«(...) Pior, muito pior, andou esta semana o senhor José Miguel Júdice que até já foi bastonário. Talvez para fazer esquecer ter andado, menino e moço, nas tenebrosas hostes fascistas, chegando a fazer uma recolha de textos de José António Primo de Rivera que entendeu prefaciar um tanto com os pés mai-los tempos pós-Prec em que colaborava gostosamente neste “Diabo”, como se sabe tenebrosamente “fachista”, achou por bem sublinhar ao “DN” os seus pergaminhos antifascistas ou lá o que são. E vai daí, ei-lo a contar as suas alegrias naquela leda madrugada aprilina que, como está à vista, tanto de bom nos trouxeram. Tanta foi a alegria que logo ali, com um amigo, abriu uma garrafa de um “bom Porto” que, parece, tinha à mão.
Fez bem, gabo-lhe o gesto e só lamento que, ao bom e nacionalíssimo Porto, não tenha preferido uma garrafa de vodka ou uns copázios de, também adequada cuba-livre.
Mas há coincidências do arco-da-velha. Imaginem vocências que, uns dois dias antes, em amena tertúlia com amigos de antanho, já não sei a que despropósito, o Zé Manel recorda um telefonema de Miguel Júdice para a sede do MAP – Movimento de Acção Portuguesa – oferecendo a sua adesão.
Convém aqui lembrar – acho que já contei esta “aventura” – o MAP morreu à nascença por decisão evidentemente democrática do MFA e similares.
Na madrugada de 27 de Setembro, fomos assaltados por um bando de tipos mal lavados, alguns com uma peça ou outra de fardamento a enfeitar os trajes civis.
Sumariamente, sem papeladas nem outras burocracias fastidiosas – mesmo antes de inventado o “Simplex” – passaram a sede a pente fino, partiram umas coisas e levaram outras e amontoaram-nos com todas as comodidades numa “Berliet” que seguiu para o Ralis. Mais tarde, fomos metidos em Caxias, onde passámos longos meses sem quaisquer formalidades.
Dias mais tarde, os jornais contavam que, entre outras malfeitorias, nos preparávamos para matar o admirável Vasco Gonçalves, alvejando-o de uma janela da nossa sede. Como somos estúpidos, tivéramos a ideia peregrina de partir a vidraça assassina uns dias antes o que, evidentemente, alertara a “vigilância popular” e a rapaziada das barreirinhas, etc. e tal.
A inventona caiu por terra quando apareceu um senhor arquitecto, verdadeiro proprietário da janela em questão, a reivindicar a posse da mesma e a jurar que jamais em tempo algum se meteria em tais assados, até porque era democrata da primeira hora e no seu atelier funcionava até uma célula a atirar para comunista.
Por acaso, fui eu quem atendeu o telefone de Miguel Júdice. Apresentou-se, num breve currículo em que, provavelmente por acaso, não mencionou o tal prefácio espúrio e disse-se primo do Rodrigo Emílio. Disse-lhe que seria bem-vindo e que bastava aparecer. Mais tarde, o Rodrigo, a quem transmiti a “adesão”, riu-se e garantiu que o “Zé Miguel”, jamais poria os pés no nosso antro.
Acertou.
Fez bem, gabo-lhe o gesto e só lamento que, ao bom e nacionalíssimo Porto, não tenha preferido uma garrafa de vodka ou uns copázios de, também adequada cuba-livre.
Mas há coincidências do arco-da-velha. Imaginem vocências que, uns dois dias antes, em amena tertúlia com amigos de antanho, já não sei a que despropósito, o Zé Manel recorda um telefonema de Miguel Júdice para a sede do MAP – Movimento de Acção Portuguesa – oferecendo a sua adesão.
Convém aqui lembrar – acho que já contei esta “aventura” – o MAP morreu à nascença por decisão evidentemente democrática do MFA e similares.
Na madrugada de 27 de Setembro, fomos assaltados por um bando de tipos mal lavados, alguns com uma peça ou outra de fardamento a enfeitar os trajes civis.
Sumariamente, sem papeladas nem outras burocracias fastidiosas – mesmo antes de inventado o “Simplex” – passaram a sede a pente fino, partiram umas coisas e levaram outras e amontoaram-nos com todas as comodidades numa “Berliet” que seguiu para o Ralis. Mais tarde, fomos metidos em Caxias, onde passámos longos meses sem quaisquer formalidades.
Dias mais tarde, os jornais contavam que, entre outras malfeitorias, nos preparávamos para matar o admirável Vasco Gonçalves, alvejando-o de uma janela da nossa sede. Como somos estúpidos, tivéramos a ideia peregrina de partir a vidraça assassina uns dias antes o que, evidentemente, alertara a “vigilância popular” e a rapaziada das barreirinhas, etc. e tal.
A inventona caiu por terra quando apareceu um senhor arquitecto, verdadeiro proprietário da janela em questão, a reivindicar a posse da mesma e a jurar que jamais em tempo algum se meteria em tais assados, até porque era democrata da primeira hora e no seu atelier funcionava até uma célula a atirar para comunista.
Por acaso, fui eu quem atendeu o telefone de Miguel Júdice. Apresentou-se, num breve currículo em que, provavelmente por acaso, não mencionou o tal prefácio espúrio e disse-se primo do Rodrigo Emílio. Disse-lhe que seria bem-vindo e que bastava aparecer. Mais tarde, o Rodrigo, a quem transmiti a “adesão”, riu-se e garantiu que o “Zé Miguel”, jamais poria os pés no nosso antro.
Acertou.
Walter Ventura»
In O Diabo, pág. 17, 02.10.2007
2 comentários:
O Júdice tem desculpa. O Pai foi do Comunismo pra a Direita, o Filho da Direita até sabe-se lá onde.
Agora uma coisa é certa, o Pai morreu louco, e o Filho, como será. Que já tem sintomas, tem!
Esta criatura inominável é do mais inacreditável que imaginar se possa. Quantas casacas ele já virou e quantas irá ainda virar é difícil prever-se, mas que não vai ficar por aqui disso podemos ter já a certeza. Que ele é hipócrita, oportunista e cobarde, não só se nota pela sua pinta como já todos o sabemos de há muito. Que se sente como peixe na água no meio pútrido em que chafurda esse bando de traidores e corruptos que se amesendou há décadas à mesa do orçamento e vive desavergonhadamente à custa do trabalho sério e diário e do esforço permanente mas inglório dos portugueses, também não restam dúvidas. Sim, de facto nesse meio pútrido onde todos eles chafurdam, é que é o local apropriado para ele e onde se sente bem. Nem nunca mais deveria de lá sair para ver se ele e os da sua laia, que com ele convivem e conspiram diàriamente para corroer ainda mais o corpo e a alma da Nação já por demais depauperada, apodrecem todos juntos e ao mesmo tempo para descanso dos portugueses de lei, que o são verdadeiramente de corpo e espírito.
E o pior e mais triste de tudo isto, para o infeliz povo português, é que os maiores corruptos, os maiores traidores e os maiores oportunistas que este País jamais conheceu, forem quem tomou as rédeas da governação ocupando todos os postos-chave do poder e os com ele relacionados e todos os mais importantes da sociedade civil, estragulando as forças vivas do País. Se dúvidas houvesse quanto aos seus perfís políticos e verticalidade, bastaria analizar e nem precisaria de ser ao pormenor, o 'belo' percurso deste especimen raro para aquilatar da 'massa lêveda' de que são feitos os cérebros deste género de seres humanos inqualificáveis. Para sequer suportar olhar suas fácies nos jornais ou revistas, ouvi-los e vê-los nas rádios e televisões, ou ler o que escrevem, é necessário possuir-se um estômago de ferro, caso contrário está-se em vómito permanente.
Maria
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