«... Quando em 1945, a Alemanha hitleriana, anti-democrática e anti-comunista, foi esmagada pelas Democracias, o mundo embandeirou, ébrio de ventura, doido de alegria; encheram-se as ruas e as praças de democratas; iluminaram-se os edifícios; dançou-se; ceou-se Democracia - foi o delírio. O mundo inteiro empanturrou-se de Liberdade e Democracia...
Os grandes homens das Democracias - Roosevelt, Estaline, Churchill e Truman foram colocados nas aras dos deuses. E as massas, elefantíacas ou dromedárias, guiadas, tangidas pelos seus espertos cornacas, espalharam-se pelas praças, pelas ruas, pelas avenidas, por toda a parte, a aclamar Estaline, Churchill, Roosevelt e Truman... »(1)
«... Quando, em Maio de 1945, a Europa caiu prostrada aos pés da Democracia vitoriosa, nesta parte do Mundo onde a terra se acaba e o mar começa, desceu sobre os melhores espíritos - os mais livres, os mais senhores de si, os mais profundamente e sinceramente dedicados às suas tradições multi-seculares, e aos seus sonhos de futuro pacífico e fecundo, a noite da angústia e da desesperança. Desfraldaram-se, nas varandas das urbes, as bandeiras vitoriosas; encheram-se as ruas dos aglomerados populacionais, de uma fauna patibular que desde 1926 ninguém vira à luz do Sol; ergueram-se no espaço gritos selváticos de apoteose, celebrando a aurora vermelha que vinha nos flancos da vitória. Mas os melhores espíritos desta sagrada terra de Portugal desciam as escadas tenebrosas do Sofrimento e do Silêncio.
A Europa jazia por terra - o corpo coberto das feridas dos combates, a alma crucificada em cruz de ignomínia, os olhos cegos pelo sangue e pelo pavor, os pulsos algemados, os pés entorpecidos do peso das grilhetas...
E eu que nunca fiz, antes de Maio de 1945, nem a saudação nacional-socialista, nem a saudação mussoliniana, reivindico, hoje, para mim, com orgulho e plena satisfação moral, o ser nazi ou fascista, na boca da Democracia vitoriosa.
O nazi está vencido, o fascista está vencido. Foram as cinzas do primeiro espalhadas ao vento ou deitadas ao mar; cobrem os restos cadavéricos do segundo, toneladas de terra e Himalaias de ódio.
Com ternura infinita me debruço sobre a sombra do primeiro, que nenhuma força arrancará da História, e ajoelho diante da memória do segundo, que nenhuma força apagará do Tempo.
Sim! Serei nazi, serei fascista!
Ser anti-nazi, e ser anti-fascista é alinhar com as democracias vitoriosas - desde a França, a criadora do Resistencialismo, e a Inglaterra, até aos Estados Unidos.
Ser anti-fascista e ser anti-nazi é, nas circunstâncias actuais do mundo, ser defensor e sustentáculo da Democracia parlamentar e partidária que levou Portugal à miséria, à degradação, à beira da morte.
O mundo está, efectivamente, dividido, no plano ideológico, que é o único que me interessa, entre a Democracia e o Fascismo, isto é entre a Democracia e a Autoridade.
A Democracia é a Anarquia brava ou assolapada - incêndio que devora, ou incêndio que corrói - mas sempre incêndio.
A Autoridade é a Ordem Social, a disciplina feita sistema, o Trabalho feito profissão, a Justiça feita Lei.
A Democracia é o regime dos Partidos, é o regime da guerra civil, é a Grécia sob o pulso anglo-americano, ou a Checoslováquia, a Roménia, a Bulgária, a Hungria, a Jugoslávia, sob o pulso estaliniano. É a Inglaterra, com o trono abalado; é a França, em truculências; é a América, incerta do seu futuro; é a Rússia, esmagada sob o despotismo mais feroz da História. A Autoridade é o Governo estável, é o trabalho progressivo, é o Povo entregue exclusivamente às suas actividades profissionais, é a Nação libertada da obsessão política e do polvo partidário, é a sociedade de homens.
Se, por ser inimigo da Democracia - na minha já tão distante juventude, por individualismo excessivo, e hoje, por imperativo de uma cultura filosófica e histórica integral - se por ser inimigo da Democracia, tenho de ser fascista ou nazi, sê-lo-ei com muita honra e muito orgulho, porque sem proveito absolutamente nenhum, nem efectivo, nem possível, nem provável.
Do outro lado, onde a Democracia impera, onde se é anti-nazi ou anti-fascista, leva-se aos ombros o trono sacrílego do Diabo, é-se contra Deus e contra a Igreja, transige-se com a Maçonaria e a mistela Judaica, instaura-se a guerra civil permanente, alimenta-se o escalracho do Partidarismo político, pertence-se ao Depuracionismo, ao Resistencialismo, ao Bolchevismo, e por fim, aplaude-se a ignomínia de Nuremberga que, na opinião insuspeita de um juiz americano, não passou de acto de vingança!
Numa palavra: quem for partidário da Democracia, deseja a morte de Portugal - quer seja a morte por decomposição ou dissociação interna, quer seja a morte por diminuição da sua soberania que se dissolverá no projectado plano da criação dos Estados Unidos da Europa, ante-câmara confessada dos Estados Unidos do Mundo.
Ser português, hoje, nas circunstâncias reais do mundo, implica ser adversário declarado das democracias vitoriosas.»(2)
«... Pois, hoje, Portugal pode dizer que, com a Vitória das Democracias, corre o risco de perder a liberdade e a alma.
Ponhamos os olhos nos dez pontos do Plano da Federação da Europa aprovado em 3 deste mês, pelo Congresso Parlamentar Europeu.
Como é que uma asneira que ultrapassa todas as asneiras - vinga, com toda a certeza. E ai da nossa independência financeira! Ai da nossa independência política! Ai do nosso Império Colonial!»(3)
Os grandes homens das Democracias - Roosevelt, Estaline, Churchill e Truman foram colocados nas aras dos deuses. E as massas, elefantíacas ou dromedárias, guiadas, tangidas pelos seus espertos cornacas, espalharam-se pelas praças, pelas ruas, pelas avenidas, por toda a parte, a aclamar Estaline, Churchill, Roosevelt e Truman... »(1)
«... Quando, em Maio de 1945, a Europa caiu prostrada aos pés da Democracia vitoriosa, nesta parte do Mundo onde a terra se acaba e o mar começa, desceu sobre os melhores espíritos - os mais livres, os mais senhores de si, os mais profundamente e sinceramente dedicados às suas tradições multi-seculares, e aos seus sonhos de futuro pacífico e fecundo, a noite da angústia e da desesperança. Desfraldaram-se, nas varandas das urbes, as bandeiras vitoriosas; encheram-se as ruas dos aglomerados populacionais, de uma fauna patibular que desde 1926 ninguém vira à luz do Sol; ergueram-se no espaço gritos selváticos de apoteose, celebrando a aurora vermelha que vinha nos flancos da vitória. Mas os melhores espíritos desta sagrada terra de Portugal desciam as escadas tenebrosas do Sofrimento e do Silêncio.
A Europa jazia por terra - o corpo coberto das feridas dos combates, a alma crucificada em cruz de ignomínia, os olhos cegos pelo sangue e pelo pavor, os pulsos algemados, os pés entorpecidos do peso das grilhetas...
E eu que nunca fiz, antes de Maio de 1945, nem a saudação nacional-socialista, nem a saudação mussoliniana, reivindico, hoje, para mim, com orgulho e plena satisfação moral, o ser nazi ou fascista, na boca da Democracia vitoriosa.
O nazi está vencido, o fascista está vencido. Foram as cinzas do primeiro espalhadas ao vento ou deitadas ao mar; cobrem os restos cadavéricos do segundo, toneladas de terra e Himalaias de ódio.
Com ternura infinita me debruço sobre a sombra do primeiro, que nenhuma força arrancará da História, e ajoelho diante da memória do segundo, que nenhuma força apagará do Tempo.
Sim! Serei nazi, serei fascista!
Ser anti-nazi, e ser anti-fascista é alinhar com as democracias vitoriosas - desde a França, a criadora do Resistencialismo, e a Inglaterra, até aos Estados Unidos.
Ser anti-fascista e ser anti-nazi é, nas circunstâncias actuais do mundo, ser defensor e sustentáculo da Democracia parlamentar e partidária que levou Portugal à miséria, à degradação, à beira da morte.
O mundo está, efectivamente, dividido, no plano ideológico, que é o único que me interessa, entre a Democracia e o Fascismo, isto é entre a Democracia e a Autoridade.
A Democracia é a Anarquia brava ou assolapada - incêndio que devora, ou incêndio que corrói - mas sempre incêndio.
A Autoridade é a Ordem Social, a disciplina feita sistema, o Trabalho feito profissão, a Justiça feita Lei.
A Democracia é o regime dos Partidos, é o regime da guerra civil, é a Grécia sob o pulso anglo-americano, ou a Checoslováquia, a Roménia, a Bulgária, a Hungria, a Jugoslávia, sob o pulso estaliniano. É a Inglaterra, com o trono abalado; é a França, em truculências; é a América, incerta do seu futuro; é a Rússia, esmagada sob o despotismo mais feroz da História. A Autoridade é o Governo estável, é o trabalho progressivo, é o Povo entregue exclusivamente às suas actividades profissionais, é a Nação libertada da obsessão política e do polvo partidário, é a sociedade de homens.
Se, por ser inimigo da Democracia - na minha já tão distante juventude, por individualismo excessivo, e hoje, por imperativo de uma cultura filosófica e histórica integral - se por ser inimigo da Democracia, tenho de ser fascista ou nazi, sê-lo-ei com muita honra e muito orgulho, porque sem proveito absolutamente nenhum, nem efectivo, nem possível, nem provável.
Do outro lado, onde a Democracia impera, onde se é anti-nazi ou anti-fascista, leva-se aos ombros o trono sacrílego do Diabo, é-se contra Deus e contra a Igreja, transige-se com a Maçonaria e a mistela Judaica, instaura-se a guerra civil permanente, alimenta-se o escalracho do Partidarismo político, pertence-se ao Depuracionismo, ao Resistencialismo, ao Bolchevismo, e por fim, aplaude-se a ignomínia de Nuremberga que, na opinião insuspeita de um juiz americano, não passou de acto de vingança!
Numa palavra: quem for partidário da Democracia, deseja a morte de Portugal - quer seja a morte por decomposição ou dissociação interna, quer seja a morte por diminuição da sua soberania que se dissolverá no projectado plano da criação dos Estados Unidos da Europa, ante-câmara confessada dos Estados Unidos do Mundo.
Ser português, hoje, nas circunstâncias reais do mundo, implica ser adversário declarado das democracias vitoriosas.»(2)
«... Pois, hoje, Portugal pode dizer que, com a Vitória das Democracias, corre o risco de perder a liberdade e a alma.
Ponhamos os olhos nos dez pontos do Plano da Federação da Europa aprovado em 3 deste mês, pelo Congresso Parlamentar Europeu.
Como é que uma asneira que ultrapassa todas as asneiras - vinga, com toda a certeza. E ai da nossa independência financeira! Ai da nossa independência política! Ai do nosso Império Colonial!»(3)
Notas:
(1) - In Contra a Democracia, p. 24, Amigos do Agora!, 1949.
(2) - Discurso no 2.º jantar anual do jornal «A Nação».
(3) - In Ainda Couceiro e Norton, in «A Nação», n.º 134 de 18.09.1948.
(2) - Discurso no 2.º jantar anual do jornal «A Nação».
(3) - In Ainda Couceiro e Norton, in «A Nação», n.º 134 de 18.09.1948.
2 comentários:
Mais um brilhante pedaço de prosa, que de tão actual e verdadeiro toca profundamente a alma dos portugueses, daqueles que amam infinitamente a sua Pátria e cujo chão sagrado veneram acima de todas as coisas. Palavras sábias que poderiam ter sido escritas hoje. Extraordinária profecia a de Alfredo Pimenta, que se não se estivesse a verificar em Portugal dia após dia, desde que a "democracia" se implantou no nosso país, não se acreditaria. Mas a sua veracidade é tal que impressiona. Palavras fatais, estas, que - não fora a hipocrisía, o cinismo e a maldade intrínseca que domina os cérebros dos "auto-proclamados pais da democracia" e destruidores de Portugal - feririam que nem punhais. Mas claro que nem a pior das acusações os atinge nem o regime estremece, nem ninguém os demove dos cargos malditos que ocupam desde sempre. E isto acontece porque estão protegidos por cérebros ainda mais maléficos, satânicos e poderosos, que se consideram omnipotentes - e de facto até ao presente têm-no sido..., ver-se-á até quando - contra os quais Portugal e todas as "democracias" do mundo, porque totalmente indefesas contra o verdadeiro Mal, nada podem.
Maria
Grande Alfredo Pimenta
Portugal aos portugueses
Europa aos povos europeus
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