10.7.08

Livro: Enfermeiras Pára-Quedistas 1961-2002 de Luís Grão

Dado à estampa em 2006 pela Prefácio Editora, este livro da autoria de Luís Grão que serviu de comemoração do 50.º aniversário da criação das Tropas Pára-Quedistas Portuguesas.
A criação das tropas pára-quedistas portuguesas e a sua integração na Força Aérea deve-se ao General Kaúlza de Arriaga que na sua qualidade de Subsecretário de Estado da Aeronáutica criou o quadro de enfermeiras pára-quedistas para a assistência dos feridos e casos de urgência nos meios de evacuação e como refere o General Kaúlza de Arriaga “o comportamento irrepreensível e os grandes e excelentes serviços que as enfermeiras pára-quedistas foram prestando, nas guerras de África, a favor do Exército, da Armada, da Força Aérea e de Civis, todos rapidamente convenceram e conquistaram. Foi a confirmação do sucesso. (p. 27)
A ideia da formação do Corpo de Enfermeiras Pára-Quedistas em Portugal dá-se em 1956, quando a Senhora D. Isabel Bandeira de Mello (Rilvas), foi a primeira mulher portuguesa a saltar de pára-quedas. Um dos sonhos desta pára-quedista era a criação de um Corpo de médicos e enfermeiras pára-quedistas e tentou junto de do general Kaúlza de Arriaga o apoio deste para a concretização do seu sonho, o que levou Kaúlza a reunir-se com Salazar para a apresentação do projecto que ao fim de duas reuniões, Salazar assinou a legislação proposta pelo Subsecretário da Aeronáutica.
Foram contactadas as escolas de enfermagem de todo o país incluindo as religiosas, especialmente a Escola de Enfermagem Franciscana Missionárias de Maria de onde sairiam dez enfermeiras voluntárias e uma da Escola de S. Vicente de Paulo para o 1.º Curso de Enfermeiras Pára-Quedistas de entre os doze Cursos decorridos entre 1961 e 1974.
A 23 de Agosto de 1961 apresentam-se no Comando da 2.ª Região Aérea, em Luanda, em trânsito para o Destacamento Avançado das Tropas Pára-Quedistas (Luanda), as alferes enfermeiras pára-quedistas Maria Arminda e Maria Ivone que iriam tomar parte na Operação Canda.
O Curso de Enfermeiras Pára-Quedistas tem o seu fim no ano da desgraça de 1974 e última missão de serviço deu-se em Agosto e Setembro de 1976 na participação de evacuação de civis da província ultramarina de Timor para Lisboa.
A sentença de morte é dada pelo Decreto-Lei n.º 309/80 de 19 de Agosto que determina a extinção do pára-quedismo militar e o Conselho da Revolução viria a decretar a extinção total em 17 de Julho de 1980 com a promulgação e ordem de publicação, datada de 5 de Agosto e assinada pelo então Presidente da República, Ramalho Eanes.
Assim, deu-se a transição do pessoal militar permanente privativo do Corpo de Tropas Pára-Quedistas e mais tarde viria a ser extinta para ser criado o Comando das Tropas Aerotransportadas e da Brigada Aérea Independente.
Durante os treze anos, de 1961 a 1974 foram ministrados 12 cursos de enfermeira pára-quedistas, frequentados por 126 candidatas, das quais 47 conseguem alcançar as suas asas de pára-quedistas, embora só 46 tenham ingressado no quadro orgânico.
Com a excepção de duas enfermeiras todas as restantes foram empenhadas em inúmeras missões em zonas operacionais de combate.
Sofreram e lutaram bravamente, como valentes soldados que eram, empunhando como armas apenas as que a medicina lhes confiava.
Há a destacar a trágica morte, na Guiné, da Furriel Graduada Enfermeira Maria Celeste Ferreira da Costa ao ser atingida pela hélice de um Dornier 27, quando se preparava para embarcar e a Furriel Graduada Enfermeira Maria Cristina Justino da Silva, ferida em combate na região de Mueda, em Moçambique, em missão de evacuação de feridos em combate.
Estas senhoras eram as fadas dos soldados, os anjos caídos do céu e as heroínas que têm direito a lugar de Honra na memória dos socorridos e da Pátria que tanto e sempre honraram.

4 comentários:

Anónimo disse...

Olá. Gostaria de saber se esse livro está disponível em venda no Brasil, pois não o achei em lugar nenhum! Como faço para adquiri-lo?
Abraços

nonas disse...

Olá Maria Juliana,
envio-lhe os contactos da Prefácio Editora onde poderá encomendar o livro em causa e desejo-lhe boa sorte.
PREFÁCIO
RUA PINHEIRO CHAGAS, 19 – 1º
1050-174 LISBOA
TEL: 21 314 33 78 FAX: 21 314 33 80
EMAIL: editora.prefacio@mail.telepac.pt

José Fernandes dos Santos disse...

Bom dia. Tive uma amiga que foi enfermeira-paraquedistas, penso que do curso de 1967 ou 68, que mais tarde encontrei em Sá da Bandeira, da qual perdi o rastro. Chama-se maria do Ceú Fernandes Pedro e morava na Rua de Arrois com uma irmã e um irmão, de quem também perdi o contacto. Penso que casou após a guerra e teria alterado o nome.
Será que me podia ajudar a localizar esta amiga?
Obrigado
José Santos

nonas disse...

Não sei como ajudá-lo. Tente aqui http://ultramar.terraweb.biz/index.htm e nas Associações dos Antigos Combatentes.
Com os meus cumprimentos.