4.4.09

Frei Nuno de Santa Maria por Branca da Silveira e Silva

FREI NUNO DE SANTA MARIA

Tinha dado ao seu Rei a Glória formidável
de «pagar» a Castela do torvo desacato...
— Chama-o a clausura, essa vida inefável,
já cumprido, no mundo, o nacional mandato.

Trocando o esplenderoso arnês de Condestável
pelo negro burel de humilde Irmão Donato,
encerrou-se no claustro, a viver miserável,
para remir, também, o mundo tão ingrato...

E olhando a sua cruz de frade mendicante,
Frei Nuno, a agonizar num êxtase radiante,
— ao seu Rei dando ainda o seu último abraço —,

para sempre engastou, como estrela fulgente,
no constelado céu da Pátria independente,
o seu vulto de — Santo — iluminando o espaço.


Branca da Silveira e Silva (Giesta)
In A Voz, de 21.02.1961, p. 3; in O Escapulário, ano VI, Junho de 1961, n.º 61.

1 comentário:

Anónimo disse...

Que bonito este poema. Um consolo ler palavras de tal elevação.
Maria

Nota: Magnífica quantidade de informação que aqui vai trazendo sobre Aquele que foi porventura o Maior dentre os Maiores da nossa História. Exemplos de bravura e de amor inexcedíveis à Pátria que, vindos de tão longínquo passado, ainda nos incentivam a lutar com mais determinação e coragem contra os inimigos sem rosto do presente.