«O isolamento do Presidente do Conselho no Quartel do Carmo no dia 25, contra o que estava planeado no caso de emergência, o diálogo travado no Carmo (“Isto poder-se-ia ter evitado”, disse o gen. Spínola, “Não é altura para recriminações», respondeu o Presidente do Conselho), a ausência de ligações, naquele dia, com o Presidente e com os ministros mais responsáveis, são factos que confirmam aquilo que se ouviu de duas importantes fontes distintas: a revolução havia sido posta, pelos generais Spínola e Costa Gomes, à disposição do Presidente do Conselho que não aceitou encabeçá-la, nem se sabe tenha tomado disposições para a dominar. Isso justificaria a inacção do executivo e os comportamentos estranhos verificados naquele dia. O 25 de Abril teria sido pretexto para uma abdicação. O fácil sucesso teria resultado mais dessa circunstância do que da acção militar. E aproveitou, evidentemente, do prestígio e popularidade do gen. Spínola.» (pp. 242/243).
General Silvino Silvério Marques
In «Portugal e agora?», Ed. do Templo, 1.ª edição, Lisboa, 1978.
2 comentários:
Há ainda muita História por contar. E nisso o Nonas tem feito um óptimo trabalho. Parabéns!
Caro Demokrata,
Assim é. Há muita por contar e outra que já foi contada mas, por vezes, existe a necessidade de a trazer a tona é importante, principalmente para os mais novos compreenderem o que se passou.
É uma forma de simples de passagem de testemunho...
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