25 de Janeiro de 1916
Caro Spiro:
Respondo à tua carta de 24 de Dezembro de 1915. Em primeiro lugar, dizes que a minha principal proposta racial em The Mutiny of the Elsinore não te parece muito clara. Depois, queres que ta exponha em todos os pormenores.
Ninguém pede a outra pessoa que se curve perante esse alguém. As pessoas ou se curvam, ou não se curvam. Ou se sentem nessa disposição, ou então ninguém as pode forçar
Deus detesta os rafeiros. Na Natureza, não há lugar para os mestiços. Os de mais puro sangue, quando se cruzam com outros, produzem rafeiros. Se se cruzar um garanhão Shire com uma égua comum, obtém-se um cavalo cruzado. Cruze-se um espécime puro de galgo com um espécime puro de bulldog, e obtém-se um animal híbrido. Aparentemente, quanto maior for a pureza das estirpes originais, mais se acentua a hibridização que se verifica quando essas estirpes são cruzadas com outras.
Consulta toda a história da humanidade em todas as eras e verificarás que o mundo sempre pertenceu à estirpe pura e nunca aos mestiços. Desafio-te a fazê-lo. Lê a tua história da raça humana. Lembra-te, a natureza não permite que os híbridos sobrevivam… ou, melhor dizendo, a natureza não permite que os híbridos consigam subsistir.
Não vale a pena falares-me dos gregos. Não há gregos nenhuns. Tu não és grego. Os gregos morreram há dois mil anos, quando se misturaram com outros. Só porque há muita gente a falar grego, isso não quer dizer que sejam gregos puros. Só porque há muita gente a falar italiano, isso não quer dizer que sejam romanos. Os gregos foram fortes enquanto não se misturaram. Gozavam de poder, tinham obra feita, cultura, espírito criativo e individualidade, quando se miscegeneram procriando com a escumalha das raças conquistadas, apagaram-se e desde então limitaram-se a desempenhar um papel desprezível na história do mundo. Isto é verdade também para os romanos; é verdade para os lombardos; é verdade para os fenícios; é verdade para os caldeus; é verdade para os egípcios; não é verdade para os ciganos, que se mantiveram puros. Não é verdade para os chineses, não é verdade para os japoneses, não é verdade para os alemães, não é verdade para os anglo-saxões. Não é verdade para os iaquis do México. É verdade para os quinze milhões de mestiços do México; é verdade para os mestiços que habitam a maior parte das Índias Ocidentais, que habitam a América do Sul e Central do Cabo Horn ao Rio Grande. É verdade para os hindus mestiçados.
Lê a tua história. Está tudo nas prateleiras. E vê se me encontras um caso em que possas cruzar um galgo com um bulldog e obter algo que não seja híbrido. Lê a tua história. Descobrirás nas prateleiras. E encontra-me uma raça que tenha conservado o poder da sua civilização, cultura e criatividade depois de se mestiçar. Lê a tua história e tenta descobrir qualquer vestígio de uma raça romana pura, de uma raça grega pura, de uma raça hindu pura."
Cartas de Jack London, Antígona Editora , 2001, págs. 364/367.
1 comentário:
Devemos de assegurar a existência da nossa raça e um futuro para as crianças brancas.
Resiste Portugal! resiste Europa!
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