2.11.10

Pensamentos de Alfredo Pimenta - XXVI

«... O que o Nacional-Socialismo defende, como corpo de doutrina organizado, e o que realiza, como Nacional-Socialismo em acção, não abala os fundamentos morais ou sociais da Civilização católica. Porque o próprio Racismo anti-judaico ou arianófilo tem de ser encarado a uma luz sem paixão.»(1)
«... O que ele proclama e ensina é que os não-alemães não são iguais aos alemães - em face do Estado, no plano do Estado, em relação ao Estado; o que ele proclama e ensina é que todos os alemães conscientes da comunidade de cultura e de destino podem ser cidadãos; é que os não-alemães só podem residir na Alemanha como hóspedes, como estrangeiros; é que os direitos e interesses dos alemães são anteriores aos dos estrangeiros.»(2)
«... O Hitlerismo, assim o exigem os donos democráticos do Mundo, não pode existir. O Hitlerismo, fenómeno meramente alemão, que é totalitário na Alemanha, mas nunca se propôs nem propõe sujeitar a vida dos povos aos seus moldes, não pode viver, na opinião dos senhores democráticos do globo.»(3)
«... Só ao Povo alemão se não permite ter o que lhe convém e satisfaz as suas aspirações legítimas: o Hitlerismo.»(4)
«...Imagina Gonçalo Mesquitela que o Nacional-Socialismo alemão e o Fascismo italiano chegaram a triunfar e a consolidar-se. Bem se vê que é miúdo. Tanto um, como outro, viveram, desde a primeira hora, em luta permanente, em vigilância constante de defesa, cercados ambos da hostilidade geral dos mais poderosos, e das forças verdadeiramente activas - a Maçonaria, o Judeismo, o Liberalismo, e, ai de nós, o Catolicismo político.
Só se poderia dizer que tinham triunfado e se tinham consolidado, se tivessem encontrado acolhimento no mundo inteiro, como aconteceu à Revolução Francesa, e está a acontecer ao Comunismo. Quem triunfou e se consolidou foi a Democracia de origem maçónica e judaica, com todos os venenos anti-católicos que constituem a sua essência. A princípio, a Igreja opôs-lhe a sua doutrina. Hoje - hoje é o que estamos vendo. Quando o Comunismo, consequência fatal da Democracia, terminus da evolução normal desta, exercer no Mundo a hegemonia ideológica e política que hoje disfruta a Democracia, as condenações de que hoje terão o valor que, hoje, têm as condenações da Revolução Francesa...
Gonçalo Mesquitela alude às «cruzes em que se baseia a Igreja (que) são distintas daquelas outras que a tentaram exterminar da Europa».
Se entendo o seu palavriado, quer referir-se à cruz gamada. Simplesmente se faz eco duma lastimável calúnia, Se tivesse lido aquele trabalho em que analiso as duas Encíclicas, a Mit brenender Sorge e a Divini Redemptoris, e se anda de boa fé, nunca teria escrito essa enormidade. O objectivo do Nacional-Socialismo nunca foi de natureza religiosa. Nasceu, organizou-se e actuou, com o fim exclusivo, com o propósito confessado de restaurar o poder da Alemanha no Mundo, libertando-a das algemas ignominiosas do Diktat de Versailles, e das influências deletérias que proliferaram dentro dela: a parlamentarista, a partidista, a democrática, a maçónica, a judaica e a comunista. Se o Centro Católico, partido político de força preponderante na vida política da Alemanha, mas que nunca trabalhara eficazmente para aquela restauração do poder da Alemanha, não soube ou não quis compreender os intuitos do Nacional-Socialismo, a culpa não foi deste. Milhares de vezes, tenho dito que não fui, não sou, e não poderia ser nacional-socialista, porque sou português, católico e monárquico. Mas tenho dito, digo e direi que prouvera a Deus que nós tivéssemos realizado a obra social de protecção à Família, aos Trabalhadores e à Cultura, que o Nacional-Socialismo apresenta.»(5)


Notas:
(1) - In Contra o Comunismo, p. 46, ed. Autor, 1944.
(2) - In Contra o Comunismo, p. 46, ed. Autor, 1944.
(3) - In Contra o Comunismo, p. 46, ed. Grupo de anti-comunistas de Guimarães, 1941.
(4) - In Contra o Comunismo, p. 47, ed. Grupo de anti-comunistas de Guimarães, 1941.
(5) - In A Única Discordância, in «A Nação» de 22 de Março de 1947.

2 comentários:

Anónimo disse...

Mais um excerto dos brilhantes pensamentos de A.P., claros e puros como a água que corre da nascente.
A sua lógica discursiva sempre nos surpreende pela transparência, sinceridade e inteligência. Quando ele, após tecer argumentos válidos relativamente ao N.-S. - e passadas tantas décadas e do muito que já se sabe sobre a verdade dos factos, comprova-se sem margem para qualquer dúvida que a razão estava do seu lado - explica os motivos porque não foi, não era, nem nunca poderia vir a ser nacional-socialista (por ser português, católico e monárquico), nesta afirmação está implícita toda a sua elevação moral e patriotismo a toda a prova.

Pelo que se continua a ler com admiração e respeito, sobretudo pela verdade posta em cada palavra, mais uma vez é patente que Alfredo Pimenta, além de um intelectual emérito, foi um nobre Português com todas as virtualidades que a palavra encerra.

Que pena ele ter vivido naquela época e não nesta que nos coube em sorte num dia de tremendo azar. Fosse ele vivo e poderia retratar fielmente, tendo em conta o seu enorme poder de observação e não menor sabedoria, o que é que os regimes democráticos trazem aos países que verdadeiramente se aproveite, para além de violência, insegurança, instabilidade, pobreza social, fraudes, ladroeira, mentiras, traição, degradação moral, terror e medo.

São estes os "bens cívicos de valor incalculável" que a magnífica "democracia" ofereceu à sociedade portuguesa, segundo palavras dos seus legítimos fautores. Estes bem podem esconder a cara onde quer que se movimentem, para que não sofram as consequências d'algum português mais destemido que passe das palavras aos actos e queira pôr em prática o seu "profundo agradecimento" pela maior desgraça que se abateu sobre Portugal na sua História quase milenar.
Maria

Anónimo disse...

Hitler só declarou que os degenerados judeus não são iguais aos alemães, e tinha razão!