«Passaram os meses. O ano de 1968 foi desfilando, até que em Setembro aconteceram grandes novidades. Enormes novidades. O Dr. Salazar teve um grave acidente vascular e, só veio a saber-se mais tarde, ficou inutilizado, a notícia correu célere, embora os dignatários do regime tenham inicialmente procurado fazer supor que era um acidente menor a que se seguiria a recuperação. Eram os seus desejos que não encontraram eco na realidade. Em breve começaram a correr os boatos de que o Professor Marcelo Caetano iria assumir as funções de presidente do Conselho de Ministros. Daí que o Dr. Mário Soares tenha ficado bastante agitado, na expectativa do se seguiria. E tinha muito boas e bem fundadas razões para essa agitação.
Tinha na sua posse uma carta recente de Marcelo Caetano, em que este lhe conferiu que não concordava com o exílio a que o tinham forçado e que, se estivesse na sua mão, o faria regressar com a possível brevidade. Estava lá escrito, preto no branco.
(…) Marcelo Caetano assumiu a presidência do Conselho de Ministros e em curto prazo cumpriu o prometido. Prontamente decidiu o fim do exílio de Mário Soares, o qual regressou pouco depois a Portugal. Foi um gesto grande e generoso, para além de ter certamente outras finalidades politicamente interesseiras, para ajudar a construir um ambiente de boas expectativas em relação à nova situação política. Mas nessa altura, Marcelo Caetano não podia nem sequer imaginar que passados alguns anos, em 1974, chegaria a sua vez de ir para o exílio. Só que a revolução não foi tão prontamente generosa com o Professor Marcelo Caetano, quanto ele havia sido com Mário Soares uns anos atrás.» (Pp. 136/137)
Tinha na sua posse uma carta recente de Marcelo Caetano, em que este lhe conferiu que não concordava com o exílio a que o tinham forçado e que, se estivesse na sua mão, o faria regressar com a possível brevidade. Estava lá escrito, preto no branco.
(…) Marcelo Caetano assumiu a presidência do Conselho de Ministros e em curto prazo cumpriu o prometido. Prontamente decidiu o fim do exílio de Mário Soares, o qual regressou pouco depois a Portugal. Foi um gesto grande e generoso, para além de ter certamente outras finalidades politicamente interesseiras, para ajudar a construir um ambiente de boas expectativas em relação à nova situação política. Mas nessa altura, Marcelo Caetano não podia nem sequer imaginar que passados alguns anos, em 1974, chegaria a sua vez de ir para o exílio. Só que a revolução não foi tão prontamente generosa com o Professor Marcelo Caetano, quanto ele havia sido com Mário Soares uns anos atrás.» (Pp. 136/137)
1 comentário:
Esse homem é um traidor, um pulha e um criminoso. O mal que ele fez ao país e a mais de um milhão de portugueses não tem perdão independentemente do ângulo pelo qual seja observado.
O facto de ele ter traído Marcelo Caetano e aqui não estão em questão os defeitos ou qualidades deste como político, o acto em si denota o maquiavelismo de que esta criatura é feita. Enquanto M.C. foi um homem íntegro mas ingénuo e provàvelmente bom demais porque, julgando estar a lidar com alguém honesto e com a coluna vertebral direita, lhe abriu as portas do país de par em par, o velhaco pagou-lhe a generosidade com múltiplas facadas nas costas. Se esta traição não é sinónimo de uma velhaquice e vileza inomináveis, então não sei o que chamar-lhe.
Maria
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