Pierre Pucheu, Ministro do Interior foi a primeira vítima oficial da Depuração em França.
Preso em Alger, traído por Giraud, que o fez ir à Argélia, é condenado à morte por um tribunal militar da "resistência francesa"
Mesmo com a falta de provas da execução de 50 reféns do campo de Châteaubriant, na sequência do atentado de 20 de Outubro 1941 e sendo a acusação retirada da acta de acusação foi fuzilado.
As suas primeiras palavras perante a farsa jurídica do seu julgamento foram: «Tenho a sublinhar, sem querer faltar ao respeito dos membros do tribunal que não reconheço valor jurídico algum ao processo que começa.»
Pucheu é condenado à morte com a confiscação do seus bens a favor da França, por colaboração com a Alemanha e inteligência com o inimigo.
No dia 20 de Março, às 4h.30, Pucheu é acordado na sua cela pelos seus advogados e pelo capelão.
- Não diga nada, meu Padre, eu sei porque vem.
Muito calmo, e tão metódico diante da morte como durante a vida, diz:
- Procedamos com ordem. Eu quero falar-vos, meu Padre, primeiro. Os advogados deixam a cela e Pucheu fica só o com o padre.
Depois os advogados voltam a entrar e é-lhe repetida a condenação à morte assinada por de Gaulle.
Pucheu limita-se a encolher os ombros, diz o seu advogado, Maitre Trappe, que testemunhará os últimos momentos de vida do Ministro do Interior francês que exprime a sua vontade de comandar, ele mesmo, o pelotão de execução e espera de pé, a autorização do comissário da Defesa nacional, Le Troquer que lhe dará a permissão.
Os seus defensores dizem-lhe que três generais estarão presentes na execução: o general Weiss, Cochet e Tubert. Em resposta imediata a esse aviso dos seus defensores diz que não os quer ver ver, principalmente o general Weiss, pois na presença deste não sabe o que lhe poderá acontecer.
Cochet fica só.
Na capela da prisão o padre diz a última missa. Pucheu, com o seu manto preto fechado, de costas direitas e de braços cruzados na sua posição favorita.
Terminada a cerimónia, é conduzido para serem cumpridas as últimas formalidades. Quando entra, encontra-se diante do general Cochet a quem diz:
- Saia, senhor. Vá-se embora, não o quero ver. Poderá recordar-se que fui eu que o fiz sair da prisão e que sem mim, Deus sabe onde estaria neste momento! Saia!
O general protesta: "não faço mais que o meu dever."
Pouco antes das 6 horas, Pucheu chega ao terreno de execução. Tira um cigarro que fuma tranquilamente e começa o fim da tragédia como conta Maitre Trappe:
"De mãos nos bolsos, dá as suas ordens ao pelotão de fuzilamento. e pergunta pelo coronel Monnery. Ele tem neste um ajudante que comanda o pelotão.
O ajudante apresenta-se e Pucheu cumprimenta-o.
- Que arma?
- A guarda.
- Senhor, tomo o seu lugar. Sou eu que dou as ordens. Quais são os regulamentos?
- Preparem-se... de joelhos... Fogo!
- Vai-me apresentar os seus homens. Tenho que os cumprimentar.
Pucheu dirige-se ao pelotão de doze homens e diz:
- Senhores, perdoo-vos, antes de mais. Cumprem as ordens, vocês não são por este assassinato político. Com toda a minha estima, aperto-vos a mão.Um a um, o chefe apresenta os seus homens. Pucheu dirige-se e tira o seu sobretudo e entrega-o a Gouttebaron, capelão que hesitante lhe estende o crucifixo.
- Meu filho, pela sua mulher, pelos seus filhos...
Pucheu baixa o crucifixo, abraça o capelão, vira-se para Gouttebaron e diz:
- Adeus, Mestre.
- Sim, adeus: encontrar-nos-emos num mundo melhor.
Gouttebaron, abraça-o forte e longamente.
- Adeus, meu pequeno, obrigado.
Depois, vira-se e põe-se direito sobre o poste. Os homens avançam até seis metros. O primeiro rang ajoelha-se. Ainda é noite. Distinguem-se mal as as caras. Pucheu, muito direito. de braços cruzados. suspende por um instante o olhar à sua volta. A luz dos faróis deitam um clarão sinistro. A sua alta silhueta parece distanciar-se no horizonte esperando que o dia surja.
- Estão prontos, senhores?
Pucheu levanta o braço direito. No silêncio, a sua voz calma parece estranhamente longe.
- De joelhos...
O seu braço baixa.
- Fogo!
Uma só detonação. Um barulho surdo.Pucheu está caído no lado direito do poste de execução, os braços e as pernas em cruz. Pierre Pucheu morreu.
São 6 horas. Os soldados choram. O capelão diz as suas preces."
Preso em Alger, traído por Giraud, que o fez ir à Argélia, é condenado à morte por um tribunal militar da "resistência francesa"
Mesmo com a falta de provas da execução de 50 reféns do campo de Châteaubriant, na sequência do atentado de 20 de Outubro 1941 e sendo a acusação retirada da acta de acusação foi fuzilado.
As suas primeiras palavras perante a farsa jurídica do seu julgamento foram: «Tenho a sublinhar, sem querer faltar ao respeito dos membros do tribunal que não reconheço valor jurídico algum ao processo que começa.»
Pucheu é condenado à morte com a confiscação do seus bens a favor da França, por colaboração com a Alemanha e inteligência com o inimigo.
No dia 20 de Março, às 4h.30, Pucheu é acordado na sua cela pelos seus advogados e pelo capelão.
- Não diga nada, meu Padre, eu sei porque vem.
Muito calmo, e tão metódico diante da morte como durante a vida, diz:
- Procedamos com ordem. Eu quero falar-vos, meu Padre, primeiro. Os advogados deixam a cela e Pucheu fica só o com o padre.
Depois os advogados voltam a entrar e é-lhe repetida a condenação à morte assinada por de Gaulle.
Pucheu limita-se a encolher os ombros, diz o seu advogado, Maitre Trappe, que testemunhará os últimos momentos de vida do Ministro do Interior francês que exprime a sua vontade de comandar, ele mesmo, o pelotão de execução e espera de pé, a autorização do comissário da Defesa nacional, Le Troquer que lhe dará a permissão.
Os seus defensores dizem-lhe que três generais estarão presentes na execução: o general Weiss, Cochet e Tubert. Em resposta imediata a esse aviso dos seus defensores diz que não os quer ver ver, principalmente o general Weiss, pois na presença deste não sabe o que lhe poderá acontecer.
Cochet fica só.
Na capela da prisão o padre diz a última missa. Pucheu, com o seu manto preto fechado, de costas direitas e de braços cruzados na sua posição favorita.
Terminada a cerimónia, é conduzido para serem cumpridas as últimas formalidades. Quando entra, encontra-se diante do general Cochet a quem diz:
- Saia, senhor. Vá-se embora, não o quero ver. Poderá recordar-se que fui eu que o fiz sair da prisão e que sem mim, Deus sabe onde estaria neste momento! Saia!
O general protesta: "não faço mais que o meu dever."
Pouco antes das 6 horas, Pucheu chega ao terreno de execução. Tira um cigarro que fuma tranquilamente e começa o fim da tragédia como conta Maitre Trappe:
"De mãos nos bolsos, dá as suas ordens ao pelotão de fuzilamento. e pergunta pelo coronel Monnery. Ele tem neste um ajudante que comanda o pelotão.
O ajudante apresenta-se e Pucheu cumprimenta-o.
- Que arma?
- A guarda.
- Senhor, tomo o seu lugar. Sou eu que dou as ordens. Quais são os regulamentos?
- Preparem-se... de joelhos... Fogo!
- Vai-me apresentar os seus homens. Tenho que os cumprimentar.
Pucheu dirige-se ao pelotão de doze homens e diz:
- Senhores, perdoo-vos, antes de mais. Cumprem as ordens, vocês não são por este assassinato político. Com toda a minha estima, aperto-vos a mão.Um a um, o chefe apresenta os seus homens. Pucheu dirige-se e tira o seu sobretudo e entrega-o a Gouttebaron, capelão que hesitante lhe estende o crucifixo.
- Meu filho, pela sua mulher, pelos seus filhos...
Pucheu baixa o crucifixo, abraça o capelão, vira-se para Gouttebaron e diz:
- Adeus, Mestre.
- Sim, adeus: encontrar-nos-emos num mundo melhor.
Gouttebaron, abraça-o forte e longamente.
- Adeus, meu pequeno, obrigado.
Depois, vira-se e põe-se direito sobre o poste. Os homens avançam até seis metros. O primeiro rang ajoelha-se. Ainda é noite. Distinguem-se mal as as caras. Pucheu, muito direito. de braços cruzados. suspende por um instante o olhar à sua volta. A luz dos faróis deitam um clarão sinistro. A sua alta silhueta parece distanciar-se no horizonte esperando que o dia surja.
- Estão prontos, senhores?
Pucheu levanta o braço direito. No silêncio, a sua voz calma parece estranhamente longe.
- De joelhos...
O seu braço baixa.
- Fogo!
Uma só detonação. Um barulho surdo.Pucheu está caído no lado direito do poste de execução, os braços e as pernas em cruz. Pierre Pucheu morreu.
São 6 horas. Os soldados choram. O capelão diz as suas preces."
Robert Aron
In «Pucheu, au nom de la raison d`état»,
Historia, Hors de série n.º 41, «L´Épuration - la justice sommaire de l`été 44.
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