"Este homem de cultura e cidadão probo, neto e bisneto de intelectuais dos mais puros das suas gerações, nasceu e viveu para dar testemunho do orgulho de ser Português. As suas muitas e fecundas obras, são tijolos indestrutíveis de um nacionalismo impoluto e transcendental. Nasceu em Lisboa, em 1944 e faleceu 60 anos depois, tendo vivido ao ritmo do país que serviu com tanto orgulho e que viu definhar. Dir-se-ia que definhou com a doença da Pátria que vem, morrendo em sobressaltos abruptos. Bruno Oliveira Santos escreveu o prefácio que é elucidativo dos méritos literários e patrióticos de Rodrigo Emílio. Diz logo a abrir que «esta antologia reúne poemas de uma voz única, alheia a escolas e correntes literárias. Não precisaria de influências extra-familiares para se tornar poeta de corpo inteiro. Era-o já de nascença. Veio da poesia para a poesia». Até a sua prosa era sobremaneira poética. Além de poeta foi também ensaísta, polemista e tradutor. Em 1968 foi até Moçambique, como alferes miliciano. Dessa vivência africana nasceram dois livros. Com quinze dias de vida morreu uma sua filha. Mais um tema inevitável que esta antologia insere integralmente. Em dedicatórias e citações de rodapé desfilam nomes grandes da cultura portuguesa que o Poeta conheceu, em carne e osso ou pela leitura sistemática. Não da esquerda auto-convencida do saber absoluto, mas daquela linha tradicionalista que seguiu os ditames do Império Português que capitulou, vergonhosamente, na sua e minha geração.
Bem andou a Associação Cultural e Editorial, Areias do Tempo que assumiu a edição e distribuição deste volume de quase 300 páginas, enriquecido com uma carta poética do comum Amigo António Manuel Couto Viana."
Bem andou a Associação Cultural e Editorial, Areias do Tempo que assumiu a edição e distribuição deste volume de quase 300 páginas, enriquecido com uma carta poética do comum Amigo António Manuel Couto Viana."
Fernando Paixão
In jornal Poetas&Trovadores, n. º 51, Janeiro/Março de 2010, p. 11.
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