21.4.09

Parabéns, Presidente Ahmadinejad!

O meu aplauso ao Presidente do Irão pela coragem, clareza e pontaria do seu discurso.
Denunciando, de forma certeira e acertada, o racista Estado de Israel na conferência anti-racista, pomposamente intitulada Conferência de Revisão sobre o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Forma Conexas de Intolerância, promovida pela ONU, em Genebra, provocando a ira de cerca de 40 diplomatas ouropeus presentes que em nome da tolerância, da liberdade de expressão cumpriram as ordens dos (des)governos para se retirarem caso houvesse algum ataque “anti-semita” a Israel.
“Israel foi criado com o pretexto do sofrimento judeu durante a II Guerra Mundial”, “o racismo na Europa ajudou a criar o mais racista e cruel de todos os regimes na Palestina” e acusou as potências representadas no Conselho de Segurança de “apoiaram um Estado ocupante, dando-lhe liberdade para continuar os seus crimes”.
Antecipando e promovendo o boicote, Estados Unidos, Itália, Austrália, Alemanha, Holanda, Nova Zelândia, Polónia, Canadá e Israel já tinham anunciado que não iriam participar.
O encontro coincide com o Dia da Recordação do Holocausto, curiosamente no dia de nascimento de Hitler!
Exemplar exemplo de tolerância foi o caso da França através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Bernard Kouchner, que já tinha avisado:
"Será preciso ser muito claro. Não toleraremos nenhuma derrapagem. Se o presidente (Mahmoud) Ahmadinejad quiser reabrir o texto dificilmente acordado ou se proferir acusações racistas ou anti-semitas, abandonaremos a sala imediatamente", afirmou Bernard Kouchner à rádio
France Info.
Antes de partir para Genebra, onde participará na Conferência Durban II, organizada pela ONU, o presidente iraniano afirmou no domingo que "a ideologia e o regime sionista são os porta-estandarte do racismo", reforçando assim os receios de incidentes durante os debates.
"Se for inteligente, não repetirá isso na sala. Se o repetir na sala, todos os embaixadores europeus se levantarão e sairão", advertiu o ministro francês.
Por seu lado, Israel criticou o Vaticano por ter enviado uma delegação para participar na conferência e chamou hoje para consultas o seu embaixador em Berna, após um encontro, domingo à noite, entre o presidente suíço, Hans-Rudolf Merz, e o seu homólogo iraniano, Mahmud Ahmadinejad, à margem da conferência. "Não se trata de uma rotura, mas de uma expressão de descontentamento de Israel pela atitude da laxismo da Suíça em relação ao Irão", assinalou uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita.
Um belíssimo par de puxão de orelhas ao Vaticano e à Suíça, dois estados soberanos!

Moral da história: a ver vamos se o Irão não será bombardeado nas suas centrais nucleares graças a mais estas destemidas palavras do presidente iraniano.

6 comentários:

Anónimo disse...

Foram divulgadas notícias enganosas sobre o assunto, o que é lamentável, pois disseram que Ahmadinejad teria negado a existência do HOLOCAUSTO. Isso é mentira! o que ele disse foi que "fundamentando-se no holocausto, o ocidente apoderou-se de um território (a Palestina) e entregou-o aos judeus, que são racistas (e são-no), e por isso foi, aliás, aplaudido por grande parte da assembleia, à excepção dos representantes ocidentais (é claro).

Zé da Burra o Alentejano

Ronin disse...

O Zé da Burra o Alentejano, é cá dos meus...
Mais não digo, que 'a coisa está de chuva'...
Queriam quê? Dois estados? Brincalhões... Era bom se fosse verdade.

Anónimo disse...

Lá que o presidente tem montes de coragem, disso não há dúvida nenhuma. E nos dias que correm esta é uma qualidade cada vez mais rara de se encontrar.
Cada vez gosto mais deste presidente, não pelo regime que representa, mas por ser alguém, no caso um governante de um país com o peso do Irão o que é ainda mais extraordinário, que, quase isoladamente e sem temer os poderosos, tem a frontalidade de remar contra a corrente tentando desmascarar um mundo pejado de mentiras monstruosas - e todos os cinismos e hipocrisias a elas inerentes - que muito lentamente estão a vir à superfície.
Maria

Carlos Portugal disse...

Estou plenamente de acordo com a Caríssima Maria. E, é óbvio, com o Caríssimo Autor do postal.

Agora, mais do que nunca, impera a política da «gestão da mentira», infelizmente. E quem não alinhar com o absurdo do «pensamento único» (cada vez mais único e cada vez menos pensamento, como alguém escreveu), é logo apelidado das maiores enormidades.

Pois é, mas não consigo - nem quero - gostar de mentirosos.

Um abraço à Maria e ao Nonas (e, mais uma vez, parabéns).

Anónimo disse...

É prática corrente em Israel, quando um palestiniano tenta ou leva a cabo um atentato terrorista, as autoridades isrealitas, para além de abaterem ou prenderem o seu autor, praticam também um acto terrorista, a saber: destroem a habitação onde esse terrorista inimigo (ou suposto terrorista) habitava, condenando a sua mulher, filhos, pais, etc. a ficarem sem abrigo. Ficam assim automáticamente condenados. Eu, a isto chamo um TERRORISMO DE ESTADO.

Se entendo o acto e terrorista do palestiniano desesperado que tem sido sujeito a uma agressão continua e desigual porque não tem os meios de defesa de que Israel dispõe, já é muito mais condenável que Israel proceda do mesmo modo. Mas o pior é que o mundo ocidental aceita actos destes praticados por um estado.

Zé da Burra

Anónimo disse...

Bons olhos o leiam Carlos! Não o tenho visto por aí a comentar, pelo menos nos poucos Blogs que leio e que, deduzo, também lerá. Cumprimentos igualmente para si e que essa saúde, que sei não ter estado famosa, já esteja de novo em pleno, são os meus votos sinceros.
Maria