«... De pé, olhos bem abertos, face ao Inimigo, unidos em bloco firme, os dentes cerrados, resistir, combater até à morte, na defesa do Património sagrado que herdamos, para, ao menos, salvarmos a honra do nosso nome. Descer as pontes da fortaleza - jamais!» Alfredo Pimenta, in Em Defesa da Portugalidade, p. 29, 1947.
30.4.09
29.4.09
Livro: Norte de L. F. Céline
A Editora Ulisseia continua a publicação desta trilogia céliniana. Depois de Castelos Perigosos, título infeliz, editou agora Norte faltando completar a trilogia com Rigodon.
N.º de Páginas - 400
PVP - 19€
N.º de Páginas - 400
PVP - 19€
28.4.09
Salazar, 120.º aniversário do nascimento
Duas prendas de aniversário!
A edição facsimilada da 1.ª edição, com 240 páginas pelo preço de 16,50€ e a estreia mundial no cinema no dia 30.
Parabéns, Salazar que continuas vivo e a dar de ganhar dinheiro a muita gentinha, sendo esse o teu real e verdadeiro contributo para a crise económica que Portugal e o mundo atravessam.
A edição facsimilada da 1.ª edição, com 240 páginas pelo preço de 16,50€ e a estreia mundial no cinema no dia 30.
Parabéns, Salazar que continuas vivo e a dar de ganhar dinheiro a muita gentinha, sendo esse o teu real e verdadeiro contributo para a crise económica que Portugal e o mundo atravessam.
27.4.09
Livro: Alvorada Desfeita de Diogo de Andrade
Editado a coincidir com os 35 anos da revolução dos cravos, com a chancela da Izipress, do grupo editorial Guimarães, Alvorada Desfeita conta com um prefácio do professor de Ciência Política António Marques Bessa. A obra é uma ficção histórica alternativa, que descreve o cenário da derrota do Movimento dos Capitães, em 25 de Abril de 1974, graças à decidida resposta armada do Governo à sublevação militar. No centro do enredo está a personagem ficcional do jovem ministro da Defesa Ricardo Valera, cuja determinação faz gorar a revolução dos cravos, após sangrentos combates travados em Lisboa. O autor, de pseudónimo Diogo de Andrade, conheceu e privou com muitas das personagens reais do livro.
Já está nas livrarias Alvorada Desfeita, uma história alternativa onde o MFA é derrotado e o 25 de Abril fracassa. O autor, de pseudónimo Diogo de Andrade, falou ao DN sobre esta obra inédita em Portugal.
A história alternativa é um género praticamente desconhecido em Portugal. Foi influenciado por alguma obra para escrever Alvorada Desfeita, ou o livro é apenas um reflexo da sua vivência da época, e das suas meditações sobre o 25 de Abril e as consequências que teve?
A história virtual romanceada tem escassa projecção em Portugal. Na opção que tomei terão pesado algumas obras estrangeiras de ficção alternativa, como Fatherland, de Robert Harris (que retrata a vitória do III Reich e a sua nova ordem décadas depois), Terra Nostra, de Carlos Fuentes (o triunfo da Invencível Armada), e o A Conspiração Contra a América, de Philip Roth, que concebe uns EUA em que Roosevelt é derrotado por Charles Lindbergh.
Porque é que optou por um enredo que integra o romanesco no cenário alternativo ?
Nos últimos 35 anos vingou, como verdade única e indiscutível, uma interpretação "autêntica" do 25 de Abril, feita pelos capitães vitoriosos e crismada pela historiografia oficial da III República, a qual considera que a revolução era irreversível, que só essa opção poderia ter vencido e que o destino de Portugal e do seu Ultramar só poderia ter sido o que foi. A discussão de cenários alternativos ao da revolução triunfante nunca foi trabalhada por historiadores e politólogos, em nome de um "dogma de fé" de correcção política transformado em filosofia pública, o qual formatou a mesma revolução como via única para um regime democrático. Um novo estudo, 35 anos depois, seria, apenas mais um, enquanto um romance de história virtual consegue ser inovador. É um meio mais lúdico, mais provocador e mais apto a transmitir uma ideia, às pessoas fora das áreas militar, política e académica.
A personagem do ministro Ricardo Valera é totalmente ficcional? E porque não houve um Ricardo Valera, na realidade?
O ministro Ricardo Valera, que encarna a resistência à revolução, é uma figura ficcionada, já que não existia no Governo de Marcello Caetano ninguém cujo perfil lhe pudesse corresponder. Em qualquer caso, a sua personalidade seria sempre incompatível com a geron- tocracia incolor, servil e imobilista que predominava no último Governo de Caetano, pelo que a sua nomeação teve que ser concebida como obra do acaso. Ora o acaso é uma realidade imponderável que faz muitas vezes história, mas que, às seis da manhã de 25 de Abril de 1974 não visitou o Terreiro do Paço. No seu lugar estava a figura previsível do professor Silva Cunha.
Qual foi o momento- -chave que definiu a vitória da revolução e a derrota das forças do antigo regime, impedindo que o cenário alternativo de Alvorada Desfeita se realizasse?
No plano militar, o triunfo da revolução foi traçado no momento em que, no Terreiro do Paço, elementos das forças leais, comandadas pelo brigadeiro Junqueira dos Reis, recusaram acatar a ordem deste oficial para abrirem fogo sobre os revoltosos. As forças governamentais detinham um maior poder de combate do que o dos rebeldes, pois eram mais numerosas e tinham carros de combate claramente superiores aos dos seus adversários. Não tenho dúvidas de que, se a ordem de fogo do brigadeiro Reis tivesse sido acatada e o material estivesse operacional, a coluna de Santarém seria derrotada. Tal não significaria, necessariamente, o colapso da revolução, mas constituiria para esta um sério revés, já que os revolucionários teriam perdido a sua força móvel de "embate" mais importante. No plano político, a derrota do regime foi ditada pela bizzarra clausura de Marcello Caetano no refúgio indefensável do Carmo e pela ordem ( da qual existe uma gravação) que deu ao director da DGS para não fazer correr sangue. Ora uma revolta com a dimensão da do 25 de Abril não poderia ser vencida sem o uso da força. No fundo, Marcello recusou bater-se.
Há neste livro algum wishful thinking retroactivo, alguma catarse ou "ajuste de contas" com o 25 de Abril, 35 anos depois? Ou é apenas uma obra de especulação histórica, tout court?
Trata-se de um mero exercício romanceado de especulação histórica. Quem questiona subliminarmente se o 25 de Abril valeu a pena parecem ser aqueles que o comemoram todos os anos e que assinaram este ano um manifesto algo sombrio sobre o estado a que o País, na sua opinião, chegou.
A história alternativa é um género praticamente desconhecido em Portugal. Foi influenciado por alguma obra para escrever Alvorada Desfeita, ou o livro é apenas um reflexo da sua vivência da época, e das suas meditações sobre o 25 de Abril e as consequências que teve?
A história virtual romanceada tem escassa projecção em Portugal. Na opção que tomei terão pesado algumas obras estrangeiras de ficção alternativa, como Fatherland, de Robert Harris (que retrata a vitória do III Reich e a sua nova ordem décadas depois), Terra Nostra, de Carlos Fuentes (o triunfo da Invencível Armada), e o A Conspiração Contra a América, de Philip Roth, que concebe uns EUA em que Roosevelt é derrotado por Charles Lindbergh.
Porque é que optou por um enredo que integra o romanesco no cenário alternativo ?
Nos últimos 35 anos vingou, como verdade única e indiscutível, uma interpretação "autêntica" do 25 de Abril, feita pelos capitães vitoriosos e crismada pela historiografia oficial da III República, a qual considera que a revolução era irreversível, que só essa opção poderia ter vencido e que o destino de Portugal e do seu Ultramar só poderia ter sido o que foi. A discussão de cenários alternativos ao da revolução triunfante nunca foi trabalhada por historiadores e politólogos, em nome de um "dogma de fé" de correcção política transformado em filosofia pública, o qual formatou a mesma revolução como via única para um regime democrático. Um novo estudo, 35 anos depois, seria, apenas mais um, enquanto um romance de história virtual consegue ser inovador. É um meio mais lúdico, mais provocador e mais apto a transmitir uma ideia, às pessoas fora das áreas militar, política e académica.
A personagem do ministro Ricardo Valera é totalmente ficcional? E porque não houve um Ricardo Valera, na realidade?
O ministro Ricardo Valera, que encarna a resistência à revolução, é uma figura ficcionada, já que não existia no Governo de Marcello Caetano ninguém cujo perfil lhe pudesse corresponder. Em qualquer caso, a sua personalidade seria sempre incompatível com a geron- tocracia incolor, servil e imobilista que predominava no último Governo de Caetano, pelo que a sua nomeação teve que ser concebida como obra do acaso. Ora o acaso é uma realidade imponderável que faz muitas vezes história, mas que, às seis da manhã de 25 de Abril de 1974 não visitou o Terreiro do Paço. No seu lugar estava a figura previsível do professor Silva Cunha.
Qual foi o momento- -chave que definiu a vitória da revolução e a derrota das forças do antigo regime, impedindo que o cenário alternativo de Alvorada Desfeita se realizasse?
No plano militar, o triunfo da revolução foi traçado no momento em que, no Terreiro do Paço, elementos das forças leais, comandadas pelo brigadeiro Junqueira dos Reis, recusaram acatar a ordem deste oficial para abrirem fogo sobre os revoltosos. As forças governamentais detinham um maior poder de combate do que o dos rebeldes, pois eram mais numerosas e tinham carros de combate claramente superiores aos dos seus adversários. Não tenho dúvidas de que, se a ordem de fogo do brigadeiro Reis tivesse sido acatada e o material estivesse operacional, a coluna de Santarém seria derrotada. Tal não significaria, necessariamente, o colapso da revolução, mas constituiria para esta um sério revés, já que os revolucionários teriam perdido a sua força móvel de "embate" mais importante. No plano político, a derrota do regime foi ditada pela bizzarra clausura de Marcello Caetano no refúgio indefensável do Carmo e pela ordem ( da qual existe uma gravação) que deu ao director da DGS para não fazer correr sangue. Ora uma revolta com a dimensão da do 25 de Abril não poderia ser vencida sem o uso da força. No fundo, Marcello recusou bater-se.
Há neste livro algum wishful thinking retroactivo, alguma catarse ou "ajuste de contas" com o 25 de Abril, 35 anos depois? Ou é apenas uma obra de especulação histórica, tout court?
Trata-se de um mero exercício romanceado de especulação histórica. Quem questiona subliminarmente se o 25 de Abril valeu a pena parecem ser aqueles que o comemoram todos os anos e que assinaram este ano um manifesto algo sombrio sobre o estado a que o País, na sua opinião, chegou.
Eurico de Barros
In Diário de Notícias
De Santa Maria de Belém para Santa Maria da Vitória por Rodrigo Emílio
De Santa Maria de Belém para Santa Maria da Vitória
Quem, do alto
de tanta sela
e montada,
tanta vez, em sobressalto,
pôs Castela
em debandada...,
— ...pode lá ver, pela frente
pode lá ter, por diante
(sem que se exalte e se zangue
o seu rompante guerreiro)
, apenas gente aparente... gente
de sangue rafeiro?!...
Na imagem de vitral
do espiritual cavaleiro —
medalhão medieval,
aos pés do qual
me consterno...
—, está ou não PORTUGAL
DE PORTUGAL?...
Está ou não PORTUGAL, inteiro,
e eterno?!...
É mister que, aferro e fogo,
quase tudo, aqui, de novo,
como novo se consagre...
De tal sorte que este povo
possa pôr cobro ao malogro
e opere, em Si, o milagre!
(— Assim nos valha
uma outra
batalha
d’Aljubarrota...)
A coroa da descrença
não há fronte que a suporte
da nascença
até à morte.
(Quanta vez o simples brado
d’uma voz d’além, remota,
tem tirado de cuidado
todo este Povo — e arredado,
do espírito mais crispado,
o espectro da derrota?!...
— Foi, ou não foi, ao mandado
de certa força ignota
que a gente formou quadrado
nos campos d’Aljubarrota?...)
Sob o alto e estuante historial
deste Mosteiro —
Mosteiro de pedra e cal,
perante o qual
me prosterno...
—, está ou não PORTUGAL
DE PORTUGAL?...
Está ou não PORTUGAL inteiro e
eterno?!...
... Mas, enquanto a esperança
não se abre ou entreabre,
dia-a-dia se agiganta
a abadia da memória
— à luz da lança
com que o Santo Condestabre
talhou Santa Maria
da Vitória!...
E ali, é que eu a mim me reúno,
debaixo daquela antiga bandeira
que me quis sagrar aluno
de D. Nuno
Álvares Pereira.
Do alto, lá do Seu posto,
atenda Ele, ao recado
que me foi lançado em rosto,
derramado o Seu desgosto
sobre a data já remota.
— Dia 14 d’Agosto:
Quadrado
d’Aljubarrota!
Quem já deu como morto
o Condestável,
esqueceu que o Seu corpo
é insepultável!...
Esqueceu que d’Ele descendo;
e que o fogo que ora acendo,
e em mais peitos vai ardendo,
só não passa a lume brando
— porque eu d’aqui me encomendo,
outra vez, ao Seu comando!
E a façanha que, de longe,
se desenha para hoje,
traça ali todo um roteiro
— que une a estamenha
do monge
à couraça do guerreiro!
Saia, de novo, a terreiro
— d’atalaia
e a dar ajuda —
todo o povo. O povo inteiro
outra vez contra o estrangeiro
nos acuda:
ponha a andar d’aqui o Andeiro
a tal arraia-miúda!
Arraial, Arraial
(de porrada)
Por PORTUGAL
— e mais nada.
Que sinal d’orfandade
sinal te amarfanha,
Orfeu ofendido?...
— ...Ou sempre é verdade
que a teia d’aranha
que ganha a cidade
te deixa transido?!...
Quem, do alto
de tanta sela
e montada,
tanta vez, em sobressalto,
pôs Castela
em debandada...,
— ...pode lá ver, pela frente
pode lá ter, por diante
(sem que se exalte e se zangue
o seu rompante guerreiro)
, apenas gente aparente... gente
de sangue rafeiro?!...
Na imagem de vitral
do espiritual cavaleiro —
medalhão medieval,
aos pés do qual
me consterno...
—, está ou não PORTUGAL
DE PORTUGAL?...
Está ou não PORTUGAL, inteiro,
e eterno?!...
É mister que, aferro e fogo,
quase tudo, aqui, de novo,
como novo se consagre...
De tal sorte que este povo
possa pôr cobro ao malogro
e opere, em Si, o milagre!
(— Assim nos valha
uma outra
batalha
d’Aljubarrota...)
A coroa da descrença
não há fronte que a suporte
da nascença
até à morte.
(Quanta vez o simples brado
d’uma voz d’além, remota,
tem tirado de cuidado
todo este Povo — e arredado,
do espírito mais crispado,
o espectro da derrota?!...
— Foi, ou não foi, ao mandado
de certa força ignota
que a gente formou quadrado
nos campos d’Aljubarrota?...)
Sob o alto e estuante historial
deste Mosteiro —
Mosteiro de pedra e cal,
perante o qual
me prosterno...
—, está ou não PORTUGAL
DE PORTUGAL?...
Está ou não PORTUGAL inteiro e
eterno?!...
... Mas, enquanto a esperança
não se abre ou entreabre,
dia-a-dia se agiganta
a abadia da memória
— à luz da lança
com que o Santo Condestabre
talhou Santa Maria
da Vitória!...
E ali, é que eu a mim me reúno,
debaixo daquela antiga bandeira
que me quis sagrar aluno
de D. Nuno
Álvares Pereira.
Do alto, lá do Seu posto,
atenda Ele, ao recado
que me foi lançado em rosto,
derramado o Seu desgosto
sobre a data já remota.
— Dia 14 d’Agosto:
Quadrado
d’Aljubarrota!
Quem já deu como morto
o Condestável,
esqueceu que o Seu corpo
é insepultável!...
Esqueceu que d’Ele descendo;
e que o fogo que ora acendo,
e em mais peitos vai ardendo,
só não passa a lume brando
— porque eu d’aqui me encomendo,
outra vez, ao Seu comando!
E a façanha que, de longe,
se desenha para hoje,
traça ali todo um roteiro
— que une a estamenha
do monge
à couraça do guerreiro!
Saia, de novo, a terreiro
— d’atalaia
e a dar ajuda —
todo o povo. O povo inteiro
outra vez contra o estrangeiro
nos acuda:
ponha a andar d’aqui o Andeiro
a tal arraia-miúda!
Arraial, Arraial
(de porrada)
Por PORTUGAL
— e mais nada.
Que sinal d’orfandade
sinal te amarfanha,
Orfeu ofendido?...
— ...Ou sempre é verdade
que a teia d’aranha
que ganha a cidade
te deixa transido?!...
Rodrigo Emílio
In Poemas de Braço ao Alto, 1982, págs. 543/557
26.4.09
Leitura semanal
31 da Armada
O crime compensa
A Voz Portalegrense
D. Nuno Álvares Pereira
Agência Ecclesia/Dossier Santo Condestável
Nuno de Santa Maria Álvares Pereira (1360-1431)
Iconografia do Santo Condestável
O Santo Condestável não contestável
Portugal e o nome do Condestável
Guerreiro e Frei: de D. Nuno a Santo Condestável
O novo Santo português
São Nuno de Santa Maria explicado aos pequeninos
Uma cura milagrosa
BNP inaugura mostra sobre Nuno Álvares Pereira
À Descoberta de Nun'Álvares
O Pe. Formigão e o Santo Condestável
Petição pede homenagem dos CTT a Nuno Álvares Pereira
Nuno de Santa Maria em destaque no Programa Ecclesia e no «70x7»
202 escuteiros portugueses na Canonização de Nun’Alvares
Canonização junta portugueses em Roma
Secretário da CEP destaca dimensão excepcional do Condestável
Portugal sintonizado na canonização do Santo Condestável
Canonização de Nuno Álvares é uma festa de Portugal
Carmelitas de Viana homenageiam novo Santo português
Caceteiro
O Estado Novo e o 25 de Abril vistos por um nacional-revolucionário. Breves apontamentos
Quando os cravos murcham
Ao Condestável de Portugal
Estado Sentido
Era tarde , o dia 26 começara já
Eternas Saudades do Futuro
Sem espadas nem tomates
Comemorando a canonizacao de Nun`Álvares
Porque hoje é Dia de S. Jorge
Santo do Dia
E agora?...
Euro-Ultramarino
Antípodas
São Nuno de Santa Maria - Santo da minha devoção
Falangista Campense
Sobre a canonização do Beato Nuno de St.ª Maria
Testamento de José António
Últimos dias de José António
Um pequeno esclarecimento
Gladius
Sobre os lugares sagrados da Lusitânia
Jantar das Quartas
Sítio para hoje
E se o 25 de Abril tivesse falhado
Manlius
Tintin e Celine
Ai "eles" e o dono do cão...
Afinal o dono do cão é fixe...
Honra aos Heróis
Peca data - 1
Peca Data - 2
Viva o Glorioso 25 de Abril ...de 1828
A canzoada fascista
At your service...
Curiosidades... ou um dia fechado em casa...
Morreu Jacques Sidos
Já me ia esquecendo da efeméride de hoje
Hoje o meu pensamento está em S. Jorge - Batalha
Minoria Ruidosa
Azimutes de leitura
Hoje é um dia histórico
Movimento Sangue e Ancestralidade
Holocausto - se são dignos da verdade, porque é que o mundo ocidental não discute?
Suástica-Portugal
Nova Frente
Guerreiro e Santo
Ser um bom Português
Anatomia da Revolução
25 de Abril sempre
Gog e a União Europeia
O Pasquim da Reacção
O Santo do 26 de Abril
O Povo
O símbolo de Nuno Álvares
O Santo Condestável não contestável
Coronica du condestabre (1526)
S. Nuno Álvares Pereira já está no álbum dos santos
Mensagem do Presidente da República a propósito da canonização de Nuno Álvares Pereira
O Reaccionário
Abril é liberdade!
Ontem a Revolução, hoje a Reacção
Guerreiro-Monge
O Sexo dos Anjos
"Festa da Mocidade"
Os Veencidos da Vida
São Nuno de Santa Maria
Pena e Espada
Griffithiana
Quinze filmes
Tintin na SHIP
Retorno
Nun’Álvares
Amnésia histórica
Dever de memória
Tribuna
Um novo padroeiro
Um Homem das Cidades
Mais de um terço (250 mil) de todas as pessoas com mais de 65 anos que vivem em Israel são sobreviventes do Holocausto
Condestável
Inconformista
Pt No Media
Pt NovoPress
Revisionismo em Linha
O crime compensa
A Voz Portalegrense
D. Nuno Álvares Pereira
Agência Ecclesia/Dossier Santo Condestável
Nuno de Santa Maria Álvares Pereira (1360-1431)
Iconografia do Santo Condestável
O Santo Condestável não contestável
Portugal e o nome do Condestável
Guerreiro e Frei: de D. Nuno a Santo Condestável
O novo Santo português
São Nuno de Santa Maria explicado aos pequeninos
Uma cura milagrosa
BNP inaugura mostra sobre Nuno Álvares Pereira
À Descoberta de Nun'Álvares
O Pe. Formigão e o Santo Condestável
Petição pede homenagem dos CTT a Nuno Álvares Pereira
Nuno de Santa Maria em destaque no Programa Ecclesia e no «70x7»
202 escuteiros portugueses na Canonização de Nun’Alvares
Canonização junta portugueses em Roma
Secretário da CEP destaca dimensão excepcional do Condestável
Portugal sintonizado na canonização do Santo Condestável
Canonização de Nuno Álvares é uma festa de Portugal
Carmelitas de Viana homenageiam novo Santo português
Caceteiro
O Estado Novo e o 25 de Abril vistos por um nacional-revolucionário. Breves apontamentos
Quando os cravos murcham
Ao Condestável de Portugal
Estado Sentido
Era tarde , o dia 26 começara já
Eternas Saudades do Futuro
Sem espadas nem tomates
Comemorando a canonizacao de Nun`Álvares
Porque hoje é Dia de S. Jorge
Santo do Dia
E agora?...
Euro-Ultramarino
Antípodas
São Nuno de Santa Maria - Santo da minha devoção
Falangista Campense
Sobre a canonização do Beato Nuno de St.ª Maria
Testamento de José António
Últimos dias de José António
Um pequeno esclarecimento
Gladius
Sobre os lugares sagrados da Lusitânia
Jantar das Quartas
Sítio para hoje
E se o 25 de Abril tivesse falhado
Manlius
Tintin e Celine
Ai "eles" e o dono do cão...
Afinal o dono do cão é fixe...
Honra aos Heróis
Peca data - 1
Peca Data - 2
Viva o Glorioso 25 de Abril ...de 1828
A canzoada fascista
At your service...
Curiosidades... ou um dia fechado em casa...
Morreu Jacques Sidos
Já me ia esquecendo da efeméride de hoje
Hoje o meu pensamento está em S. Jorge - Batalha
Minoria Ruidosa
Azimutes de leitura
Hoje é um dia histórico
Movimento Sangue e Ancestralidade
Holocausto - se são dignos da verdade, porque é que o mundo ocidental não discute?
Suástica-Portugal
Nova Frente
Guerreiro e Santo
Ser um bom Português
Anatomia da Revolução
25 de Abril sempre
Gog e a União Europeia
O Pasquim da Reacção
O Santo do 26 de Abril
O Povo
O símbolo de Nuno Álvares
O Santo Condestável não contestável
Coronica du condestabre (1526)
S. Nuno Álvares Pereira já está no álbum dos santos
Mensagem do Presidente da República a propósito da canonização de Nuno Álvares Pereira
O Reaccionário
Abril é liberdade!
Ontem a Revolução, hoje a Reacção
Guerreiro-Monge
O Sexo dos Anjos
"Festa da Mocidade"
Os Veencidos da Vida
São Nuno de Santa Maria
Pena e Espada
Griffithiana
Quinze filmes
Tintin na SHIP
Retorno
Nun’Álvares
Amnésia histórica
Dever de memória
Tribuna
Um novo padroeiro
Um Homem das Cidades
Mais de um terço (250 mil) de todas as pessoas com mais de 65 anos que vivem em Israel são sobreviventes do Holocausto
Condestável
Inconformista
Pt No Media
Pt NovoPress
Revisionismo em Linha
Correio da Manhã: População enche Largo Salazar
A população de Santa Comba Dão aderiu ontem em força à inauguração da requalificação do largo António de Oliveira Salazar, comendo o porco assado no espeto enquanto actuava a Tuna Santo Estêvão. Sem discursos, a festa durou toda a tarde e ficou marcada pela distribuição de calendários com a foto do ditador e de Marcelo Caetano, uma iniciativa de um empresário de Torres Novas. Os contestatários não se manifestaram, mas afixaram uma faixa a evocar o 25 de Abril e a apelar à abstenção. Fora do largo, elementos do Bloco de Esquerda entregaram folhetos a repudiar a festa.
"No ano passado fiz 150 mil calendários para distribuir, mas desta vez, por causa da crise, foram só três mil e gastei mais de 700 euros", contou o empresário António Lopes, de 80 anos, um "admirador de Salazar". "No tempo dele eu tinha liberdade, porque ninguém me fazia mal, agora não há respeito pela polícia e não se pode andar em certas zonas por causa da criminalidade". Rui Tiago, um jovem de Santa Comba Dão, considera Salazar "uma pessoa importante, que fez coisas boas e más, mas não deixa de ser uma pessoa da terra".
O presidente da câmara, João Lourenço, salientou a requalificação do largo, que irá acolher várias iniciativas por ser "um local rodeado de comércio e que precisa de voltar a atrair a população".
"No ano passado fiz 150 mil calendários para distribuir, mas desta vez, por causa da crise, foram só três mil e gastei mais de 700 euros", contou o empresário António Lopes, de 80 anos, um "admirador de Salazar". "No tempo dele eu tinha liberdade, porque ninguém me fazia mal, agora não há respeito pela polícia e não se pode andar em certas zonas por causa da criminalidade". Rui Tiago, um jovem de Santa Comba Dão, considera Salazar "uma pessoa importante, que fez coisas boas e más, mas não deixa de ser uma pessoa da terra".
O presidente da câmara, João Lourenço, salientou a requalificação do largo, que irá acolher várias iniciativas por ser "um local rodeado de comércio e que precisa de voltar a atrair a população".
Biblioteca Nacional: Exposição Dom Nuno Álvares Pereira
Exposição Dom Nuno Álvares Pereira, na Biblioteca Nacional, de 24 de Abril a 13 de Maio de 2009, de seg. a sex. das 10h00 às 19h30; sáb. das 10h00 às 17h30.
Livro Nun´Álvares, Condestável e Santo de D. António dos Reis Rodrigues
Dado à estampa pela Aletheia Editores na companhia do jornal Público este opúsculo da autoria de D. António dos Reis Rodrigues. O volume é enriquecido com Prefácio assinado por Júlio Dantas, a célebre Carta sobre o retrato de Nun´Álvares exposto no Palácio Pombal (Oeiras).
Número de Páginas: 120.
PVP: 4.90€.
Número de Páginas: 120.
PVP: 4.90€.
Livro: São Nuno de Santa Maria de Pinharanda Gomes
Com a chancela da Zéfiro, veio a lume, este interessante livro cuja selecção e apresentação é de Pinharanda Gomes, incluindo prefácios do Cardeal D. José Saraiva Martins e do Padre Francisco Rodrigo. O livro dividido em quatro partes: Memórias e Estudos, Hinos e Poemas, Selecção de Documentos Canónicos e Iconografia Condestabriana.
Páginas: 254. Preço: 16,90€.
Páginas: 254. Preço: 16,90€.
Hino do Beato Nuno de Santa Maria
HINO DO BEATO NUNO DE SANTA MARIA
Coro:
Herói e Nuno, Nuno imortal,
Herói e Nuno, Nuno imortal,
Valei à terra de Portugal!
(Bis)
I
Dom Nuno Alvares Pereira
Nosso encanto e nossa glória,
Retomai vossa Bandeira
E levai-nos à vitória.
II
Carmelita e Cavaleiro,
Abraçando a Cruz da Espada,
Mostraste ao mundo inteiro
O valor da Pátria Amada.
In Iconografia Condestabriana,
Bernando Xavier Coutinho, Instituto de Alta Cultura, p. 309,1971.
Bernando Xavier Coutinho, Instituto de Alta Cultura, p. 309,1971.
25.4.09
Meditação de Aljubarrota por António Sardinha
Meditação de Aljubarrota
«É essa altura em que o homem predestinado surge, — em que surge o varão mandado por Deus.
Mais que nos prodígios de que lhe anda constelada a crónica piedosa, mais que na humildade e no ascetismo da sua renúncia admirável, é onde eu vejo o sinal inconfundível da vocação sobrenatural do Condestabre: — é no arremesso incondicionado e aberto com que ele, — um feudal, um homem da Cavalaria, se coloca à frente do populacho das ruas, e da desordem alastrando; raivosa e impotente, consegue tirar o penhor seguro da vitória e da grandeza da pátria de amanhã. Visto de longe, nos frutos abençoados do seu esforço, dificilmente se compreende como o Condestabre é excepcional, quase único. Saído das camadas aristocráticas, houve que vencer-se a si mesmo, lutar contra a família, contra os sentimentos da própria honra, contra o que então constituiria o que hoje chamamos «dever patriótico». Não hesita Nun`Álvares, — embora triunfe por virtude do medievalismo de toda a sua imaculada figura —, em combater contra o medievalismo que estrebucha, agonizante, e que o ascenso do Mestre ao trono matará definitivamente entre nós. Estranha e paradoxal contradição que só nos revela como Nun`Álvares, pelo carácter providencial da sua missão, teria de terminar sobre os altares, oferecendo a Deus, com a sua espada, o lírio imarcessível da sua clara alma de Galaaz! E qual é o ensinamento, qual é a inspiração, que perante a atitude do Condestabre, no momento actual se impõe ao nosso patriotismo alarmado? Antes de mais nada, precisamos de reconhecer no caso de Nun`Álvares que, se Deus prepara e cria os acontecimentos, é sempre à vontade humana que cabe efectivá-los e completá-los. De outro modo, um fatalismo brutal conduziria a marcha da história, negando totalmente a intervenção deliberada das iniciativas do homem, sem o quê a nossa liberdade interior não passaria nunca duma névoa, duma fórmula vã. E se pensarmos um pouco mais em toda a vida magnífica do Condestabre, vir-nos-ia, como bons portugueses, o desejo de escrevermos uma Imitação de S. Frei Nuno, — espécie de breviário quotidiano para a nossa dupla fé católica e lusitanista.
«Raison et bom sens ne suffisent pas!» — observou duma vez Renan, — o céptico, exactamente, quando nos degraus da Acrópole, invocava em Palas-Ateneia a claridade serena da sabedoria antiga. Porque, na verdade, «raison et bom sens ne suffisent pas», é que Nun`Álvares, colocando-se fora do existente, voltando esplendidamente as costas aos Mitos, às Normas, às urnas vazias já de toda a essência e de todo o conteúdo, venceu unicamente pelo poder supremo do Espírito. Rapaz e cabeça dum partido de rapazes com as suas rapaziadas inconcebíveis, acendendo fogos no alto dos montes, tocando trombetas por entre a bruma cerrada, escavacando galhardamente favolas de festim, aprendamos em Nun`Álvares o segredo da nossa crença nacionalista que une ao gesto rebelde, que destrói e purifica, o gesto que tanto nos afila as mãos para o Céu, como no-las enclavinha, justiceiras e frementes, na coronha duma espingarda. E o resto acontecerá, por graça de Deus, desde que, em plena vontade nossa, saibamos querer o que Ele no seu plano eterno já concebeu e já quis!
Interpretada assim a broxadas largas a figura do Condestabre, é imperioso que interpretemos igualmente o significado histórico da batalha de Aljubarrota. Por honra nossa e do sangue que nos queima as artérias, que nunca Aljubarrota seja uma data que divida, um grito que separe! Não hasteemos o pendão do Condestabre, como bandeira de qualquer filarmónica de patrioteirice, — como diria Eça —, onde a Pátria, tornada tema de pura retórica, perca o seu sentido positivo e orgânico e não seja mais que um nome abstracto, destinado a não hostilizar aquilo que é contrário e adverso à sua estrutura inalienável. Entendidos, — não é verdade? Ora, da mesma forma não tomemos Aljubarrota como um simples acto guerreiro, desprendido de toda a sequência e toda a relação com a vida posterior de Portugal.» (pp. 7/8/9/10)
«(...) Que S. Fr. Nuno esteja connosco, como estava em Aljubarrota ao lado do Mestre, como esteve em Granada batendo nas veias de Isabel, como pulsou em Lepanto animando o coração heróico de D. João de Áustria! E o Portugal-Maior regressará à posse dos seus antigos roteiros, para que a energia da raça volte a salvar a beleza do mundo, já meio apagada no longo crepúsculo que sobre ela tragicamente anoitece.» (p. 15/16)
Mais que nos prodígios de que lhe anda constelada a crónica piedosa, mais que na humildade e no ascetismo da sua renúncia admirável, é onde eu vejo o sinal inconfundível da vocação sobrenatural do Condestabre: — é no arremesso incondicionado e aberto com que ele, — um feudal, um homem da Cavalaria, se coloca à frente do populacho das ruas, e da desordem alastrando; raivosa e impotente, consegue tirar o penhor seguro da vitória e da grandeza da pátria de amanhã. Visto de longe, nos frutos abençoados do seu esforço, dificilmente se compreende como o Condestabre é excepcional, quase único. Saído das camadas aristocráticas, houve que vencer-se a si mesmo, lutar contra a família, contra os sentimentos da própria honra, contra o que então constituiria o que hoje chamamos «dever patriótico». Não hesita Nun`Álvares, — embora triunfe por virtude do medievalismo de toda a sua imaculada figura —, em combater contra o medievalismo que estrebucha, agonizante, e que o ascenso do Mestre ao trono matará definitivamente entre nós. Estranha e paradoxal contradição que só nos revela como Nun`Álvares, pelo carácter providencial da sua missão, teria de terminar sobre os altares, oferecendo a Deus, com a sua espada, o lírio imarcessível da sua clara alma de Galaaz! E qual é o ensinamento, qual é a inspiração, que perante a atitude do Condestabre, no momento actual se impõe ao nosso patriotismo alarmado? Antes de mais nada, precisamos de reconhecer no caso de Nun`Álvares que, se Deus prepara e cria os acontecimentos, é sempre à vontade humana que cabe efectivá-los e completá-los. De outro modo, um fatalismo brutal conduziria a marcha da história, negando totalmente a intervenção deliberada das iniciativas do homem, sem o quê a nossa liberdade interior não passaria nunca duma névoa, duma fórmula vã. E se pensarmos um pouco mais em toda a vida magnífica do Condestabre, vir-nos-ia, como bons portugueses, o desejo de escrevermos uma Imitação de S. Frei Nuno, — espécie de breviário quotidiano para a nossa dupla fé católica e lusitanista.
«Raison et bom sens ne suffisent pas!» — observou duma vez Renan, — o céptico, exactamente, quando nos degraus da Acrópole, invocava em Palas-Ateneia a claridade serena da sabedoria antiga. Porque, na verdade, «raison et bom sens ne suffisent pas», é que Nun`Álvares, colocando-se fora do existente, voltando esplendidamente as costas aos Mitos, às Normas, às urnas vazias já de toda a essência e de todo o conteúdo, venceu unicamente pelo poder supremo do Espírito. Rapaz e cabeça dum partido de rapazes com as suas rapaziadas inconcebíveis, acendendo fogos no alto dos montes, tocando trombetas por entre a bruma cerrada, escavacando galhardamente favolas de festim, aprendamos em Nun`Álvares o segredo da nossa crença nacionalista que une ao gesto rebelde, que destrói e purifica, o gesto que tanto nos afila as mãos para o Céu, como no-las enclavinha, justiceiras e frementes, na coronha duma espingarda. E o resto acontecerá, por graça de Deus, desde que, em plena vontade nossa, saibamos querer o que Ele no seu plano eterno já concebeu e já quis!
Interpretada assim a broxadas largas a figura do Condestabre, é imperioso que interpretemos igualmente o significado histórico da batalha de Aljubarrota. Por honra nossa e do sangue que nos queima as artérias, que nunca Aljubarrota seja uma data que divida, um grito que separe! Não hasteemos o pendão do Condestabre, como bandeira de qualquer filarmónica de patrioteirice, — como diria Eça —, onde a Pátria, tornada tema de pura retórica, perca o seu sentido positivo e orgânico e não seja mais que um nome abstracto, destinado a não hostilizar aquilo que é contrário e adverso à sua estrutura inalienável. Entendidos, — não é verdade? Ora, da mesma forma não tomemos Aljubarrota como um simples acto guerreiro, desprendido de toda a sequência e toda a relação com a vida posterior de Portugal.» (pp. 7/8/9/10)
«(...) Que S. Fr. Nuno esteja connosco, como estava em Aljubarrota ao lado do Mestre, como esteve em Granada batendo nas veias de Isabel, como pulsou em Lepanto animando o coração heróico de D. João de Áustria! E o Portugal-Maior regressará à posse dos seus antigos roteiros, para que a energia da raça volte a salvar a beleza do mundo, já meio apagada no longo crepúsculo que sobre ela tragicamente anoitece.» (p. 15/16)
António Sardinha
In «Ao princípio era o Verbo», cap. Meditação de Aljubarrota, Livraria Portugália, Lisboa, 1924, págs. 7/8/9/10 e 15/16.
In «Ao princípio era o Verbo», cap. Meditação de Aljubarrota, Livraria Portugália, Lisboa, 1924, págs. 7/8/9/10 e 15/16.
24.4.09
Nun`Álvares por António Sardinha
Nun`Alvares
Nascido na leal Cavalaria,
deu-te a Cavalaria essa pureza
que sem a alma que em tua alma havia,
é luz velada que não dura acesa!
Tu a abrigaste em horas de alegria
— tu a abrigaste em horas de tristeza.
Por ti a flor de Galaaz floria,
talvez ainda com maior firmeza!
Tens o poder da tua espada forte,
tens o poder das tuas mãos erguidas,
— Herói e Santo, vem valer aos teus!
Alto, mais alto que o pavor da morte,
se a tua espada guarda as nossas vidas,
as tuas mãos pedem por nós a Deus!
António Sardinha.
In Pequena Casa Lusitana, Liv. Civilização, Porto, 1958, págs. 67/68.
Nascido na leal Cavalaria,
deu-te a Cavalaria essa pureza
que sem a alma que em tua alma havia,
é luz velada que não dura acesa!
Tu a abrigaste em horas de alegria
— tu a abrigaste em horas de tristeza.
Por ti a flor de Galaaz floria,
talvez ainda com maior firmeza!
Tens o poder da tua espada forte,
tens o poder das tuas mãos erguidas,
— Herói e Santo, vem valer aos teus!
Alto, mais alto que o pavor da morte,
se a tua espada guarda as nossas vidas,
as tuas mãos pedem por nós a Deus!
António Sardinha.
In Pequena Casa Lusitana, Liv. Civilização, Porto, 1958, págs. 67/68.
23.4.09
Salazar, outra vez!
A revista Sábado publica hoje mais um dossier sobre Salazar, o Grande Português.
Por seu lado, o Correio da Manhã anuncia que Salazar vai tornar-se estrela de cinema e, logo, com a Soraia Chaves.
Querem apostar que ainda vai ganhar um Óscar em Hollywood? É bem capaz disso!
Querem apostar que ainda vai ganhar um Óscar em Hollywood? É bem capaz disso!
Livro: O Santo que salvou Portugal do Correio da Manhã
O Correio da Manhã publicou, hoje, um livro da autoria de Secundino Cunha sobre um dos maiores heróis da História de Portugal. Com um magnífico caderno de imagens a cores. São 112 páginas que incluem a biografia do Condestável, uma entrevista ao Bispo de Beja, D. Vitalino Dantas e a explicação de um processo de canonização. Preço: 1,50€.
Condestável na RTP2
A RTP2, no programa Sociedade Civil, exibiu um interessante debate Dom Nuno Álvares Pereira, uma das maiores figuras da História de Portugal, e com as presenças de S. A. R. Dom Duarte Pio, o Tenente-Coronel Brandão Ferreira, o historiador Pedro Picoito e o Padre Agostinho de Castro (Superior Maior da Ordem do Carmo em Portugal).
De realçar, mais uma vez, as palavras sábias e sabedoras do Tenente-Coronel Brandão Ferreira que, no final do programa, sintetizou as razões fundamentais e de ordem política para o não reconhecimento nacional do Condestável D. Nuno Álvares Pereira: o regime democrático, o fundo doutrinário e ideológico e a falta de doutrinação; diabolização de parte da História de Portugal e vilipendiação de figuras históricas; a visão marxista da História e o actual federalismo político.
Obrigado, sr. Tenente-Coronel Brandão Ferreira, por ter dito a Verdade!
De realçar, mais uma vez, as palavras sábias e sabedoras do Tenente-Coronel Brandão Ferreira que, no final do programa, sintetizou as razões fundamentais e de ordem política para o não reconhecimento nacional do Condestável D. Nuno Álvares Pereira: o regime democrático, o fundo doutrinário e ideológico e a falta de doutrinação; diabolização de parte da História de Portugal e vilipendiação de figuras históricas; a visão marxista da História e o actual federalismo político.
Obrigado, sr. Tenente-Coronel Brandão Ferreira, por ter dito a Verdade!
Nun`Álvares por António Sardinha
NUN`ÁLVARES
Foi ontem dia de Nun`Álvares pela comemoração nacional do seu nascimento. Essa figura erguida, uma das maiores da nossa história, é na sua dupla posição de guerreiro e de santo a incarnação perfeita da alma de Portugal. Ninguém como ele teve o gládio para manter a justiça e para defender a terra. Ninguém como ele soube o poder do espírito quando se recolhe em Deus e não confia senão na força superior duma aspiração imortal! Entre a Espada e a Cruz decorreu feliz e gloriosa a existência passada da nossa Pátria. À Espada e à Cruz nós agradeceremos ainda o acto de milagre que nos há-de restituir ao caminho perdido da nossa vocação de povo.
Sobre Nun`Álvares pesa a ignorância imperdoável de quanto ele nos merece como herói representativo da nacionalidade. Oliveira Martins surpreendeu-o em acasos brilhantes do seu brilhantíssimo talento. Mas a compreensão total do grande Condestabre não a soube abranger o historiador, enevoada a sua inteligência pelas piores bastardias filosóficas. Um aspecto há, notável, no livro de Oliveira Martins. É aquele em que o carácter do herói se destaca como formado moralmente pela influência mística da Cavalaria nos seus votos permanentes de sacrifício e de castidade. Oliveira Martins subtraiu-se assim, pela visão do que fora a Idade Média, às ideias dominantes no seu tempo, que consideravam os fenómenos místicos, debaixo da influência intelectual de Charcot, como puras manifestações patológicas. De resto, a Vida de Nun`Álvares vale mais como subsídio para a biografia mental do seu autor do que propriamente como o estudo que Portugal deve ao extraordinário patrono da nossa independência.
Nas Crónicas, — na singeleza gótica das suas páginas, é que nós podemos sentir bem Nun`Álvares em toda a sua plenitude e em todo o alvoroço do seu coração de Cavaleiro e de Monge. É um compromisso de honra, cujo não cumprimento nos cobre a nós de vexame, redimirmos Nun`Álvares das falsificações literárias em que o seu nome se vê corrompido e corrompida a sua acção virtuosa e salvadora. Junqueiro, num panfleto que é desforra atávica da sua ascendência israelita contra a nossa disciplina católica e monárquica, serviu-se do Condestabre como braço de anátema que o ódio político do poeta precisava de armar na indignação retórica dos seus verbalismos truculentos. Depois, numa página vergonhosa, um outro homem de letras tentou reduzir a estatura do Condestabre à craveira deplorável dum impulsivo sem grandeza consciente, quando não dum doido acabado e simples.
Era este precisamente o ponto sobre o qual eu desejaria insistir, não só para lavar a memória de Nun`Álvares do sacrilégio que a pretendeu enxovalhar, mas para demonstrar como cientificamente as afirmações do senhor Júlio Dantas — é ao senhor Júlio Dantas que me refiro, — são erróneas e em todo indignas de quem conviva as coisa elevadas da inteligência. Sei que não é assunto para o debate rápido duma pequena nota. Mas enunciando-o, embora de leve, não fujo a declarar, a respeito do famoso libelo que uma fantasia censurável em quem se supõe fazer obra de história colocou na boca do Cardeal do Diabo durante o decurso da beatificação de Nun`Álvares, que ele não passa, o referido libelo, de um reflexo cabotino dos ensinamentos da Salpêtriere acerca do misticismo e da natureza das suas personificações. Ora o desenvolvimento dos estudos psicológicos modificou completamente as observações de Charcot. Ninguém como os místicos resolve e domina os conflitos da nossa vida moral, a que num livro recente, L`hérédo, com tanto vigor de expressão Léon Daudet chamou o «drama interior».
Inegavelmente, desde que a «terceira experiência» ou «experiência religiosa» foi instituída pelas necessidades indagadoras da própria psicologia, não é lícito já pensar-se acerca dos Santos como pensaria Mr. Homais alinhando os botões da sua botica em Ruão. William James abriu o caminho. E hoje já não tem conta os trabalhos que, sem preocupações apologéticas, nos ajudam debaixo dum exclusivo critério experimental, a aproximar os Santos, como realidades vivas, da concepção sobre-humana que neles nos apresenta a Teologia.
Nun`Álvares encontra-se psicologicamente dentro desse juízo sereno e reabilitador. Nem ele é o histérico, que um golpe de efeito sobre o público procurou inculcar como tal, nem a sua genealogia, por carregada de estigmas que se nos revelasse, constituiria motivo irremovível para uma condensação. Um médico ilustre, — o Dr. Ch. Fiessinger, — demonstra-nos que o inconsciente se educa e que a religião é precisamente o seu maior educador. A igual conclusão chegou igualmente Léon Daudet. De facto, nós não ignoramos que Santo Inácio de Loiola era um colérico, S. Francisco Xavier, um ambicioso, e o Povorello de Assis, um gastador. A disciplina religiosa interveio. E do colérico saiu o disciplinador admirável dos Exercícios Espirituais, do ambicioso o evangelizador das Índias e do gastador o esposo amorável da Senhora Pobreza, beijando as chagas dos leprosos e cantando ao Senhor Nosso Deus o louvor de todas as criaturas.
A Igreja exige para a canonização, mais que os milagres, o «exercício heróico» das virtudes cristãs. O «exercício heróico» das virtudes cristãs pressupõe a afirmação da vontade. Se os Santos realmente não passassem duma floração hospitalar, de degenerados, mordidos de raivas epilépticas e com hiatos frequentes de personalidade, a vontade desertá-los-ia, como abúlicos inevitáveis que seriam. Escuso de ressaltar, a unidade de vida e pensamento característica dos Santos, que são essencialmente gigantes da vontade. A Santidade é assim uma introspecção activa e constante do soi — como diria Daudet, sobre o moi, isto é, da parte deliberativa e consciente do nosso ser sobre o tumulto de instintos em que a nossa autonomia espiritual quase sempre naufraga.
Enganou-se, pois, o senhor Júlio Dantas, — e enganou-se, não só como escritor mas até como médico, ao assegurar a degenerescência de Nun`Álvares. A unidade da sua existência moral é comprovada pelo testemunho das Crónicas. O epiléptico não se descobre nele, porque a vontade no Condestabre é permanente e robusta. Há uma continuidade de acção e de pensamento em Nun`Álvares que nos enche de assombro e dissipa toda e qualquer suspeita de desequilíbrio. Violento e sanguinário? Mas eu inutilizo, logo que o senhor Júlio Dantas o deseje, a sua acusação? Então por ser casto? Mas hoje a medicina reconhece na castidade uma virtude higiénica. Talvez porque no desfiar dos anos se recolheu a um convento e vestiu a estamenha carmelita? Precisamente a isso responde a psicologia com a «terceira experiência», verificando no misticismo, quando superior, um poderoso desenvolvimento da nossa individualidade.
Muito gostaria de me alongar com o interesse que a questão legitimamente suscita. Raspando de sobre o Condestabre esse pingo de lama que, afinal, nem o salpicou, os meus votos são para que a Festa a Nun`Álvares se torne um dos objectivos mais ardentes do espírito patriótico. Adoremo-lo nos altares e aclamemo-lo nas praças! Nun`Álvares mostra-nos com a espada terminando na cruz que o patriotismo é uma virtude eminentemente cristã. Como cristãos não consintamos jamais que nos roubem o Condestabre, traindo-o e abastardando-o numa espécie de culto maçónico, tal como o que teima apagar Camões o poeta do renascimento católico, fiel à Igreja e ao sentimento ortodoxo emanado do concílio de Trento.
Juntemos os nossos esforços para que Nun`Álvares tenha o seu dia, — mas o seu dia como Santo e como Herói, não separando nunca as duas faces da sua alma admirável, que só se completam integradas uma na outra.
Sobre Nun`Álvares pesa a ignorância imperdoável de quanto ele nos merece como herói representativo da nacionalidade. Oliveira Martins surpreendeu-o em acasos brilhantes do seu brilhantíssimo talento. Mas a compreensão total do grande Condestabre não a soube abranger o historiador, enevoada a sua inteligência pelas piores bastardias filosóficas. Um aspecto há, notável, no livro de Oliveira Martins. É aquele em que o carácter do herói se destaca como formado moralmente pela influência mística da Cavalaria nos seus votos permanentes de sacrifício e de castidade. Oliveira Martins subtraiu-se assim, pela visão do que fora a Idade Média, às ideias dominantes no seu tempo, que consideravam os fenómenos místicos, debaixo da influência intelectual de Charcot, como puras manifestações patológicas. De resto, a Vida de Nun`Álvares vale mais como subsídio para a biografia mental do seu autor do que propriamente como o estudo que Portugal deve ao extraordinário patrono da nossa independência.
Nas Crónicas, — na singeleza gótica das suas páginas, é que nós podemos sentir bem Nun`Álvares em toda a sua plenitude e em todo o alvoroço do seu coração de Cavaleiro e de Monge. É um compromisso de honra, cujo não cumprimento nos cobre a nós de vexame, redimirmos Nun`Álvares das falsificações literárias em que o seu nome se vê corrompido e corrompida a sua acção virtuosa e salvadora. Junqueiro, num panfleto que é desforra atávica da sua ascendência israelita contra a nossa disciplina católica e monárquica, serviu-se do Condestabre como braço de anátema que o ódio político do poeta precisava de armar na indignação retórica dos seus verbalismos truculentos. Depois, numa página vergonhosa, um outro homem de letras tentou reduzir a estatura do Condestabre à craveira deplorável dum impulsivo sem grandeza consciente, quando não dum doido acabado e simples.
Era este precisamente o ponto sobre o qual eu desejaria insistir, não só para lavar a memória de Nun`Álvares do sacrilégio que a pretendeu enxovalhar, mas para demonstrar como cientificamente as afirmações do senhor Júlio Dantas — é ao senhor Júlio Dantas que me refiro, — são erróneas e em todo indignas de quem conviva as coisa elevadas da inteligência. Sei que não é assunto para o debate rápido duma pequena nota. Mas enunciando-o, embora de leve, não fujo a declarar, a respeito do famoso libelo que uma fantasia censurável em quem se supõe fazer obra de história colocou na boca do Cardeal do Diabo durante o decurso da beatificação de Nun`Álvares, que ele não passa, o referido libelo, de um reflexo cabotino dos ensinamentos da Salpêtriere acerca do misticismo e da natureza das suas personificações. Ora o desenvolvimento dos estudos psicológicos modificou completamente as observações de Charcot. Ninguém como os místicos resolve e domina os conflitos da nossa vida moral, a que num livro recente, L`hérédo, com tanto vigor de expressão Léon Daudet chamou o «drama interior».
Inegavelmente, desde que a «terceira experiência» ou «experiência religiosa» foi instituída pelas necessidades indagadoras da própria psicologia, não é lícito já pensar-se acerca dos Santos como pensaria Mr. Homais alinhando os botões da sua botica em Ruão. William James abriu o caminho. E hoje já não tem conta os trabalhos que, sem preocupações apologéticas, nos ajudam debaixo dum exclusivo critério experimental, a aproximar os Santos, como realidades vivas, da concepção sobre-humana que neles nos apresenta a Teologia.
Nun`Álvares encontra-se psicologicamente dentro desse juízo sereno e reabilitador. Nem ele é o histérico, que um golpe de efeito sobre o público procurou inculcar como tal, nem a sua genealogia, por carregada de estigmas que se nos revelasse, constituiria motivo irremovível para uma condensação. Um médico ilustre, — o Dr. Ch. Fiessinger, — demonstra-nos que o inconsciente se educa e que a religião é precisamente o seu maior educador. A igual conclusão chegou igualmente Léon Daudet. De facto, nós não ignoramos que Santo Inácio de Loiola era um colérico, S. Francisco Xavier, um ambicioso, e o Povorello de Assis, um gastador. A disciplina religiosa interveio. E do colérico saiu o disciplinador admirável dos Exercícios Espirituais, do ambicioso o evangelizador das Índias e do gastador o esposo amorável da Senhora Pobreza, beijando as chagas dos leprosos e cantando ao Senhor Nosso Deus o louvor de todas as criaturas.
A Igreja exige para a canonização, mais que os milagres, o «exercício heróico» das virtudes cristãs. O «exercício heróico» das virtudes cristãs pressupõe a afirmação da vontade. Se os Santos realmente não passassem duma floração hospitalar, de degenerados, mordidos de raivas epilépticas e com hiatos frequentes de personalidade, a vontade desertá-los-ia, como abúlicos inevitáveis que seriam. Escuso de ressaltar, a unidade de vida e pensamento característica dos Santos, que são essencialmente gigantes da vontade. A Santidade é assim uma introspecção activa e constante do soi — como diria Daudet, sobre o moi, isto é, da parte deliberativa e consciente do nosso ser sobre o tumulto de instintos em que a nossa autonomia espiritual quase sempre naufraga.
Enganou-se, pois, o senhor Júlio Dantas, — e enganou-se, não só como escritor mas até como médico, ao assegurar a degenerescência de Nun`Álvares. A unidade da sua existência moral é comprovada pelo testemunho das Crónicas. O epiléptico não se descobre nele, porque a vontade no Condestabre é permanente e robusta. Há uma continuidade de acção e de pensamento em Nun`Álvares que nos enche de assombro e dissipa toda e qualquer suspeita de desequilíbrio. Violento e sanguinário? Mas eu inutilizo, logo que o senhor Júlio Dantas o deseje, a sua acusação? Então por ser casto? Mas hoje a medicina reconhece na castidade uma virtude higiénica. Talvez porque no desfiar dos anos se recolheu a um convento e vestiu a estamenha carmelita? Precisamente a isso responde a psicologia com a «terceira experiência», verificando no misticismo, quando superior, um poderoso desenvolvimento da nossa individualidade.
Muito gostaria de me alongar com o interesse que a questão legitimamente suscita. Raspando de sobre o Condestabre esse pingo de lama que, afinal, nem o salpicou, os meus votos são para que a Festa a Nun`Álvares se torne um dos objectivos mais ardentes do espírito patriótico. Adoremo-lo nos altares e aclamemo-lo nas praças! Nun`Álvares mostra-nos com a espada terminando na cruz que o patriotismo é uma virtude eminentemente cristã. Como cristãos não consintamos jamais que nos roubem o Condestabre, traindo-o e abastardando-o numa espécie de culto maçónico, tal como o que teima apagar Camões o poeta do renascimento católico, fiel à Igreja e ao sentimento ortodoxo emanado do concílio de Trento.
Juntemos os nossos esforços para que Nun`Álvares tenha o seu dia, — mas o seu dia como Santo e como Herói, não separando nunca as duas faces da sua alma admirável, que só se completam integradas uma na outra.
António Sardinha
In «Na feira dos mitos», cap. Nun`Álvares, 2.ª edição, Edições Gama, 1942, pp. 165/166/167/169/170.
In «Na feira dos mitos», cap. Nun`Álvares, 2.ª edição, Edições Gama, 1942, pp. 165/166/167/169/170.
A Fala de Nun`Álvares por Silva Tavares
A FALA DE NUNALVARES
Eu só com meus vassalos e com esta,
— dizendo isto arranca meia espada —
defenderei da força dura e infesta
a Terra nunca d`outrem subjugada.
Lusíadas – Camões.
A Alma de Nunalvares, disperta
para a Hora que passa, — lá do Além
quis falar à minh`alma sempre aberta
em prol da minha Terra e minha Mãe!...
Chegou junto de mim ao sol poente,
e ante a minha ancestral meditação,
surgiu, um símbolo d`honra transcendente,
evocando a nobreza e a tradição!...
E erguendo a fronte altiva, que alumia
inda hoje nas trevas esta Raça,
falou de decadência e nostalgia
numa voz repassada de desgraça...
— E disse: — «Uni-vos todos, Portugueses!...
Libertai da descrença, já funesta,
a Pátria que exaltei, por tantas vezes,
eu só, com meus vassalos e com esta!...
Uni-vos, como irmãos, perante a Hora,
trabalhai, progredi p`la Terra amada...
Ah! não poder ressuscitar agora!...»
E dizendo isto, arranca meia espada.
«Sêde um só corpo, e novos Prometeus
nunca vencidos... Minha glória atesta
que, por meu lado, a Pátria, junto a Deus,
defenderei da força dura e infesta!...
Uni-vos, quando não vereis um dia
p`la dissenção mesquinha e mal pensada,
perder-se, qual se perde a luz do dia,
a Terra nunca d`outrem subjugada!...
...................................................................
E aquela voz de Santo, a soluçar,
sumiu-se como o sol... Mas, de surpresa,
ergueu-se a lua e desfolhou-se em luar,
sagrando toda a Terra Portuguesa!
Silva Tavares
06.10.1922.
In Cruzada Nacional Nun`Álvares, Ano I, Novembro de 1922, pág. 20.
06.10.1922.
In Cruzada Nacional Nun`Álvares, Ano I, Novembro de 1922, pág. 20.
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