«... O Parlamentarismo, o chamado regime constitucional, ou se presta, melhor ou pior, ao governo da Nação, e é uma burla autêntica, ou é sincero, correcto, honesto, puro, e torna impossível a organização e a acção dum governo. Ou é uma mentira, a falsificação do seu próprio espírito, ou é a verdade, mas, neste caso, o obstáculo insuperável da nação. Ou quando se abrem as urnas já estão feitos os representantes a nação — e é a burla; ou se deixam falar as urnas livremente, honradamente, e é o caos. Pelo menos assim tem sido, e nada leva a supor, pelos exemplos actuais, que assim não continue a ser e cada vez mais agravado.
...O regime parlamentarista, ninguém sabe como é, tantos os disfarces, tantas as mentiras que o compõem. Proclama a soberania da Nação, e transforma a liberdade, e exerce, em nome dela, as mais torvas tiranias, não já só contra os indivíduos, mas contra a Nação inteira. Protesta contra a irresponsabilidade régia, a irresponsabilidade dum, e leva-nos para o regime da irresponsabilidade de todos, Proclama a forma superior do governo, e só consegue realizar todas as condições de fraqueza, de esterilidade, de inactividade dos governos. Há um século, que o regime constitucional, liberal, democrático se instalou no continente. Nem uma só das nações que o adoptaram se prestigiou politicamente, se engrandeceu politicamente. Nem uma.
...O regime parlamentarista tem que desaparecer, porque os partidos políticos não têm função a desempenhar. As nações que persistirem em manter a ficção parlamentarista democrática, já sabem o que as espera: a desorganização de todos os seus alicerces, e a morte na agitação indominável.»(1)
«... O regime parlamentar traz os países em que se introduz, perfeitamente aos trambolhões, de desgraça em desgraça, de miséria em miséria, de chantage em chantage. Conspícuos filósofos proclamam, às vezes, que Portugal não se podia furtar à influência do regime parlamentar instalado na Europa pela Revolução francesa, e consolidado, na mesma Europa, por Napoleão, o autêntico servidor dos princípios revolucionários. É uma ilusão e um erro. Se esses pedantes obtusos de 1820 não tivessem tido a má sina de enxertar numa aspiração nacional, a da libertação de Beresford, a aspiração oculta das lojas maçónicas e do filosofismo revolucionário, a Nação portuguesa que nunca fora nação de escravos, nem tivera Reis tiranos, bem podia ter continuado a sua vida tranquila de Nação trabalhadora e crente. Mas, admitindo mesmo que Portugal não podia ser alheio à varíola revolucionária, não vejo motivos para que tenhamos de aceitar a situação que essa varíola nos criou, e antes não reajamos formalmente contra ela. Pela minha parte, porque sei que lhe devo, em dúvidas e preconceitos da inteligência, pela minha parte farei tudo quanto em minhas forças estiver para que essa varíola maldita não fiquem vestígios e em vez de propor transações e abdicações, proponho muito claramente a guerra definitiva e sem tréguas, a tal moléstia.»(2)
...O regime parlamentarista, ninguém sabe como é, tantos os disfarces, tantas as mentiras que o compõem. Proclama a soberania da Nação, e transforma a liberdade, e exerce, em nome dela, as mais torvas tiranias, não já só contra os indivíduos, mas contra a Nação inteira. Protesta contra a irresponsabilidade régia, a irresponsabilidade dum, e leva-nos para o regime da irresponsabilidade de todos, Proclama a forma superior do governo, e só consegue realizar todas as condições de fraqueza, de esterilidade, de inactividade dos governos. Há um século, que o regime constitucional, liberal, democrático se instalou no continente. Nem uma só das nações que o adoptaram se prestigiou politicamente, se engrandeceu politicamente. Nem uma.
...O regime parlamentarista tem que desaparecer, porque os partidos políticos não têm função a desempenhar. As nações que persistirem em manter a ficção parlamentarista democrática, já sabem o que as espera: a desorganização de todos os seus alicerces, e a morte na agitação indominável.»(1)
«... O regime parlamentar traz os países em que se introduz, perfeitamente aos trambolhões, de desgraça em desgraça, de miséria em miséria, de chantage em chantage. Conspícuos filósofos proclamam, às vezes, que Portugal não se podia furtar à influência do regime parlamentar instalado na Europa pela Revolução francesa, e consolidado, na mesma Europa, por Napoleão, o autêntico servidor dos princípios revolucionários. É uma ilusão e um erro. Se esses pedantes obtusos de 1820 não tivessem tido a má sina de enxertar numa aspiração nacional, a da libertação de Beresford, a aspiração oculta das lojas maçónicas e do filosofismo revolucionário, a Nação portuguesa que nunca fora nação de escravos, nem tivera Reis tiranos, bem podia ter continuado a sua vida tranquila de Nação trabalhadora e crente. Mas, admitindo mesmo que Portugal não podia ser alheio à varíola revolucionária, não vejo motivos para que tenhamos de aceitar a situação que essa varíola nos criou, e antes não reajamos formalmente contra ela. Pela minha parte, porque sei que lhe devo, em dúvidas e preconceitos da inteligência, pela minha parte farei tudo quanto em minhas forças estiver para que essa varíola maldita não fiquem vestígios e em vez de propor transações e abdicações, proponho muito claramente a guerra definitiva e sem tréguas, a tal moléstia.»(2)
Notas:
(1) - In Para as Bandas da Bélgica, in «A Época», n.º 2079, p. 1, 11.05.1925.
(2) - In Coisas da Política, in «A Época», n.º 2437, p. 1, 15.03.1926.
1 comentário:
As inteligentes palavras de A.P., cruas mas puras e verdadeiras, são um hino à Pátria na sua expressão mais elevada. A.P., pela sageza como aborda ponto por ponto os perigos da democracia e o que eles significam de facto para a destruição a prazo de qualquer Nação, foi sem dúvida um ser superior. Alfredo Pimenta, além de um profundo Patriota, foi um Grande Português.
Maria
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