Fui a uma estação dos CTT para receber uma encomenda de livros. Enquanto (des)esperava, dei uma olhadela pela banca de cd`s e de livros expostos.
"A curiosidade cultural", como dizia o nosso Rodrigo Emílio, levou-me a deitar os olhos a dois livrecos que atestam (?!!!) ser para crianças.
Cheguei, logo e na hora, à conclusão que tais livros são uma violentação e violação da inteligência infanto-juvenil que só poderão provocar verdadeiros traumas psicológicos e stress pós-traumático para os quais nem Freud teria resposta.
Acho graça como o Prof. Silva ainda se escandaliza e se preocupa com o nível cultural da juventude bem como do seu desinteresse e/ou desprezo pela democracia.
Basta passar o olho por estes dois livrinhos desinformadores, manipuladores, falsificadores e mentirosos da História de Portugal para tirarmos as conclusões rapidamente e em força!
Aqui ficam alguns exemplos:
«Chegado à liderança, uma das suas primeiras preocupações foi tentar saber quem estava com ele e quem estava contra ele. Para o apoiar, foi criada a União Nacional, que passou a ser o único partido autorizado pelo Governo, e a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE).
Além disso, e para que não houvesse contestação, Salazar ordenou que se fizese propaganda, isto é, publicidade a tudo o que de bom o seu Governo fazia. Pouco tempo depois, em 1933, foi escrita uma nova Constituição que instituiu um novo regime - o Estado Novo - que se orientava por princípios tradicionais, como a Igreja, a Pátria e a Família.
Esta nova Constituição voltou a insistir na Censura Prévia, que tinha por objectivo limitar a liberdade de expressão. Assim, os jornais passaram a ser obrigados a enviar à Comissão de Censura quatro cópias de cada página, sendo que o o censor ou impedia a publicação da notícia ou aprovava a publicação com cortes. Tinha começado a saga do "lápis azul", que riscou notícias, fados, peças de teatro e livros, apagou anúncios publicitários, caricaturas e pinturas de parede» (pág. 12).
«Foi sobretudo a partir do fim dos anos trinta que os portugueses deixaram de ter liberdade para falar sobre o que se passava no seu país. Quem arriscava era perseguido, torturado e preso, tal como aconteceu com muita gente nas décadas de cinquenta e sessenta. Muitos foram enviados para o campo de concentração do Tarrafal, situado na Ilha cabo-verdiana de Santiago, onde eram isolados, deixados ao abandono sem quaisquer condições, torturados, chegando mesmo a morrer.» (pág. 18)
«Todos os que não concordavam com Salazar viveram momentos de terror, como conta Louzã Henriques, que quando foi preso era apenas um estudante de medicina». (pág. 25)
Passemos, agora, a outro livro que é a continuação do anterior.
«E, no início dos anos sessenta, os protestos aumentaram mesmo de tom.
Esta década começou com um episódio digno de um filme de acção: a fuga do forte de Peniche de uma dezena de militantes do Partido Comunista Português, entre os quais o dirigente Álvaro Cunhal. Mas a operação antifascista mais espectacular foi mesmo a tomada de assalto do paquete Santa Maria, que foi noticiada no mundo inteiro, chamando a atenção para os males da ditadura salazarista.» (pág. 7)
«A revolta contra a oupação portuguesa foi crescendo lentamente, mas a verdade é que até ao início dos anos sessenta o descontentamento ainda não tinha dado muitos problemas ao governo de Salazar, embora naquela altura grande parte dos países europeus (como a França, a Bélgica e a Alemanha) já tivessem declarado a independência das suas colónias. Em Portugal, contudo, continuava a fazer-se o inverso: incentivava-se a população portuguesa a ir para as colónias com a promessa de ali fazerem grandes fortunas.
Mas já se sabia que a paz entre as colónias e a metrópole não ia durar muito. Em 1961, as províncias ultramarinas iniciaram movimentos de guerrilha contra a ocupação portuguesa e criaram organizações nacionalistas, como a União dos Povos de Angola (UPA) e o Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA).» (pág. 13)
"A curiosidade cultural", como dizia o nosso Rodrigo Emílio, levou-me a deitar os olhos a dois livrecos que atestam (?!!!) ser para crianças.
Cheguei, logo e na hora, à conclusão que tais livros são uma violentação e violação da inteligência infanto-juvenil que só poderão provocar verdadeiros traumas psicológicos e stress pós-traumático para os quais nem Freud teria resposta.
Acho graça como o Prof. Silva ainda se escandaliza e se preocupa com o nível cultural da juventude bem como do seu desinteresse e/ou desprezo pela democracia.
Basta passar o olho por estes dois livrinhos desinformadores, manipuladores, falsificadores e mentirosos da História de Portugal para tirarmos as conclusões rapidamente e em força!
Aqui ficam alguns exemplos:
«Chegado à liderança, uma das suas primeiras preocupações foi tentar saber quem estava com ele e quem estava contra ele. Para o apoiar, foi criada a União Nacional, que passou a ser o único partido autorizado pelo Governo, e a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE).
Além disso, e para que não houvesse contestação, Salazar ordenou que se fizese propaganda, isto é, publicidade a tudo o que de bom o seu Governo fazia. Pouco tempo depois, em 1933, foi escrita uma nova Constituição que instituiu um novo regime - o Estado Novo - que se orientava por princípios tradicionais, como a Igreja, a Pátria e a Família.
Esta nova Constituição voltou a insistir na Censura Prévia, que tinha por objectivo limitar a liberdade de expressão. Assim, os jornais passaram a ser obrigados a enviar à Comissão de Censura quatro cópias de cada página, sendo que o o censor ou impedia a publicação da notícia ou aprovava a publicação com cortes. Tinha começado a saga do "lápis azul", que riscou notícias, fados, peças de teatro e livros, apagou anúncios publicitários, caricaturas e pinturas de parede» (pág. 12).
«Foi sobretudo a partir do fim dos anos trinta que os portugueses deixaram de ter liberdade para falar sobre o que se passava no seu país. Quem arriscava era perseguido, torturado e preso, tal como aconteceu com muita gente nas décadas de cinquenta e sessenta. Muitos foram enviados para o campo de concentração do Tarrafal, situado na Ilha cabo-verdiana de Santiago, onde eram isolados, deixados ao abandono sem quaisquer condições, torturados, chegando mesmo a morrer.» (pág. 18)
«Todos os que não concordavam com Salazar viveram momentos de terror, como conta Louzã Henriques, que quando foi preso era apenas um estudante de medicina». (pág. 25)
Passemos, agora, a outro livro que é a continuação do anterior.
«E, no início dos anos sessenta, os protestos aumentaram mesmo de tom.
Esta década começou com um episódio digno de um filme de acção: a fuga do forte de Peniche de uma dezena de militantes do Partido Comunista Português, entre os quais o dirigente Álvaro Cunhal. Mas a operação antifascista mais espectacular foi mesmo a tomada de assalto do paquete Santa Maria, que foi noticiada no mundo inteiro, chamando a atenção para os males da ditadura salazarista.» (pág. 7)
«A revolta contra a oupação portuguesa foi crescendo lentamente, mas a verdade é que até ao início dos anos sessenta o descontentamento ainda não tinha dado muitos problemas ao governo de Salazar, embora naquela altura grande parte dos países europeus (como a França, a Bélgica e a Alemanha) já tivessem declarado a independência das suas colónias. Em Portugal, contudo, continuava a fazer-se o inverso: incentivava-se a população portuguesa a ir para as colónias com a promessa de ali fazerem grandes fortunas.
Mas já se sabia que a paz entre as colónias e a metrópole não ia durar muito. Em 1961, as províncias ultramarinas iniciaram movimentos de guerrilha contra a ocupação portuguesa e criaram organizações nacionalistas, como a União dos Povos de Angola (UPA) e o Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA).» (pág. 13)
«Na hora da despedida, as famílias amontoavam-se no cais a acenar com lenços e a ver o navio partir, carregando rapazes mal armados e mal alimentados para uma missão que duraria, no mínimo, dois anos.» (pág. 16)
«A Guerra de África foi uma experiência muito traumatizante para o nosso país, não só porque morreram muitos soldados, mas também porque houve muitos que regressaram estropiados.» (pág. 18)
«A Guerra de África foi uma experiência muito traumatizante para o nosso país, não só porque morreram muitos soldados, mas também porque houve muitos que regressaram estropiados.» (pág. 18)
Fico-me por estes brilhantes, criteriosos e imparciais exemplos da autoria de Paula Cardoso Almeida que a QuidNovi escarrapachou.
Não há dúvida, criança sofre!!!
1 comentário:
Caro Nonas,
A lavagem ao cérebro é especialidade dessas criaturas, exemplares alunos do Tó Gramsci.
Mas cada vez há menos gente que lhes liga alguma - sobretudo a miudagem. Eles bem sabem disso, mas o que está a dar é arranjar umas boas massas com a negociata livresca - e a sua distribuição como "livro-texto curricular"...
Abr.
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