24.10.10

Pensamentos de Alfredo Pimenta - XXII

«(...) Nunca fui fascista, no sentido próprio do termo. Mas encontrei-me com o Fascismo em tantas e tantas coisas, positivas ou críticas, que (...) não sendo fascista, não sei bem que mais seria preciso para que o fosse.
Mas o que não me oferece dúvidas é a admiração que sinto por Mussolini.»(1)
«Fica Mussolini na história dos povos, por muitas e ingentes obras. Nenhuma é tão grande como a da transformação da mentalidade italiana — transformação essa que fez dum povo de fainéants, o povo admirável que está a ser, nas batalhas árduas da Etiópia, o pasmo das gentes, pela sua resistência viril, pelo seu sacrifício alegre, pela sua vontade grave de ir até ao fim...»(2)
A Contra-Revolução minha contemporânea deu três génios políticos sadios que encheram esta primeira metade do século XX, e se projectarão através dos séculos, na história geral do Mundo: Mussolini, Hitler e Salazar. Cada um com o seu feitio, com as características criadas pelas circunstâncias pessoais ou mesológicas, com a sua finalidade temporal ou atemporal, cada um deles convencido da sua missão terrena capaz de ultrapassar a sua época.
Mussolini, criador do Império italiano; Hitler, criador do Império germânico; Salazar, espírito singularmente positivo, restaurador duma consciência nacional que naufragava a olhos vistos no cepticismo e no mais absurdo complexo de inferioridade que jamais se viu.
Concedeu-me Deus a ventura de ser contemporâneo destes três grandes gigantes políticos.
Falhou a sua obra? Já passou a hora desses impérios ou está para soar ainda? Só o Futuro o dirá.
Se o Império germânico renascer das cinzas que a Barbárie democrática semeou — não haja ilusões!, será o espírito hitleriano que há-de aquecê-lo e guiá-lo, contra tudo e contra todos. Da mesma forma, se o Império italiano ressuscitar da morte em que a Traição, a Cobardia e a Estupidez o sepultaram, há-de ser sacudido pela voz de Mussolini, e obediente ao seu mandato imperativo.
Salazar, chefe incontestado de um Povo de recursos materiais limitados... (...) Foi outro o seu sonho; é outro, o seu sonho.»
«(...) Esses três homens forjaram pelas suas próprias mãos o bronze das suas estátuas que nem as forcas de Nuremberga, sinistras ignomínias, nem os massacres de Dongo, torpezas hediondas, nem a morte natural e distante que todos nós esperamos que seja o fim de Salazar, poderão destruir.»(3)
«... Admirável coisa esta de defender causas vencidas, homens vencidos, sobre que as vagas alterosas da Vitória passam, altaneiras e invencíveis! Com essa defesa, não se colhem bens, nem louros; colhem-se antes desgostos e lágrimas. Mas fica-nos a consciência tão límpida como a água que brota de rocha virgem.»(4)

Notas:
(1) - Do prefácio ao Testamento Político de Mussolini, p. VI, Edições Ressurgimento, Lisboa, 1949.
(2) - O Império Colonial factor de civilização, p. 29, Agência Geral das Colónias, Lisboa, 1936.
(3) - Do prefácio ao Testamento Político de Mussolini, pp. VII/IX, Edições Ressurgimento, Lisboa, 1949.
(4) - In Três Verdades Vencidas - Deus - Pátria - Rei, p. 68, Org. Bloco, Lda., 1949.

2 comentários:

Anónimo disse...

Que grande Português, que grande Homem e que grande Patriota, Alfredo Pimenta foi. O que ele diz sobre Salazar é a verdade pura. E eu, que fui criada entre monárquicos que apreciavam Salazar e um pai republicano que tinha uma certa animosidade ao Estadista, mas jamais verbalizada em termos menos dignos, antes pelo contrário, houve alturas em que o elogiou, perante o que os "democratas" fizeram ao nosso país sou obrigada a prestar vassalagem a um Homem que o apaziguou, uniu o povo, tirou-o da miséria, deu-lhe trabalho (mesmo que os vigarismos dos embusteiros democratas digam o contrário com o firme propósito de o achincalhar), evitou-lhe o horror da guerra e elevou Portugal a um lugar cimeiro entre as Nações e o que é mais, devolveu-lhe o respeito e o prestígio há muito perdidos, repetidamente reconhecido pelos governantes de todo o mundo.

Por tudo isto e por muito mais, dir-se-á que os elogios que A.P. presta a Salazar são, mais do que merecidos, os devidos. Perante o que os traidores fizeram a Portugal, com a benção de um povo bom e crente totalmente ignorante da maldade de que os homens são capazes e por isso mesmo levado ao engano com uma facilidade inacreditável, é forçoso reconhecer que o esforço sobre-humano do Estadista na difícil recuperação de Portugal como País e como Nação, foi inglório. Portugal, país Nobre e Grande durante quase 900 anos, não merecia este fim. E os portugueses, que sempre foram Valentes e Patriotas, por uma vez foram fracos e desleais. Os portugueses traíram a memória de um Homem que lhes dedicou a vida, elevou-os como Povo e lhes poupou sofrimentos indescritíveis. Os portugueses desmereceram Salazar.
Maria

VERITATIS disse...

Estes dois últimos postais de Alfredo Pimenta são verdadeiras pérolas. Bem-haja pela publicação, caro Nonas!