FREI NUNO DE SANTA MARIA
Tinha dado ao seu Rei a Glória formidável
de «pagar» a Castela do torvo desacato...
— Chama-o a clausura, essa vida inefável,
já cumprido, no mundo, o nacional mandato.
Trocando o esplenderoso arnês de Condestável
pelo negro burel de humilde Irmão Donato,
encerrou-se no claustro, a viver miserável,
para remir, também, o mundo tão ingrato...
E olhando a sua cruz de frade mendicante,
Frei Nuno, a agonizar num êxtase radiante,
— ao seu Rei dando ainda o seu último abraço —,
para sempre engastou, como estrela fulgente,
no constelado céu da Pátria independente,
o seu vulto de — Santo — iluminando o espaço.
Branca da Silveira e Silva (Giesta)
In A Voz, de 21.02.1961, p. 3; in O Escapulário, ano VI, Junho de 1961, n.º 61.
1 comentário:
Que bonito este poema. Um consolo ler palavras de tal elevação.
Maria
Nota: Magnífica quantidade de informação que aqui vai trazendo sobre Aquele que foi porventura o Maior dentre os Maiores da nossa História. Exemplos de bravura e de amor inexcedíveis à Pátria que, vindos de tão longínquo passado, ainda nos incentivam a lutar com mais determinação e coragem contra os inimigos sem rosto do presente.
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