Deixo umas breves notas, a título de exemplo, sobre a desmistificação que no livro “25 de Abril – a Revolução da Perfídia” o sr. general considera «ser a mais insidiosa manipulação da nossa História entre 1933 e 1975 nomeadamente nas seguintes linhas de força:
- a guerra do Ultramar foi, principalmente, um episódio da guerra entre os EUA e a URSS e não uma luta de autolibertação e desenvolvimento dos povos;
Cita os textos da autoria de José Manuel Barroso publicados no Diário de Notícias a 27 e 28 de Fevereiro de 202, intitulados: “Luanda na mesa das Superpotências” (págs. 28/29/30) e “Concentrar meios no elo mais fraco” (págs. 36/37) onde analisa e desenvolve historicamente ambos os textos.
- a guerra do Ultramar foi, principalmente, um episódio da guerra entre os EUA e a URSS e não uma luta de autolibertação e desenvolvimento dos povos;
Cita os textos da autoria de José Manuel Barroso publicados no Diário de Notícias a 27 e 28 de Fevereiro de 202, intitulados: “Luanda na mesa das Superpotências” (págs. 28/29/30) e “Concentrar meios no elo mais fraco” (págs. 36/37) onde analisa e desenvolve historicamente ambos os textos.
- a guerra estava a ser ganha militarmente e a batalha do desenvolvimento atingia crescimentos sociais e económicos muito elevados;
«Bastará comparar os efectivos dos guerrilheiros que se nos opunham com os dos recrutados localmente e que combatiam ao nosso lado. Na Guiné, o PAIGC dispunha dum efectivo na ordem dos cinco mil homens, contra cerca de doze mil guineenses que se lhe opunham; em Angola, depois da derrota do MPLA na frente Leste, da apresentação e entrada para os Flechas dos duzentos guerrilheiros da primeira região político-militar do Quanza Norte, a de duzentos homens mal armados e sem dispor de qualquer apoio externo; a FNLA, cujos efectivos eram difíceis de estimar, mas que através da fraquíssima acção desenvolvida no terreno não iria além dos três mil homens, a maioria dos quais zairenses descendentes de angolanos, dispondo as forças da contra-subversão de recrutamento local perto de quarenta mil militares, alguns dos quais constituíam forças de elite como os Flechas e os TE`s representando um potencial considerável; por fim, em Moçambique, aquando dos acordos de Lusaca, a Frelimo não dispunha de mais de mil guerrilheiros moçambicanos, tendo recorrido a zambianos e tanzanianos para acabar por surgir com pouco mais de cinco mil homens, contra dez mil militares de unidade de combate especiais GE`s (Grupos Especiais) e GEP`s (Grupos Especiais de Pára-Quedistas) e uma série de unidades regulares (milícias) que, na sua totalidade, ultrapassavam as forças deslocadas da Metrópole. (Pág. 64).
«Em 1973/74 a realidade nos territórios africanos sob a jurisdição portuguesa era, sem qualquer margem para dúvidas, altamente promissora para a constituição de comunidades com padrões de vida substancialmente acima da média dos verificados nos países africanos que se tinham tornado independentes com os “ventos da História”, especialmente na década dos anos 50.» (Pág. 56)
«um território cujo padrão de vida antes do 25 de Abril era o terceiro de toda a África sub-sahariana (sendo apenas suplantado pelo da África do Sul e pela, então, Rodésia)…» (Pág. 23)
- a subversão na retaguarda e a inoculação do vírus revolucionário nas Forças Armadas foi a solução que a URSS opôs à nossa vitória militar;
Escreve: «A quebra da unidade na retaguarda iniciou-se logo após o desaparecimento de Salazar, com as indecisões de Marcello Caetano, a crise estudantil de 1968 e o movimento grevista onde o PCP, na clandestinidade, era certamente o motor.» (Pág. 85).
Refere o “descontentamento provocado em Julho de 1973, ao nível dos capitães e majores do quadro permanente que vinham lutando em África, com a publicação do Decreto-Lei 353/73” e refere as entrevistas de Salgueiro Maia à revista “Fatos e Fotos”, em que este afirmava que “o que esteve na base do chamado Movimento dos Capitães foi a legislação que punha em causa a dignidade da carreira militar”; e a de Otelo ao Expresso, na qual este abrileiro considerava uma injustiça, “ a ultrapassagem na escala de antiguidades de oficiais do quadro permanente pelos oriundos do quadro de complemento, em condições que os primeiros – aqueles que entraram para a Academia Militar depois de completarem o sétimo ano do liceu.”» (Pág. 46)
Aborda a incapacidade do governo de Marcello Caetano na resolução desta questão e que essa «incapacidade foi aproveitada pelo Partido Comunista para pôr em prática o plano que iria conduzir ao golpe comunista do 25 de Abril. As iniciativas políticas do General Spínola na Guiné dão origem a uma primeira cisão ou enfraquecimento da unidade da retaguarda que, na óptica da URSS, era imperioso promover. Para quebrar a coesão nas unidades militares actuando nas frentes de combate, foram constituídas células comunistas no seio das tropas, essencialmente formadas por oficiais e sargentos milicianos que tinham estado na génese do levantamento académico de 1968.» (Págs. 46/47)
«O virús revolucionário, segundo os planos de Moscovo, nasceu na Guiné e rapidamente alastrou pelos restantes teatros de operações, não só às unidades como igualmente a outros órgãos das Forças Armadas empenhados em debelar a subversão e proteger as populações.
(…) Também na Metrópole as iniciativas de grupos mais ou menos organizados pelos comunistas levaram a efeito acções tendentes a incrementar o espírito anti-guerra colonial como por exemplo de:
- Direcção da Organização Regional do Sul do PCP:
- Comité Directivo da Resistência Popular Anticolonial;
- Federação dos Estudantes Marxistas-Leninistas;
- Contestação da Capela do Rato (1972);
- Congresso da Oposição Democrática em Aveiro a 27 de Maio de 1973;
- Encontro de Liberais em Lisboa e 6 de Junho de 1973.
E outros eventos como greves, demonstrações de rua, etc, todos com o mesmo objectivo de quebrar a unidade na retaguarda.» (págs. 88/89).
- os autores da traição e do descalabro têm nomes e são os que, conscientemente, fizeram o jogo da URSS, isto é, o PCP e seus “compagnons de route”.»
Abstenho-me de transcrever esta parte porque a selecção é difícil dada a sua quantidade.
Um reparo: o sr. General não refere uma única vez o papel do Grupo Bilderberg, da Maçonaria e da Igreja (mormente nos padres missionários protestantes, verdadeiros agentes da CIA e alguns católicos em África que pregavam a doutrina democrática e comunista) neste descalabro trágico que marcou o fim histórico de Portugal.
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