje, retrospectivamente, fico espantado como não vi tudo desde a chegada de Cunhal. A chegada de Cunhal à Portela pretendeu imitar - e até certo ponto conseguiu - a chegada de Lenine à Estação da Finlândia, quando Lenine veio do exílio para meter os "bolcheviques" (que nessa altura tendiam para um compromisso com o regime "burguês") no caminho "correcto". Em Portugal, o caminho "correcto" incitou a "intelectualidade" da época e as classes ditas "dirigentes" do capitalismo a cenas de uma inimaginável indignidade e torpeza. Gente que depois serviu com respeitinho e zelo o PS e o PSD ou anda agora por aí revestida de uma estranha virtude democrática, jurava pela emancipação do povo "democrático" e desprezava com vigor "o agente do subimperialismo alemão", Mário Soares.
Sob a influência do PC e de alguns grupos da franja radical, os militares nacionalizaram a torto e a direito e ocuparam à força as terras da "reforma agrária": uma política aclamada pela "inteligência" do que já se chamava oficialmente "o PREC". Na RTP (a única televisão da época) e nos jornais, comissões de censura vigiavam os prevaricadores. Os "saneamentos" deslizavam com cada vez mais frequência para o ajuste de contas pessoal. O coronel Gonçalves, primeiro-ministro, recitava a cartilha do PC a benefício da Pátria analfabeta. E o Copcom prendia suspeitos. O "PREC" contaminou e corrompeu a curta libertação do "25 de Abril" e, de caminho, levou os portugueses para um desastre económico, que eles pagariam durante anos com língua de palmo. Não: para mim, o "25 de Abril" não é um dia de festa.»
Vasco Pulido Valente
In jornal Público, 25.04.2009

11.5.09

Livro: Norte de L. F. Céline

“(…) mas, a mim, na pedra do meu túmulo ninguém se atreverá a gravar o seu nome… já à minha mãe, no Père Lachaise, riscaram-lhe o nome do túmulo, apagaram-lhe o nosso nome… é o que faz não termos fugido quando chegou a altura, para o sítio certo… veja lá que em La Rochelle tive de resistir ao exército francês que queria a todo o custo comprar-me a ambulância! não era minha!... a mim, que sou a honestidade em pessoa, ninguém me pode comprar absolutamente nada! a ambulância do meu dispensário em Sartrouville… imagine!... trouxe a maldita carripana para o local de onde ela tinha vindo! e as duas avós passageiras com as suas garrafas de tinto, e três recém-nascidos… em perfeito estado, toda aquela cambada!... alguém me dirigiu o mais pequeno agradecimento?... oh, raios, ninguém! você está a imaginar as calúnias? contra mim! contra mim!... tantas que davam para encher uma colónia penal! Vinte Landrus, Petiots e Fualdès…. se eu tivesse vendido a ambulância pelo preço que eles me ofereciam, com os recém-nascidos, as enfermeiras e as velhas, agora estaria bem: herói da Resistência, e com uma estátua das grandes! depois do toque de rendição soar, ah, pobres do meus antepassados!... não há crime que você não tenha cometido! nunca põe o seu pescoço suficientemente a jeito para lhe cortarem as carótidas nojentas!... cobarde!... são milhões a vaiá-lo das bancadas!... tudo isto por causa do meu orgulho presunçoso de trazer a carripana para o sítio de onde ela tinha vindo, porque não me pertencia!... era um bem de Sartouville! vaidade!... se a tivesse deixado aos boches, aos franciús, aos fifis, a quem quer que fosse, ou até aos banhos públicos, todos eles eram compradores, com as avós, as enfermeiras e os recém-nascidos lá dentro! e eu seria um tipo muito respeitado, bem na vida, e não um velho vagabundo na merda…” (p. 16)
“Eu, as minhas bengalas, a Lili, o Bébert, aqui estamos nós feitos turistas… à procura de um hotel!... esta cidade já sofreu bastante… tantos buracos e calçadas levantadas!... engraçado, não se ouvem os aviões… já não se interessam por Berlim?... eu não percebia nada, mas a pouco e pouco dei-me conta… era uma cidade só de cenários… ruas inteiras de fachadas, os interiores tinham ruído, afundados nos buracos… não tudo, mas quase… parece que em Hiroxima está tudo bem mais limpo, ceifado rente… a limpeza através dos bombardeamentos que também é uma ciência, ainda não estava afinada… ali, os dois lados da rua davam uma ilusão… as portas fechadas… e depois também era curioso que nos passeios, todos os escombros, as vigas, as telhas, as chaminés estavam cuidadosamente empilhados… não a monte, de qualquer maneira… cada casa tinha diante da porta os seus destroços, que atingiam a altura em que de um, dois andares… e destroços numerados!... se amanhã a guerra acabasse, de repente, não precisariam de oito dias para repor tudo no seu lugar… em Hiroxima já não conseguiriam fazê-lo, o progresso tem o seu lado mau… ali, em Berlim, oito dias, e voltavam a pôr tudo de pé!... as traves, os algerozes, cada telha já identificados com números pintados a amarelo e vermelho… assim se via um povo com um sentido de ordem inato…. (…) ali naquela triste Berlim, eu via velhos e velhas da minha idade e mais ainda, já nos seus setenta, oitenta anos… até cegos… totalmente dedicados ao trabalho… a levarem tudo para o passeio, a fazerem pilhas à frente das fachadas, a numerarem… os tijolos, aqui! telhas amarelas, ali!... cacos de vidro num buraco, tudo!... nada deixado ao deus-dará!...” (pp. 35/36)

10.5.09

Para contrariar a hegemonia do FCP


Quem quer ser milionário

Filhos do Dragão

Tetracampeão outra vez!

Leitura semanal

A Cidade do Sossego
Com atraso
O que é a democracia?

Alma Pátria - Pátria Alma
Nacionalistas divididos quanto à ida às urnas

Manlius
La razon de mi vida!
A Argentina liberal dos dias de hoje...
Combatiendo el capital

Minoria Ruidosa
Ainda não me esqueci do concerto d`Os Golpes

Nova Frente
O circo e o hemicirco

O Sexo dos Anjos
As sondagens
Correcção linguística

Condestável
Inconformista
Pt No Media
Pt NovoPress
Revisionismo em Linha

Hoje, na Igreja de Santo Condestável

9.5.09

Recital Nuno do Carmo e os Painéis dos Mestres na Sé Catedral de Lisboa

Sábado, dia 9, Sé Catedral de Lisboa é exibido o recital Nuno do Carmo e os Painéis dos mestres. É uma iniciativa conjunta do grupo Novos Universitários Católicos, NUCA, (FCT - Monte da Caparica) e do Vale de Acór, e surgiu por ocasião da Canonização do Santo Condestável no passado dia 26 de Abril, em Roma.
O argumento resume os momentos históricos da vida de D. Nuno Álvares e é constituído por nove painéis alusivos à sua vida, às virtudes e qualidades do Santo: Biografia, A Honra, Pátria, A Liberdade, A Fé, A Caridade, A Pobreza, A Confiança, O Santo. Nestes painéis foram inseridas obras de vários mestres da literatura. Os textos de Camões, Pessoa, Paul Claudel, Murilo Mendes e Dr. Cerejeira, e outros, foram interpretados por Adélia Nogueira Ramos, Bruno Couto, José Nogueira Ramos e Sara Ideias. O recital será acompanhado por vários momentos musicais de Guitarra Portuguesa tocada pelos jovens guitarristas David Matias, Diogo Faria e Domingos Mira.

D. Manuel Martins alerta para o risco de sublevações.

"O que eu receio e tenho repetido muitas vezes é que nestas situações possamos encontrar, num futuro próximo ou remoto, já uma fogueira preparada para incendiar o país".
"A situação é má e vai piorar".
"Já há muito tempo que muita boa gente fala no perigo de sublevações que podem ser à partida muito pequeninas e muito localizadas e podem de um momento para o outro tornar-se generalizadas. Quem está no poder tem de ter muito cuidado e lidar com especial atenção estas situações, porque não basta ter a polícia a tomar conta".
"Sei que isto está a acontecer em Portugal, aqui e além, com maiores ou menores dimensões, está a acontecer com grandes dimensões na Grécia, na França, na Itália. Já tem acontecido na Espanha e na Inglaterra e eu tenho muito medo que mesmo até inconscientemente toda aquela gente esteja a preparar, a criar terreno, para qualquer coisa de muito grave para a Europa".

5.5.09

Carta a Ruy Alvim de António Manuel Couto Viana

CARTA A RUY ALVIM

Conheci-te na nossa mocidade:
Rapazes do liceu
A estudar e a gozar numa antiga cidade.
O mais novo eras tu.
O mais velho era eu.

Naquele tempo havia Portugal.
Falava-se de Império.
(Quem lhe soubera, então, o trágico final!)
E governava um Homem sábio e sério.

À jovem convivência a vida separou-a:
Tu foste pra Coimbra, pra Direito.
E eu pra Lisboa, lidando em tudo pra que tinha jeito.

Tu foste Presidente da Briosa,
Tiveste cargos de relevo no país.
Eu ia-me elevando em verso e prosa,
Numa ascensão feliz.

Quando avançou Abril com bandeiras de sangue,
Veio agredir-te o ódio triunfal
Que te levou exangue,
ao leito de Hospital.

Eu sofria a derrota do sonho português
Sagrando-me soldado
Do verso, que me fez
Defensor do Passado.

Foste exilar-te no Brasil,
Onde nasceste,
Para evitar a horda vil
Mortal como uma peste.

Amparou-te o espírito a Poesia
E a força da razão.
Até que um dia
Regressaste ao escasso deste chão.

Eu recebi-te num fraterno abraço,
Com alegria e com alívio,
A reatar o laço
Do convívio.

Mas o teu corpo voltou doente,
Cedido pela mais cruel doença.
E, lentamente,
eu perco a tua cordial presença.

Visitei-te numa Casa de Saúde,
Para dizer-te adeus e tu a mim.
E vejo que o teu mal já não ilude,
Pois, três dias depois, chegaste ao fim.

Choro com todos os teus amigos,
O sofrimento da tua ausência,
Hoje, mendigos,
do teu coração e inteligência.

E, agora, Ruy, é a maior saudade que me dói
A do jovem que foste,
A do jovem que fui,
Num Portugal que foi.

14.04.2009
António Manuel Couto Viana