Desta vez a promessa não veio de Abraão, de Isaac e de Jacob. O «Ministério dos Negócios Estrangeiros e o da Administração Interna negam ter participado neste projecto.»
O Expresso anuncia que a divina promessa veio directamente da «Câmara Municipal de Lisboa (CML), em Março de 2006, a pedido dos diplomatas israelitas. Carmona Rodrigues, então presidente da autarquia, diz não se recordar do acordo. Foi a ex-vereadora da Mobilidade, Marina Ferreira, quem deu a luz-verde, por proposta da Direcção Municipal da Protecção Civil, Segurança e Tráfego. "Havia graus preocupantes de segurança. Tentámos uma solução de compromisso que não pusesse em causa a vida normal de Lisboa".»
O Expresso anuncia que a divina promessa veio directamente da «Câmara Municipal de Lisboa (CML), em Março de 2006, a pedido dos diplomatas israelitas. Carmona Rodrigues, então presidente da autarquia, diz não se recordar do acordo. Foi a ex-vereadora da Mobilidade, Marina Ferreira, quem deu a luz-verde, por proposta da Direcção Municipal da Protecção Civil, Segurança e Tráfego. "Havia graus preocupantes de segurança. Tentámos uma solução de compromisso que não pusesse em causa a vida normal de Lisboa".»
A preocupação e o zelo da ex-vereadora da Mobilidade (?!!!) foram comoventes até às lágrimas cujo resultado para a vida normal da cidade de Lisboa e dos lisboetas redundou nisto:
«O trânsito cortado na rua António Enes (cruzamento com a Filipe Folque)», «Na zona das avenidas novas, em Lisboa, ninguém fica indiferente à barreira de segurança instalada há quatro meses em frente ao edifício da Embaixada de Israel. Duas cancelas automáticas e vários pilares antibombas, vigiados por agentes da PSP e da Mossad (a 'secreta' israelita), impedem a passagem de veículos numa das zonas mais movimentadas da cidade.»
«A rua não foi fechada aos peões, mas os lojistas queixam-se de que os clientes passaram a ter receio de circular no meio do aparato securitário. "Vou fechar a minha loja de antiguidades no final do ano. Desde que montaram as cancelas, isto está às moscas", queixa-se António Rodrigues. Ele garante que os restaurantes e as garagens das redondezas vão seguir o mesmo caminho. "Já enviámos cartas de protesto para a autarquia. Nada. Vamos pedir ajuda ao provedor de Justiça", desabafa o comerciante que não se conforma com a perda de vinte lugares de estacionamento para o pessoal da embaixada. "Seremos lisboetas de segunda?"»
Os lojistas e os moradores escusam de andar a correr para a Provedoria, para a Procuradoria Geral da República e instituições afins. Enviem uma carta de protesto - a ser entregue pela sra. Marina Ferreira - ao Hamas e/ou ao Hezbollah a reclamar dos danos que estão a sofrer. Sempre é uma possibilidade mais rápida - com a vantagem que a imprensa mundial ficaria conhecedora do protesto - e que daria a Lisboa uma projecção mundial extraordinária, pois ficaria conhecida como Lisbon/Gaza Strip in Europe`s West Coast!!!
Por que razão a Câmara Municipal de Lisboa não propõe - já! - um acordo de geminação com a Faixa de Gaza?
Checkpoint Enes
9 comentários:
Boa malha, já ando há um tempão a falar nisto no Jantar das Quartas. Moro neste bairro e é uma vergonha.
Ponho amanhã.
Mas fazia tenções de fazer um post sobre o assunto que já tinha lido, mas assim é mais fácil.
risos
beijinho
É um horror. Aqui há tempos tive que me deslocar àquela rua com a minha mãe para visitar uma tia. Ausente de casa, a minha tia avisou-nos que esperássemos um pouco se chegássemos antes dela. Como demorasse fui sentar a minha mãe numa pastelaria próxima e voltei ao local, um pouco longe da embaixada, para aguardar a sua chegada. Enquanto esperava pela minha tia, logo veio um polícia perguntar-me "qual" o motivo da minha permanência ali "há vários minutos"!!!!!! Eu, portuguesa que sou e não uma qualquer terrorista com ar disso mesmo, bem pelo contrário com um aspecto que eu considero sem vaidade bastante bom, "não posso" estar parada numa rua da capital do MEU país 10 minutos (ou 5 horas que fossem!) sem ter um polícia à perna, com um ar interrogativo estranhíssimo e desconfiadíssimo, a perguntar-me sem mais aquelas o que estava ali a fazer?!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! E o que é que ele tinha a ver com o facto de eu estar ali parada nìtidamente à espera d'alguém (ele já me tinha visto no mesmo local com a minha mãe momentos antes) numa rua do meu país?!?! Eu estava com alguma metralhadora na mão apontada à embaixada, porventura?!? Mas afinal em que país é que vivemos?!? Francamente, é um bocado demais! E ainda dizem que no antigo regime é que a polícia não deixava ninguém em paz! Nunca tal destempero de tripas (e medos, medo de tudo e de nada mas não do que - e de quem - a polícia devia efectivamente ter) sucedeu a alguém da minha família no anterior regime, em qualquer rua do país ou da capital e menos ainda junto de qualquer embaixada! Grandessíssima cambada de hipócritas e aldrabões é o que todos eles são.
Um estado policial vergonhoso, agora verdadeiramente, este em que nos é dado viver.
Maria
Caríssima Maria:
Não se exaspere contra o polícia! Esse e os outros andam ainda com mais medo que nós.
Na miséria, a que chegámos, há outros culpados. Para mim, os primeiros entre eles têm um nome:
juízes!
Nem pense nisso, Caro Cymbron! Os juízes são ainda mais pressionados e perseguidos que os polícias. Sei do que falo, e muitos têm o SIS a vigiá-los, numa pressão ultrajante.
É claro que há esbirros do sistema em todas as classes, mas tentar voltar a revolta legítima das pessoas contra os juízes é fazer o trabalho (sujo) desse mesmo sistema, que quer acabar com eles - ou, pelo menos, com aqueles que ainda têm um pensamento livre e patriótico, para transformar a Justiça em mais um tentáculo do monstro que querem criar.
Se soubesse realmente o que se passa, não escreveria uma enormidade dessas. Os verdadeiros culpados são outros, bem conhecidos, deveria sabê-lo. Olhe que a Caríssima Maria sabe-o bem, e tem escrito uma série de comentários extremamente bem informados sobre o assunto, aqui e em vários outros blogues. E ela é uma das Pessoas que ainda me acalentam a esperança num renascimento de Portugal.
Cumprimentos.
Carlos Portugal entendeu sair a terreiro, defendendo os juízes, muitos dos quais «(...)têm o SIS a vigiá-los, numa pressão ultrajante.»
E isto é garantido por ele, pois, um pouco antes do trecho que acabo de transcrever, disse: «Sei do que falo (...).»
Abaixo, muito curialmente, adverte-me: «Se soubesse realmente o que se passa, não escreveria uma enormidade dessas.» E não vacila em dizer que «os verdadeiros culpados são outros, bem conhecidos (...)» e que eu «deveria sabê-lo.»
Pois bem:
Este comentário incorre em vícios de uma dupla natureza: intelectual; e de trato civil.
Carlos Portugal foi quem proferiu uma enormidade. Afirma a vigilância do SIS sobre
alguns juízes. E escreve-o, com tanta segurança, que eu não o quero imitar, contrariando-o.
Só uma pessoa muito vil faz uma acusação de tanta gravidade, sabendo de antemão que é uma calúnia.
Mas não menor vileza seria pôr em cheque afirmação tão categórica.
Ora foi isso precisamente o que fez Carlos Portugal, a respeito do que eu disse.
Ele saberá, portanto, o que sustenta; e eu sei o que escrevi. Tudo o mais, como a teoria da conspiração de uns poderes contra o poder judicial, é-me familiar.
Para já, uma coisa é clara: o meu comentário tem um autor fácil de encontrar; o dele, nem por isso. Daqui lhe digo:
Se deseja continuar a palestra neste espaço, modere o estilo; se quer manter o tom, não terá dificuldade em encontrar o meu endereço electrónico. Aí pode usar a linguagem que quiser, porque eu lhe responderei na mesma moeda.
Meu Caro Cymbron, não o queria melindrar ou agredir de forma alguma, mas parece que toquei num ponto sensível. Apenas relevei o que me pareceu uma enormidade. O meu Caro desfechou-me então com um discurso algo violento e inesperado, já que, como escrevi, não o quis ofender.
O meu Caro não sabe quem sou, nem em que meios me movimento, e, contudo, tirou ilações do meu comentário como se eu desconhecesse por completo o meio judicial. Pois digo-lhe que estive e estou muito ligado a ele, por razões profissionais e pessoais, embora do lado contra o sistema que nos impuseram desde o tal 25/4, e ainda mais contra este estado policial digno de uma América Latina de pacotilha. Assim, sei do que se passa no meio judicial com grande acuidade. E que não é constituído só por esbirros do «establishment», bem pelo contrário.
Quanto aos tipos do SIS, podia-lhe apresentar provas testemunhais disso.
O meu Caro apenas fez uma afirmação, curta e incisiva, sem explicitar, e eu limitei-me a apresentar a outra face da moeda. Uma face que não assenta em teorias da conspiração, mas em factos, que não cabe, como compreenderá, dissecar aqui. Posso apenas dizer-lhe que a perseguição aos juízes que não alinham pelo «pensamento único» e vão contra os interesses de quem bem conhecemos já chegou a provocar pelo menos a morte de uma jovem juíza, num «lamentável acidente». Morte essa soberbamente ignorada pelos media.
E é isso, meu Caro. Como escrevi acima, não quis ofender nem ser agressivo, só que me chocou - desculpe-me - uma afirmação feita assim sobre os membros de uma profissão, como se fossem todos da mesma «laia», e pensassem todos da mesma forma, numa altura em que muitos estão a sofrer pressões e represálias incríveis. Sabendo contudo, é claro, que há juízes e MPs - como há membros de todas as profissões - perfeitamente execráveis.
De resto, desculpe-me se reajo com ardor nestas questões, mas estou em crer que não fui incorrecto.
Cumprimentos.
Perdoe-me a insistência, Caro Cymbron, mas reparei que o que talvez o tenha ofendido tenha sido a minha alegada «calúnia» acerca do SIS. É claro que, tal como eu me exaltei com a sua afirmação acerca dos juízes, o meu Caro se tenha exaltado com a minha afirmação. Está no seu mais pleno direito. Só que eu não ataquei os «agentes e demais funcionários do SIS», mas sim o SIS como organismo. Que, tal como a Magistratura, não é monolítico, e tem boas e más pessoas.
Quanto à «calúnia», não o é, na verdade, e por favor não a tome pessoalmente.
Cumprimentos.
Meu caro Carlos Portugal:
Em vez de estar aqui a acertar os pontos que terão provocado a minha reacção ao seu primeiro comentário, entendo ser mais construtivo seguir outro caminho:
nesta ordem de ideias, apresento-lhe as minhas desculpas por algo da minha autoria que o tenha chocado.
Feito isto, continuo a manifestar o meu interesse num diálogo mais privado. Não para prosseguir qualquer despique, que perdeu razão de ser, mas o inverso. Quer-me parecer que o que nos une é muito mais extenso e, sobretudo, mais profundo que todo o resto.
Diz que conhece bem o meio judicial. Eu, embora não seja um profissional do foro, também já vivi o suficiente para fazer dele um juízo de valor.
Senti e continuo a sentir, na carne e no espírito, as arbitrariedades de algumas decisões, que, infelizmente, se repetem com inusitada frequência e se revestem de acentuada gravidade.
Não me refiro à opinião de Jorge M. Langweg acerca do instituto da autodefesa do arguido, em processo penal. Não constitui caso único e, conquanto tal entendimento me seja intelectualmente penoso e financeiramente bastante prejudicial, asseguro-lhe que não é essa a falta mais nociva e nem sequer é líquido que quem assim decide o faça com dolo.
No meu blogue 'ABOMINAÇÃO', que já visitou, há relatos de ocorrências bem piores. E ainda a procissão vai no adro! É que eu não esmiúço decisões que estão pendentes de recurso.
Embora os processos, em que foram tomadas essas decisões, já não estejam em segredo de justiça, eu sustento que não é correcto trazê-las à praça pública, antes que transitem em julgado. Deixemos os magistrados apreciar sem qualquer tipo de pressão.
Penso que isto mostra o meu profundo respeito pela função jurisdicional. E, daí, ser maior a minha revolta quando assisto àquilo que tantas vezes sucede.
Ora, se isto se passa comigo, também há-de acontecer a outros. Sei-o por conhecimento directo e um mero raciocínio especulativo logo diria o mesmo. Na realidade, se eu fosse a única vítima, o caso seria muitíssimo mais grave: aí, o dolo deixaria de ser um dolo genérico, para se transformar em dolo específico. É certo que, no meu caso particular, isso não é de excluir. Porém, no momento presente, não disponho de elementos suficientes para o afirmar.
Entretanto, garanto-lhe que não sofro de mania da perseguição, pelo menos, em grau patológico. Isto, que lhe digo, posso prová-lo clinicamente. As peripécias que tenho vivido em tribunal, de há oito anos a esta parte, levaram-me a que, eu próprio, requeresse um exame às minhas faculdades mentais. O exame foi realizado no Serviço de Psiquiatria Forense do Instituto Nacional de Medicina Legal, que é, como sabe, a mais alta instância na matéria. O resultado foi que não sofro de qualquer distúrbio mental.
Conhece, tão bem como eu, que juízos de alienação mental são especialmente acarinhados pelos regimes que afirmam tolerar a liberdade de opinião. Nem sempre se recorre à eliminação física.
Enfim, o que eu lhe proponho é o seguinte: unir esforços para combater a corrupção onde ela existir. A sua razão de ciência junta à experiência que eu adquiri como homem provadíssimo que sou neste campo (e os meus conhecimentos não assentam apenas no que aqui relatei e há-de continuar a sair oportunamente no blogue 'ABOMINAÇÃO') podem ser úteis neste assunto que é uma questão de «salus populi».
Eles não conseguem sufocar toda a gente, se alguém se lhes opuser com cabeça e coragem!
Espero notícias suas.
VIVA PORTUGAL!
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