21.1.07

Pensamento de Vergílio Ferreira

«4 de Julho de 1975 (sexta-feira)

(...) Entretanto continua a acentuar-se o désarroi. Sinto-me desorientado. Medo? Um pouco. Mas não de ser encostado um muro. Morrer de cancro é bem pior. O que aflige é o destino deste país.
Estarão conclusos os oito séculos da Nação? Haverá um homem ignorado que deite a mão a este descalabro? Uma oculta e inconfessada vergonha da nossa inferioridade. Não é “provincianismo”. Porque há um “provincianismo” do orgulho com o que em nós é pequeno. Um Salazar ao contrário. Não o temos. Temos é uma parada de palhaços que nos recobrem a tragédia de comédia.»

Vergílio Ferreira in Conta – Corrente, Bertrand Editora, pág. 258, 1980.

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