Exmo Senhor Professor,
Sou obrigado a escrever-lhe, nesta data, depois de ter escutado, com toda a atenção, a aula de História, que nos deu sobre a Revolução de Abril de 1974.
Li todos os apontamentos que tirei na aula e os textos de apoio que me entregou para me preparar para o teste, que o Senhor Professor irá apresentar-nos, na próxima semana, sobre a Revolução dos Cravos.
Disse o Senhor Professor que a Revolução derrubou a ditadura salazarista e veio a permitir o final da Guerra Colonial, com a conquista da Liberdade do Povo Português e dos Povos dos territórios que nós dominávamos e que constituíam o nosso Império. Afirmou ainda que passámos a viver em Democracia e que iniciámos uma nova política de Desenvolvimento, baseada na economia de mercado.
Informou-nos também que a Censura sobre os órgãos de Comunicação Social terminara e que a PIDE/DGS, a Polícia Política do Estado Fascista acabara, dando a possibilidade aos Portugueses de terem liberdade de expressão, opinião e pensamento. Hoje, todos eles podem exprimir as suas opiniões nos jornais, rádio, televisão, cinema e teatro, sem receio de serem presos.
Disse igualmente que Portugal era um país isolado no contexto internacional e que agora fazemos parte da União Europeia e temos grande prestígio no mundo. Que somos dos poucos países da União a cumprir, na íntegra, os cinco critérios de convergência nominal do Tratado de Maastricht para fazermos parte do pelotão da frente com vista ao Euro.
Li os textos de apoio do Professor Fernando Rosas, onde me informam que os Capitães de Abril são considerados heróis nacionais, como nunca houvera antes na nossa história, e que eles são os responsáveis por toda a modernidade do nosso país, pois se não tivesse acontecido a memorável Revolução, estaríamos na cauda da Europa e viveríamos em grande atraso, em relação aos outros países, e num total obscurantismo.
Tinha já tudo bem compreendido e decorado, quando pedi ao meu pai que lesse os apontamentos e os textos para me fazer perguntas sobre a tal Revolução, com vista à minha preparação para o teste, pois eu não assisti ao acontecimento histórico, por não ter ainda nascido, uma vez que, como sabe, tenho apenas dezasseis anos de idade.
Com o pedido que fiz ao meu pai, começaram os meus problemas pois ele ficou horrorizado com o que o Senhor Professor me ensinou e chamou-lhe até mentiroso porque conseguira falsificar a História de Portugal. Ele disse-me que assistira à Revolução dos Cravos dos Capitães de Abril e que vira com os olhos que a terra há-de comer o que acontecera e as suas consequências.
Disse-me que os Capitães foram os maiores traidores que a nossa História conhecera, porque entregaram aos comunistas todo o nosso império, enganando os Portugueses e os naturais dos territórios, que nos pertenciam por direito histórico. Que a Guerra no Ultramar envolvera toda a sua geração e que nela sobressaíra a valentia dum povo em armas, a defender a herança dos nossos maiores. Que já não existia ditadura salazarista, porque Salazar já tinha morrido na altura e que vigorava a Primavera Marcelista que, paulatinamente, estava a colocar Portugal na vanguarda da Europa. Que hoje o nosso país, conjuntamente com a Grécia, são os países mais atrasados da Comunidade Europeia. Que Portugal já desfrutava de muitas liberdades ao tempo do Professor Marcelo Caetano, que caminhávamos para a Democracia sem sobressaltos, que os jovens, como eu, tinham empregos assegurados, quando terminavam os estudos, que não se drogavam, que não frequentavam antros de deboche a que chamam discotecas, nem viviam na promiscuidade sexual, que hoje lhes embotam os sentidos.
Disse-me também que ele sabia o que era Deus, a Pátria e a Família e que eu sou um ignorante nessas matérias.
Aliás, eu nem sabia que a minha Pátria era Portugal, pois o Senhor Professor ensinou-me que a minha Pátria era a Europa. O meu pai disse-me que os governantes de outrora não eram corruptos e que após o 25 de Abril nunca se viu tanta corrupção como actualmente. Também me disse que a criminalidade aumentara assustadoramente em Portugal e que já há verdadeiras máfias a operar, vivendo à custa da miséria dos jovens drogados e da prostituição, resultado do abandono dos filhos de pais divorciados e dum lamentável atraso cultural, em virtude de um Sistema Educativo, que é a nossa maior vergonha, desde há mais vinte anos.
Eu fiquei de boca aberta, quando o meu pai me disse que a Censura continuava na ordem do dia, porque elemanda artigos para alguns jornais e não são publicados, visto que ele diz as verdades, que são escamoteadas ao Povo Português, e isso não interessa a certos órgãos de Comunicação Social ao serviço de interesses obscuros.
O meu pai diz que o nosso país é hoje uma colónia de Bruxelas, que nos dá esmolas para nós conseguirmos sobreviver, pois os tais Capitães de Abril reduziram Portugal a uma "pobreza franciscana" e que o nosso país já não nos pertence e que perdemos a nossa independência. Perguntei-lhe se ele já ouvira falar de Mário Soares, Almeida Santos, Rosa Coutinho, Melo Antunes, Álvaro Cunhal, Vítor Alves, Vítor Crespo, Lemos Pires, Vasco Lourenço, Vasco Gonçalves, Costa Gomes, Pezarat Correia... Não pude acrescentar mais nomes, que fixara com enorme sacrifício e trabalho de memória, porque o meu pai começou a vomitar só de me ouvir pronunciar estes nomes. Quando se sentiu melhor, disse-me que nunca mais lhe falasse em tais "sacanas de gajos", mas que decorasse antes os nomes de Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Diogo Cão, D. João II, D. Manuel I, Bartolomeu Dias, Afonso de Albuquerque, D. João de Castro, Camões, porque os outros não eram dignos de ser Portugueses, mas estes eram as grandes e respeitáveis figuras da nossa História. Naturalmente que fiquei admirado, porque o Senhor Professor nunca me falara nestas personagens tão importantes e apenas me citara os nomes que constam dostextos do Professor Fernando Rosas.
Senhor Professor, dada a circunstância do meu pai ter visto, ouvido, sentido e lido a Revolução de Abril, estou completamente baralhado, com o que o Senhor me ensinou e com a leitura dos textos de apoio. Eu julgo que o meu pai é que tem razão e, por isso, no próximo teste, vou seguir os conselhos dele.
Não foi o Senhor Professor que disse que a Revolução nos deu a liberdade de opinião? Certamente terei uma nota negativa, mas o meu pai nunca me mentiu e eu continuo a acreditar nele. Como ele, também eu vou pôr uma gravata preta no dia 25 de Abril, em sinal de luto pelos milhares de mortos havidos no nosso Império, provocados pela Revolução dos Espinhos, perdão, dos Cravos. O Senhor disse-me que esta Revolução não vertera uma gota de sangue e agora vim a saber que militares negros que serviram o exército português, durante a guerra, que o Senhor chamou colonial, foram abandonados e depois fuzilados pelos comunistas a quem foram entregues as nossas terras.
Desculpe-me, Senhor Professor, mas o meu pai disse-me que o Senhor era cego de um olho, que só sabia ler a História de Portugal com o olho esquerdo. Se o Senhor tivesse os dois olhos não me ensinaria tantas asneiras, mas que o desculpava porque o Senhor era um jovem e certamente só lera o que o Professor Fernando Rosas escrevera.
A minha carta já vai longa, mas eu usei de toda a honestidade e espero que o Senhor Professor consiga igualmente ser honesto para comigo, no próximo teste, quando o avaliar.
Com os meus respeitosos cumprimentos,
O seu aluno
(Recebido por email.).
Sou obrigado a escrever-lhe, nesta data, depois de ter escutado, com toda a atenção, a aula de História, que nos deu sobre a Revolução de Abril de 1974.
Li todos os apontamentos que tirei na aula e os textos de apoio que me entregou para me preparar para o teste, que o Senhor Professor irá apresentar-nos, na próxima semana, sobre a Revolução dos Cravos.
Disse o Senhor Professor que a Revolução derrubou a ditadura salazarista e veio a permitir o final da Guerra Colonial, com a conquista da Liberdade do Povo Português e dos Povos dos territórios que nós dominávamos e que constituíam o nosso Império. Afirmou ainda que passámos a viver em Democracia e que iniciámos uma nova política de Desenvolvimento, baseada na economia de mercado.
Informou-nos também que a Censura sobre os órgãos de Comunicação Social terminara e que a PIDE/DGS, a Polícia Política do Estado Fascista acabara, dando a possibilidade aos Portugueses de terem liberdade de expressão, opinião e pensamento. Hoje, todos eles podem exprimir as suas opiniões nos jornais, rádio, televisão, cinema e teatro, sem receio de serem presos.
Disse igualmente que Portugal era um país isolado no contexto internacional e que agora fazemos parte da União Europeia e temos grande prestígio no mundo. Que somos dos poucos países da União a cumprir, na íntegra, os cinco critérios de convergência nominal do Tratado de Maastricht para fazermos parte do pelotão da frente com vista ao Euro.
Li os textos de apoio do Professor Fernando Rosas, onde me informam que os Capitães de Abril são considerados heróis nacionais, como nunca houvera antes na nossa história, e que eles são os responsáveis por toda a modernidade do nosso país, pois se não tivesse acontecido a memorável Revolução, estaríamos na cauda da Europa e viveríamos em grande atraso, em relação aos outros países, e num total obscurantismo.
Tinha já tudo bem compreendido e decorado, quando pedi ao meu pai que lesse os apontamentos e os textos para me fazer perguntas sobre a tal Revolução, com vista à minha preparação para o teste, pois eu não assisti ao acontecimento histórico, por não ter ainda nascido, uma vez que, como sabe, tenho apenas dezasseis anos de idade.
Com o pedido que fiz ao meu pai, começaram os meus problemas pois ele ficou horrorizado com o que o Senhor Professor me ensinou e chamou-lhe até mentiroso porque conseguira falsificar a História de Portugal. Ele disse-me que assistira à Revolução dos Cravos dos Capitães de Abril e que vira com os olhos que a terra há-de comer o que acontecera e as suas consequências.
Disse-me que os Capitães foram os maiores traidores que a nossa História conhecera, porque entregaram aos comunistas todo o nosso império, enganando os Portugueses e os naturais dos territórios, que nos pertenciam por direito histórico. Que a Guerra no Ultramar envolvera toda a sua geração e que nela sobressaíra a valentia dum povo em armas, a defender a herança dos nossos maiores. Que já não existia ditadura salazarista, porque Salazar já tinha morrido na altura e que vigorava a Primavera Marcelista que, paulatinamente, estava a colocar Portugal na vanguarda da Europa. Que hoje o nosso país, conjuntamente com a Grécia, são os países mais atrasados da Comunidade Europeia. Que Portugal já desfrutava de muitas liberdades ao tempo do Professor Marcelo Caetano, que caminhávamos para a Democracia sem sobressaltos, que os jovens, como eu, tinham empregos assegurados, quando terminavam os estudos, que não se drogavam, que não frequentavam antros de deboche a que chamam discotecas, nem viviam na promiscuidade sexual, que hoje lhes embotam os sentidos.
Disse-me também que ele sabia o que era Deus, a Pátria e a Família e que eu sou um ignorante nessas matérias.
Aliás, eu nem sabia que a minha Pátria era Portugal, pois o Senhor Professor ensinou-me que a minha Pátria era a Europa. O meu pai disse-me que os governantes de outrora não eram corruptos e que após o 25 de Abril nunca se viu tanta corrupção como actualmente. Também me disse que a criminalidade aumentara assustadoramente em Portugal e que já há verdadeiras máfias a operar, vivendo à custa da miséria dos jovens drogados e da prostituição, resultado do abandono dos filhos de pais divorciados e dum lamentável atraso cultural, em virtude de um Sistema Educativo, que é a nossa maior vergonha, desde há mais vinte anos.
Eu fiquei de boca aberta, quando o meu pai me disse que a Censura continuava na ordem do dia, porque elemanda artigos para alguns jornais e não são publicados, visto que ele diz as verdades, que são escamoteadas ao Povo Português, e isso não interessa a certos órgãos de Comunicação Social ao serviço de interesses obscuros.
O meu pai diz que o nosso país é hoje uma colónia de Bruxelas, que nos dá esmolas para nós conseguirmos sobreviver, pois os tais Capitães de Abril reduziram Portugal a uma "pobreza franciscana" e que o nosso país já não nos pertence e que perdemos a nossa independência. Perguntei-lhe se ele já ouvira falar de Mário Soares, Almeida Santos, Rosa Coutinho, Melo Antunes, Álvaro Cunhal, Vítor Alves, Vítor Crespo, Lemos Pires, Vasco Lourenço, Vasco Gonçalves, Costa Gomes, Pezarat Correia... Não pude acrescentar mais nomes, que fixara com enorme sacrifício e trabalho de memória, porque o meu pai começou a vomitar só de me ouvir pronunciar estes nomes. Quando se sentiu melhor, disse-me que nunca mais lhe falasse em tais "sacanas de gajos", mas que decorasse antes os nomes de Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, Diogo Cão, D. João II, D. Manuel I, Bartolomeu Dias, Afonso de Albuquerque, D. João de Castro, Camões, porque os outros não eram dignos de ser Portugueses, mas estes eram as grandes e respeitáveis figuras da nossa História. Naturalmente que fiquei admirado, porque o Senhor Professor nunca me falara nestas personagens tão importantes e apenas me citara os nomes que constam dostextos do Professor Fernando Rosas.
Senhor Professor, dada a circunstância do meu pai ter visto, ouvido, sentido e lido a Revolução de Abril, estou completamente baralhado, com o que o Senhor me ensinou e com a leitura dos textos de apoio. Eu julgo que o meu pai é que tem razão e, por isso, no próximo teste, vou seguir os conselhos dele.
Não foi o Senhor Professor que disse que a Revolução nos deu a liberdade de opinião? Certamente terei uma nota negativa, mas o meu pai nunca me mentiu e eu continuo a acreditar nele. Como ele, também eu vou pôr uma gravata preta no dia 25 de Abril, em sinal de luto pelos milhares de mortos havidos no nosso Império, provocados pela Revolução dos Espinhos, perdão, dos Cravos. O Senhor disse-me que esta Revolução não vertera uma gota de sangue e agora vim a saber que militares negros que serviram o exército português, durante a guerra, que o Senhor chamou colonial, foram abandonados e depois fuzilados pelos comunistas a quem foram entregues as nossas terras.
Desculpe-me, Senhor Professor, mas o meu pai disse-me que o Senhor era cego de um olho, que só sabia ler a História de Portugal com o olho esquerdo. Se o Senhor tivesse os dois olhos não me ensinaria tantas asneiras, mas que o desculpava porque o Senhor era um jovem e certamente só lera o que o Professor Fernando Rosas escrevera.
A minha carta já vai longa, mas eu usei de toda a honestidade e espero que o Senhor Professor consiga igualmente ser honesto para comigo, no próximo teste, quando o avaliar.
Com os meus respeitosos cumprimentos,
O seu aluno
(Recebido por email.).
6 comentários:
Sublime!
Cumprimentos
Direi mais, não só é sublime como
é inteiramente verdade, eu passei por isso, tive esperanças na tal revolução dos Cravos, mas foi Sol depouca dura, com os abusos e contra-abusos, acabou-se com esta "ditosa Pátria", sobre todos os aspectos, sobre o aspecto moral, isto está uma desgraça, sobre o aspecto económico, estavamos a crescer a um ritmo muito superior a muitos dos restantes países europeus e note-se que enfrentavamos uma guerra de guerrilhas em três frentes com 200.000 homens em armas, tinhamos uma Indústria em franco progresso, tinhamos uma agricultura que praticamnte cobria as nossas necessidades alimentares, tinhamos empregos para todos (só os calões não tinham emprego, porque nessa altura ainda não tinha sido inventado o "posto" de subsídio-dependente), não havia droga nas ruas, nem noutros lugares (a primeira vez que vi um drogado, já foi bem depois do 25/4), havia esperança, tinhamos um futuro pela frente, apesar dos ordenados não serem altos, havia segurança no emprego, quais contratos a prazom quais recibos verdes, nem sabiamos o que era isso porque simplesmente isso não existia.
Quando se começava a trabalhar, havia u pequeno período de experiência, e após esse período, caso se fosse aceite, e se fosse honesto e trabalhados, tinha-se emprego para toda a vida, os patrões competiam entre si para obterem os melhores trabalhadores, quem conhwecer zonas circundantes a Lisboa, sabe muito bem que havioa zonas em que os operários tinham pequenas vivendas próprias, o meu pai era um desses milhares e proprietários que com os seus modestos salários conseguiam ter casa própria e ainda educar os filhos e sustentar a família.
É um faco que não tinhamos uma sociedade consumista como hoje, mas tinhamos o necessário para ter uma vida digna e mais, o salário REALMENTE SUBIA quando era aumentado, não é como agora que dão 1 ou 2% e a inflação "come" isso em menos de seis meses, naquela altura qualquer aumento era um real aumento, por pouco que fosse, rendia sempre mais qualquer coisa.
Da segurança das pessoas e coisas, nem há qualquer comparação, basta dizer, que na casa dos meus pais, a chave da porta da cozinha esteve anos a fio, dia e noite, no lado de fora, e nunca nos faltou nada, apesar dos portões do pequeno jardim não terem fechadura apenas trinco, por causa dos animais.
Apesar de morar a cerca de 25 Kms da Capital, com dez anos ia sózinho de comboio para Lisboa e depois o resto do percurso era de eléctrico.
Quantos pais permitiam isso hoje???
A Indústria e as Pescas bem como a Agricultura, iam de vento em popa, a Indústria conserveira, uma das mais típicas de Portugal e que nos dava muito dinheiro nas exportações, principalmente para outros países da Europa, estava estabelecida em muitas vilas e cidades marítimas, hoje está praticamente tudo fechado, e já andamos a comer conservas de Marrocos, também a Indústria têxtil, outra das nossas bem estabelecidas indústrias as do calçado, eram outras das nossas grandes exportadoras, até para a Grã-Bretanha e Alemanha, mercados extra-exigentes, Para além destas Indústrias ditas típicas de Portugal, tinhamos um desenvolvimento industrial apreciável, tinhamos a Cometna, que era um dos maiores fornos de ferro fundido da Europa, tinhamos logo ali ao lado a Sorefame, que fabricou comboios para todo o Mundo desde a América do Norte à América do Sul, para África, para outros países europeus e claro para Portugal, hoje está paralizada de morte irreversível, tinhamos a Lisnave um dos maiores estaleiros do Mundo. Tinhamos umas OGMA, uma Instituição da Força aérea Portuguesa, consideradas uma das melhores Oficinas Aeronáuticas da Europa, hoje nas mãos dos brasileiros, tinhamos a Fábrica Hipólito que era uma das maiores fábricas senão a maior, da zona Oeste com cerca de 1.400 empregados, alimentava milhares de bocas e desenvolvia uma regiãopróspera, hoje completamente desmantelada, tinhamos uma CUF com cerca de 12.000 empregados, hoje um espaço práticamente vazio, Tinhamos a General Motors na Azambuja, que recentemente mudaram de ares, deixando centenas de esempregados, tinhamos uma Grunding, uns Cabos Ávila, várias fábricas de bolachas, refrigerantes e chocolates, como uma Regina, uma Aliança, uma Favorita, uma Cirel ou uma Fruto Real, isto a par de dezenas de outras mais pequenas, tudo desapareceu, tudo deu origem a destroços e montes de entulho. A última de maior importância que sobreviveu, a Nacional/Triunfo, hoje é pertença duma multinacional americana.
Na construção civil, eramos práticamente autónomos, desde o cimento ás loiças, às madeiras, ao ferro, tinhamos tudo, este último devido a uma Siderurgia que também já foi com os Anjos.
Sob o aspecto alimentar mais generalizado, tantas que desapareceram neste campo estratégico para a sobrevivência de qualquer país que se preze, eramos praticamente auto-suficientes, talvez menos num produto ou outro, mas que era compensado pela nossa capacidade exportadora desse sector, agora segundo disseram há poucos dias, até devido ao espectro da fome que se avizinha, dependemos mas de 70% do estrangeiro, ou seja se nos fecharem as portas, morremos todos de fome.
Peixe estrangeiro, aonde é que isso se via, todo era nacional e bom, agora entregámos o nosso espaço marítimo ao espanhóis e mandamos com a nossa frota para a sucata.
Quanto aos jovens, tem andado a papaguear, que são "precisos" mais jovens licenciados e com melhor preparação, mas para quê, para acabarem como caixas de supermercado, mulheres a dias ou semelhante, não são de forma alguma trabalhos indignos, só que não precisam de tão elevada escolaridade, que, para além disso, tem custos para o país bastante elevados.
Quanto à tão "famigerada" PIDE, será que os mais jovens pensam que era uma polícia que andava por aí, a escutar pelas portas ou os nosso telefonemas?
Tinham mais que fazer, pois a tal polícia política também era uma eficaz polícia de fronteiras, também ela impedia a entrada de perigosos bandos mafiosos que agora entram portas dentro, neste "abençoado" espaço Schengen, nem ele próprio imaginado nos mais belos sonhos dos mais periogos bandidos, mas certamente quem o inventou, algum interesse teria nisso.
Hoje somos muito mais vigiados, não há nenhuma privacidade nos nosso telefones, nos nossos computadores, nem nas nossa coisas mas intimas, pois até através dos pagamentos multibanco, podem se quiserem, saber a marca de pael higiénico que usamos, e chamam a isto, "o direito à nossa vida privada"???
Falam-nos que vivemos em "democracia de pleno direito", mas hoje tenho de ter mais cuidado com o que digo e escrevo, por causa do tão famigerado "politicamente correcto", do que naquele tempo, isto apesar de haver por aí uma cambada de vigaristas e mentirosos, a que se juntam uma cáfila de corruptos, que pretendem impingir a ideia de que nessa altura não se podia dizer nada, nesse tempo era esquerdista e manifestava-me publicamente, nunca fui preso porquê, não será porque não constituia nenhuma ameaça à ordem e à segurança do País e "apenas" demostrava o meu desagrado por a situação não ser aquela que esperava (tivesses eu sonhado com o que se passa hoje, e outro galo cantaria)???
Não meus caros amigos, vós jovens, tendes sido intrujado por uma corja de aldrabões, oportunistas a que se juntam uma cáfila de corruptos, que tal qual vermes, tem dado cabo desta pobre Nação.
Digo-vos mais, se não reagis, estais tramados, mas não é com reacções violentas ou desesperadas (isso é o que eles queriam, levavam logo a rodada de "terroristas", e com o novo tratado lisboeta, ainda acabavam na ponta duma corda), é com reacções sensatas ou se quiserem, com uma "revolução inteligente", doutra forma, não vão lá!
LUSITANO
Por lapso, não me referi que, quando em criança ia para Lisboa, ia para o Liceu, óbviamente!
Os pobres, afinal, também podiam estudar...!!!
LUSITANO
Grande malha!
Optio
Meus caros amigos,
peço desculpa por o meu comentário estar cheio de gralhas.
Tal facto deve-se ao facto de inicialmente, depois de ter acabado de escrever o mesmo, ao tentar enviá-lo, estive bem uns 3 ou 4 minutos à espera que ele seguisse, como tal não aconteceu, anulei o envio e fui rever o que tinha escrito, através da cópia que tinha retirado do texto para o bloco-notas, depois de o rever e até acrescentar mais algumas palavras, "colei" o mesmo no espaço para o comentário e enviei-o.
Qual é o meu espanto quando vejo, não o segundo mas o primeiro texto que tinha tentado enviar e tinha anulado.
Não sei a que se deve tal coisa, mas não duvido que esta coisa do Windows Internet Explorer, é muito culpado destas situações, pois quando utilizo o Mozilla, segue tudo na hora e não tenho problemas.
Para mim, esta treta acabou, daqui para a frente envio de comentários, só através do Mozilla.
à volta ainda tem alguns espiões a espiolhar o que se escreve, se não é assim, parece!
As minhas desculpas.
LUSITANO
GRANDE, GRANDE PAI!!!
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