Procurava na loja da Torre de Belém um livro sobre a Torre de Belém. Pura e simplesmente não há! Um dos monumentos portugueses mais emblemáticos não tem "direito" a um livro, a um trabalho sério sobre essa extraordinária obra de arte manuelina.
Encontrei na dita loja este livro, de 243 páginas, editado em 2003, pelo IPPAR, com o preço de 18€, e da autoria do arquitecto José Manuel Fernandes que me surpreendeu pelo seu conteúdo documental e fotográfico.
Deixo aqui o Breve Introito (página 9):
Encontrei na dita loja este livro, de 243 páginas, editado em 2003, pelo IPPAR, com o preço de 18€, e da autoria do arquitecto José Manuel Fernandes que me surpreendeu pelo seu conteúdo documental e fotográfico.
Deixo aqui o Breve Introito (página 9):
«A arquitectura portuguesa desempenhou um papel importante e significativo ao longo do século XX, no quadro da sociedade nacional, nela participando activamente e ajudando a caracterizar o país no seu processo de afirmação, de crescente urbanização e de procurada modernização.
Contrastantes nos conteúdos e desiguais na qualidade, mas sempre expressivas e intensas, as várias fases da arquitectura portuguesa que atravessaram estes cem anos foram do ecletismo ao modernismo, do neotradicional ao moderno militante, da pós-modernidade à dimensão internacional dos seus autores.
Uma das mais polémicas, complexas e importantes destas fases históricas – situada cronològicamente bem no coração do século – foi sem dúvida a da chamada Arquitectura do Estado Novo, popularizada pela expressão de arquitectura do «Português Suave», que se desenvolveu por todo o país – e seus prolongamentos coloniais de então – sobretudo pelas décadas de 1940 e de 1950. Sucedendo a uma dinâmica época de modernismo internacionalista, a qual se afirmara no arranque do novo regime político instaurado em 1926, foi essencialmente um fruto desse novo processo político, social e cultural, espelhando muitos dos seus defeitos e virtudes.
Representou de algum modo – como a arte dominantemente social e colectiva que é a arquitectura sempre espelha – as aspirações, os limites, os temas e as necessidades desse período, e é essa uma das facetas que a torna interessante para nós, hoje, passado meio século desde a sua criação e desenvolvimento.
Vamos pois aqui ensaiar a análise destas Arquitecturas do Estado Novo (ainda plurais), no vulgo do «Português Suave», nos seus vários aspectos. Começaremos por as enquadrar introdutoriamente, e ao seu tempo histórico, no contexto mais geral e panorâmico da arquitectura portuguesa do século XX; de seguida, iremos apresentar as suas imagens arquetípicas e fulcrais, e mais significativas; depois, desenvolveremos o seu processo de criação, com as referências aos antecedentes mais próximos, à formação de modelos, à sua própria «invenção» formal e espacial, e finalmente à sua estruturação em tipos e funções.»
Contrastantes nos conteúdos e desiguais na qualidade, mas sempre expressivas e intensas, as várias fases da arquitectura portuguesa que atravessaram estes cem anos foram do ecletismo ao modernismo, do neotradicional ao moderno militante, da pós-modernidade à dimensão internacional dos seus autores.
Uma das mais polémicas, complexas e importantes destas fases históricas – situada cronològicamente bem no coração do século – foi sem dúvida a da chamada Arquitectura do Estado Novo, popularizada pela expressão de arquitectura do «Português Suave», que se desenvolveu por todo o país – e seus prolongamentos coloniais de então – sobretudo pelas décadas de 1940 e de 1950. Sucedendo a uma dinâmica época de modernismo internacionalista, a qual se afirmara no arranque do novo regime político instaurado em 1926, foi essencialmente um fruto desse novo processo político, social e cultural, espelhando muitos dos seus defeitos e virtudes.
Representou de algum modo – como a arte dominantemente social e colectiva que é a arquitectura sempre espelha – as aspirações, os limites, os temas e as necessidades desse período, e é essa uma das facetas que a torna interessante para nós, hoje, passado meio século desde a sua criação e desenvolvimento.
Vamos pois aqui ensaiar a análise destas Arquitecturas do Estado Novo (ainda plurais), no vulgo do «Português Suave», nos seus vários aspectos. Começaremos por as enquadrar introdutoriamente, e ao seu tempo histórico, no contexto mais geral e panorâmico da arquitectura portuguesa do século XX; de seguida, iremos apresentar as suas imagens arquetípicas e fulcrais, e mais significativas; depois, desenvolveremos o seu processo de criação, com as referências aos antecedentes mais próximos, à formação de modelos, à sua própria «invenção» formal e espacial, e finalmente à sua estruturação em tipos e funções.»
4 comentários:
O Camarada Nonas veio "Beber Cultura" à Capital!
Bravo!
Meu caro,
sempre que posso vou à capital para o que for necessário.
Quem me conhece bem sabe que assim é!
Nonas, há algum tempo que procuro esse livro. Está a pensar vender o seu exemplar?
Obrigado mas não vendo o meu exemplar.
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