11.4.09

Ruy Alvim, Presente!

Faleceu hoje o nosso bom Amigo e Camarada Ruy Alvim.
Fez parte do Círculo de Estudos Alfredo Pimenta, do Movimento de Acção Portuguesa, foi Presidente da Associação Académica de Coimbra e director da sua publicação Via Latina.
Saído da Universidade de Coimbra, Ruy Alvim transfere-se para Lisboa, onde começa a sua carreira como chefe de gabinete do Ministério da Economia e da Agricultura.
Exilou-se em 1975 no Brasil graças ao PREC.
Amigo de Couto Viana, Prof. António José de Brito, Goulart Nogueira, Caetano Beirão, Amândio César e Rodrigo Emílio.
Foi autor de um prefácio às Obras Completas de Plínio Salgado, Plínio Salgado e a Revolução do Espírito e do livro de poesia Diário Interrompido.

«E na grande catástrofe de Abril, Amândio César recusou-se a partilhar o banquete nauseabundo, sofrendo perseguições e agruras.
Na noite de 27 para 28 de Setembro de 1974, juntamente com Ruy Alvim, foi assaltado, ao atravessar a ponte sobre o Mondego, pelos delinquentes das barricadas que por meios violentos se procuravam opor à realização de uma manifestação, legalmente autorizada, ao Chefe de Estado, general Spínola. Este era um democrata e um abandonista de primeira água, mas assacavam-lhe, ao que parece, o terrível defeito de querer entregar as províncias ultramarinas de além-mar à influência americana e não à influência soviética (ao que havíamos chegado). Daí que não tivesse direito a manifestações que firmassem a sua quebrantada autoridade. Amândio César e Ruy Alvim (e uma criança filha deste) seguiam ambos para Lisboa perfeitamente alheios à apoteose spinolista. Reconhecidos e identificados, foram detidos por uma multidão à margem da lei e só por muita sorte conseguiram escapar.
Ao fim da manhã de 28 chegaram a minha casa, Amândio incólume graças a Deus, Ruy Alvim com pensos e adesivos, seu filho, que fora traiçoeiramente separado do pai para ser «interrogado», nervosíssimo, aos vómitos, tendo de ingerir comprimidos de Valium. Contaram-me os acontecimentos, ao mesmo tempo que nos iam chegando notícias das arbitrárias prisões de velhos e queridos camaradas.
Amândio César e Ruy Alvim seguiram para Braga. Nessa noite transpuseram o Minho a caminho do exílio.»


Extracto de um artigo publicado no jornal «O Diabo» (18.08.1987, pág. 12), do Prof. António José de Brito sobre
a morte de Amândio César.

2 comentários:

Anónimo disse...

Parece sempre que só os bons morrem.
Paz à sua alma, o seu espírito terá vida eterna.

Anónimo disse...

Eis posta a nú a vergonhosa índole de quem está por detrás das revoluções-traições deste nosso e de todos os tempos. Nem todas as revoluções são más, existem as que se tornam desejáveis, queridas. Estas são as revoluções genuínas, patrióticas, são as que repõem as soberanias usurpadas. Estas não são nem vergonhosas nem traidoras, são revoluções justas, sagradas. Estas, ao comando das quais se perfilam sempre Heróis a quem preitos serão eternamente devidos, são as revoluções ansiosamente aguardadas e, uma vez despoletadas, extremamente benvindas. Afinal elas limitam-se a devolver aos povos e às Nações a paz, a dignidade e a glória perdidas.
Maria