28.7.08

Público: Qualquer cigano em Portugal dirá: primeiro sou cigano, depois sou português

No Público, na página 7, este texto assinado por Andreia Sanches. Tirem as vossas conclusões. E nós é que somos racistas!!!
«O "povo cigano" não tem um território - "é inimaginável um país de ciganos" -, mas tem uma bandeira e um hino, explica Vítor Marques, fundador da União Romani Portuguesa. "Há uma identidade mundial cigana", defende. Se confrontado com a questão, "qualquer cigano em Portugal dirá: primeiro sou cigano, depois sou português". Mas há quem pense de outra forma.
O investigador Pereira Bastos considera que um português cigano pouco tem a ver com um romeno cigano, por exemplo. "O que caracteriza os ciganos é a sua profunda adaptabilidade aos contextos locais, da Turquia, do Egipto, da República Checa, à Roménia... De tal maneira que praticamente não há coisas comuns."
Certo é que tanto o hino como a bandeira - bem como o Dia Internacional dos Roma/Ciganos (que se assinala a 8 de Abril) - foram oficializados no primeiro Congresso Mundial Cigano que teve lugar em Londres em 1971.
Segundo informação disponibilizada pelo Alto Comissariado para a Integração e Diálogo Intercultural (Acidi), hino, bandeira e dia internacional são aceites pela maioria das associações de ciganos - que constituem a minoria étnica mais importante e numerosa da Europa, com oito milhões de pessoas.
Há ainda o romani, uma língua derivada do sânscrito, base de uma grande quantidade de dialectos locais utilizados pelos ciganos de todo o mundo. "Mas não é nada certo que, se chegar aqui um húngaro a falar romani, consiga entender-se com o português", diz Pereira Bastos.
A variante mais falada na Península Ibérica é o caló. "Em Portugal, o caló mistura palavras portuguesas, espanholas, romani", explica Vítor Marques. "Por exemplo: 'pani' significa 'copo-de-água'."
Os ciganos sempre acreditaram numa entidade divina superior que tudo rege, tendo abraçado as várias religiões com que se depararam ao longo do tempo, ainda segundo informação do Acidi. Em Portugal, há ciganos católicos e evangélicos - sendo que as igrejas evangélicas ganharam grande força nos últimos anos dentro desta comunidade.»

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