28.1.09

Gaza: Clara violação da Convenção de Genebra

O uso de bombas de fósforo branco feito por Israel durante a guerra constitui "uma clara violação da Convenção de Genebra", disse ontem ao PÚBLICO Mark Galasco, o experiente investigador que a Human Rights Watch enviou com uma equipa para Gaza."Encontrámos inúmeras cápsulas de fósforo branco em áreas densamente povoadas", resume. "E encontrámos casas queimadas, civis com queimaduras graves, o hospital Al Quds que foi atingido por uma bomba de fósforo, uma escola da ONU..."
As provas, diz Galasco, tornaram-se "numerosas e inequívocas", ao ponto de Israel ser obrigado a admitir que usara fósforo branco. "Finalmente, depois de tanto tempo a avisá-los de que o perigo era tão grande, que podia continuar a matar pessoas."Durante semanas Israel vedou a passagem de jornalistas e organizações internacionais. A Human Rights Watch entrou pelo Egipto, depois do fim da guerra. Tornou-se então claro, lê-se no site da organização, que a credibilidade das forças israelitas era uma das vítimas da guerra. E "o maior golpe", considera a Human Rights Watch, foi o caso do fósforo branco.
O que está por verificar é "se esta violação da Convenção de Genebra constitui um crime de guerra", diz Mark Galasco. Para haver crime de guerra, de acordo com este investigador, o ponto essencial é "que tem que ter havido intenção de atingir civis".
A Human Rights Watch apelara a uma investigação internacional das violações cometidas por Israel e pelo Hamas, e Galasco volta a sublinhar essa necessidade. A.L.C.
Público, 28.01.2009.

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