«... A Democracia... Que é a Democracia? É a Ditadura da Estupidez. A Democracia é o leito de Procusta dos talentos e das sensibilidades. E quando ultrapassa a sua missão de niveladora, e se dá o capricho de criar uma élite - cria a élite dos inferiores, a Aristocracia negativa, a Nobreza do Estúpido.
Digo isto, sem propósito algum de achincalhamento.
Vejamos. A Democracia é o governo do maior número. Logo, é o governo do Número. É o regime electivo aplicado a todas as manifestações da vida social. A Democracia integral é o ponto final da sua curva evolutiva: será a catástrofe. Quem escolhe? É a massa, a grande massa anónima. É a selecção operada de baixo para cima. São os pés a escolher a cabeça. É a turba dos Jovens Fernandes a escolher a César. Asneira. É a populaça pacóvia ou corrupta a eleger Goethe? Pode ser? Não pode ser. O número é cego. O número não vê. O Número não divisa estrelas: chafurda na noite da sua ignomínia.
Que há a fazer? Sujeitar o Pensamento de um Aristóteles à cegueira do Número, ou decompor este de tal maneira que a luz possa penetrá-lo? No primeiro caso é a Democracia; no segundo caso é estabelecer um regime político orgânico e são. Quando digo que a Democracia é a Ditadura da Estupidez, não quero afirmar que sejam estúpidos todos os que entram nela. Toda a gente tem qualidades a aproveitar. Todo o indivíduo tem aspectos que legitimamente o aristocratizam. A Democracia, essa, só valoriza as más qualidades do homem e afaga as suas boas qualidades sob a vaga do Número. A Verdade - mesmo a verdade relativa que o critério pragmático defende - não é uma função aritmética. O Número não é o Génio. Milhões de sensibilidades amalgamadas, somadas, interpenetradas, não são capazes de ser um esboço de Miguel Ângelo; milhões de milhões de inteligências somadas e postas no prato de uma balança não fazem erguer o outro em que esteja o génio de Newton. Podemos dizer que a História dos Povos se divide em dois grandes períodos: o anti-democrático e o democrático. Comparem-se os dois, e pelo espectáculo que eles oferecem avalia-se o que é a Democracia.»(1)
Digo isto, sem propósito algum de achincalhamento.
Vejamos. A Democracia é o governo do maior número. Logo, é o governo do Número. É o regime electivo aplicado a todas as manifestações da vida social. A Democracia integral é o ponto final da sua curva evolutiva: será a catástrofe. Quem escolhe? É a massa, a grande massa anónima. É a selecção operada de baixo para cima. São os pés a escolher a cabeça. É a turba dos Jovens Fernandes a escolher a César. Asneira. É a populaça pacóvia ou corrupta a eleger Goethe? Pode ser? Não pode ser. O número é cego. O número não vê. O Número não divisa estrelas: chafurda na noite da sua ignomínia.
Que há a fazer? Sujeitar o Pensamento de um Aristóteles à cegueira do Número, ou decompor este de tal maneira que a luz possa penetrá-lo? No primeiro caso é a Democracia; no segundo caso é estabelecer um regime político orgânico e são. Quando digo que a Democracia é a Ditadura da Estupidez, não quero afirmar que sejam estúpidos todos os que entram nela. Toda a gente tem qualidades a aproveitar. Todo o indivíduo tem aspectos que legitimamente o aristocratizam. A Democracia, essa, só valoriza as más qualidades do homem e afaga as suas boas qualidades sob a vaga do Número. A Verdade - mesmo a verdade relativa que o critério pragmático defende - não é uma função aritmética. O Número não é o Génio. Milhões de sensibilidades amalgamadas, somadas, interpenetradas, não são capazes de ser um esboço de Miguel Ângelo; milhões de milhões de inteligências somadas e postas no prato de uma balança não fazem erguer o outro em que esteja o génio de Newton. Podemos dizer que a História dos Povos se divide em dois grandes períodos: o anti-democrático e o democrático. Comparem-se os dois, e pelo espectáculo que eles oferecem avalia-se o que é a Democracia.»(1)
Nota:
(1)- In A Democracia, in «Ideia Nacional», n.º 14 de 14.04.1927. Ano I.
1 comentário:
Em poucas linhas novamente a verdade nua e crua pela pena prodigiosa de A.P., sobre o que são realmente as democracias como regimes políticos: ditaduras do mais cruel, cínico, hipócrita, mentiroso e corrupto que existe ao cimo da Terra. Não se trata de demagogia barata, está provado, vem nos livros e está à vista de todos para quem tenha olhos de ver. O que a democracia traz aos povos mais não é do que a degradação política, económica, social e moral, com um preço elevadíssimo para esses mesmos povos. É exactamente com esse fim que elas são introduzidas nos países. Os poucos destes que ainda não "beneficiam" dela... esperem pela pancada. Mais tarde ou mais cedo ela bater-lhes-á porta e implantar-se-á, à força ou sem ela, para desgraça d'alguns milhões d'inocentes que por ora ainda vivem em paz. A partir desse dia esta esvair-se-á para sempre.
Maria
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