«... De pé, olhos bem abertos, face ao Inimigo, unidos em bloco firme, os dentes cerrados, resistir, combater até à morte, na defesa do Património sagrado que herdamos, para, ao menos, salvarmos a honra do nosso nome. Descer as pontes da fortaleza - jamais!» Alfredo Pimenta, in Em Defesa da Portugalidade, p. 29, 1947.
27.2.10
26.2.10
Arquivo do Ministério do Ultramar
A documentação, produzida entre 1930 e 1974 no quadro das actividades do Ministério do Ultramar, passou a estar contida numa base de dados de descrição arquivística, sendo agora possível aos investigadores, e ao público em geral, identificar, localizar e relacionar toda esta informação.
Este projecto, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian, foi criado em 2006 sob proposta de José Mattoso com o objectivo de resgatar a memória histórica da presença portuguesa no Ultramar, passado o período, segundo o historiador, em que a sua consulta poderia agravar óbvias tensões.
As bases de colaboração para o desenvolvimento deste projecto ficaram estabelecidas num protocolo assinado entre a Fundação e os Ministérios dos Negócios Estrangeiros, Finanças, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e Ministério da Cultura. Em Março de 2008 concluiu-se a primeira fase do Projecto, que consistiu na inventariação e tratamento da documentação existente no Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento e Arquivo Histórico Diplomático, instituições dependentes do MNE, Direcção Geral do Tesouro e Direcção Geral da Administração Pública. Falta apenas a inventariação e o tratamento da documentação do Arquivo Histórico Ultramarino, hoje integrado no Instituto de Investigação Científica Tropical, tutelado pelo MCTES. A Fundação cedeu esta base de dados ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo, de modo a assegurar a preservação digital e o eficaz acesso da comunidade científica e do público em geral à informação."
25.2.10
23.2.10
16.2.10
Lançamento d` Antologia Poética de Rodrigo Emílio
A Associação Cultural Areias do Tempo, fará o lançamento da "Antologia Poética" de Rodrigo Emílio, organizada por Bruno Oliveira Santos e prefaciada por António Manuel Couto Viana, no próximo dia 20, Sábado, às 18 horas, na SHIP, (no Palácio da Independência, ao Largo de São Domingos, n.º 11, em Lisboa).O lançamento terá a participação de José Valle de Figueiredo, de Manuel Varella e a contribuição musical de José Campos e Sousa.
A não perder!
15.2.10
Ciclo de Cinema na SHIP

Os ciclos de cinema, a cargo do Núcleo Pró-Cineclube, decorrem todas as quartas e quintas-feiras, pelas 18h30, com entrada livre.
14.2.10
13.2.10
Descoberta extraordinária!
12.2.10
Livro: Nuno Álvares Pereira - Herói e Santo

11.2.10
8.2.10
Exposição: O Condestável - 1360 a 2009 de Gabriela Marques da Costa na SHIP
Exposição O Condestável - 1360 a 2009, na SHIP, com inauguração no dia 8 de Fevereiro, às 18h30, até ao dia 19 de Fevereiro.Gabriela Marques da Costa, Pintora e Artista Plástica
Exposição “O Condestável – 1360 a 2009″
6.2.10
Robert Brasillach: os últimos instantes por Bernard George
ROBERT BRASILLACH: OS ÚLTIMOS INSTANTES...
Às 9 horas em ponto dirigimo-nos seguidos de um pelotão de guardas à divisão dos condenados à morte. O Comissário do governo francês abre a porta da cela de Robert Brasillach e anuncia-lhe num tom seco que o pedido de indulto foi recusado.
Entro neste momento na cela com Mlle. Mireille Noël e o capelão. Robert Brasillach abraça-nos aos três. Logo depois, pede para ficar só com o capelão. Dois guardas retiram-lhe as cadeias. Depois da sua confissão e de alguns minutos de conversa com o sacerdote, manda-me chamar e a Mlle. Noël. Dá-me as últimas cartas que escreveu para a mãe, para a família, para Mlle. Noël e para mim mesmo. Dá-me também os manuscritos dos poemas escritos na prisão e uma folha com algumas linhas e o título La Mort en Face. De quando em quando, olha-me com um sorriso de criança. Tinha compreendido desde ontem que seria esta manhã.
— Sabe, diz-me, dormi perfeitamente!
Como tem que vestir o seu fato civil e tirar o fato dos condenados à morte, Mlle. Noël retira-se e eu fico só com ele.
— Sim, fique aqui comigo, diz-me.
Mostra-me algumas fotografias da mãe e dos sobrinhos. Põe-nas na carteira, exprimindo o desejo de morrer com essas fotografias sobre o coração. Naquele momento sofre um ligeiro desmaio, solta um suspiro, e as lágrimas correm-lhe dos olhos. Volta-se para mim, como se quisesse desculpar-se:
— É natural, isto. Mas, tranquilize-se, daqui a pouco a coragem não me abandonará.
Veste-se tranquilamente, compõe cuidadosamente o risco do cabelo diante do espelho; depois, sem descurar nada, retira da metade de um pão um pequeno canivete e uma tesoura escondidos e entrega-mos. Explica-me:
— Para ninguém ter problemas...
Arruma os seus objectos pessoais num saco grande. Sente sede nesse momento. Bebe um pouco de água da sua tigela. Depois, acaba de se arranjar. Veste o sobretudo azul que usara durante o julgamento. Passou à volta do pescoço o mesmo cachecol de lã vermelha.
Pede para falar com o Comissário do governo, Reboul. Este avança. Está rígido pela emoção, o rosto atormentado, intensamente pálido. Com uma voz surda, Brasillach faz-lhe a declaração seguinte:
— Não lhe quero mal, M. Reboul, sei que acredita ter agido segundo o seu dever; mas tenho a dizer-lhe que não procurei senão servir a minha Pátria. Sei que o senhor é cristão, como eu sou. Só Deus nos julgará. Posso pedir-lhe um favor?
M. Reboul inclina-se, Robert Brasillach continua:
— A minha família sofreu muito, o meu cunhado está na prisão, sem motivo nenhum, há seis meses. A minha irmã precisa dele. Peço-lhe que faça tudo o que puder para que seja posto em liberdade. Ele foi também o companheiro de toda a minha juventude...
O Comissário do governo responde-lhe:
— Prometo-lhe.
Robert Brasillach diz-lhe para terminar:
— Aceitaria, M. Reboul, apertar-me a mão?
O Comissário do governo aperta-a durante um longo momento.
Robert Brasillach abraça-me uma vez mais; abraça igualmente Mlle. Mireille Noël que acabara de entrar e diz-lhe:
— Tenha coragem e fique junto da minha pobre irmã.
Está pronto e, ele mesmo, abre a porta da cela. Avança até à frente das personalidades que o aguardam e diz-lhes:
— Senhores, estou à vossa disposição!
Dois guardas avançam para ele e colocam-lhe as algemas. Chegamos ao grande corredor da saída. Ao passar diante duma cela, Robert Brasillach grita com uma voz clara: “Até à vista, Béraud”, e alguns metros mais longe: “Até à vista, Lucien Combelle!” A sua voz ressoa na abóbada por sobre o ruído dos passos."
Quando chegamos ao corredor onde o carro celular espera, volta-se para Mlle. Noël e diz-lhe enquanto lhe beija a mão:
— Confio-lhe Suzanne e os dois pequenos. Acrescenta:
— Hoje, 6 de Fevereiro, pensará em mim e pensará nos outros que morreram neste mesmo dia há onze anos.
Subo com ele para a viatura que vai conduzir-nos ao forte de Montrouge. Senta-se, impassível, agarrando-me a mão. A partir deste momento não falará mais.
O poste ergue-se junto duma elevação revada. O pelotão de doze homens e um suboficial volta-nos as costas. Robert Brasillach abraça-me e dá-me palmadas nas costas em sinal de encorajamento. Um sorriso puro ilumina-lhe o rosto, e o olhar não traduz nenhuma amargura. Depois, calmo, com um grande à-vontade, sem o menor estremecimento, dirige-se para o poste. Mantenho-me um pouco afastado do grupo oficial. Voltou-se, encostado ao poste. Olha-me como se me dissesse: “Eis o fim”.
Um soldado sai do pelotão para lhe amarrar as mãos, mas fica perturbado e não consegue amarrá-las. O maréchal des logis, por ordem do tenente, tenta por sua vez. Os segundos passam... Ouve-se a voz do tenente que rompe o silêncio:
— Maréchal des logis!... Maréchal des logis!...
Robert Brasillach, atado ao seu poste, mantém-se muito direito, a cabeça levantada e altiva. Em contraste com o cachecol vermelho, está muito pálido. O meirinho lê a pronúncia de rejeição do recurso judicial.
Depois, com voz forte, Robert Brasillach grita ao pelotão:
— Coragem!...
E com os olhos levantados:
— Viva a França!
O fogo de salva ressoa. A parte superior do corpo separa-se do poste como que a levantar-se para o céu. A boca crispa-se. O impedido precipita-se e dá-lhe o tiro de misericórdia. O corpo desliza suavemente para a terra. São 9h38.
O Dr. Paul avança para confirmar a morte. O capelão e eu seguimo-lo e inclinamo-nos. O corpo está, aparentemente, intacto. Recolho, para os que o amam, a grossa gota de sangue que lhe rola na testa”.
“Antecipa toda a separação, como se ela estivesse atrás de ti, semelhante ao inverno que num instante se vai. Porque entre os invernos, está um sem fim tal que, depois de o superares, o teu coração sobreviverá a tudo”.
É o início dum dos Sonetos a Orfeu, de Rilke. Antecipa toda a separação... o teu coração sobreviverá a tudo. Sim, este quinhão dos eleitos da morte precoce é o de Robert Brasillach. Alguns quiseram discutir sobre que romances, que teatro, que crónicas. Mas é duma obra única que se trata e, como a de Orfeu, a sua voz continuará a elevar-se e a fazer-se ouvir, impossível de confundir-se com alguma outra. Nem criminoso, nem traidor. François Mauriac resolveu este problema duma vez por todas. E, como diz Jean Anouilh, o autor de Antígona, no seu prefácio das Obras completas: “Quando a salva inútil estala, o homem que assinou a sentença desmorona-se, começando a sua putrefacção e passeando o seu cadáver glorioso e barulhento — por um tempo ridiculamente curto. O moço que olhava a morte de frente continua de pé e intacto — eternamente... Este moço tomou o seu lugar para sempre entre os primeiros escritores de língua francesa”.
Sim, como a morte alimentou a sua vida, a vida alimentou a sua morte; o canto de Orfeu continuará a elevar-se para celebrar a beleza dos dois reinos.
Quem quer que se aproxime desta obra, ouvirá sempre, com esta voz única, ecoarem os mesmos temas, como o sangue no coração: o tempo que passa, a bondade, o verão, a praia maravilhosa, as raparigas, o fogo nas faces, o amor incandescente...
...E as chaves de toda a poesia: a juventude e a morte.
Bernard George
1.2.10
O Fim da Linha por Mário Crespo
Nota: Artigo originalmente redigido para ser publicado hoje (1/2/2010) no Jornal de Notícias.
Mário Crespo revela conversa de José Sócrates que o aponta como "mais um problema a resolver"







