1.3.11

Grandes manobras judaicas de sedução à extrema-direita europeia. Pierre Vial


No seio da comunidade judaica reina uma grande inquietação face às perspectivas que se lhe deparam. Em Israel, a evolução demográfica – dadas as diferenças nas taxas de natalidade entre judeus e árabes – vão dar a estes últimos, mais cedo ou mais tarde, uma posição maioritária. Que sucederá no dia em que esta massa se revoltar violentamente? A situação é igualmente inqueitante no que respeita à diáspora: em frança, como em outros países onde a imigração árabe-muçulmana não cessa de aumentar, os judeus são dominados por um sentimento de insegurança. O que é mais que justificado pois a comunidade poderá incorrer em graves perigos caso o impacto do conflito do Médio Oriente incendiar o planeta, tornando-se aquela o alvo de sangrentos ajustes de contas. Em face destas ameaças, que de modo algum são do domínio da ficção científica, surgiu a preocupação eem alguns meios judaicos de reforçar o seu potencial “militar” de auto-defesa, de se armar com o que for possível recolher, incluindo-se neste afã a procura de aliados – melhor dizendo, de tropas supletivas, estilo “harkis” – no seio da extrema direita europeia. Fazem-no por meio de uma argumentação simples mas eficaz junto dos ingénuos: todos os que devem fazer face à ameaça árabe-muçulmana devem unir-se em todo o mundo, esquecendo mágoas eventuais que ora comportam uma importância secundária. A estratégia não é nova. Aqueles que viveram a época da guerra da Argélia talvez se recordem de alguns factos reveladores: o apoio dado por Jean-Marie Le Pen à expedição de Suez, na qual participou e que foi montada para auxiliar Israel contra o Egipto; o papel desempenhado, no campo da “Argélia Francesa”, por Jacques Soustelle, de resto presidente da Aliança França-Israel; a participação activa (e eficaz) dentro da OAS de judeus “pieds noirs”. Hoje, com a presença massiva de imigrantes da África do Norte e da África Negra, o argumento da “união sagrada” entre judeus e europeus ganhou um peso novo (ainda mais necessária quanto, após a desastrada intervenção contra os navios que tentavam aportar a Gaza, Israel perdeu alguns apoios importantes). Este argumento é assinalado por algumas pessoas bem conhecidas no seio da extrema-direita europeia, havendo outras que também merecem sê-lo. Isto porque as eventuais vítimas das suas manobras devem ser alertadas quanto antes. Demos uma breve passagem pelos escrivãos ao serviço daquela manobra. Após as obras (aliás bem documentadas) de Alexandre del Valle (pseudónimo), que lhe permitiram ser bem acolhido no seio de diversos círculos de extrema-direita (até ao dia em que se soube que ele tinha sido convidado a discursar em reuniões do B’naï B’rith…); após “A Nova Questão Judaica” de Guillaume Faye (2007), que causou enorme consternação entre os seus amigos mais antigos; após o apoio constante de uma certa imprensa dita “de direita” – cujo melhor exemplo é Valeurs Actuelles, sob a direcção de um François d’Orcival desejoso de fazer esquecer o seu activismo de juventude – está em curso uma ofensiva de muito maior amplitude. Trata-se da operação Zemmour. Este jornalista, que participou, com Michel Gurfinkiel (da Valeurs Actuelles), numa reunião da loja “França” do B’naï B’rith, é um jornalista-vedeta do Figaro e autor de uma crónica diária na RTL que é seguida por muita gente. Tem o grande mérito de enunciar sem complexos algumas verdades simples respeitantes à imigração-invasão. Por exemplo, em “O Pequeno Irmão” (romance baseado no homicídio de um jovem judeu por um jovem árabe seu amigo de infância) ele descreve a França desta forma: “Um país de árabes e de negros. Milhões e milhões deles. Eles rebaixam a França. Com eles, tornamo-nos um país do terceiro mundo. Os franceses receiam-nos. Mas já não ousam dizer-lhes nada”. E resume-o por meio de uma fórmula-choque: “vivemos o fim do Império Romano” (Actualité Juive, 9 de Novembro de 2006). Tudo isto está bem observado e é útil referi-lo. Mas… A questão que se deve pôr é a seguinte: Zemmour está ao serviço de quem? Zemmour tem todo o gosto em lembrar as suas origens: “Os meus antepassados eram judeus berberes” (RMC, 7 de Janeiro de 2008). A sua família sefardita instalou-se em França por altura da Guerra da Argélia, tendo ele passado a infância em Drancy no seio da comunidade judaica local e tendo efectuado os seus estudos em escolas confessionais que seguiam uma educação judaica tradicional. Aplicou o princípio da endogamia, vital para qualquer comunidade, casando com uma sefardita, Mylène Chichportich. Ele não esconde os fortes laços sentimentais que tem para com a sua comunidade de origem (o que é natural). Quando começaram a correr rumores de que as suas estrepitosas declarações lhe poderiam trazer desagradáveis consequências a nível profissional pode-se ver como muitas pessoas se mobilizaram em seu favor, particularmente na internet, assinando petições. Será esse o motivo por que Zemmour no fim de contas não veio a ter problemas? Não seremos ingénuos a esse ponto. A nossa opinião é de que existe uma “operação Zemmour” com o objectivo de suscitar simpatia, no seio da direita da direita, pela mensagem que ele incarna: face à imigração-invasão, união sagrada dos europeus, americanos e judeus (sendo Israel o “bastião do Ocidente” face ao Islão, devendo ser apoiado incondicionalmente). Trata-se de uma grande marosca bem detectada por Henry de Lesquen: “Zemmour é o engodo que faz passar o veneno da ideologia dominante. (…) Ele tornou-se um “ícone” para a direita da direita, para uma multidão de pessoas que acha que a salvação virá novamente dos judeus, tal como há dois mil anos.” E quem é que beneficia com isto? “O sistema, no seu conjunto, que atribuiu ao missionário Zemmour a função de conduzir o rebanho da direita para a rede do politicamente correcto” (La Voix des Français, Maio de 2010). No plano puramente político a operação de sedução funciona bem. Com o apoio de redes no seio de movimentos da extrema-direita. Veja-se o caso de Fernand Cortès, cabeça de lista no Aude de uma liga do Bloc Identitaire nas últimas eleições regionais e que assinou a petição “Manter a razão”, lançada por sionistas “de direita”. Eis como ele explica a posição do Bloc Identitaire: “As suas relações com a comunidade judaica são boas (eu estou em boa posição para o afirmar pois estive na origem do seu desenvolvimento) e estão a tornar-se excelentes pois há cada vez mais judeus simpatizantes do BI e que o apoiam convictamente”. Questionada por militantes a propósito desta declaração a direcção do Bloc Identitaire nada respondeu. Quem cala consente… Já no Front National foi Marine Le Pen quem deu o mote: ela é membro do grupo Europa-Israel no Parlamento Europeu, ela fez votos (em vão, até à data) de realizar a peregrinação a Israel e, segundo Marc George, ex-secretário-geral de Egalité et Réconciliation, o movimento de Alain Soral, este último pôs em contacto Marine com Gilles-al de William Goldnadel, ultra-sionista e “notório agente israelita” (Rivarol de 14 de Maio de 2010). Quanto a Bernard Antony – em conflito com o FN devido a certas tomadas de posição de Marine – ele nunca escondeu que, enquanto cristão, se sentia profundamente ligado às origens judaicas do cristianismo – o que é perfeitamente lógico. Mas o mais importante não é isto mas sim o trabalho de influência levado a cabo por certos agentes de Israel, cujo protótipo é um certo Patrick Brinkmann. Oficialmente cidadão germano-sueco, ele dispõe de largos fundos supostamente provenientes da sua grande fortuna pessoal… Inicialmente ele escondeu o jogo. Após assistir à Table Ronde de Terre&Peuple em 2006 declarou ter ficado muito impressionado com essa reunião e manifestou a vontade de criar uma estrutura de ligação e de coordenação entre o maior número possível de movimentos identitários europeus, baptizada Kontinent Europa Stiftung (Fundação Continente Europa), que deveria tomar iniciativas ao nível de actividades internacionais baseadas na identidade europeia (veja-se Terre&Peuple Magazine, n° 32, edição do Verão de 2007). Tal iniciativa foi bem vista e como tal aprovada por Terre et Peuple em França, pelo Thule-Seminar na Alemanha e por Tierra y Pueblo em Espanha. Mas, quando os dirigentes destes movimentos sugeriram qe se organizasse um primeiro encontro europeu com o fim de divulgar a KES, Brinkmann hesitou. De tal forma que, progressivamente, tomou posições contraditórias com as suas primeiras tomadas de posição de uma forma tão ambígua que se é levado a questionar quais as suas verdadeiras motivações. De tal forma que Pierre Vial (Terre et Peuple) e Pierre Krebs (Thule-Seminar) decidiram cortar relações com ele. Tudo ficou mais claro recentemente quando Brinkmann anunciou a sua intenção de financiar generosamente, na Alemanha, certas campanas eleitorais de movimentos “de direita” fortemente hostis ao Islão, sob a condição de que essas organizações que beneficiariam da sua generosidade anunciassem o seu apoio a Israel. Foi desta forma que ele explicou o seu ponto de vista a uma agência noticiosa: “A nossa cultura europeia é judaico-cristã. (…) Foi um feliz acaso que entrelaçou o destino de judeus e cristãos. (…) Já visitei Israel, já fui a Yad Vashem, não como turista mas para chorar. (…) O judaísmo e a cultura europeia andam a par um do outro”. E foi ao ponto de de anunciar a organização, em 2011, de uma « peregrinação europeia” a Jerusalém, dado que é necessário “um entendimento entre a Europa e Israel com vista à sobrevivência de ambas”. Brinkmann criou relações continuadas com animadores de movimentos de extrema-direita em diversos países (entre os quais Áustria e Espanha, tal como foi recentemente revelado neste país por uma revista que é o equivalente à Playboy…), anunciando a pretensão de financiar as suas campanhas eleitorais (ele tem a reputação de ser rico mas podemo-nos interrogar sobre a verdaeira origem destes fundos…). Qual será, para esses movimentos, o preço político a pagar? Isto porque certos movimentos ditos “populistas”, cujos sucessos eleitorais revelam – o que em si é bom – uma vontade popular de resistir à invasão imigrante, revelaram-se, por outro lado, muito permeáveis à influência sionista. Na Holanda, o Partido para a Liberdade tem crescido a cada eleição. O seu chefe, Geert Wilders, foi exortar aos Estados Unidos a favor de “uma aliança dos patriotas face ao crescimento do perigo islamista”. Em Novembro de 2009 declarou o seguinte em Nova Iorque: “Venho à América com uma missão. (…) Eu apoio Israel. (…) pois é a nossa primeira linha de defesa. (…) Vivi nesse país e já o visitei dúzias de vezes. (…) Israel é um farol, uma luz na obscuridade do oriente, é a única democracia. A guerra contra Israel é uma guerra contra o Ocidente”. Claro que esta mensagem foi abundantemente divulgada em França, na internet, por páginas sionistas que insistem junto dos identitários europeus para que se realize a “união sagrada”. Por vezes usando termos inauditos, que em condições normais estariam sob a alçada da lei (mas…). Assim, um louco furioso que utiliza o pseudónimo (transparente para um sefardita) Charles Dalger apela ao massacre daqueles a quem chama “nazi-islamistas” (termo a que também recorrem outroa agitadores, cuja obsessão é bem reveladora). De resto, muito haveria a dizer sobre as relações de chefes de movimentos de extrema-direita europeus na Áustria, em Itália, na Dinamarca, com agentes de influência sionista. Sejamos bem claros: é evidente, indiscutível e imperativa a necessidade de lutar por todos os meios contra a invasão-imigração e nós colocamos toda a nossa energia neste combate para a identidade e a sobrevivência dos povos europeus. Mas mantenhamo-nos lúcidos. E, como tal, recusando-nos a cair em armadilhas e a sermos manipulados para servir de tropas de choque para a defesa dos interesses judaicos, ou seja, uma causa que, legitimamente, é dos judeus mas que por isso mesmo não é a nossa.
Pierre Vial»

1 comentário:

Marcos Pinho de Escobar disse...

De deixar os cabelos em pé... E ainda há quem desconheça o inimigo.